As estrelas
que vemos à noite têm posições fixas no céu
umas com relação às outras (exceto pelos efeitos secundários
de aberração, paralaxe e movimento próprio).
O Sol contudo
se move por entre as estrelas a uma taxa de 1° por dia aproximadamente.
Assim, ao final de um ano, terá descrito um grande círculo
no céu, a que chamamos de eclítica.
O movimento anual do Sol no céu é causado pelo movimento orbital da Terra em torno deste. A figura abaixo mostra a variação da posição do Sol no céu com relação às estrelas mais distantes à medida em que a Terra se move em sua órbita anual. Esta última corresponde à elipse mais interna da figura. A pequena esfera branca representa a Terra e a elipse mais externa é a eclítica.
As estrelas formam figuras imaginárias no céu, a que chamamos
de constelações.
As constelações
atravessadas pela eclítica são chamadas de constelações
zodiacais. A faixa do céu coberta por estas constelações
é chamada de zodíaco. Por entre as estrelas do zodíaco
move-se não apenas o Sol, mas também os demais astros do sistema
solar, como a Lua e os planetas.
Em torno do
dia 21 de março o Sol, em seu caminho sobre a eclítica, atravessa
o equador celeste. Este ponto de intersecção entre os dois
grandes círculos é o ponto vernal (ou ponto g ). Neste dia,
chamado de Equinócio de março, o Sol cruza o equador celeste
de sul para norte, marcando então o fim do verão no hemisfério
sul da Terra e o fim do inverno no hemisfério norte.
Pela definição de ascensão reta, neste dia seu valor para o Sol é a = 0h. Como está sobre o equador celeste, a declinação do Sol no equinócio de março também é nula. Pela figura acima, vemos que o Sol se situa na direção da constelação de Peixes nesta época.
Uns 3 meses
depois, em torno de 21 de junho, o Sol alcança seu maior valor de
declinação: d = 23½°. Nesta época ele é
visto sobre a constelação de Gêmeos.
A partir deste
instante, o Sol começa a se mover de volta ao equador celeste. Este
dia é chamado de Solstício de junho, marcando o início
do verão (inverno) no hemisfério norte (sul). Neste dia, a
= 6h para o Sol.
Em torno do
dia 21 de setembro, o Sol volta a cruzar o equador celeste, mas desta vez
do hemisfério norte para o hemisfério sul. É o Equinócio
de setembro, fim do inverno (verão) no hemisfério sul (norte)
terrestre. O Sol está agora em Virgem. Coordenadas equadoriais do
Sol: a = 12h ; d = 0°.
Finalmente,
uns 3 meses depois, o Sol atinge seu ponto mais a sul na esfera celeste:
d = -23½°, a = 18h . Este é o Solstício de dezembro,
sempre em torno do dia 21/12.
É o início do verão (inverno) no hemisfério sul (norte). A partir deste dia, o Sol começa a se mover para norte até reatingir o ponto vernal no dia 21/3 do ano seguinte.
Em resumo,
em sua jornada anual ao longo da eclítica, o Sol percorre 24h de
ascensão reta, a uma taxa média de 2h por mês.
Note que este movimento anual é independente do movimento diurno,
compartilhado por todos os astros e causado pela rotação da
Terra. O movimento diurno é mais facilmente notável, pois
se dá a velocidade maior .
A figura acima
mostra uma espécie de "mapa mundi" da esfera celeste, no
qual vemos toda a região com |d| =< 47° projetada em um plano.
O equador celeste
é a linha horizontal que corta a figura em duas metades. As demais
linhas horizontais são paralelos de declinação, ou
seja, círculos (pequenos) contendo todos os pontos de declinação
constante, no caso, com d = +/- 23.5°. As retas verticais representam
os círculos horários, de ascensão reta constante.
A eclítica é a linha mostrada em vermelho, sendo que os dois pontos em que ela cruza o equador celeste, no meio e no extremo direito figura, são, respectivamente, os pontos g e W.
Já a tabela abaixo mostra as coordenadas equatoriais do Sol nos equinócios e solstícios.
" Quando
um corpo atinge sua menor distância possível do Sol, ele atinge
o periélio.
" Quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade
de translação, o movimento de um objeto em relação
a outro, de toda a sua órbita.
" A Terra atinge o periélio todo ano, em torno do dia 4 de janeiro.
Nesse ponto, a distância entre o planeta e o astro é de 147,1
milhões de quilômetros.
" O último periélio do cometa Halley aconteceu em 27
de novembro de 1985. Os astrônomos calculam o próximo para
28 de Julho de 2061.
" O oposto do periélio é o afélio, ponto em que
um corpo atinge sua maior distância possível do Sol.
" Quando a Terra atinge seu ponto de afélio, sua distância
do Sol é de cerca de 152,1 milhões de quilômetros. Isso
acontece uma vez por ano, em torno do dia 4 de julho.
" No periélio, o corpo atinge a menor velocidade de translação
de toda a sua órbita.
Atenção: d, h, m indicam dia, hora, minuto, em Tempo Universal
Hora de Brasília = Tempo Universal - 3 horas (Horário Normal)
Hora de Brasília = Tempo Universal - 2 horas (Horário de Verão)
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