O Cordeiro.
Louis Claude de Saint Martin
É preciso
observar que o abatimento de um cordeiro era o ato preparatório,
anterior à libertação dos Hebreus; disto podemos presumir
o quão puras e regulares eram as influências ligadas a esta
espécie de animal, quando liberadas através de seu abatimento,
uma vez que eram respeitadas pelo anjo da destruição, e haviam
se tornado o meio de proteção, ordenado por Deus, a fim de
preservar os Hebreus da espada da justiça. Isto nos leva, com suficiente
evidência, ao que dissemos anteriormente, que o sangue é o
sepulcro do homem, do qual ele precisa, necessariamente, ser liberado, para
dar o primeiro passo na grande senda da Vida. Isto mostra, da mesma forma,
que de todos os animais, o cordeiro tem a maior e mais útil harmonia
para a libertação e regeneração do homem, e
que o seu sacrifício gera a ele grandes vantagens, já que
dispõe ao homem, através das virtudes secretas do sacrifício,
o mais seguro e glorioso meio de sair de seu próprio sangue.
Podemos encontrar algumas evidências desta verdade, até mesmo
na ordem material, onde observamos que a espécie de rebanho a que
pertence os cordeiros é o mais útil aos nossos corpos, e é
suficiente a todas as nossas necessidades primárias, já que
nos provê de alimento, roupa e luz. E não será supérfluo
acrescentar, que esta espécie de rebanho, não obstante, só
provê nossas necessidades passivas, necessidades que podem ser comparadas
àquelas de nossa infância, ou do homem em privação;
ele não nos proporciona nenhum daqueles suprimentos ativos que necessitamos
numa idade mais avançada e que são fornecidas por outro tipo
de animais.
Verificamos aqui o porquê dos cordeiros terem sido sacrificados somente
na partida do Egito, que era o lugar em que, naquela época, o povo
escolhido tinha acabado de nascer e representava, temporariamente a infância
corporal e espiritual do homem, assim como a estação da primavera
representava o nascimento e a infância da Natureza.
A Páscoa, seu caráter triplo: o primeiro período.
O primeiro período da Páscoa apresentava três características
de uma só vez: a comemoração da chamada do primeiro
homem para a vida terrestre; a chamada atual do povo escolhido para a lei
espiritual, e um sinal profético de nosso futuro renascimento na
lei de Deus; este caráter triplo será encontrado nos outros
períodos que examinaremos a seguir, pois todas estão conectadas
pela realização de seus respectivos números, e assim
se tornam, sucessivamente, o primeiro, comemorativo; o segundo, atual ou
efetivo; o terceiro, figurativo ou profético.
A Lei, sua correspondência espiritual: o segundo período.
Após o primeiro período, segue-se o segundo, no qual os Hebreus
receberam a Lei no Monte Sinai. Todas as relações mencionadas
acima também serão encontradas neste período.
Após termos sido chamados para a vida terrestre, há um período
em que o espírito se junta a nós pela primeira vez, e nos
comunica seus primeiros raios. Depois que o primeiro homem foi retirado
do abismo em que o crime o havia mergulhado, e obteve através da
morte de Abel e do arrependimento, uma porta para os caminhos da justiça,
ele foi consolado, isto é comprovado pelo nascimento de seu filho
Seth, que lançou sobre sua família a primeira sedimentação
daqueles presentes, que a Misericórdia Suprema, ainda digna-se a
oferecer à humanidade.
Mesmo supondo que nada sabemos sobre o período em que o primeiro
homem, que nunca foi uma criança, recebeu, pela primeira vez, os
auxílios da graça, sabemos que para o homem individual os
primeiros gérmens do espírito se apresentam por volta de seus
sete anos, e os frutos destes gérmens serão naturalmente desenvolvidos
nas épocas correspondentes aos múltiplos deste número.
Sabemos que a Lei foi dada ao povo Hebreu quarenta e nove dias após
a passagem do mar vermelho; sabemos que este período coincide com
o tempo dos primeiros frutos, e que a festa instituída com referência
a este fato foi chamada de a Festa das Semanas e dos Primeiros Frutos.
