O
CAIBALION
Estudo da Filosofia Hermética do Antigo Egito e da Grécia
INTRODUÇÃO.
Temos grande prazer em apresentar aos estudantes e investigadores da Doutrina
Secreta
esta pequena obra baseada nos Preceitos herméticos do mundo antigo.
Existem poucos
escritos sobre este assunto apesar das inúmeras referências
feitas pelos ocultistas aos
Preceitos que expomos, de modo que por isso esperamos que os investigadores
dos
Arcanos da Verdade saberão dar bom acolhimento ao livro que agora
aparece.
O fim desta obra não é a enunciação de uma filosofia
ou doutrina especial, mas sim
fornecer aos estudantes uma exposição da Verdade que servirá
para reconciliar os
fragmentos do conhecimento oculto que adquiriram, mas que são aparentemente
opostos uns aos outros e que só servem para desanimar é desgostar
o principiante neste
estudo. O nosso intento não é construir um novo Templo de
Conhecimento, mas sim
colocar nas mãos do estudante uma Chave?Mestra com que possa abrir
todas as portas
internas que conduzem ao Templo do Mistério cujos portais já
entrou.
Nenhum fragmento dos conhecimentos ocultos possuídos pelo mundo foi
tão
zelosamente guardado como os fragmentos dos Preceitos herméticos
que chegaram ?
até nós através dos séculos passados desde o
tempo do seu grande estabelecedor,
Hermes Trismegisto, o mensageiro dos deuses, que viveu no antigo Egito quando
a
atual raça humana estava em sua infância. Contemporâneo
de Abraão e se for
verdadeira a lenda, instrutor deste venerável sábio, Hermes
foi e é o Grande Sol Central
do Ocultismo, cujos raios têm iluminado todos os ensinamentos que
foram publicados
desde o seu tempo. Todos os preceitos fundamentais e básicos introduzidos
nos ensinos
esotéricos de cada raça foram formulados por Hermes. Mesmo
os mais antigos preceitos
da índia tiveram indubítavelmente a sua fonte nos Preceitos
herméticos originais.
Da terra do Ganges muitos mestres avançados se dirigiram para o país
do Egito para se
prostrarem aos pés do Mestre. Dele obtiveram a Chave?Mestra que explicava
e
reconciliava os seus diferentes pontos de vista, e assim a Doutrina Secreta
ficou
firmemente estabelecida. De outros países também vieram muitos
sábios, que
consideravam Hermes como o Mestre dos Mestres; e a sua influência
foi tão grande
que, apesar dos numerosos desvios de caminho de centenas de instrutores
desses
diferentes países, ainda se pode facilmente encontrar uma certa semelhança
e
correspondência nas muitas e divergentes teorias admitidas e combatidas
pelos
ocultistas de diferentes países atuais. Os estudantes de Religiões
comparadas
compreenderão facilmente a influência dos Preceitos herméticos
em qualquer religião
merecedora deste nome, quer seja uma religião apenas conhecida atualmente,
quer seja
uma religião morta, ou uma religião cheia de vida no nosso
próprio tempo. Existe
sempre uma correspondência entre elas, apesar das aparências
contraditórias, e os
Preceitos herméticos são como que o seu grande Conciliador.
A obra de Hermes parece ter sido feita com o fim de plantar a grande Verdade?Semente
que se desenvolveu e germinou em tantas formas estranhas, mais depressa
do que se
teria estabelecido uma escola de filosofia que dominasse o pensamento do
mundo.
Todavia as verdades originais ensinadas por ele foram conservadas intatas
na sua pureza
original, por um pequeno número de homens, que, recusando grande
parte de estudantes
e discípulos pouco desenvolvidos, seguiram o costume hermético
e reservaram as suas
verdades para os poucos que estavam preparados para compreendê?las
e dirigi?Ias. Dos
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O CAIBALION
lábios aos Ouvidos a verdade tem sido transmitida entre esses poucos.
Sempre
existiram, em cada geração e em vários países
da terra, alguns Iniciados que
conservaram viva a sagrada chama dos Preceitos herméticos, e sempre
empregaram as
suas lâmpadas para reacender as lâmpadas menores do mundo profano,
quando a luz da
verdade começava a escurecer e a apagar?se por causa da sua negligência,
e os seus
pavios ficavam embaraçados com substâncias estranhas. Existiu
sempre um punhado de
homens Para cuidar do altar da Verdade, em que mantiveram sempre acesa a
Lâmpada
Perpétua da Sabedoria. Estes homens dedicaram a sua vida a esse trabalho
de amor que
o poeta muito bem descreveu nestas linhas:
"Oh! não deixeis apagar a chama! Mantida De século em
século Nesta escura
caverna,Neste templo sagrado!Sustentada por puros ministros do amor! Não
deixeis
apagar esta divina chama!"
Estes homens nunca procuraram a aprovação popular, nem grande
número de
prosélitos. São indiferentes a estas coisas, porque sabem
quão poucos de cada geração
estão preparados para a verdade, ou podem reconhecê?la se ela
Ihes for apresentada.
Reservam a carne para os homens feitos, enquanto outros dão o leite
às crianças.
Reservam suas pérolas de sabedoria para os poucos que conhecem o
seu valor e sabem
trazê?las nas suas coroas, em vez de as lançar ao porco vulgar,
que enterrá?las?ia na
lama e as Misturaria com o seu desagradável alimento mental. Mas
esses poucos não
esqueceram nem desprezaram os preceitos originais de Hermes, que tratam
da
transmissão das palavras da verdade aos que estão preparados
para recebê?la, a respeito
dos quais diz o Caibalion:"Em qualquer lugar que se achem os vestígios
do Mestre, os
ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber o seu Ensinamento
se abrirão,
completamente. " E ainda: "Quando os ouvidos do discípulo
estão preparados para
ouvir, então vêm os lábios para enchê?los com
sabedoria. " Mas a sua atitude habitual
sempre esteve estritamente de acordo com outro aforismo hermético
também do
Caibalion: "Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto
aos ouvidos do
Entendimento."
Os que não podem compreender são os que criticaram esta atitude
dos Hermetistas e
clamaram que eles não manifestavam o verdadeiro espírito dos
seus ensinamentos nas
astuciosas reservas e reticências que faziam. Porém um rápido
olhar retrospectivo nas
páginas da história mostrará a sabedoria dos Mestres,
que conheciam que era uma
loucura pretender ensinar ao mundo o que ele não desejava saber,
nem estava preparado
para isso. Os Hermetistas nunca quiseram ser mártires; antes pelo
contrário, ficaram
silenciosamente retirados com um sorriso de piedade nos seus fechados lábios
enquanto
os bárbaros se enfureciam contra eles nos seus costumeiros divertimentos
de levar à
morte e à tortura os honestos mas desencaminhados entusiastas, que
julgavam ser
possível obrigar uma raça de bárbaros a admitir a verdade,
que só pode ser
compreendida pelo eleito já bastante avançado no Caminho.
E o espírito de perseguição ainda não desapareceu
da terra.
Há certos preceitos herméticos que, se fossem divulgados,
atrairiam contra os
divulgadores uma gritaria de desprezo e de ódio por parte da multidão,
que tornaria a
gritar: "Crucificai?os! Crucificai?os!
Nesta obra nós nos esforçamos por vos oferecer uma idéia
dos preceitos fundamentais
do Caibalion, procurando dar os Princípios acionantes e vos deixando
o trabalho de os
estudar, em vez de tratarmos detalhadamente dos seus ensinamentos. Se fordes
verdadeiros estudantes podereis compreender e aplicar estes Princípios;
se o não fordes
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O CAIBALION
deveis vos desenvolver, porque de outra maneira os Preceitos herméticos
serão para vós
somente palavras, palavras, palavras!!! ...
Os TRÊS INICIADOS
A FILOSOFIA HERMÉTICA
"Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos
do Entendimento." ? O
CAIBALION ?
Do velho Egito saíram os preceitos fundamentais esotéricos
e ocultos que tão
fortemente têm influenciado as filosofias de todas as raças,
nações e povos, por vários
milhares de anos. O Egito, a terra das Pirâmides e da Esfinge, foi
a pátria da Sabedoria
secreta e dos Ensinamentos místicos. Todas as nações
receberam dele a Doutrina
secreta. A índia, a Pérsia, a,Caldéia, a Média,
a China, o Japão, a Assíria, a antiga
Grécia e Roma e outros países antigos aproveitaram lautamente
dos fatos do
conhecimento, que os hierofantes e Mestres da Terra de Isis tão francamente
ministravam aos que estavam preparados para participar da grande abundância
de
preceitos místicos e ocultos, que as mentes superiores deste antigo
país tinham
continuamente condensado.
No antigo Egito viveram os grandes Adeptos e Mestres que nunca mais foram
avantajados, e raras vezes foram igualados, nos séculos que se passaram
desde o tempo
do grande Hermes. No Egito estava estabelecida a maior das Lojas dos Místicos.
Pelas
portas dos seus Templos entraram os Neófitos que mais tarde, como
Híerofantes,
Adeptos e Mestres, se espalharam por todas as partes da terra, levando consigo
o
precioso conhecimento que possuíam, ansiosos e desejosos de ensiná?lo
àqueles que
estivessem preparados para recebê?lo. Todos os estudantes do Oculto
conhecem a
dívida que têm para com os veneráveis Mestres deste
antigo país.
Mas entre estes Grandes Mestres do antigo Egito, existiu um que eles proclamavam
como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente
um homem,
viveu no Egito na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome
de Hermes
Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia,
o descobridor da
Alquimia. Os detalhes da sua vida se perderam devido ao imenso espaço
de tempo, que
é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem
entre si a honra de
ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egito, na
sua última encarnação neste
planeta, não é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros
tempos das mais remotas
dinastias do Egito, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades
consideram?no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições
judaicas dizem
claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico
do próprio
Hermes.
