OS 22 CAMINHOS
E OS ARCANOS MAIORES
"Eis a chave religiosa e cabalística dos Taros, expressa em
versos técnicos à maneira dos antigos legisladores" -
(Eliphas Levi - Dogma e Ritual da Alta Magia)
1 - Aleph - Tudo mostra uma causa inteligente, ativa.
2 - Beith - O número dá prova da unidade viva.
3 - Ghimel - Nada pode limitar aquele que tudo contem
4 - Daleth - Só, antes de qualquer princípio, está
presente em toda parte.
5 - He - Como é o único senhor, é o único adorável
6 - Vau - Revela aos corações puros seus belos dogmas
7 - Zain - Mas é preciso um só chefe às obras da fé.
8 - Cheth - É por isso que só temos um altar, uma lei
9 - Teth - E nunca o Eterno mudará sua base.
10 - Iod - Dos céus e dos nossos dias regula cada fase
11 - Caph - Rico em misericórdia e enérgico no punir
12 - Lamed - Promete a seu povo um rei no porvir
13 - Mem - O túmulo é a passagem para a terra nova, só
a morte acaba, a vida é eterna.
14 - Nun - O bom anjo é aquele que acalma e tempera
15 - Samech - O mau é o espírito de orgulho e cólera
16 - Ain - Deus manda no raio e governa no fogo
17 - Phe - Vesper e seu orvalho obedecem a Deus
18 - Tzadi - Coloca sobre nossas torres a lua como sentinela
19 - Quph - O seu sol é a fonte em tudo que se renova
20 Resh - O seu sopro faz germinar o pó dos túmulos
0 ou 21 - Shin - Aonde os mortais sem freios descem em multidão
21 ou
22 - Thav - Sua coroa cobriu o propiciatório
IOD - HE
- VAU - HE - Quatro sinais que contém todos os nomes.
... Os quatro signos, isto é Paus, Copas, Espadas e Círculos
ou Pentáculos, vulgarmente chamados de Ouros. Estas figuras são
heiróglifos do tetragrama; assim Pau é o PHALLUS dos egípcios
ou IOD dos hebreus; Copa é o CTEIS ou Hê primitivo; a Espada
é a conjunção de ambos ou o lingham figurado do hebreu,
anterior ao cativeiro pelo Vô, e o Círculo ou Pentáculo,
imagem do mundo, é o Hê final do nome divino.
Agora tomemos um Taro e reunamos, quatro por quatro, todas as páginas
que formam a Roda ou a ROTA de Guilherme Postello; ponhamos juntos os quatro
ases, os quatro dois, etc, e teremos dez montes de cartas que dão
a explicação hieroglífica do triângulo dos nomes
divinos, de acordo com a escada do denário:
(Os cabalistas. multiplicando os nomes divinos, uniram todos, quer à
unidade do tetragrama, quer a figura do ternário, quer a escada sephirótica
da década: traçam assim a escada dos nomes e dos números
divinos...)
A ÁRVORE DA VIDA E OS ARCANOS MENORES
1 - KETHER- Os Osquatro ases: A coroa de Deus tem quatro florões
2 - HOKMAH - Os quatro dois: A sua sabedoria se espalha e forma quatro rios
3 - BINAH - Os quatro tres: De sua inteligência dá quatro provas
4 - CHESED - Os quatro quatro: Da sua misericórdia há quatro
benefícios
5 - GVURAH - Os quatro cinco: O seu rigor quatro vêzes pune quatro
erros.
6 - TIPHERETH - Os quatro seis: Por quatro raios puros sua beleza se revela
7 - NETZAH- Os quatro sete: Celebremos quatro vêzes a sua vitória
eterna
8 - HOD - Os quatro oito: Quatro vêzes triunfa na sua eternidade
9 - YESOD - Os quatro nove: Por quatro fundamentos seu trono é suportado
10 - MALKHUTH - Seu único reino é quatro vêzes o mesmo.
E conforme os florões do divino diadema.
... Vê-se por esse arranjo tão simples, o sentido cabalístico
de cada lâmina. Assim por exemplo, o cinco de paus significa rigorosamente
Gvurah de Iod, isto é Justiça do Criador ou cólera
do homem; o sete de copas significa vitória da misericórdia
ou vitória da mulher; oito de espadas significa conflito ou equilíbrio
eterno, e assim as outras. Assim podemos compreender como faziam os antigos
pontífices para fazer este oráculo; as lâminas lançadas
à sorte davam sempre um sentido cabalístico novo, mais rigorosamente
verdadeiro na sua combinação, unicamente a qual era fortuita;
e, como, a fé dos antigos nada dava ao acaso, eles liam as respostas
da Providência nos oráculos do Taro, que eram chamados Theraph
ou Theraphins entre os hebreus, como o pressentiu primeiramente o sábio
cabalista Gaffarel, um dos magos habituais do cardeal Rechelieu.