Os Títulos De Maria


Infelizmente não são poucos os que pensam que existem muitas ?Nossas Senhoras?. Na verdade, a mãe do Retificador, Nossa Senhora, é uma só, mas é honrada com muitos e muitos títulos. Tudo isso é parte do cumprimento da profecia que encontramos no Evangelho de Lucas 1, 48: ?E todas as gerações me proclamarão bem-aventurada?.
Até hoje é norma, entre a mais alta nobreza e meio acadêmico existente, encontrarmos pessoas com muitos títulos.
A Virgem Maria, como a mais sublime de todas as criaturas do Criador, e também pela sua excelsa posição, possui muitíssimos títulos. Na verdade, são centenas os nomes pelos quais ela é invocada, venerada e amada.
Os títulos dados à Virgem podem se classificar em pelo menos quatro espécies:
1. Devido a seus privilégios, que revelam sua pessoa e missão. Exemplos: Nossa Senhora da Imaculada Conceição (porquanto ela foi concebida sem mancha do pecado original); Nossa Senhora Mãe de Deus (porque concebeu pelo Espírito Santo ao Senhor Jesus Cristo, que é Deus conosco); Nossa Senhora da Assunção (porque, sendo isenta de pecado e por ser mãe de Deus, foi elevada ao céu em corpo e alma); Nossa Senhora Medianeira (porque Deus a elegeu como medianeira de todas as graças).
2. Devido a fatos históricos em sua vida. Exemplos: Nossa Senhora de Belém, Nossa Senhora da Anunciação, Nossa Senhora da Visitação.
3. Devido às virtudes com que foi adornada. Exemplos: Nossa Senhora Rainha da Fé; Nossa Senhora do Bom Conselho.
4. Devido aos lugares onde ela é honrada conforme suas aparições ou outras intervenções. Exemplo: Nossa Senhora de Fátima; Nossa Senhora Aparecida; Nossa Senhora da Vitória.

Como vimos, Nossa Senhora possui vários títulos.
Na bíblia ela possui títulos como filha de Jerusalém, filha de Sião e outros.
Dentre os vários títulos bíblicos de Maria, vamos estudar apenas três: MULHER, MÃE E VIRGEM.
O primeiro e maravilhoso título de Nossa Senhora, na bíblia, é Mulher.
MULHER: lemos no livro do Gênesis, 3, 15: ?...eis que porei inimizade entre ti e a mulher?. Nessa passagem, que é chamada de proto-evangelho, encontramos a referência inicial sobre a Virgem Maria. É um versículo messiânico-marino. Este é compreensível, pois a Virgem Maria é inseparável do Redentor seu filho.
O texto anuncia batalha entre o demônio e a mulher, entre os descendentes do demônio e os descendentes da mulher. Essa batalha se desenvolverá por toda a história da humanidade.
Os judeus, o povo da antiga aliança, sabiam por essa e outras profecias, que o Messias, o redentor do mundo, nasceria de uma mulher. Uma mulher singular, única e que venceria o demônio.
Essa mulher é a Virgem Maria, mãe do Messias.
A palavra MULHER é um título bíblico da Virgem Maria, assim como Jesus foi chamado O Filho do Homem pelo profeta Daniel. Os judeus e os cristãos reconheceram que a mulher de gênesis 3, 15 é verdadeiramente a mãe do Messias. Basta comparar esse texto com Jo 2, 4; 19, 26; Gl 4, 4 e Ap 12, 1ss.
A segunda passagem bíblica com esse maravilhoso título a encontramos em Jo 2, 4, onde a Virgem Maria, como medianeira, segunda Eva, intercede ao Filho pedindo que socorresse os noivos e que ele providenciasse o vinho para que a festa continuasse.
É interessante observar a relação do Reparador com a Virgem Maria, onde o ?nós? revela uma estreita ligação, exemplo do que consta no livro do gênesis, entre Adão e Eva, onde esta é a cooperadora.


O que percebemos é que a Virgem Maria revela publicamente o Filho como o Messias esperado. A resposta do Senhor, chamando Maria de mulher, é a revelação da mãe e sua própria. A mãe revela o Filho, o Filho revela a mãe.
Nosso Senhor, mesmo não tendo chegado a sua hora, atende ao pedido de sua mãe e realiza o seu primeiro milagre público.
Era, voltamos a insistir, o Filho revelando a mãe. É através do pedido de Maria que Nosso Senhor realizou o seu primeiro milagre, antecipando sua hora e com isso os discípulos passam a crer nEle. Passam a crer nEle pela mediação da mãe. A Virgem Maria é a onipotência suplicante, omnipotentia suplex. O que o Senhor é pela Sua natureza, ela o é pela graça. O Filho não nega nada que a mãe lhe peça. Confiemos em nossa mãezinha do céu! Interessante ainda observar que Nosso Senhor, na resposta dada ao pedido da mãe, diz-lhe: ?Que temos nós com isso??. Não disse o que a senhora tem com isso, ou o que eu tenho com isso, mas sim o que nós temos com isso. O Evangelho de João nos revela que a Virgem Maria é a segunda Eva. E Eva é a grande cooperadora de Adão. Assim, a segunda Eva é a cooperadora do segundo Adão. O que Deus uniu, na obra da salvação, não separe o homem.