Depois de ter passado muitos anos da sua partida deste plano de existência
(a tradição
afirma que viveu trezentos anos) os egípcios deificaram Hermes e
fizeram dele um dos
seus deuses sob o nome de Thoth. Anos depois os povos da Antiga Grécia
também o
deificaram com o nome de "Hermes, o Deus da Sabedoria". Os egípcios
reverenciaram
por muitos séculos a sua memória, denominando?o o mensageiro
dos Deuses, e
ajuntando?lhe como distintivo o seu antigo título "Trismegisto",
que significa o três
vezes grande, o grande entre os grandes.
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O CAIBALION
Em todos os países antigos, o nome de Hermes Trismegisto foi reverenciado,
sendo esse
nome considerado como sinônimo de "Fonte de Sabedoria".
Ainda em nossos dias empregamos o termo hermético no sentido de secreto,
fechado de
tal maneira que nada escapa, etc., pela razão que os discípulos
de Hermes sempre
observaram o princípio do segredo nos seus preceitos. Eles ignoravam
aquele não lançar
as pérolas aos porcos, mas conservavam o preceito de dar leite às
crianças, e carne aos
homens feitos, máximas que são familiares a todos os leitores
das Escrituras Cristãs,
mas que já eram usadas pelos egípcios, muitos séculos
antes da era cristã. Os Preceitos
herméticos estão espalhados em tocos os países e em
todas as religiões, mas não
pertencem a nenhuma seita religiosa particular. Isto acontece por causa
das advertências
feitas pelos antigos instrutores com o fim de evitar que a Doutrina Secreta
fosse
cristalizada em um credo. A sabedoria desta precaução é
clara para todos os estudantes
de história. O antigo ocultismo da índia e da Pérsia
degenerou?se e perdeu?se
completamente, porque os seus instrutores tornaram?se padres, e misturaram
a teologia
com a filosofia, vindo a ser, por conseqüência, o ocultismo da
índia e da Pérsia,
gradualmente perdido no meio das massas de religiões, superstições,
cultos, credos e
deuses. O mesmo aconteceu com a antiga Grécia e Roma e também
com os Preceitos
herméticos dos Gnósticos e Cristãos primitivos, que
se perderam no tempo de
Constantino, e que sufocaram a filosofia com o manto da teologia, fazendo
assim a
Igreja perder aquilo que era a sua verdadeira essência e espírito,
e andar às cegas
durante vários séculos, antes de tomar o seu verdadeiro caminho;
porque todos os bons
observadores deste vigésimo século dizem que a Igreja está
lutando para voltar aos seus
antigos ensinamentos místicos.
Apesar de tudo isso sempre existiram algumas almas fiéis que mantiveram
viva a
Chama, alimentando?a cuidadosamente e não deixando a sua luz se extinguir.
E graças
a estes firmes corações e intrépidas mentes, temos
ainda conosco a verdade. Mas a
maior parte desta não se acha nos livros. Tem sido transmitida de
Mestre a Discípulo,
de Iniciado a Hierofante, dos lábios aos ouvidos. Ainda que esteja
escrita em toda parte,
foi propositalmente velada com termos de alquimia e astrologia, de modo
que só os que
possuem a chave podem?na ler bem. Isto era necessário para evitar
as perseguições dos
teólogos da Idade Média que combatiam a Doutrina Secreta a
ferro, fogo, pelourinho,
forca e cruz.
Ainda atualmente só encontramos alguns valiosos livros de Filosofia
hermética, apesar
das numerosas referências feitas a ela nos vários livros escritos
sobre diversas fases do
Ocultismo. Contudo, a Filosofia hermética é a única
Chave?Mestra que pode abrir
todas as portas dos Ensinamentos Ocultos!
Nos primeiros tempos existiu uma compilação de certas Doutrinas
básicas do
Hermetismo, transmitida de mestre a discípulo, a qual era conhecida
sob o nome de
"Caibalion", cuja significação exata se perdeu durante
vários séculos. Este ensinamento
é, contudo, conhecido por vários homens a quem foi transmitido
dos lábios aos ouvidos,
desde muitos séculos.
Estes preceitos nunca foram escritos ou impressos até chegarem ao
nosso
conhecimento. Eram simplesmente uma coleção de máximas,
preceitos e axiomas, não
inteligíveis aos profanos, mas que eram prontamente entendidos pelos
estudantes; e
além disso, eram depois explicados e ampliados pelos Iniciados hermetistas
aos seus
Neófitos. Estes preceitos constituíam realmente os princípios
básicos da Arte da
Alquimia Hermética que, contrariamente ao que geralmente se crê,
baseia?se no
domínio das Forças Mentais, em vez de no domínio dos
Elementos materiais; na
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O CAIBALION
Transmutação das Vibrações mentais em outras,
em vez de na mudança de uma espécie
de metal em outra. As lendas da Pedra Filosofal, que transformava qualquer
metal em
ouro, eram alegorias da Filosofia hermética perfeitamente entendidas
por todos os
estudantes do verdadeiro Hermetismo.
Neste livro, cuja primeira lição é esta, convidamos
os estudantes a examinar os
Preceitos herméticos tal como são expostos no Caibalion e
explicados por nós, humildes
estudantes desses Preceitos' que, apesar de termos o título de Iniciados,
somos simples
estudantes aos pés de Hermes, o Mestre. Nós lhes oferecemos
muitos axiomas, máximas
e preceitos do Caibalion, acompanhados de explicações e comentários,
que cremos
servir para tornar os seus preceitos mais compreensíveis ao estudante
moderno,
principalmente porque o texto original é velado de propósito
com termos obscuros.
As máximas, os axiomas e preceitos originais do Caíbalíon
são impressos em tipo
diferente do tipo geral da nossa obra. Esperamos que os estudantes a quem
oferecemos
esta obra, como possam tirar muito proveito do estudo das suas páginas
como tiraram
outros que passaram antes pelo Caminho do Adeptado, nos séculos decorridos
desde o
tempo de Hermes Trismegisto, o Mestre dos Mestres, o Três Vezes Grande.
Diz o Caibalion:
"Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos
daquele que estiver
preparado para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente".
"Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para
ouvir, então vêm os lábios para
os encher com Sabedoria."
De modo que, de acordo com o indicado, só dará atenção
a este livro aquele que tiver
uma preparação especial para receber os Preceitos que ele
transmite. E, reciprocamente,
quando o estudante estiver preparado para receber a verdade, também
este livro lhe
aparecerá. Esta é a Lei. O Princípio hermético
de Causa e Efeito, no seu aspecto de Lei
de Atração, levará os ouvidos para junto dos lábios
e o livro para junto do discípulo.
Assim são os átomos!
CAPÍTULO ll
OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS
"Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece
perfeitamente, possui a
Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas
completamente." ? O CAIBALION?
Os Sete Princípios em que se baseia toda a Filosofia hermética
são os seguintes:
I. O Princípio de Mentalismo.
II. O Princípio de Correspondência.
III. O Princípio de Vibração.
IV. O Princípio de Polaridade.
V. O Princípio de Ritmo.
VI. O Princípio de Causa e Eleito.
VII . O Princípio de Gênero.
Estes Sete Princípios podem ser explicados e explanados, como vamos
fazer nesta lição.
Uma pequena explanação de cada um deles pode ser feita agora,
e é o que vamos fazer.
I. O Principio de Mentalismo
"O TODO é MENTE; o Universo é Mental." ? O CAIBALION
?
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O CAIBALION
Este Princípio contém a verdade que Tudo é Mente. Explica
que O TODO (que,é a
Realidade substancial que se oculta em todas as manifestações
e aparências que
conhecemos sob o nome de Universo Material, Fenômenos da Vida, Matéria,
Energia,
numa palavra, sob tudo o que tem aparência aos nossos sentidos materiais)
é
ESPÍRITO, é INCOGNOSCíVEL e INDÈFINFVEL em si
mesmo, mas pode ser
considerado como uma MENTE VIVENTE INFINITA e UNIVERSAL. Ensina
também que todo o mundo fenomenal ou universo é simplesmente
uma Criação Mental
do TODO, sujeita às Leis das Coisas criadas, e que o universo, como
um todo, em suas
partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente
vivemos,
movemos e temos a nossa existência. Este Princípio, estabelecendo
a Natureza Mental
do Universo, explica todos os fenômenos mentais e psíquicos
que ocupam grande parte
da atenção pública, e que, sem tal explicação,
seriam ininteligíveis e desafiariam o
exame científico.
A compreensão deste Princípio hermético do Mentalismo
habilita o indivíduo a abarcar
prontamente as leis do Universo Mental e a aplicar o mesmo Princípio
para a sua
felicidade e adiantamento. O estudante hermetista ainda não sabe
aplicar
inteligentemente a grande Lei Mental, apesar de empregá?la de maneira
casual.
Com a Chave?Mestra em seu poder, o estudante poderá abrir as diversas
portas do
templo psíquico e mental do conhecimento e entrar por elas livre
e inteligentemente.
Este Princípio explica a verdadeira natureza da Força, da
Energia e da Matéria, como e
por que todas elas são subordinadas ao Domínio da Mente. Um
velho Mestre hermético
escreveu, há muito tempo: "Aquele que compreende a verdade da
Natureza Mental do
Universo está bem avançado no Caminho do Domínio."
E estas palavras são tão
verdadeiras hoje, como no tempo em que foram escritas. Sem esta Chave?Mestra,
o
Domínio é impossível, e o estudante baterá em
vão nas diversas portas do Templo.
