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PERDÃO E O ARREPENDIMENTO NO LIVRE-ARBÍTRIO
Santi-Ebar SI
Comentamos em artigos anteriores que o Livre-arbítrio é a faculdade que o homem recebeu do Grande Arquiteto do Universo, antes da Queda, que consiste na capacidade de decidir o que quer e o que não quer. Essa faculdade é, além de pessoal e intransferível, intocável e incapaz de sofrer qualquer modificação a não ser pela disposição espontânea e voluntária de seu próprio detentor. O homem é livre para fazer o que quiser, porém estará sempre sujeito à Leis Cósmicas da causa e efeito, que vivenciará na diversidade. Só ele é responsável pelos seus pensamentos e ações, portanto, pelos seus desejos. Nada ficará sem resgate.
No exercício da diversidade, poderá interferir (ofender) ou sofrer interferência (ser ofendido) de outrém. Certamente terá que resgatar o custo dessa interferência. Para isso deverá, oportunamente, estar presente para oferecer a oportunidade de ser resgatada a ofensa praticada. Daí a importância de perdoar o ofensor, desobrigando-o, da sua parte, do resgate futuro.
Porém só isso não é suficiente para anular a causa que provocou a necessidade do resgate. Não se pode interferir no Livre-arbítrio dos outros. Para que o processo se complete, há necessidade de que aquele que ofendeu se arrependa e que o ofendido perdoe. O arrependimento e o perdão são condições que se completam e se anulam, zerando a "conta cármica". Só o perdão ou só o arrependimento, isoladamente, não isentam da obrigação de participar do resgate.
Cada um só
é responsável pelo que pensa e pelo que faz. Dessa forma,
devemos fazer a nossa parte, ou seja, perdoar quando ofendidos e arrependermos
quando ofensores. Com essa postura reduzimos a possibilidade do resgate
vir a ocorrer, pela metade.
A oração que o Mestre nos ensinou diz: Pai, "perdoai
as nossas dívidas" porque nos arrependemos, "como perdoamos
os nossos devedores" porque os perdoamos de coração.
Essas são "dívidas ou crédito" cármicos
que contraímos no exercício da diversidade e que devemos zerá-los,
para que possamos seguir o nosso caminho. Quando perdoamos ou nos arrependemos
estamos dando autorização para que os Mestres Elevados possam
auxiliar-nos, interferindo nas conseqüências das nossas decisões.
A primeira vista o processo aparenta ser injusto aos bons. Porém
somos como as células do corpo humano, onde é necessário
que todas cumpram, individualmente, as suas funções, para
que o conjunto dessas células, o corpo, cumpra a sua finalidade.
Se uma célula está adoentada, todas as outras devem dedicar-lhe
atenção para que se recupere, pois se o corpo perecer, elas
perecerão também. O corpo é sadio se todas as células
estiverem sadias. Nós somos as células de um corpo chamado
Humanidade.
A Humanidade
só se reintegrará à sua origem como um todo. O alerta
está nas palavras de Yeschouá : "Amai-vos uns aos outros".
Esta é a energia que nos une e nos elevará à reintegração.