FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE


Assim como a providência é o meio pelo qual se adquire e se estabelece a Fé, com o destino que se realiza a Esperança ,é pela vontade que se revela a Caridade.

Seja nossa atividade pessoal independente, ou sujeita as ordens de um patrão ou superior, qual é na realidade nosso verdadeiro Chefe, nosso verdadeiro Mestre e o derradeiro Superior Incógnito, senão o mesmo Grande Arquiteto do Universo, nosso Salvador , o Princípio de Vida que mora em nós? Que outra liberdade mais absoluta das preocupações materiais podemos conseguir, fora da que se realiza por meio do reconhecimento profundo de nossa alma que, ao trabalhar sob suas ordens e para a expressão de seu Plano Perfeito no mundo, tem que prover-nos de tudo o que necessitamos para nosso mesmo trabalho, exigindo-nos só por Nele a confiança mais completa, absoluta, serena e imperturbável?

A afirmação que nasce da união das três luzes de nosso Templo , estabelecerá em nós aquele perfeito estado de consciência que nasce da Fé e da Esperança e da Caridade que se unem em uma só Força Onipotente e Invencível, sendo o ato de o Trabalho que todo verdadeiro Martinista deve esforçar-se por realizar e fazer efetivo em sua vida.

Elemento inseparável de toda atividade Martinista é, ademais, o espírito de cooperação, que sobre tudo deve caracterizar a qualidade de Andarilho da Senda. Em que faça também uma obra individual que a cada buscador lhe incube levar a cabo, de acordo com sua particular compreensão dos ideais e objetivos da Fraternidade , a Obra Martinista é individual porém sua expressão é essencialmente coletiva, pois a reintegração não ocorrerá senão em uníssono, e assim pode precisamente se fazer possível e resultar efetivamente por meio da individual e universal cooperação de seus membros, unidos em seu coração e pela fidelidade a esses ideais.

Cooperar é "obrar unicamente", ou seja - trabalhar em unidade - de espírito, de intentos, de finalidades e de esforços. Isto não significa que deva de fazer uma absoluta uniformidade no ponto de vista e na visão individual das inteligências - ou seja, a unidade planejada e imposta de fora e caracterizada pela unilateralidade e o fanatismo, ou ainda pelas interpretações dogmáticas pessoais - senão melhor aquela unidade que se realiza por meio da elevação dos pontos de vista individuais e limitados, e por a superação destas limitações.

A cooperação há de ser, sobre tudo, o resultado natural de tratar de elevar nossa mira ideal para os planos perfeitos do Grande Arquiteto do Universo, cooperando à realização desses planos, segundo sejam individualmente compreendidos. Melhor que imposta de fora, tem que ser, quanto menos até, que seja possível, espontaneamente aceitada, desejada e reconhecida de dentro, como aquilo que nos põe em harmonia com o Plano e nos depara o privilégio de cooperar para sua realização.

Os pontos de vista são pois, mais divergentes enquanto sejam imperfeitos e afastados do que é espiritualmente verdadeiro e real; se acercam e se unificam quando este seja o objetivo essencial da busca e do esforço. Buscando o ideal e o real, encontramos a Unidade; buscando a perfeição de nosso próprio ideal encontraremos a unidade com o ideal também de nossos irmãos e irmãs. Esta é a cooperação iluminada que se faz efetiva por meio da cooperação, e que se realiza por meio da fé, da Esperança e da Caridade.