II. O Principio de Correspondência
"O que está em cima é como o que está embaixo,
e o que está embaixo é como o que
está em cima." ? O CAIBALION ?
Este Princípio contém a verdade que existe uma correspondência
entre as leis e os
fenômenos dos diversos planos da Existência e da Vida. O velho
axioma hermético diz
estas palavras: "O que está em cima é como o que está
embaixo, e o que está embaixo é
como o que está em cima.' A compreensão deste Princípio
dá ao homem os meios de
explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da Natureza. Existem planos
fora dos
nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio de Correspondência
chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível
compreender. Este Princípio é de aplicação e
manifestação universal nos diversos
planos do universo material, mental e espiritual: é uma Lei Universal.
Os antigos Hermetistas consideravam este Princípio como um dos mais
importantes
instrumentos mentais, por meio dos quais o homem pode ver além dos
obstáculos que
encobrem à vista o Desconhecido. O seu uso constante rasgava aos
poucos o véu de Isis
e um vislumbre da face da deusa podia ser percebido. Justamente do mesmo
modo que
o conhecimento dos Princípios da Geometria habilita o homem, enquanto
estiver no seu
observatório, a medir sóis longínquos, assim também
o conhecimento do Princípio de
Correspondência habilita o Homem a raciocinar inteligentemente,do
Conhecido ao
Desconhecido. Estudando a mônada, ele chega a compreender o arcanjo.
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O CAIBALION
III. O Princípio de Vibração
"Nada está parado; tudo se move;tudo vibra." ? O CAIBALION
?
Este Princípio encerra a verdade que tudo está em moviirento:
tudo vibra; nada está
parado; fato que a Ciência moderna observa, e que cada nova descoberta
científica
tende a confirmar. E contudo este Princípio hermético foi
enunciado há milhares de
anos pelos Mestres do antigo Egito.
Este Princípio explica que as diferenças entre as diversas
manifestações de Matéria,
Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de
Vibração. Desde O TODO,
que é Puro Espírito, até a forma mais grosseira da
Matéria, tudo está em vibração;
quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será
a posição na escala. A
vibração do Espírito é de uma intensidade e
rapidez tão infinitas que praticamente ele
está parado, como uma roda que se move muito rapidamente parece estar
parada.
Na extremidade inferior da escala estão as grosseiras formas da matéria,
cujas vibrações
são tão vagarosas que parecem estar paradas. Entre estes pólos
existem milhões e
milhões de graus diferentes de vibração. Desde o corpúsculo
e o elétron, desde o átomo
e a molécula, até os mundos e universos, tudo está
em movimento vibratório. Isto é
verdade nos planos da energia e da força (que também variam
em graus de vibração);
nos planos mentais (cujos estados dependem das vibrações),
e também nos planos
espirituais.
O conhecimento deste Princípio,' com as fórmulas apropriadas,
permite ao estudante
hermetista conhecer as suas vibrações mentais, assim como
também a dos outros. Só os
Mestres podem aplicar este Princípio para a conquista dos Fenômenos
Naturais, por
diversos meios. "Aquele que compreende o Princípio de vibração
alcançou o cetro do
poder", diz um escritor antigo.
IV. O Principio de Polaridade
"Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto;o
igual e o desigual são a mesma
coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes
em grau; os extremos se
tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem
ser
reconciliados." ? O CAIBALION ?
Este Princípio encerra a verdade: tudo é Duplo; tudo tem dois
pólos; tudo tem o seu
oposto, que formava um velho axioma hermético. Ele explica os velhos
paradoxos, que
deixaram muitos homens perplexos, e que foram estabelecidos assim: A Tese
e a
Antítese são idênticas em natureza, mas diferentes em
grau; os opostos são a mesma
coisa, diferindo somente em grau; os pares de opostos podem ser reconciliados;
os
extremos se tocam; tudo existe e não existe ao mesmo tempo; todas
as verdades são
meias?verdades; toda verdade é meio?falsa; há dois lados em
tudo, etc., etc.
Ele explica que em tudo há dois pólos ou aspectos opostos,
e que os opostos são
simplesmente os dois extremos da mesma coisa, consistindo a diferença
em variação de
graus. Por exemplo: o Calor e o Frio, ainda que sejam; opostos, são
a mesma coisa, e a
diferença que há entre eles consiste simplesmente na variação
de graus dessa mesma
coisa.
Olhai para o vosso termômetro e vede se podereis descobrir onde termina
o calar e
começa o frio! Não há coisa de calor absoluto ou de
frio absoluto; os dois termos calor
e frio indicam somente a variação de grau da mesma coisa,
e que essa mesma coisa que
se manifesta como calor e frio nada mais é que uma forma, variedade
e ordem de
Vibração.
7
O CAIBALION
Assim o calor e o frio são unicamente os dois pólos daquilo
que chamamos Calor; e os
fenômenos que daí decorrem são manifestações
do Princípio de Polaridade. O mesmo
Princípio se manifesta no caso da Luz e da Obscuridade, que são
a mesma coisa,
consistindo a diferença simplesmente nas variações
de graus entre os dois pólos do
fenômeno Onde cessa a obscuridade e começa a luz? Qual é
a diferença entre o grande
e o pequeno? Entre o forte e o fraco? Entre o branco e o preto? Entre o
perspicaz e o
néscio? Entre o alto e o baixo? Entre o positivo e o negativo.
O Princípio de Polaridade explica estes paradoxos e nenhum outro
Princípio pode
excedê?lo. O mesmo Princípio opera no Plano mental. Permítiu?nos
tomar um
exemplo extremo: o do Amor e o ódio, dois estados mentais em aparência
totalmente
diferentes. E, apesar disso, existem graus de ódio e graus de Amor,
e um ponto médio
em que usamos dos termos Igual ou Desigual, que se encobrem mutuamente de
modo
tão gradual que às vezes temos dificuldades em conhecer o
que nos é igual, desigual ou
nem um nem outro. E todos são simplesmente graus da mesma coisa,
como
compreendereis se meditardes um momento. E mais do que isto (coisa que os
Hermetistas consideram de máxima importância), é possível
mudar as vibrações de ódio
em vibrações de Amor, na própria mente de cada um de
nós e nas mentes dos outros.
Muitos de vós, que ledes estas linhas, tiveram experiências
pessoais da transformação
do Amor em ódio ou do inverso, quer isso se desse com eles mesmos,
quer com outros.
Podeis pois tornar possível a sua realização, exercitando
o uso da vossa Vontade por
meio das fórmulas herméticas. Deus e o Diabo, são,
pois, os pólos da mesma coisa, e o
Hermetista entende a arte de transmutar o Diabo em Deus, por meio da aplicação
do
Princípio de Polaridade. Em resumo, a Arte de Polaridade fica sendo
uma fase da
Alquimia Mental, conhecida e praticada pelos antigos e modernos Mestres
hermetistas.
O conhecimento do Princípio habilitará o discípulo
a mudar a sua própria Polaridade,
assim como a dos outros, se ele consagrar o tempo e o estudo necessário
para obter o
domínio da arte.
V. O Principio de Ritmo
"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo ,em suas marés; tudo sobe e
desce; tudo se manifesta
por oscilações compensadas; a medida do movimento à
direita é a medida do
movimento à esquerda; o ritmo é a compensação."
? O CAIBALION ?
Este Princípio contém a verdade que em tudo se manifesta um
movimento para diante e
para trás, um fluxo e refluxo, um movimento de atração
e repulsão, um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma maré enchente e uma maré
vazante, uma maré ?alta e
uma maré baixa, entre os dois pólos, que existem, conforme
o Princípio de Polaridade
de que tratamos há pouco. Existe sempre uma ação e
uma reação, uma marcha e uma
retirada, uma subida e uma descida. Isto acontece nas coisas do Universo,
nos sóis, nos
mundos, nos homens, nos animais, na mente, na energia e na matéria.
Esta lei é manifesta na criação e destruição
dos mundos, na elevação e na queda das
nações, na vida de todas as coisas, e finalmente nos estados
mentais do I?Iomem (e é
com estes últimos que os Hermetistas reconhecem a compreensão
do Princípio mais
importante). Os Hermetistas compreenderam este Princípio, reconhecendo
a sua
aplicação universal, e descobriram também certos meios
de dominar os seus efeitos no
próprio ente com o emprego de fórmulas e métodos apropriados.
Eles aplicam a Lei
mental de Neutralização. Eles não podem anular o Princípio
ou impedir as suas
operações, mas aprenderam como se escapa dos seus efeitos
na própria pessoa, até um
certo grau que depende do Domínio deste Princípio. Aprenderam
como empregá?lo, em
vez de serem empregados por ele.
8
O CAIBALION
Neste e noutros métodos consiste a Arte dos Hermetistas. O Mestre
dos Hermetistas
polarizasse até o ponto em que desejar, e então neutraliza
a Oscilação Rítmica pendular
que tenderia a arrastá?lo ao outro pólo.
Todos os indivíduos que atingiram qualquer grau de Domínio
próprio executam isto até
um certo grau, mais ou menos inconscientemente, mas o Mestre o faz conscientemente
e com o uso da sua Vontade, atingindo um grau de Equilíbrio e Firmeza
mental quase
impossível de ser acreditado pelas massas populares que vão
para diante e para trás
como um pêndulo. Este Princípio e o da Polaridade foram estudados
secretamente pelos
Hermetistas, e os métodos de impedi?los, neutralizá?los e
empregá?los formam uma
parte importante da Alquimia Mental do Hermetismo.
VI. O Principio de Causa e Efeito
"Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece
de acordo com
a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida;
há muitos
planos de causalidade, porém nada escapa à Lei." ? O
CAIBALION ?