Finalmente, sabemos que esta lei foi salpicada com o sangue dos sacrifícios
e das oferendas de paz, tirado do grande rebanho ou bezerros (Êxodo
XXIV.5). É fácil levar a cabo as comparações
que resultam de tudo isto, de acordo com os princípios que temos
delineado.
As sete formas ou poderes espirituais: o segundo período continuou.
Recordando aqui o campo universal das sete formas da Natureza Eterna, o
número sete contido no quarenta e nove mostrará a atuação
e operação dos sete poderes espirituais, abrindo o caminho
dos trabalhos ativos ao povo escolhido, uma vez que este processo é
também demonstrado nesta época, através da produção
dos primeiros frutos da terra; não se pode duvidar que esta lei atuou,
pelos poderes do mesmo número, no primeiro Homem, como ainda ocorre
no homem individual, e com certeza seria muito mais positivo e significativo
se não nos enchêssemos diariamente com falsas substâncias,
que nos mantém sob falsas proporções, e impedem aquelas
que são verdadeiras de atuarem sobre nós.
Neste período, o sangue dos bezerros foi derramado, enquanto que
no primeiro período só o sangue do cordeiro é que foi
derramado; isto porque este foi unicamente o período da libação,
e o sangue do cordeiro serviu como órgão na obra de misericórdia,
realizada sobre o povo, e indicada pela doçura, cujo cordeiro é
o símbolo; nas características aparentes dos animais, podemos
entrever suas influências predominantes, assim como das obras em que
tomam parte, nos desígnios da Sabedoria.
O segundo período, estando o povo na selvajaria, no caminho oposto
à sua terra, requereu mais energia para resistir a seus inimigos;
e tudo nos leva a crer que o sangue de um grande rebanho, foi derramado
nesta ocasião, o que indica que este era o objetivo do sacrifício
desta classe de vítimas.
No primeiro período, o povo não tinha nada a fazer; apenas
seguir o espírito que fez todas as coisas para ele, como uma mãe
ou uma babá faz por uma criança em sua tenra idade: logo,
não havia lei.
No segundo período, o povo é considerado capaz de agir por
si mesmo; assim, a lei lhe foi dada e os preceitos da lei lhe foram ensinados
a fim de que controlasse sua conduta através das árduas jornadas
que havia à frente.
Portanto era natural que a mesma sabedoria que ditou as leis, comunicasse
a força necessária para a sua observação, o
sacrifício dos rebanhos apontam para isto; sem falar da força
espiritual derivada do testemunho das maravilhas realizadas diante dele
na montanha, não aquelas que esperavam da ordenação
de seus sacerdotes, que foi subseqüente à promulgação
da lei, e da emancipação do povo, e que pode ser considerada
como o complemento e a consolidação deste segundo período:
Moisés foi ordenado diretamente, sem a intervenção
de qualquer ministério do Homem, pois ele era para ser como Deus
para o Faraó, e tomar Aaron como seu profeta.(Ex.VII).
É certo que este segundo período era ao mesmo tempo comemorativo,
real e figurativo, como o primeiro; mas devemos observar que cada uma destas
relações ascende um grau, já que o segundo período
tem início num grau mais elevado que o primeiro; é preciso
ter em mente, quando considerarmos os períodos seguintes, que eles
sempre avançam por graus e elevam suas operações continuamente,
sem perderem suas características.
A Festa dos Tabernáculos: O Terceiro Período.
Este terceiro período, no sentido restrito a que nos limitamos por
enquanto, não é marcado por nenhum evento histórico
nas escrituras sagradas. Foi indicado apenas pela solenidade do festival
consagrado para esta celebração, a festa dos tabernáculos.
Esta festa, não tendo qualquer evento atual a consagrar, aparece
nas Escrituras (Lev. XXII.43) somente como uma comemoração
de um fato anterior, ou seja, fazer com que o povo se lembre de que Deus
o havia feito para habitar em tendas, após Ele o ter libertado da
escravidão Egípcia.
