Eliseu, o discípulo
Grupo Hermanubis
Entre todas as importantes referencias pessoais que temos nos textos Martinistas antigos, e até mesmo em alguns contemporâneos, está o nome de Elias e de Eliseu. Neste artigo pesquisado pelo grupo Hermanubis, encontraremos um breve relato de quem foi Eliseu o Discípulo de Elias:
Um agricultor natural do vale do Jordão, bem de vida, uma vez que arava os campos com doze juntas de boi. Eliseu é chamado pelo profeta no exato momento em que realiza essa atividade.
O profeta joga sobre seus ombros o próprio manto: o agricultor torna-se seu discípulo e será seu sucessor. O chamado não dá margens para dúvidas e incertezas:
'Deixa-me abraçar meu pai e minha mãe, depois te seguirei'.
Elias respondeu: 'Vai e volta; pois [sabes bem] que te fiz eu?'.
Eliseu afastou-se de Elias e, tomando a junta de bois, a imolou. Serviu-se da lenha do arado para cozinhar a carne e deu-a ao pessoal para comer. Depois levantou-se e seguiu Elias na qualidade de servo" .
Eliseu viveu nos últimos anos do reinado de Acab e morreu no reinado de Joás. Assiste ao arrebatamento de Elias ao céu sobre o carro de fogo e logo depois toma seu lugar. Enquanto passava entre as águas
do Jordão, Elias pergunta a seu discípulo o que podia fazer por ele antes de ser "arrebatado para longe". "E Eliseu respondeu: 'Que me sejam
dados dois terços do teu espírito!'" . Isto é, pede-lhe a parte do filho mais velho.
Quando o profeta sobe ao carro de fogo, cai-lhe por terra o manto, sinal do poder conferido por Deus. Eliseu o recolhe imediatamente e dirige-se para o Jordão. "Tomou o manto de Elias e bateu com ele nas águas, dizendo: 'Onde está IAVE, o Deus de Elias?'. Bateu nas águas, que se dividiram de um lado e de outro, e Eliseu atravessou o rio. Os irmãos profetas viram-no a distância e disseram: 'O espírito de Elias repousa sobre Eliseu!'"
A iconografia o representa como um homem calvo, com o hábito dos carmelitas, uma jarra de óleo ou um machado como atributos; muitas vezes às suas costas está apoiada uma coluna com duas cabeças, simbolizando os dois terços herdados do espírito de Elias. Eliseu escolheu um estilo de vida diferente do de Elias.
Pelas Escrituras não se deduz que o seu estilo de vida fosse austero no que diz respeito à sua maneira de se vestir, nem que procurasse lugares solitários para viver como eremita. Eliseu prefere os centros habitados, freqüenta os grupos de profetas, é acompanhado por um servo, Giezi, mas, assim como seu mestre, vive por algum tempo sobre o monte Carmelo.
Grandes prodígios
Mas o que distingue Eliseu é a grande quantidade de prodígios relatados nas Escrituras. Como o que ele fez para ajudar a viúva, que suplica que Eliseu a ajude porque estava sendo pressionada pelos seus credores.
O profeta a instrui para que peça emprestado o maior número possível de ânforas vazias, que, milagrosamente, não param de se encher com o pouco de óleo que a mulher ainda possuía. Quando as ânforas vazias acabam, Eliseu ordena: "Vai, vende esse óleo e paga tua dívida e vivereis, tu e teus filhos, do que restar!".
Uma mulher sunamita que se lamentava de não ter filhos, um ano depois, como predito por Eliseu, dá à luz um menino. O mesmo menino depois adoece e morre. Eliseu intervém pela segunda vez: "Lá estava o menino morto e estendido sobre sua própria cama. Ele entrou, fechou a porta atrás deles dois e orou a IAVE.
Depois subiu à cama, deitou-se sobre o menino, pondo a boca sobre a dele, os olhos sobre os dele, as mãos sobre as dele, estendeu-se sobre ele e a carne do menino se aqueceu. Eliseu pôs-se a andar novamente de um lado para outro na casa, depois tornou a subir e se estendeu sobre ele, até sete vezes: então o menino espirrou e abriu os olhos. Eliseu chamou Giezi e disse-lhe: 'Chama a sunamita'. Chamou-a e, quando ela chegou perto de Eliseu, este lhe disse: 'Toma teu filho'.
Ela entrou, lançou-se a seus pés e prostrou-se por terra; depois tomou seu filho e saiu". Sua fama de curandeiro se espalha, e ele cura até a Naamã, chefe do exército do rei de Aram, acometido de lepra. Seus prodígios têm a marca da caridade e da solidariedade: como o episódio dos vinte pães de cevada e trigo com os quais nutre cem famintos nos fossos que mataram a sede de homens e animais durante a guerra contra Moab conduzida por Jorão, rei de Israel, e Josafá, rei de Judá.
Eliseu contrai uma doença que o leva à morte. O rei Joás vai visitá-lo. O profeta lhe garante a vitória sobre o inimigo de Damasco. "Disse-lhe Eliseu: 'Vai buscar um arco e flechas'; e Joás foi buscar um arco e flechas. Eliseu disse ao rei: 'Empunha o arco'; e ele o empunhou. Eliseu pôs as mãos sobre as mãos do rei, e disse: 'Abre a janela do lado do oriente', e ele a abriu. Então Eliseu disse: 'Atira'; e ele atirou. Eliseu disse: 'Flecha de vitória para IAVE! Flecha de vitória contra Aram! Vencerás Aram em Afec até o extermínio'. Depois disse Eliseu: 'Toma as flechas'; e Joás tomou-as. Eliseu disse ao rei: 'Fere a terra'; e ele deu três golpes e parou. Então o homem de Deus irritou-se contra ele e disse: 'Era preciso dar cinco ou seis golpes! Então terias derrotado Aram até o extermínio; agora, porém, vencerás Aram três vezes só!'. Eliseu morreu e foi sepultado.
Bandos de moabitas faziam incursões na terra todo ano. Aconteceu que, enquanto alguns homens estavam sepultado um morto, avistaram um desses bandos; jogaram o corpo dentro do túmulo de Eliseu e partiram. O corpo tocou nos ossos de Eliseu, recobrou vida e pôs-se de pé". O último milagre de Eliseu.