Este princípio contém a verdade que há uma Causa para
todo o Efeito e um Efeito para
toda a Causa. Explica que: Tudo acontece de acordo com a Lei, nada acontece
sem
razão, não há coisa que seja casual; que, no entanto,
existem vários planos de Causa e
Efeito, os planos superiores dominando os planos inferiores, nada podendo
escapar
completamente da Lei.
Os Hermetistas conhecem a arte e os métodos de elevar?se do plano
ordinário de Causa
e Efeito, a um certo grau, e por meio da elevação mental a
um plano superior tomam?se
Causadores em vez de Efeitos.
As massas do povo são levadas para a frente; os desejos e as vontades
dos outros são
mais fortes que as vontades delas; a hereditariedade, a sugestão
e outras causas
exteriores movem?nas como se fossem peões no tabuleiro de xadrez
da Vida. Mas os
Mestres, elevando?se ao plano superior, dominam o seu gênio. cara
'ter, suas
qualidades, poderes, tão bem como os que o cercam e tornam?se Motores
em vez de
peões. Eles ajudam a jogar a criação, quer física,
quer mental ou espiritual, é possível
sem partida da vida, em vez de serem jogados e movidos por outras vontades
e
influências. Empregam o Princípio em lugar de serem seus instrumentos.
Os Mestres
obedecem à Causalidade do plano superior, mas ajudam a governar o
nosso plano.
Neste preceito está condensado um tesouro do Conhecimento hermético:
aprenda?o
quem quiser.
VII. O Principio de Gênero
"O Genero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino
e o seu princípio feminino;
o gênero se manifesta em todos os planos." ? O CAIBALION ?
Este princípio encerra a verdade que o gênero é manifestado
em tudo; que
o princípio masculino e o princípio feminino sempre estão
em ação. Isto é certo não só
no Plano físico, mas também nos Planos mental e espiritual.
No Plano físico este
Princípio se manifesta como sexo, nos planos superiores toma formas
superiores, mas é
sempre o mesmo Princípio.
Nenhuma criação, quer física, quer mental ou espiritual,
é possível sern este Princípio,
A compreensão das suas leis poderá esclarecer muitos assuntos
que deixaram perplexas
as mentes dos homens.
O Princípio de Gênero opera sempre na direção
da geração, regeneração e
criação'.Todas as coisas e todas as pessoas contêm em
si os dois Elementos deste
grande Princípio.
9
O CAIBALION
Todas as coisas machos têm também o Elemento feminino; todas
as coisas fêmeas têm
o Elemento masculino. Se compreenderdes a filosofia da Criação,
Geração e
Regeneração mentais, podereis estudar e compreender este Princípio
hermético. Ele
contém a solução de muitos mistérios da Vida.
Nós vos advertimos que este Princípio
não tem relação alguma com as teorias e práticas
luxuriosas, perniciosas e degradantes,
que têm títulos empolgantes e fantásticos, e que nada
mais são do que a prostituição do
grande princípio natural de Gênero. Tais teorias, baseadas
nas antigas formas
infamantes do Falicismo, tendem a arruinar a mente, o corpo e a alma; e
a Filosofia
hermética sempre publicou notas severas contra estes preceitos que
tendem à luxúria,
depravação e perversão dos princípios do Natureza.
Se desejais tais ensinamentos podeis procurá?los noutra parte: o
Hermetismo nada
contém nestas linhas que sirva para vás. Para aquele que é
puro, todas as coisas são
puras; para os vis, todas as coisas são vis e baixas.
CAPÍTULO III
A TRANSMUTAÇÃO MENTAL
"A Mente (tão bem como os metais e os elementos) pode ser transmutada
de estado em
estado, de grau em grau, de condição em condição,
de pólo em pólo, de vibração em
vibração. A verdadeira transmutação hermética
é uma Arte Mental." ? O CAIBALION
?
Como dissemos, os Hermetistas eram os antigos alquimistas, astrólogos
e psicologistas,
tendo sido Hermes o fundador destas escolas de pensamento. Da astrologia
nasceu a
moderna astronomia; da alquimia nasceu a moderna química; da psicologia
mística
nasceu a moderna psicologia das escolas. Mas não se pode supor que
os antigos
ignoravam aquilo que as escolas modernas pretendem ser sua propriedade exclusiva
e
especial. As memórias gravadas nas pedras do Antigo Egito mostram
claramente que os
antigos tinham um grande conhecimento de astronomia, a verdadeira construção
das
Pirâmides representando a relação entre o seu desenho
e o estudo da ciência
astronômica. Não ignoravam a Química, porque os fragmentos
dos antigos escritos
mostram que eles conheciam as propriedades químicas das coisas; com
efeito, as antigas
teorias relativas à física vão sendo vagarosamente
verificadas pelas últimas descobertas
da ciência moderna, principalmente as que se referem à constituição
da matéria.
Não se deve crer que eles ignoravam as chamadas descobertas modernas
em psicologia;
pelo contrário, os egípcios eram especialmente versados na
ciência da Psicologia,
,particularmente nos ramos que as modernas escolas ignoram; que, não
obstante, têm
sido encobertos sob o nome de ciência psíquica, que a confusão
dos psicólogos da
atualidade, fazendo?lhes com repugnância admitir que afinal pode haver
alguma coisa
nela.
A verdade é que, sob a química material, a astronomia e a
psicologia (que é a psicologia
na sua fase de ação do pensamento), os antigos possuíam
um conhecimento da
astronomia transcendente, chamada astrologia; da química transcendente,
chamada
alquimia; da psicologia transcendente chamada psicolo gía mística.
Possuíam o
Conhecimento Interno como o Conhecimento Externo, sendo o último
o único possuído
pelos cientistas modernos. Entre os muitos ramos secretos de conhecimento
possuídos
pelos Hermetistas estava o conhecido sob o nome de Transmutação
Mental, que forma a
exposição material desta lição.
10
O CAIBALION
Transmutação é um termo usualmente empregado para designar
a antiga arte da
transmutação dos metais; particularmente dos metais impuros
em ouro. A palavra
transmutar significa mudar de uma natureza, forma ou substância, em
outra;
transformar (Webster). E da mesma forma, Transmutação Mental
significa a arte de
transformar e de mudar os estados, as formas e as condições
mentais em outras. Assim
podeis ver que a Transmutação Mental é a Arte da Química
Mental ou se quiserdes,
uma forma da Psicologia Mística prática.
Porém estas significações estão muito longe
de serem o que exteriormente parecem.
A Transmutação, Alquimia, ou Química, no Plano Mental
é certamente muito
importante nos seus efeitos, e se a arte cessou agora, assim mesmo não
pode deixar de
ser um dos mais importantes ramos de estudos conhecidos pelos homens. Mas
isto é
simplesmente o princípio. Vejamos a razão!
O primeiro dos Sete Princípios Herméticos é o princípio
de Mentalísmo, o seu axioma é
"O TODO é Mente; o Universo é Mental", que significa
que a Realidade Objetiva do
Universo é Mente; e o mesmo Universo é Mental, isto é,
existente na Mente do TODO.
Estudaremos este princípio nas seguintes lições, mas
deixai?nos examinar o efeito do
princípio se for considerado como verdade.
Se o Universo é Mental na sua natureza, a Transmutação
Mental pode ser considerada
como a arte de MUDAR AS CONDIÇÕES DO UNIVERSO, nas divisões
de Matéria,
Força e Mente. Assim compreendereis que a Transmutação
Mental é realmente a Magia
de que os antigos escritores muito trataram nas suas obras místicas,
e de que dão muito
poucas instruções práticas. Se Tudo é Mental,
então a arte que ensina a transmutar as
condições mentais pode tornar o Mestre diretor das condições
materiais tão bem como
das condições chamadas ordinariamente mentais.
De fato, nenhum alquimista, que não esteja adiantado na Alquimia
mental, pode obter o
grau necessário de poder para dominar as grosseiras condições
físicas e os elementos da
Natureza, a produção ou cessação das tempestades
e dos terremotos assim como de
outros grandes fenômenos físicos. Que tais homens tenham existido
e existam ainda
hoje, é matéria da maior certeza para todos os ocultistas
adiantados de todas as escolas.
Que existem Mestres e que eles têm estes poderes, os melhores instrutores
asseguram?
no aos seus discípulos, tendo experiências que os . justificam
nestas opiniões e
declarações. Estes Mestres não exibem em público
os seus poderes, mas procuram o
afastamento do tumulto dos homens, com o fim de abrir melhor o seu caminho
na
Senda do Conhecimento. Mencionamos aqui a sua existência simplesmente
com o fim
de chamar a vossa atenção para o fato de que o seu Poder é
inteiramente Mental, e de
que eles operam conforme as linhas da mais elevada Transmutação
mental, e em
conformidade com o Princípio hermético de Mentalismo. "O
Universo é Mental" O
CAIBALION.
Porém os discípulos e os Hermetistas de grau inferior aos
Mestres ? os Iniciados e
Instrutores ? podem facilmente operar pelo Plano Mental ao praticar a Transmutação
Mental. Com efeito, tudo o que chamamos fenômenos psíquicos,
influência mental,
ciência mental, fenômenos de novo pensamento, etc., se realiza
conforme a mesma
linha geral, porque nisto está mais um princípio oculto, do
que a matéria cujo nome é
dado,ao fenômeno.
11
O CAIBALION
O discípulo que é praticante da Transmutação
Mental opera no Plano Mental,
transmutando as condições mentais, os estados, etc. em outros,
de acordo com diversas
fórmulas mais ou menos eficazes. Os diversos tratamentos, as afirmações
e negações,
etc., das escolas da ciência mental são antes fórmulas
freqüentemente muito imperfeitas
e não científicas, da Arte hermética. A maioria dos
praticantes modernos são muito
ignorantes em comparação com os antigos mestres, pois eles
carecem do conhecimento
fundamental sobre que é baseada a operação.