Não será importuno acrescentar que o processo de regeneração
não estava tão desenvolvido naquela época a ponto de
oferecer à mente do povo tudo aquilo que expressava, particularmente
com relação à via que o Homem é obrigado a construir
nas regiões intermediárias entre seu primeiro e seu atual
domicílio para que quando se despir de seu envoltório corporal,
de sua terra do Egito, o seu sangue faça com que um verdadeiro faraó
o domine.
A Festa dos Tabernáculos, presságio do futuro advento do Reino
Espiritual.
Ora, este festival, o mais importante de todos, pelo número de vítimas
oferecido, era a expressão figurativa e profética dos benefícios
que aguardam o povo em tempos vindouros, mas dos quais ele não poderia
ter idéia alguma, pois seu tempo ainda não havia chegado.
Podemos julgar quão enormes podiam ser estes benefícios, pela
época do ano em que ocorria o festival; era no sétimo mês,
após o recolhimento de todas as colheitas; era na renovação
do ano civil, embora na metade do ano santo.
Podemos, então, certamente, ver neste festival o fim do círculo
das coisas temporais, o advento do reino do Espírito e os inefáveis
presentes e riquezas que se seguem ao desenvolvimento de seus poderes através
de todos os períodos consecutivos e intermediários, desde
a primeira instituição do festival, ao complemento do grande
círculo.
Não preciso relembrar as propriedades características do setenário,
para confirmar esta visão; basta nos convencermos de que este festival
era mais profético do que comemorativo e se designava aos homens
iluminados daquela época; embora, para o povo, este festival possa
ter sido mais comemorativo do que profético. Iremos acrescentar apenas,
para informação daqueles que estão familiarizados com
os princípios dos quais os números são os símbolos,
que estes atos setenários, neste terceiro período, são
mais amplos do que no segundo período que era apenas uma iniciação
à lei, enquanto que aqui se trata do cumprimento da lei.
No segundo período, o setenário ainda agia somente, por assim
dizer, consigo mesmo e em seu próprio círculo; enquanto que
no terceiro ele penetrou todo o círculo das coisas, por intermédio
dos seis meses lunares através dos quais estendeu e desenvolveu seus
poderes; isto aponta para as seis operações primitivas da
criação, que terminou no sabath, e para a grande Época
sabática, pela qual o grande círculo da duração
do Universo chegará a seu fim e restaurará a liberdade a todas
as criaturas.
A Lei dos Sacrifícios continuou.
Uma segunda verdade fundamental, ligada ao que mencionamos acima, pode ser
expressa aqui: sob a lei dos sacrifícios, tudo foi feito através
das transposições, pois o Homem estava longe demais da verdade
para que esta se unisse a ele diretamente.
A serpente de bronze, as obrigações, os sacrifícios,
até mesmo as jornadas do povo Hebreu são evidências
suficientes de que tal era o caráter da lei; isto se manifestou quando
se percebeu que o Homem estando conectado, através do crime, com
influências (ações) divididas, embora análogas,
poderia ser liberado desta dolorosa divisão, somente através
da reunião destas analogias.
Mas esta lei, à medida em que se desenvolveu, se tornou cada vez
mais benéfica para o povo escolhido, que deve ser reconhecida como
o símbolo do Homem. Da mesma forma, como já observamos anteriormente,
vemos uma progressão de benefícios, atividade e graça
que se seguia à progressão festivais e períodos; o
sacrifício perpétuo, enquanto servia como comemoração
da libertação do Egito, mostrava, ao mesmo tempo, a contínua
vigilância do Amor Supremo sobre Seu povo, o qual Ele nunca irá
desamparar.
O extraordinário holocausto, adicionado aos três grandes festivais,
era para trazer ao povo aquelas virtudes ativas, de acordo com os planos
reservados a cada diferente período; pois podemos ver touros, carneiros
e sete cordeiros - independentemente de todas as outras oferendas que sempre
eram acrescentadas aos sacrifícios importantes.
