João,
Ganimedes e o Vaso Sagrado
Paul Le Cour
Desde os tempos
mais longínquos o simbolismo tradicional fala de um vaso misterioso,
cujo mágico licor proporciona, ao mesmo tempo, saúde e conhecimento
aos que dele bebem. Trata-se da ambrosia, o licor dos deuses (dos iniciados),
o homa dos iranianos, o sorna dos hindus, o vinho de Dionisos, o elixir
da vida dos arquirnistos.
Esse vaso figurava nas moedas gaulesas, Encontramo-lo, entre os gregos,
nas mãos de Ganimedes, o homem do Aquário, o escanção
dos deuses, O nome de Ganimedes quer dizer: aquele que conduz, que possui
Agni. Nos mapas celestes ele é representado derramando pelo céu
o conteúdo de sua urna
O cibório do sacerdote cristão, que contém o vinho
sagrado, continua esse simbolismo.
Ora, João-Agni é, desde a era cristã, o detentor desse
vaso simbóli co que, de fato, é o Graal, talhado numa esmeralda
que formava a coroa de Lúcifer antes de sua queda, com o qual ele
também se identifica.
Portanto, João, às vezes, é representado segurando
nas mãos esse vaso sagrado, de onde sai uma serpente cujo nome grego
"Ophis " inclui a palavra phos, luz, ou um dragão, aquele
que guarda o tosão de ouro ,João Batista é representado
vestindo esse tosão.
Como acabamos de ver,há identidade entre Agni e Ganimedes o que conduz
Agni ( automedom = aquele que conduz a si mesmo).
Ganimedes segura o vaso sagrado, enquanto João é o detentor
do Graal. Se Ganimedes é o escanção dos deuses ( dos
iniciados), João é o chefe dos iniciados na Gnose. O advento
de Ganimedes com a Era do Aquário é portanto, o advento de
uma nova fé, a algum tempo esquecida e perseguida.