Não somente os próprios estados mentais podem ser mudados
ou transmutados pelos
métodos herméticos; mas também os estados mentais dos
outros podem ser, e mesmo
são constantemente transmutados na mesma direção, quase
sempre inconscientemente,
mas às vezes conscientemente, por uma pessoa que conheça as
leis e os princípios, nos
casos em que a pessoa influenciada não esteja informada dos princípios
da proteção
própria. E, ainda mais, como sabem diversos discípulos e praticantes
da moderna
ciência mental, toda condição material que depende das
mentes dos outros pode ser
mudada ou transmutada de acordo com o desejo, a vontade e os tratamentos
reais da
pessoa que deseja mudar as condições da vida. Na atualidade
o Público está informado
geralmente destas coisas, que não julgamos necessário mencioná?las
por extenso;
porque o nosso propósito a este respeito é simplesmente mostrar
a Arte e o Princípio
hermético de Polaridade.
Neste livro procuramos estabelecer os princípios básicos da
Transmutação Mental, para
que todos os que lêem possam compreender os Princípios secundários,
e possuir então a
Chave??Mestra que abrirá as diversas portas do Princípio hermético
de Polaridade.
Vamos fazer agora uma consideração sobre o primeiro dos Sete
Princípios herméticos:
o princípio de Mentalismo, que afirma a verdade que "O TODO
é Mente; o Universo é
Mental", conforme as palavras do Caibalion. Pedimos uma atenção
íntima e um estudo
cuidadoso deste grande Princípio, da parte dos nossos discípulos,
porque ele é
realmente o Princípio Básico de toda a Filosofia hermética
e da Arte hermética de
Transmutação Mental.
CAPÍTULO IV
O TODO
"Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaço e
da Mobilidade,
está sempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental."
? O CAIBALION ?
A Substância é aquilo que se oculta debaixo de todas as manifestações
exteriores, a
essência, a realidade essencial, a coisa em si mesma, etc. Substancial
é aquilo que existe
atualmente, que é elemento essencial, que é real, etc. A Realidade
é o estado real,
verdadeiro, permanente, duradouro, atual de um ente.
Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações
exteriores, sempre houve
uma Realidade substancial. Esta é a Lei.
O homem, considerando o Universo, de que é simplesmente uma partícula,
observa que
tudo se transforma em matéria, em forças e em estados mentais.
Ele conhece que nada
É real, mas que, pelo contrário, tudo é MÓVEL
e CONDICIONAL. Nada está parado;
tudo nasce, cresce e morre; no momento em que uma coisa chega a seu auge,
logo
começa a declinar; a lei do ritmo está em constante ação;
não há realidade, qualidade
duradoura, fixidez ou substancialidade em qualquer coisa que ,seja; nada
é permanente,
12
O CAIBALION
tudo se transforma. O homem que observa as leis do Universo vê que
todas as coisas
evoluem de outras coisas, e resolvem?se em outras; vê uma constante
ação e reação, um
fluxo e refluxo, uma criação e destruição, o
nascimento, crescimento e a morte. Nada é
permanente, tudo se transforma. Se esse homem for um pensador ativo, ele
realizará
todas essas coisas mudáveis, que serão, contudo, aparências
ou manifestações exteriores
da mesma Força Oculta, da mesma realidade substancial.
Todos os pensadores de todos os países e todas as épocas compreenderam
a necessidade
de ser admitida a existência desta Realidade substancial. Todas as
filosofias dignas
deste nome acham?se baseadas nesta opinião. Os homens deram a esta
Realidade
substancial muitas denominações: muitos designaram?na sob
o termo Divindade (sob
diversos títulos); outros chamaram?na a Eterna e Infinita Energia;
outros ainda deram?
lhe simplesmente o nome de Matéria: mas todos reconheceram a sua
existência. Isto é
evidente por si mesmo, não é necessário argumentos.
Nestas lições seguiremos o exemplo de muitos grandes pensadores
antigos e modernos
? os Mestres Hermetistas ? e designaremos esta Força Oculta, esta
Realidade
substancial sob o nome de O TODO, termo que consideramos como o mais
compreensível dos diversos termos empregados pelo Homem para designar
AQUELE
que excede toclos os nomes e toclos os termos.
Aceitamos e ensinamos as idéias dos grandes pensadores herméticos
de todos os
tempos, assim como as destas almas iluminadas, que galgaram elevados Planos
de
existência, e que afirmam a natureza íntima do TODO ser INCOGNOSCÍVEL.
Isto é
assim que ninguém pode compreender pelo próprio TODO por a
natureza e a existência
íntima dele.
Os Hermetistas pensam e ensinam que o TODO, em Si mesmo, é e será
sempre
INCOGNOSCÍVEL. Eles consideram todas as teorias, conjeturas e especulações
dos
teólogos e metafísicos a respeito da natureza íntima
do TODO, como esforços infantis
das mentes finítas para compreender o segredo do Infinito. Tais esforços
sempre
desviaram e desviarão da verdadeira natureza do seu fim. Uma pessoa
que Prossegue
em tais investigações vai, de circuito em circuito no labirinto
do pensamento, prejudicar
o seu são raciocínio, a sua ação e a sua conduta,
até ficar totalmente inutilizada para o
trabalho da vida. É como o esquilo, que furiosamente corre dentro
da redondeza da sua
gaiola, caminhando sempre sem nunca chegar em parte alguma, e parando só
quando se
assusta: é enfim um prisioneiro.
Porém são ainda mais presunçosos os que atribuem ao
TODO a personalidade, as
qualidades e propriedades ? característicos e atributos deles mesmos,
e querem que o
TODO tenha emoções, sensações e outros característicos
humanos que estão abaixo das
pequenas qualidades do gênero humano, tais como a inveja, o desejo
de lisonjas e
louvores, desejo de oferendas e adorações, e todos os outros
atributos que sobrevivem
desde a infância da raça. Tais idéias não são
dignas de pessoas maduras e vão sendo
rapidamente abandonadas.
(Vem a propósito dizer aqui que fazemos distinção entre
a Religião e a Teologia, entre
a Filosofia e a Metafísica.)
A Religião para nós é a realização institucional
da existência do TODO, e sua relação
para com ele; ao passo que a Teologia ?representa o esforço do homem
em atribuir?lhe
personalidade, qualidades e característicos, as teorias a respeito
dos seus negócios,
planos, desejos e vontades, e as apropriações de tudo isso
para o ofício de mediadores
entre O TODO e O povo.
13
O CAIBALION
A Filosofia é, para nós, a investigação de acordo
com o conhecimento das coisas
conhecíeis e concebíveis; ao passo que a Metafísica
é o intento de levar a investigação
às regiões incognoscíveis e inconcebíveis e
além dos seus limites, com a mesma
tendência que a Teologia. Por conseguinte, a Religião e a Filosofia
são para nós coisas
que têm o seu princípio na Realidade, ao passo que a Teologia
e a Metafísica parecem
delgados caniços, enraizados na areia movediça da ignorância,
e nada mais constituem
que o mais incerto apoio para a mente ou a alma do Homem. Não insistiremos
com os
estudantes que aceitam estas definições; só mencionamo?las
para mostrar a posição em
que nos colocamos neste assunto. Seja como for falaremos muito pouco sobre
a
Teologia e a Metafísica.
Mas, conquanto a natureza essencial do TODO seja Incognoscível, existem
certas
verdades conexas com a sua existência que a mente humana foi obrigada
a aceitar. E o
exame destas verdades forma um assunto próprio para investigações,
mormente quando
elas concordam com o testemunho do Iluminado nos planos superiores. Nós
vos
convidamos a fazer estas investigações.
"AQUELE que é a Verdade Fundamental, a Realidade Substancial,
está fora de uma
verdadeira denominação, mas o sábio chama?o O TODO."
? O CAIBALION ?
"Na sua Essência, O TODO é INCOGNOSCIVEL." ? O CAIBALION
?
"Mas os testemunhos da Razão devem ser hospitaleiramente recebidas
e tratados com
respeito." ? O CAIBALION ?
A razão humana, cujos testemunhos devemos aceitar ao raciocinar sobre
alguma coisa,
nos diz o seguinte a respeito do TODO, mas sem pretender levantar o véu
do
Incognoscível:
I. O TODO é Tudo o que É REAL. Nada pode existir fora do TODO,
porque do
contrário o TODO não seria mais o TODO.
II. O TODO É INFINITO, porque não há quem defina, restrinja
e limite O TODO. É
Infinito no Tempo, OU ETERNO; existiu sempre, sem cessar; porque nada há
que o
pudesse criar, e se ele não tivesse existido, não podia existir
agora; existirá
perpetuamente, porque não há quem o destrua, e ele não
pode deixar de existir, porque
aquilo que é alguma coisa não pode ficar sendo nada. É
infinito no ?espaço; está em
toda parte porque não há lugar fora do TODO; é contínuo
no Espaço Sem cessação,
separação ou interrupção, porque nada há
que separe, divida ou interrompa a sua
continuidade, e nada há para encher lacunas. É Infinito ou
Absoluto em Poder; porque
não há nada para limitá?lo, restringi?lo ou acondicioná?lo;
não está sujeito a nenhum
outro Poder, porque não há outro Poder.
III. O TODO É IMUTÁVEL, ou não está sujeito
a ser mudado na sua natureza real,
nada há que possa operar mudanças nele, nada há em
que possa ser mudado nem nada
que tenha sido mudado. Não pode ser aumentado nem diminuído,
nem ficar maior ou
menor, seja qual for o motivo. Ele sempre foi e sempre será tal como
é agora: O
TODO; nada houve, nada há e nada haverá em que ele possa ser
mudado.