Assim, os gérmens foram plantados no povo, eles começariam
a dar seus primeiros frutos no período seguinte; estes gérmens
não poderiam ter sido plantados no Egito, pois era necessário
que o povo fosse primeiramente purificado; a morada da morte não
é capaz de receber a semente da vida.
Os nomes primitivos dos animais podiam revelar, nos Sacrifícios,
sua natureza e influência.
Sem dúvida, se não havia nenhum véu estendido sobre
a Natureza e sobre as propriedades dos animais, vemos claramente o real
motivo pelo qual touros, carneiros e cordeiros eram preferencialmente empregados
com relação a outros animais, em todos estes sacrifícios.
Poderíamos justificar, com minuciosos detalhes, o princípio
geral e fundamental, já que estas vítimas sendo conectadas
às influências externas, e tendo seu sangue derramado, eram
forçadas a trazer ao povo as influências das quais eram, respectivamente,
os emblemas ou símbolos; se fazia com que os poderes se aproximassem
do Homem, embora fossem somente os representantes daquele de quem um dia
receberiam o espírito propriamente dito, e do qual ainda estavam
muito longe.
Contudo nós perdemos os nomes primitivos dos animais, e nada com
pouco conhecimento poderia verter uma luz viva e clara, nas diferentes espécies
de animais, incluídos na classe de vítimas, assim como nas
diferentes espécies de vegetais que serviam de oferendas nos sacrifícios;
pois, se os números verdadeiros expressam as propriedades das coisas,
seus nomes reais as expressam de forma ainda mais eficaz, pois são
seus órgãos ativos. Isto é o que uma vez caracterizou
a preeminência do primeiro Homem, e ainda deve caracterizar, de qualquer
forma, em parte, o verdadeiro sábio, e o real ministro das coisas
divinas, pois ele cumpre o Ministério do Senhor de forma útil
e eficiente.
Os nomes hebraicos não ajudam muito a esclarecer esta grande questão.
Estes nomes são ativos somente quando aplicados aos homens, às
gerações do povo escolhido e aos seus ministros, como vemos
pelos nomes característicos dos profetas e patriarcas, porque o homem
era o objetivo principal deste processo de eleição e restauração;
enquanto que, não tendo chegado ainda a grande época da restauração
da Natureza, os nomes das plantas e animais não vão mais além
em hebraico do que em outras línguas, e seus verdadeiros nomes ainda
estão ocultos no que Jacob Boehme chama de "a língua
da Natureza", até que os selos sejam abertos.
Podemos nos estender a respeito da idéia geral que expressamos acima,
ou seja, que na assustadora destruição da natureza, na ocasião
do lapso criminoso do Homem, algumas substâncias, minerais, vegetais
ou animais foram melhor preservadas do que outras; isto quer dizer, que
elas retiveram uma grande proporção das propriedades vivificantes
e poderosas de seu estado primitivo; e que, sem dúvida, estas tem
sido as preferencialmente usadas nos sacrifícios e em outras cerimônias
de veneração, como sendo mais capazes de prestarem serviço
ao Homem, uma vez que permaneceram mais próximas do pacto primitivo:
mas isto requer um conhecimento mais extenso de nossa parte, sobre o estado
primitivo das coisas, e nós apenas fizemos uma alusão a seu
respeito.
Circuncisão, sua razão e efeito.
Vamos considerar agora uma questão que pode ser considerada a chave
para a explicação dos sacrifícios.
Se os sacrifícios operados para o Homem, através de suas correspondências,
se o derramar do sangue das vítimas era o meio estabelecido para
efetivar este objetivo, podemos nos perguntar como que a circuncisão
não podia ocorrer no lugar dos sacrifício? Pois poderíamos
supor que sendo derramado o próprio sangue do Homem, ele poderia
operar com mais eficácia do que aquele de outras vítimas,
devido à superioridade de suas correspondências. A esta questão
responderíamos da forma que se segue.
A virtude dos sacrifícios derivam da convicção.
