A temática da quadradura do circulo possui diferentes vertentes a serem investigadas. Neste artigo iremos colher a opinião de Louis Claude de Saint Martin.
Por si só o numero quatro representa um mistério, senão vejamos:
"O quatro é o número de qualquer centro e assim sendo, é o do fogo também, pois este ocupa o núcleo de todos os corpos. É, da mesma forma, o do espírito temporal, garantido ao homem para a sua reconciliação, mas este é o mais interior dos três círculos que o homem tem de atravessar antes de chegar o dia de sua Reconciliação, que é representada pelo número três" (Obras Póstumas).
"A razão, qualquer que seja ela, parece conflitar com outra afirmação de que pode haver três em um, numa Trindade Divina, mas não um em três, porque aquilo que é um em três deve estar sujeito no fim, a morte" (Dos Erros e da Verdade). "O três não é só o número da essência e da lei que dirige todos os elementos, mas também, as suas incorporações" (Dos Erros e da Verdade). "Ele é, finalmente, um número mercurial terrestre que representa a parte sólida dos corpos, em correspondência simbólica com a alma (sêxtuplo) dos animais, do qual é o primeiro produto e o de todos os princípios intermediários de todas as classes" (Obras Póstumas).
"O Número Quatro é aquele sem o qual nada poderia ser revelado, pois é o número universal da perfeição" (Dos Erros e da Verdade). "O Ser Supremo, apesar de estar ligado a todos os números, se manifesta particularmente pelo número do quadrado, que é ao mesmo tempo, o número do homem" (Dos Erros e da Verdade). "Pela presença da realidade divina neste numeral, ele age diretamente também, em todos os seres setenários e remete à notável ordem que ocupavam em sua origem" (Obras Póstumas).
Independentemente das provas numéricas que encontramos nas adições teosóficas de 3 e de 4, para nos assegurar que 4 é o número central e 3 um número de circunferência, as leis geométricas nos fornecem provas muito convincentes, para que sejamos capazes de distinguir nossa origem, da origem da matéria e mostrar nossa superioridade sobre toda a natureza física, nossas relações diretas com nosso princípio e a imortalidade de nosso ser, que obteve a vida na própria imortalidade.
Todas estas verdades encontram-se escritas no circuito dividido naturalmente em seis partes. O círculo natural formou-se diferentemente do círculo artificial dos geometras. O centro atraiu o triângulo superior e o triângulo inferior símbolos estes utilizados no pantáculo Martinista Universal. É então que o homem quaternário aparece.
Séria
de todo impossível encontrar esse quaternário no círculo
sem empregar linhas perdidas e supérfluas se nos limitássemos
no método dos geometras. A natureza nada
perde; ela coordena todas as partes de suas obras umas pelas outras. Também
no círculo regularmente traçado por ela vê-se os dois
triângulos acima citados que , ao se unirem, determinam a emancipação
do homem no universo e seu lugar em relação ao centro divino;
vê-se que a matéria não recebe a vida senão pelos
reflexos emanados da oposição que o verdadeiro experimenta
em relação ao falso, a luz em relação às
trevas, e que a vida desta matéria depende sempre de duas ações;
vê-se que o quaternário do homem, engloba as seis regiões
do universo e que essas regiões estando ligadas duas a duas, a potência
do homem exerce um triplo quaternário na morada de sua glória.
Para fins didáticos podemos tentar ser um pouco menos teosofico e mais pratico, para tanto é fundamental consultarmos o saber de Papus quanto ao assunto. Para o Dr Encause o quadrado ou quaternário é representado pela união de forcas opostas, isto e por linhas opostas na sua direção duas a duas
2 forcas ativas
2 forcas passivas
unindo os traços temos
Quando se deseja exprimir um resultado de 4, devemos cruzar as linhas ativas e passivas, de maneira a determinar um ponto central de convergência.
Portanto de forma geral o quadrado expressa a oposição das forcas ativas e passivas para construir um equilíbrio, por isto e particularmente a imagem da forma e em alguns casos uma representação da terra.
Para avançarmos em nosso estudo iremos procurar uma representação no domínio das formas, na própria natureza, onde o positivo será representado por um pleno e o negativo pelo seu contrario, isto e por um vazio.
Por conseguinte, um pleno e um vazio, eis os elementos graças aos quais expressamos as primeiras qualidades da forca universal.
Mas essa forca e ainda dotada de um perpetuo movimento, a tal ponto que e por este nome que Louis Lucas a designou. A idéia de movimento cíclico corresponde em geometria qualitativa ao circulo e o numero 10.
E o numero 10 e o valor do criador, ou seja do inicio e do fim.
Finalmente unindo o quadrado ( a união das forcas ativas e passivas) com o circulo (símbolo do inicio sem fim, e do criador) temos o equilíbrio entre as forcas delineadas pela representação do infinito.
Quando percorremos o circulo formatando dentro dele um quadrado estamos equilibrando nossas forcas em uma harmonia perfeita ou ainda gerando uma forca equilibrante na harmonia do criador.
Podemos concluir então que a chamada quadradura do circulo é uma representação do Criador e ainda a perfeição do Grande Arquiteto do Universo.