TODO sendo Infinito, Absoluto, Eterno e Imutável, segue?se que tudo
o que é finito,
passageiro, condicional e Mutável não é o Todo. E como
não há nada Real fora do
TODO, todas as coisas fínitas não são Reais. Não
deveis ficar admirados e espantados
das nossas palavras; não queremos levar?vos à Ciência
Cristã fundada sobre a parte
inferior da Filosofia hermética. Há uma Reconciliação
para o aparente estado
14
O CAIBALION
contraditório atual do assunto. Tende paciência, que nós
trataremos deste assunto em
seu tempo.
Vemos ao redor de nós que aquilo que se chama Matéria constitui
O Princípio de todas
as formas. É O TODO Simplesmente Matéria? Absolutamente não!
A Matéria não pode
manifestar a Vida ou a Mente, e como a Vida e a Mente são manifestadas
no Universo,
Porque nada é superior à sua própria origem, nada se
manifesta como efeito que não
esteja na causa, nada evolui como conseqüente, que não tenha
involuído como
antecedente. Quando a ciência moderna nos diz que não há
realmente outra coisa senão
Matéria, devemos saber que aquilo que ela chama Matéria é
simplesmente uma energia
eu força interrompida, isto é, uma energia ou força
com poucos graus de vibração.
Disse um recente escritor, "a Matéria obscureceu?se no Mistério".
Mesmo a ciência
materialista já abandonou a teoria da Matéria e agora se apóia
sobre a base da Energia.
Então o TODO é simplesmente Energia ou Força? Não
é Energia ou Força como os
materialistas empregam estes termos, porque a energia e força deles
são coisas cegas e
mecânicas, privadas de Vida ou de Mente. A Vida ou a Mente não
pode evoluir da
Energia ou Força cega, pela razão dada acima, que: Nada é
superior à sua própria
origem, nada evolui que não tenha involuído, nada se manifesta
como efeito que não
tenha a sua causa. E assim O TODO não pode ser simplesmente Energia
ou Força,
porque, se assim fosse, não teriam existência a Vida e a Mente,
e nós sabemos muito
bem que elas existem, porque somos nós os que temos Vida, e que empregamos
a
Mente para considerar esta questão, assim como os que pretendem que
a Energia ou
Força é Tudo.
Que é, pois, que sabemos existir no Universo, que é superior
à Matéria ou Energia? A
VIDA E A MENTE! A Vida e a Mente em todos os seus diversos graus de
desenvolvimento! "Então, perguntais, quereis dizer que O TODO
É VIDA E MENTE?
Sim e Não! é a nossa resposta. Se entendeis a Vida e a Mente
como nós pobres mortais
conhecêmo?las, diremos, Não! O TODO não é isto!
"Mas, que natureza de Vida e de
Mente quereis significar?", direis vós.
A resposta é: "A MENTE VIVENTE, muito acima do que os mortais
conhecem por
essas palavras, como a Vida e a Mente são superiores às forças
mecânicas ou à matéria;
A INFINITA MENTE é Muito superior em comparação à
Vida e à Mente finita."
Queremos exprimir o que as almas iluminadas significam ao pronunciarem
reverentemente a palavra ESPÍRITO!
O TODO é a Infinita Mente Vivente; o Iluminado chama?a ESPÍRITO!
CAPÍTULO V
O UNIVERSO MENTAL
"O Universo é Mental: ele está dentro da mente d'O TODO.
? o CAIBALION ?
O TODO é ESPÍRITO! Mas que é Espírito? Esta
pergunta não pode ser respondida,
porque a sua definição seria praticamente a do TODO, que não
pode ser explicado nem
definido. Espírito é um simples nome que os homens dão
às suas mais elevadas
concepções da Infinita Mente Vivente; esta palavra significa
a Essência Real; significa a
Mente Vivente, tão superior à Vida e à Mente tais como
as Conhecemos, quanto estas
últimas são superiores à Energia mecânica e à
Matéria. O Espírito é superior ao nosso
entendimento, e só empregamos este termo para podermos falar do TODO.
No juízo
dos pensadores e inteligentes estamos justificados falando do Espírito
como Infinita
15
O CAIBALION
Mente Vivente, e reconhecendo que não Podemos compreende?Ia, quer
raciocinando
sobre ela, quer estudando a matéria na sua totalidade.
Façamos agora uma consideração sobre a natureza do
Universo, quer no seu todo, quer
nas suas partes. Que é o UniverSO? Dissemos que nada há fora
do TODO. Então o
Universo é O TODO? Não; não o é; porque o Universo
parece ser formado de
MUITOS, e está constantemente mudando, ou, por outras palavras, ele
não pode ser
comparado com as idéias que estabelecemos a respeito do TODO. Então,
se o Universo
não é o TODO, ele é o Nada; tal é a conclusão
inevitável da mente à primeira idéia.
Mas esta não satisfaz a questão, porque sentimos a existência
do Universo. Ora, se o
Universo não é O TODO, nem o Nada, que será então?
Examinemos a questão.
Se verdadeiramente o Universo existe, ou parece existir, ele procederá
diretamente do
TODO, poderá ser uma criação do TODO. Mas como poderá
alguma coisa sair do nada,
de que O TODO a teria criado?
Vários filósofos responderam a esta pergunta, dizendo que
TODO criou o Universo de
si MESMO, isto é, da existência e substância do TODO.
Mas isto não pode ser, porque
o TODO não pode ser dividido ou diminuído, como já
vimos, e se isto fosse verdade,
cada partícula do Universo não poderia deixar de conhecer
o seu ente ? O TODO; o
TODO não perderia o conhecimento próprio, nem SE TORNARIA
atualmente um
átomo, uma força cega ou uma coisa de vida humilde. Com efeito,
alguns homens,
julgando que o TODO é exatamente TUDO, e reconhecendo também
que eles, os
homens, existem, aventuraram?se a concluir que eles eram idênticos
ao TODO, e
atroaram os ares com os seus clamores de "EU SOU DEUS!" para divertimento
da
multidão e sorriso dos sábios. O clamor do corpúsculo
que dissesse: "Eu sou Homem!",
seria mais modesto em comparação.
Mas, que é, pois, o Universo, se não for o TODO separando
a si mesmo em
fragmentos? Que outra coisa poderá ser? De que coisa poderá
ser feito? Esta é a grande
questão. Examinemo?la bem. Reconhecemos que o Princípio de
Correspondência (vide
a primeira lição) vem em nosso auxílio aqui. O velho
axioma hermético "o que está em
cima é como o que está embaixo", pode ser empregado com
êxito neste ponto. Permiti?
nos fazer uma rápida hipótese sobre os planos elevados,'examínando?os
em nós
mesmos. O Princípio de Correspondência aplica?se a este como
a outros problemas.
Vejamos, pois! No seu próprio plano de existência, como cria
o Homem?
Primeiramente, ele pode criar, fazendo alguma coisa de materiais exteriores.
Mas assim
não pode ser, porque não há materiais exteriores ao
TODO, com os quais ele possa
criar. Em segundo lugar, o Homem procria ou reproduz a sua espécie
pelo processo da
geração que é a própria multiplicação
por meio da transformação de uma parte da sua
substância na da sua prole. Mas, assim também não pode
ser, porque o Todo não pode
transferir ou subtrair uma parte de si mesmo, assim como reproduzir ou multiplicar
a si
mesmo: no primeiro caso haveria uma revogação da lei, e no
segundo, uma
multiplicação ou adição do TODO, idéias
totalmente absurdas. Não há nenhum outro
meio pelo qual O HOMEM cria? Sim, há; ele CRIA MENTALMENTE! E deste
modo,
não emprega materiais exteriores, não reproduz a si mesmo,
e, apesar disso, o seu
Espírito penetra a Criação Mental.
Conforme o Princípio de Correspondência, temos razão
de considerar que O TODO
CRIA MENTALMENTE o Universo, de um modo semelhante ao processo pelo qual
o
Homem cria as Imagens mentais. Este é o testemunho da Razão,
que concorda
perfeitamente com o testemunho do Iluminado, como ele o manifesta pelos
seus ensinos
e escritos. Assim são os ensinamentos do Sábio. Tal era a
doutrina de Hermes.
16
O CAIBALION
O TODO não pode criar de outro modo senão mentalmente, sem
empregar qualquer
material (nada há para ser empregado),, e nem reproduzir a si mesmo
(o que é também
impossível). Não se pode escapar desta conclusão da
Razão, que, como dissemos,
concorda com os mais elevados preceitos do Iluminado. justamente como vós
podeis
criar um Universo de vós mesmos na vossa mentalidade, aSSiM O TODO
cria Universo
na sua própria Mente. Mas o vosso Universo é criação
mental de uma Mente finita,
enquanto que o do TODO é criação de uma Mente Infinita.
Ambos são análogos em
natureza, mas infinitamente diferentes em grau. Vamos examinar cuidadosamente
como
fazemos nos processos de criação e manifestação.
Mas antes de tudo é preciso fixardes
as vossas mentes nesta frase: O UNIVERSO, E TUDO O QUE ELE CONTÉM,
É
UMA CRIAÇÃO MENTAL DO TODO. COM efeito, O TODO É MENTE!
" O TODO cria na sua Mente infinita inumeráveis Universos, que
existem por eons de
Tempo; e contudo, para O TODO, a criação, o desenvolvimento,
o declínio e a morte
de um milhão de Universos é como que o tempo do pestanejar
dum olho." ? O
CAIBALION?.
"A Mente Infinita d'O TODO é a matriz dos Universos." ?O
CAIBALION?.