Se os sacrifícios de sangue atuavam através de suas correspondências,
eles derivavam suas virtudes, radicalmente, pelo desejo do ministro e do
desejo daquele que crê e que o acompanhava; desta forma, o desejo
divino propriamente dito se unia a eles. Ora, como este desejo, que é
a fé real ou convicção, não pode, sob circunstância
alguma, ocorrer sem uma base ou campo; o sangue dos animais servia para
auxiliar este desejo a alcançar um campo ainda maior, até
repousar em bases perfeitas, no Coração Divino, que governava,
em segredo, todos os sacrifícios, e que por fim os iria coroar.
A convicção; a diversidade das formas.
Podemos notar, que a necessidade de uma base para apoiar a verdadeira convicção
ou desejo é a chave para todas as diversidades de sacrifícios,
sejam de sangue ou não, assim como a adoração de ídolos
e qualquer outro tipo de adoração praticada sobre a Terra,
além de tudo aquilo em que as nações têm a mesma
fé, e erram somente em relação a esta base; a escolha
desta base é muito importante já que deveria ter correspondências
fixas com um verdadeiro centro, natural, espiritual ou divino, - e as nações
cometeram um enorme erro a este respeito, e não é de se surpreender
que suas trevas sejam tão universais.
A circuncisão, não como base da convicção, apenas
uma iniciação.
Ora, a circuncisão não poderia servir como base para a convicção
ou desejo, já que era praticada a poucos dias após o nascimento;
e se, em Abraão ela foi praticada na maturidade, foi somente porque
este patriarca não havia sido escolhido enquanto criança para
ser o chefe da raça eleita, e ele tinha que participar livremente
da aliança. Além do mais, ele representava somente os primeiros
degraus da reconciliação.
Contudo, embora uma criança não possa ter uma verdadeira convicção
ou desejo, o sangue do Homem, derramado durante a circuncisão das
crianças tem, sem dúvida, um efeito; contudo, tal efeito era
limitado, por assim dizer, a realizar uma espécie de purificação
religiosa, como se, de alguma forma, os apartassem deste sistema sangüíneo
em que o crime do Homem nos submeteu, e os iniciassem num trabalho ativo
e eficaz no qual a convicção ou desejo de cada um pudesse
algum dia os empregar voluntariamente. Este era, mais que nada, um efeito
figurativo da grande circuncisão e da libertação corporal,
do que a realização de algum poder regenerativo vivificante,
como o holocausto, quando a convicção tinha ao menos alguma
influência, uma vítima pura era sacrificada, e o completo desenvolvimento
de todas as correspondências das influências regulares atuavam
na restauração do Homem, ainda que parcialmente, aos seus
direitos e alegrias.
Além do mais, vimos que a morte do Homem foi o único sacrifício
de sangue capaz de restaurá-lo à plenitude de suas relações,
e ao perfeito caminho de retorno ao seu Princípio. Portanto, como
o princípio da vida animal não era eliminado através
da circuncisão, a observação desta lei não poderia,
por si mesma, atrair sobre ele nenhuma influência restauradora poderosa;
e se o sangue dos animais (sacrificados) não tivesse sido substituído
pelo do homem (na circuncisão) ele teria permanecido pela vida na
mesma privação e escravidão.
Ao mesmo tempo, como já dissemos, esta circuncisão não
era inútil, já que era uma espécie de iniciação
nas etapas que o Homem ainda não podia apreciar. Mas, precisamente
por ser uma iniciação, era necessário que o tornasse
capaz de receber seus frutos progressivos, e isto acontecia realmente, na
medida em que abria seu sangue a todas a influências regulares que
os sacrifícios dos animais pudesse lhe trazer.
Assim, quando a autoridade divina consagrava este princípio, que
talvez já fosse até usado entre outros povos (embora não
usado com este mesmo objetivo) e ordenado como uma das leis sagradas do
povo judeu, esta cerimônia era estritamente recomendada. Todos aqueles
que não eram circuncidado eram excluídos dos sacrifícios
porque as influencias regulares, que aqueles sacrifícios atraíam,
não encontrando nenhum caminho aberto para atingir seu princípio
de vida, poderia atuar forçadamente e com violência contra
aqueles que não cumpriam a lei e exterminá-los no meio do
povo.