A
Comunicação com o além.
Georges Descomiers ( Phaneg)
Gostaria, agora,
de dizer algumas palavras sobre uma questão muito importante que
demandaria, por si só, várias conferências. Portanto,
não posso abordar senão superficialmente este ponto. Trata-se
da questão da comunicação com os mortos. Já
que eles vivem como antes, e não desapareceram para sempre, poderíamos
nos comunicar com eles? Seria possível saber se eles sofrem, se estão
felizes e o que poderíamos fazer por eles? A estas perguntas a ciência
sagrada responde afirmativamente, com algumas restrições.
Isto me leva a falar-lhes sobre o espiritismo.
Não pretendo procurar por todas as provas que a História poderia
lhes fornecer de que essas comunicações sempre existiram entre
os vivos e os mortos, Os livros sagrados de todos os países estão
cheios de certezas a esse respeito. Veremos mesmo que as ligações
entre nós e os habitantes do mundo espiritual diminuíram,
e que é bem mais difícil, na época de evolução
da Terra a que chegamos, comunicarmos nos com eles do que o era no passado.
O movimento que se denominou Espiritismo foi necessário em vista
da escalada triunfante das teorias materialistas. Era necessário
reagir. Para isto, era preciso alguma coisa impactante, fenômenos
sensíveis que parecessem combater as leis físicas conhecidas,
de maneira a desperta a atenção e atrair as almas para as
idéias espiritualistas.
Não havia nada melhor do que dar provas da vida após a morre.
Assim, nos primeiros anos, vemos afluírem os grandes médiuns.
Como que por acaso, eles foram colocados em contato com os cientistas que
os estudavam, e o movimento foi lançado. Sua influência foi
enorme e ele arrancou muitas almas do materialismo.
Mas seja por terem sido inadequados os meios empregados para lançar
o movimento, seja, como em qualquer coisa humana, pelo Espiritismo ter trazido
em si esses germes do mal, ele se materializou pouco a pouco e tornou-se
mesmo, às vezes, nocivo. Seu maior erro foi o de não se ligar
ao passado. Sem nada conhecer do mundo invisível, nem dos seres que
invocavam, os experimentadores foram muito freqüentemente enganados.
Hoje, baseando-se na crença de que há somente homens no mundo
dos espíritos, o Espiritismo estagnou-se e reedita sempre os mesmos
grandes fenômenos que ilustraram seu começo. Em lugar de se
basear no conhecimento que têm do corpo astral para explicar esses
fenômenos, seus líderes recorrem à ciência moderna
e não estudam a ciência sagrada, da qual, no entanto, eles
fazem parte.
A psicurgia era, efetivamente, uma das ciências ensinadas nos santuários,
mas que diferença entre os atuais ensinamentos do Espiritismo e a
grandiosa hierarquia sobre a qual ele se baseava templos!
Nessa época, diz Stanislas de Guaita, os laços que ligavam
a Terra ao mundo invisível eram sempre firmes. As evocações
eram normais, porque a unidade existia. Em nossos dias, não apenas
há o total esquecimento dos ritos que garantiam o sucesso da evocação,
como estamos mergulhados em uma completa anarquia espiritual.
O esplendor do culto dos ancestrais está talvez morto para sempre.
Não nego que, em certos casos de excepcional pureza de intenção,
e com a permissão de Deus, não se possa obter uma comunicação
segura, mas isto é raro.
O melhor expediente é esforçar-se para obter comunicações
nos sonhos. Efetivamente, durante o sono, nosso corpo psíquico se
exterioriza, desperta no plano invisível onde estão os mortos.
Portanto, é facil para nós, nesse momento, estarmos em harmonia
com aqueles que perdemos. Há ainda um perigo, que é o de se
estar consciente apenas do plano onde flutuam a imagem astral e as formas-pensamento
do falecido.
A clarividência normalmente desenvolvida permite-nos ver em nossa
"imaginação", como em um espelho, os habitantes
do plano astral, humanos ou não humanos. E mesmo tive numerosas provas
de identidade, empregando a visão interior.