O Princípio de Gênero (vide lição primeira e
seguintes) é manifestado em todos os
planos de vida, quer materiais, mentais ou espirituais. Mas, como já
dissemos, Gênero
não significa Sexo; o sexo é simplesmente uma manifestação
material do, gênero.
Gênero significa relativo à geração ou criação.
Em qualquer lugar, em qualquer plano,
em que uma coisa é criada ou gerada, o Princípio de Gênero
se manifesta. E isto é
verdade mesmo na criação dos Universos.
Mas, não se deve concluir disto que ensinamos haver um Deus ou Criador
macho e
fêmea. Esta idéia é um desvio dos antigos preceitos
sobre este assunto.
O verdadeiro ensinamento é que o TODO em si mesmo está fora
do Gênero, assim
como de qualquer outra Lei, mesmo as do Tempo e do Espaço. Ele é
a Lei de que todas
as Leis procedem e não está sujeito a elas. Contudo, quando
O TODO se manifesta no
plano de geração ou criação, os seus atos concordam
com a Lei e o Princípio, porque se
realizam num plano inferior de existência. E, por conseguinte, ele
manifesta no Plano
Mental o Princípio de Gênero, nos seus aspectos Masculino e
Feminino.
Esta idéia poderá causar admiração a alguns
de vós, que aprendem?na pela primeira
vez, mas todos vós aceitaste?a passivamente nas vossas concepções
diárias. Falais na
Paternidade de Deus e na Maternidade da Natureza; de Deus, o Pai divino
e da
Natureza, a Mãe universal; logo, reconheceis instintivamente o Princípio
de Gênero no
Universo. Não é verdade?
Mas a doutrina hermética não exprime uma dualidade real: O
TODO é um; os dois
aspectos são simplesmente aspectos de manifestação.
O ensinamento é que o Princípio
Masculino manifestado pelo TODO só impede a destruição
da concepção atual do
Universo. Ele projeta o seu Desejo no Princípio Feminino (que se
chama Natureza), ao
mesmo tempo que este último começa a obra atual da evolução
do Universo, desde os
simples centros de atividade até o homem, e subindo cada vez mais
de acordo com as
bem?estabelecidas Leis da Natureza. Se dais preferência aos velhos
modos de
expressão, podeis considerar o Princípio Masculino COMO DEUS,
o Pai, e o Princípio
Feminino COMO a NATUREZA, a Mãe Universal, em cuja matriz toclas
as coisas
foram geradas. Isto não é simplesmente uma ficção
poética de linguagem; é uma idéia
do processo atual de criação do Universo. Mas é preciso
não esquecer que O TODO é
um, e que o Universo é gerado, criado e existe na sua Mente Infinita.
17
O CAIBALION
Isto vos permitirá fazer uma idéia de vós mesmos, se
quiserdes aplicar a Lei de
Correspondência à vossa própria mente e a vós
mesmos. Sabeis que a parte de Vós que
chamais Eu. em certo sentido, sustenta e prova a criação de
Imagens mentais na vossa
própria mente. A parte da vossa mente em que é realizada a
geração mental pode ser
chamada o eu inferior, distinto do Eu. que sustenta e examina os pensamentos,
as idéias
e as imagens do eu inferior. Reparai bem que "o que está em
cima é como o que está
embaixo", e que os fenômenos de um plano podem ser empregados
na solução dos
enigmas de planos superiores ou inferiores.
Será para admirar que Vós, os filhos, sintais esta instintiva
reverência pelo TODO,
sentimento que chamamos religião; esta reverência e este respeito
para com a MENTE?
PAI? Será para admirar que, ao considerar as obras e as maravilhas
da Natureza, fiqueis
dominado por um grande sentimento que tem sua origem fora do vosso íntimo
ser? É a
MENTE?MÃE que vos estreita, como a mãe estreita seu filho
ao seio.
Não deveis cometer o erro de crer que o pequeno mundo que vedes ao
redor de vós, a
Terra, que é simplesmente um grão de areia em comparação
com o Universo, seja o
próprio Universo. Existem milhões de mundos semelhantes e
maiores. Há milhões e
milhões de Universos iguais em existência dentro da Mente Infinita
do TODO. E
mesmo no nosso pequeno sistema solar há regiões e planos de
vida mais elevados que
os nossos, ?e entes, em comparação aos quais nós, míseros
mortais, somos como as
viçosas formas viventes que habitam no fundo do oceano, comparadas
ao Homem. Há
entes com poderes e atributos superiores aos que o Homem sonhou ser possuído
pelos
deuses. Não obstante, estes entes foram como vós e ainda inferiores,
e, com o tempo,
vós podeis ser como eles ou superiores a eles; porque, como diz o
Iluminado, tal é o
Destino do Homem.
A Morte não é real, ainda mesmo no sentido relativo; ela é
simplesmente o Nascimento
a uma nova vida, e continuareis sempre de planos elevados de vida a outros
mais
elevados por eons e eons de tempo. O Universo é vossa habitação
e estudareis os seus
mais distantes a@,essos antes do fim do Tempo, Residis na Mente Infinita
do TODO, e
as vossas potencialidades e oportunidades são infinitas mas somente
no tempo e no
espaço. E no fim do Grande Ciclo de EONS, O TODO recolherá
em si todas as suas
criações; porém, vós continuareis alegrernente
a vossa jornada, porque então querereis
preparar?vos para conhecer a Verdade Total da existência em Unidade
com O TODO.
E, quando estiverdes na metade do caminho, estareis calmos e serenos; sois
seguros e
protegidos pelo Poder Infinito da MENTE?MÃE.
"Dentro da Mente Pai?Mãe, o filho mortal está na sua
morada." ? O CAIBALION ?
"Não há nenhum órfão de Pai ou de Mãe
no Universo."O CAIBALION ?
CÁPÍTULO VI
O PARADOXO DIVINO
"Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do
Universo, imaginaram
que podiam transgredir as suas Leis: estes tais são vãos e
presunçosos loucos; eles se
quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos elementos,
por causa da sua loucura. O
verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei
contra as leis, o
superior contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmita aquilo que
é desagradável
18
O CAIBALION
naquilo que é agradável, e deste modo triunfa, O Domínio
não consiste em sonhos
anormais, em visões, em vida e imagInações fantásticas,
mas sim no emprego das
forças superiores contra . as inferiores, escapando assim das penas
dos pia?nos
inferiores pela vibração nos superiores. A Transmutação
não é uma denegação
presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre." ? O CAIBALION
? .
Este é o Paradoxo do Universo, que resulta do Princípio de
Polaridade que se manifesta
quando o TODO começa a Criar. É necessário prestar
atenção, porque isto estabelece a
diferença entre a falsa e a verdadeira sabedoria.
Enquanto que para o TODO INFINITO, o Universo, as suas Leis, as suas Forças,
a sua
Vida e os seus Fenômenos, são como pensamentos presentes no
estado de Meditação ou
Sonho; para tudo o que é Finito, o Universo deve ser considerado
como Real, e a vida, a
ação e o pensamento devem ser baseados nele, de modo a concordar
com um preceito
da Verdade superior; cada qual concordando com o seu próprio Plano
e suas Leis. Se o
TODO imaginasse?que o Universo era verdadeira Realidade, desgraçado
do Universo
porque ele não poderia subir do inferior ao superior que a deificação;
então o Universo
ficaria fixo e o progresso seria impossível.
E se o Homem, devido à falsa sabedoria, considerar as ações,
vidas e pensamentos do
Universo, como um mero sonho (semelhante aos seus próprios sonhos
finitos), então ele
o faz tão conveniente para si, e, como um dormidor que está
passeando, tropeça sempre
num círculo vicioso, sem fazer progresso algum, sendo, por fim, despertado
por uma
queda terrível, provenIente das Leis Naturais que ele ignora. Conservai
sempre a vossa
mente nas Estrelas, mas deixai os vossos olhos verem os vossos passos para
não cairdes
na lama, por causa da vossa contemplação de cima. Lembrai?vos
do Paradoxo Divino,
que ao mesmo tempo que o Universo NÃO EXISTE, ELE EXISTE. Lembraí?vos
sempre dos dois Pólos da Verdade: o Absoluto e o Relativo. Tomai
cuidado com as
Meias?Verdades.
Aquilo que os Hermetistas conhecem como a Lei do Paradoxo é um aspecto
do
Princípio de Polaridade. Os escritos herméticos estão
cheios de referências ao
aparecimento de Paradoxos na consideração dos problemas da
Vida e da Existência. Os
Instrutores previnem constantemente os seus discípulos contra o erro
de omitir o outro
lado de cada questão. E as suas admoestações se referem
particularmente aos problemas
do Absoluto e do Relativo, que deixam perplexos todos os estudantes de filosofia,
e que
causam muitas idéias e ações contrárias ao que
é geralmente conhecido como senso
comum. Nós prevenimos a todos os estudantis que fiquem certos de
compreender o
Paradoxo Divino do Absoluto e do Relativo, para não ficarem atolados
na lama da
Meía?Verdade. É para este fim que foi escrita esta lição
particular. Aprendei?a bem!
O primeiro pensamento que o homem pensador tem, depois que ele compreende
bem a
verdade que o Universo é uma Criação Mental do TODO,
é que o Universo, e tudo o
que ele contém, é mera ilusão, irrealidade; idéia
contra a qual os seus instintos se
revoltam. Contudo esta, como todas as outras grandes verdades, pode ser
considerada
sob os pontos de vista Absoluto e Relativo. Sob o ponto de vista Absoluto
o Universo
comparado com O TODO em si é de natureza duma ilusão, dum
sonho, duma
fantasmagoria. Sempre reconhecemo?lo em nossas vistas ordinárias,
porque falamos do
mundo como um espetáculo transitório que vai e vem, nasce
e morre, por causa do
elemento de impermanência e mudança, limitação
e insubstancialidade; idéia esta que
19
O CAIBALION
está em relação com a de um Universo criado, ao passo
que contrasta com a idéia do
TODO.