A terceira passagem bíblica onde encontramos esse maravilhoso título de Maria está no mesmo Evangelho de João, cap. 19, versículo 26. Jesus está agonizando no calvário e em suas sete últimas palavras, no Seu testamento de amor, ao ver sua Santíssima mãe e junto dela o discípulo que Ele amava, disse à sua mãe: ?Mulher, eis aí teu filho?. Que significam tais palavras? Será que Jesus amava mais a João do que a Pedro ou Paulo, ou os demais? Não, Jesus amava a todos e ama todos os seus discípulos com um mesmo e intenso amor. Então, o porquê daquelas palavras? A resposta é simples: João representava, naquele momento tão sublime, toda a Fé . No capítulo 21, versículo 20 a 23, lemos que Nosso Senhor, já ressureto, revela aos apóstolos qual seria o fim deles aqui na terra. Diz do martírio que receberiam. No entanto, nada revela sobre João, então Pedro, o nosso primeiro Papa, pergunta ao Senhor: ?e esse aí, que vai ser dele??. Jesus responde: ?Se eu quero que ele fique até que eu venha, que tens com isso??. Será que isso significa que João não morreria, mas que viveria até a consumação dos séculos, quando o Senhor voltará em Glória?Não, Nosso Senhor aqui, comparando com o texto que estamos estudando (Jo 19, 26), revela que São João simboliza a fraternidade que ficará até a sua segunda vinda e que, portanto, Aquela Mulher prometida, a segunda Eva, seria a mãe de todos os seus discípulos.


A quarta passagem bíblica que revela o título ?mulher? (Nosso Senhor recebe o título messiânico conforme o livro do profeta Daniel, de o ?Filho do Homem? está em Gálatas 4, 4, que diz: ?Mas, ao chegar a plenitude do tempos, o Criador enviou o seu Filho, nascido da mulher...?. Essa é uma passagem de enorme valor teológico e aqui revela que a Virgem Maria é a mulher predestinada e que veio na plenitude dos tempos. Ela marca uma nova era com o seu sim, a Virgem Maria inaugura uma nova primavera, uma nova raça. A segunda Eva gera uma nova raça ? a raça dos eleitos, dos remidos.
Finalmente a quinta e última passagem que menciona o maravilhoso título da Virgem Maria como Mulher se encontra no livro do Apocalipse, capítulo 12, versículo 1 e seguintes. Em Gênesis 3, 15 temos a promessa, e aqui, a concretização da ação dessa Mulher, agora glorificada em sua luta final contra o dragão, a velha serpente, satanás.


O segundo grande título de Nossa Senhora é o de Mãe:
MÃE: a primeira e maravilhosa passagem que identifica a Virgem Maria como aquela sublime mãe incomparável, encontramos em Miquéias 5, 2 que diz: ?Por isso (Deus) os deixará, até o tempo em que der à luz aquela (a mãe) que há de dar a luz?.
A segunda passagem a encontramos no Evangelho de João 19, 27 e que logo após as palavras do versículo 26 dirigidas a sua Santíssima mãe, agora as dirige ao discípulo amado: ?Eis aí tua mãe?. Vale aqui tudo o que dissemos quando da explicação do versículo 26. O Reparador nos deu sua mãe para ser a nossa mãe. A segunda Eva, mãe dos viventes. O versículo termina com as palavras: ?e desta hora em diante o discípulo a levou para sua casa?. Também todos nós devemos levar Maria para nossa casa, para a casa do nosso coração. Quem nega a Mãe, nega o testamento de amor do Filho.


Finalmente o terceiro e maravilhoso título de Nossa Senhora: virgem.
VIRGEM: a primeira passagem desse maravilhoso título encontramos em Isaías 7, 14. Diz assim: ?Por isto, o próprio Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará de Emanuel?. Essa é a promessa do envio, por Deus, de uma virgem singular, única.
A segunda passagem a encontramos no Evangelho de Mateus 1, 23. São Mateus escreveu seu Evangelho em aramaico e usou da versão palestínica de Jabnes, ao chegar nesse passo da Sagrada Escritura, toma o texto da versão Alexandrina (Septuaginta) porque a palavra grega traduzida por Virgem é mais clara, mais evidente de que se trata de uma Virgem. E Nossa Senhora foi Virgem antes, durante e depois do parto, pois a profecia diz: ?conceberá (primeira parte do milagre) e dará à luz um filho? (segunda parte do milagre). Assim como os raios de sol atravessam um cristal sem maculá-lo, assim como que num instante o Senhor saiu do Templo, a Virgem Maria, pata os seus braços sem maculá-la.