Maria
Mãe Do Filho de Deus
A primeira e
mais fundamental declaração do dogma cristão sobre
a Virgem Maria é a sua maternidade divina. Todos os demais dogmas
mariológicos decorrem dessa verdade: a Virgem Maria é a mãe
de Deus.
Esta verdade está firmada na Palavra de Deus Escrita: a Sagrada Escritura.
A anunciação é testemunha irrefutável, conforme
lemos em Lucas 1, 26-38. Isabel, cheia do Espírito Santo, exclamou
ao ver Maria: ?Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto
de teu ventre. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe do meu
Senhor??. Vemos aí Isabel, pelo Espírito Santo, chamando Maria
de mãe de Deus. É a bíblia, o Livro Sagrado, quem o
afirma. A palavra ?SENHOR?, no Novo Testamento, refere-se ao Redentor e
significa, conforme os melhores exegetas cristãos, a tradução
do hebraico YAWHEH ? Aquele que é ? Deus[46]. É assim que
o traduz a Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento). A palavra
?Senhor? no Novo Testamento é a palavra grega ?KIRIOS?, que aparece
cerca de 650 vezes e relacionada a Cristo significa DEUS.
Existem outras passagens bíblicas que aludem à maternidade
divina[47]. Em Gl 4, 4, o apóstolo afirma: ?... ao chegar a plenitude
dos tempos, enviou O Criador o Seu Filho nascido de mulher...?. O texto
ensina-nos a preexistência do Filho e o seu envio ao mundo pelo Pai.
?Nascido de mulher? tem um profundo sentido teológico. Fala da encarnação
da humanidade real de Cristo e tudo isso ocorre através de uma mulher,
Maria, a predestinada. O ensino sobre a maternidade divina da Virgem vem
desde a mais alta antiguidade. São os símbolos da fé,
a doutrina dos padres da Igreja, a manifestação inconteste
do povo cristão na piedade religiosa e na arte (exemplos: o afresco
na catacumba de Santa Priscila, em Roma, mostra a Virgem Maria com o menino
Jesus nos braços e é datada do ano 150 da nossa era[48]) que
demonstram de forma inequívoca a unanimidade em torno do dogma.
No século V, para refutar os erros cristológicos, o Concílio
Ecumênico de Éfeso define essa verdade de que a Virgem Maria
é a mãe do filho de Deus. Outros concílios posteriores
reafirmam a verdade do dogma. Ela é Mãe da natureza humana
do Senhor, a qual subsiste na pessoa divina do Verbo Encarnado. O Filho
da Virgem Maria e o Filho de Deus não são dois filhos, mas
sim um único e só Filho. A Virgem Maria não é
e nem pode ser a mãe da natureza divina, mas por geração
humana é verdadeiramente mãe de um Filho que o Criador. Ela
é mãe de Deus porque toda mãe é mãe de
uma pessoa. A Virgem Maria é mãe do Senhor tanto no sentido
biológico quanto psicológico. Foi no seio de Maria que Jesus
recebeu o seu sangue. O sangue que derramou no calvário para a redenção
do homem era também o sangue da Virgem Maria. Foi no seio de Maria
que o Verbo, a segunda pessoa da Trindade, tomou forma humana. No mistério
da salvação do homem, o Senhor Jesus e a Virgem Maria estão
intimamente ligados. É o ensino da palavra do Criador Escrita e também
oral, a Sagrada Tradição. É o segundo Adão e
a segunda Eva, conforme nos ensinam os apóstolos Paulo e João.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça... A Virgem Maria é sinal
para quem está na verdadeira fé. Quem nega que a Virgem Maria
é a mãe do filho do Criador está fora da verdadeira
fé. É a batalha que se arrasta pelos séculos.