O
LABIRINTO
por Frater Zelator ( SI - SII - MESA)
Um dos conhecimentos Druídicos e pagãos mais importantes incorporados por nossa cultura abrange o estudo do simbolismo dos Labirintos e sua utilização na vida psicológica e mística. Entre eles, o dos Labirintos era de conhecimento não só dos Iniciados, como, também naquela época, do povo, que respeitava e sabia algumas das finalidades daquelas construções e representações simbólicas até o advento do cristianismo em terras do norte da Europa. Com a "Nova Mensagem" cristã, muitos desses antigos costumes e conhecimentos foram propositadamente abandonados ou deixados de lado pela nova explicação espiritual.
A existência de canais ou veias telúricas, por onde flui a
energia da Mãe Terra, era de conhecimento dos povos antigos de um
modo geral. Encontramos vestígios disto em todas as partes do mundo,
mais principalmente onde hoje é a Grã Bretanha e a França.
Além dos marcos bem conhecidos destes pontos telúricos, como
dólmens, menires, etc., temos os Labirintos de pedra e, nos lugares
ditos pagãos aonde Catedrais foram construídas por cima, vemos
dentro delas, como em Chartres, desenhos de Labirintos, como a nos relembrar
os antigos tempos. Eles seguiam muitas vezes estes canais de energia telúrica,
dando, assim, forma ao seu complexo de passagens e corredores. Porém,
este é um conhecimento que não é aceito como explicação
em nossos dias atuais.
Os Labirintos são encontrados em quase todas as Catedrais, e como
muitos de nós certamente já o sabem, também em outros
lugares ou templos diversos. A que eram destinados é motivo de questionamentos
até os dias atuais para a ciência oficial. Acredita-se que
continham funções iniciáticas e, até mesmo,
exotéricas. Quanto a sua origem precisa, pode ser ainda mais difícil
de dizer, pois até no Antigo Egito foram encontrados vestígios
de Labirintos. Na Grécia fazia parte da cultura e da mitologia de
seu povo, onde indicava obstáculos a serem superados para que se
conseguisse alcançar determinado objetivo. Várias passagens
mitológicas mostram isso, como o fio de Ariadne e a do Minotauro.
Na Holanda a lenda de São Jorge é atribuída pelos antigos
a este antigo conhecimento das linhas telúricas benfazejas, pois
dizia-se que sua lança era a representação de um menir,
tais forças da terra o dragão e o Santo era o homem Iniciado
nos mistérios, detentor do conhecimento, que domina as energias da
Natureza e as suas energias internas.
O Labirinto simboliza as dificuldades da Iniciação daquele
que a requer. É o símbolo do lento progresso de seu pensamento,
de suas provas, de seu retorno a si mesmo, ao seu interior, a fim de encontrar
o que chamaríamos "o bom caminho". Ou, o verdadeiro caminho
da Alma. No início, o candidato desconhece a trilha a ser seguida,
e o medo o envolve. Muitas vezes o candidato tem que retornar a um determinado
ponto para poder seguir adiante. Ele mostra também, assim, os revezes
da vida, assim como sua volta para tornar a partir sobre novas bases, mais
sãs e mais seguras, após períodos de reflexões
aprofundadas. Tudo isto são aspectos do que é necessário
ao requerente à Iniciação onde aparece o Labirinto.
Neste sentido, os Labirintos desenhados nas Catedrais, sob uma forma mais
curta e simbólica, nos indica a representação de todas
as dificuldades do caminho Iniciático. Podem ser provas físicas,
ou não. Ou, até, os perigos reais da vida.
Com isto, os Labirintos deixam na eternidade o fato de que seu simbolismo
místico continua atual até os dias de hoje e assim permanecerá
aos Iniciados do amanhã.