Filósofos, metafísicos, cientistas e teólogos, todos
são concordes sobre este ponto, que é
fundado em todas as formas de idéias filosóficas e religiosas,
assim como nas teorias
das respectivas escolas metafísicas e teológicas.
Assim, as doutrinas herméticas não ensinam a insubstancialidade
do Universo com
palavras mais altíssonas do que as que vos são familiares,
mas, apesar disso, o seu modo
de encarar o assunto parecerá uma coisa mais assustadora. Uma coisa
que tem um
princípio e um fim pode ser considerada, em certo sentido, como irreal
e não
verdadeira; e, conforme todas as escolas de.? pensamento, o Universo está
sob esta lei.
No ponto Absoluto de vista, nada há real a não ser o TODO,
que não pode ser
realmente explicado. Ou o Universo é criado da Matéria, ou
é uma criação mental na
Mente do TODO: ele é insubstancial, não?duradouro, uma coisa
de tempo, espaço e
mobilidade. É necessário compreenderdes cabalmente isto, antes
de, passardes a
examinar as concepções herméticas sobre a natureza
mental do Universo. Examinai
cada uma das outras concepções e vereis que elas não
são verdadeiras.
Mas o ponto de vista Absoluto mostra um só lado do Panorama; o outro
lado é o
Relativo. A Verdade Absoluta foi definida como sendo as Coisas como a mente
de
Deus as conhece, ao passo que a verdade Relativa são as Coisas como
a mais elevada
razão do Homem as compreende. Assim, ao passo que para o Todo o Universo
é irreal e
ilusório, um simples sonho ou resultado de meditação;
para as mentes finitas que fazem
parte deste mesmo Universo e o observam através das suas faculdades,
ele é
verdadeiramente real e assim deve ser considerado. Ao reconhecer o ponto
de vista
absoluto, não devemos cometer o erro de negar ou ignorar os fatos
e fenômenos do
Universo do modo como estes se apresentam às nossas faculdades: lembremos
que não
somos o TODO.
Para dar um exemplo familiar, todos reconhecemos que a Matéria existe
para os nossos
sentidos, e estaríamos errados a mente finita se o não reconhecêssemos.
Mas, sempre a
nossa mente finita compreende a afirmação científica
que, falando cientificamente, não
há nada mais que a Matéria; aquilo que chamamos Matéria
é considerado como sendo
simplesmente uma agregação de átomos, os quais são
um grupo de unidades de forças
chamadas elétrons ou íons, que estão em constante vibração
e movimento circular.
Batemos numa pedra e sentimos o baque; parece ser uma coisa real, mas é
simplesmente o que dissemos acima. Mas lembramo?nos que o nosso pé,
que sente o
baque, também é Matéria, e portanto é constituído
de elétrons, porque esta matéria
também é nosso cérebro. E, para melhor dizer, se não
fosse por causa da nossa Mente,
absolutamente não poderíamos reconhecer o pé ou a pedra.
Assim, o ideal do artista ou escultor, que ele tanto esforça para
reproduzir na tela ou no
mármore, parece verdadeiramente real para ele. Assim se produzem
os caracteres na
mente do autor ou dramaturgo, o qual procura expressá?los de modo
que os outros os
possam reconhecer. E se isto é verdade no caso da nossa mente fínita,
qual não será o
grau de Realidade nas imagens Mentais criadas na Mente do Infinito? õ
amigos, para os
mortais este Universo de Mentalidade é verdadeiramente real; é
o único que sempre
podemos conhecer, ainda que subamos de planos a Planos cada vez mais elevados.
Para
conhecê?lo de outro modo, pela experiência atual, teríamos
de ser o TODO mesmo. É
20
O CAIBALION
verdade que quanto mais alto nos elevamos na escada ? alcançamos
as proximidades da
mente do Pai ? as coisas mais visíveis tomam a natureza ilusória
das coisas finitas, Mas
antes que o TODO nos retire em si a visão atual não desaparece.
Assim, não devemos viver acima das formas da ilusão. Desde
que reconhecemos a
natureza real do Universo, procuremos compreender as suas leis mentais e
nos
esforcemos em empregá?las para obtermos melhor resultado no nosso
progresso através
da vida, ao caminharmos de um plano a outro plano de existência. As
Leis do Universo
não são as pequenas Leis Férreas, por causa da sua
natureza mental. Tudo, exceto o
TODO, é limitado por elas. Aquilo que está NA MENTE . INFINITA
DO TODO é
REAL em grau relativo a esta mesma Realidade que é revestida na natureza
do TODO.
Não fiquemos, pois, incertos e atemorizados: somos todos FIRMEMENTE
CONTIDOS
NA MENTE INFINITA DO TODO e nada nos pode prejudicar e nos intimidar. Não
há
força fora do TODO para agir sobre nós. Podemos, pois, ficar
calmos e tranqüilos. Há
um mundo de conforto e tranqüilidade nesta realização
depois de atingida. Então
"calmos e tranqüilos repousaremos, embalados no Berço do
Abismo"; ficando sem
perigo no seio dc. Oceano da Mente Infinita, que é o TODO. NO TODO,
move,remos,
viveremos e teremos nossa existência.
A Matéria não é para nós a Matéria inferior,
enquanto vivemos no plano da Matéria,
apesar de sabermos que é simplesmente uma agregação
de elétrons ou partículas de
Força, que vibram rapidamente e giram umas ao redor das outras na
formação de
átomos; os átomos vibram e giram formando moléculas
que, por sua vez, formam as
grandes massas de Matéria. A Matéria não é para
nós a Matéria inferior, quando
prosseguimos nas investigações mais elevadas, e aprendemos
dos Preceitos herméticos
que a Força, da qual os elétrons são unidades, é
simplesmente uma manifestação da
mente do TODO, e assim no Universo tudo é simplesmente Metal em sua
natureza.
Enquanto no Plano da Matéria, podemos reconhecer os seus fenômenos,
poderemos
examíná?la (como o fazem todos os Mestres de graus mais ou
menos elevados), mas
fazemo?lo aplicando as forças superiores. Cometeremos uma loucura
pretendendo
negar a existência da Matéria no aspecto relativo. Podemos
negar o seu domínio sobre
nós, devemos fazer, mas não devemos ignorar que ela existe
em seus aspectos relativos,
ao menos enquanto no seu plano.
As Leis da Natureza não são menos constantes ou efetivas,
como sabemo?lo, apesar de
serem simplesmente criações mentais. Elas estão em
muitos efeitos dos diversos planos.
Dominamos as leis inferiores aplicando?lhes as que lhes são superiores;
e somente por
este modo. Mas não podemos escapar da Lei e ficar inteiramente fora
dela. Nada senão
O TODO pode escapar da Lei; e isto é porque o TODO é a própria
LEI, de que todas as
Leis procedem. Os mais adiantados Mestres podem adquirir os poderes usualmente
atribuídos aos deuses do homem; e há inúmeras ordens
de entes, na grande hierarquia
da vida, cujas existências e poderes excedem mesmo os dos mais elevados
Mestres entre
os homens a um grau imaginário para os mortais. contudo, o mais elevado
dos Mestres
e o Ente mais elevado devem curvar?se à Lei e ser como Nada diante
do Todo. De o
modo que se mesmo estes Entes, cujos poderes excedem o atribuídos
pelos homens aos
seus deuses, estão subordinados à Lei, imaginai qual não
será a presunção do homem
mortal da nossa raça e do nosso grau, quando ousa considerar as Leis
da Natureza como
irreais, visionárias e ilusórias, porque chegou a compreender
a verdade que as Leis são
de natureza mental e simples Criações Mentais do TODO. Estas
Leis, que O TODO
21
O CAIBALION
destinou para governar as leis, não podem ser desafiadas nem argüidas.
Enquanto durar
o Universo, elas durarão, porque o Universo só existe pela
virtude destas Leis, que
formam o seu vigamento e que ao mesmo tempo o mantém.
O Princípio hermético de Mentalismo, explicando a verdadeira
natureza do Universo
por meio do princípio que tudo é Mental, não muda as
concepções científicas do
Universo, da Vida ou da Evolução. Com efeito, a ciência
simplesmente corrobora os
Ensinamentos herméticos. Estes últimos ensinam que a natureza
do Universo é Mental,
ao passo que a ciência moderna disse que ele é Material; ou
(ultimamente) que ele é
Energia, em última análise. Os Preceitos herméticos
não caem no erro de combater os
princípios básicos de Herbert Spencer que afirmam a existência
de unia "Energia
Infinita e Eterna da qual todas as coisas procedem". Com efeito, os
Hermetistas
reconhecem na filosofia de Spencer a mais elevada exposição
das operações das Leis
naturais que foram promulgadas até agora, e eles crêem que
Spencer foi uma
reencarnação de um antigo filósofo que viveu no Egito,
milhares de anos antes e que
por último se tinha encarnado como Heráclito, filosofo grego
que viveu em 500 antes
de Cristo. E eles consideram esta idéia da "Energia Infinita
e Eterna" como partindo
diretamente da linha dos Preceitos herméticos, sempre com o acréscimo
da sua própria
doutrina que esta Energia (de Spencer) é a Energia da Mente do TODO.
Com a Chave?
Mestra da Filosofia hermética, o estudante poderá abrir várias
portas das mais elevadas
concepções filosóficas do grande filósofo inglês,
cuja obra manifesta os resultados da
preparação das suas encarnações precedentes.
A sua doutrina a respeito da Evolução e
do Ritmo está na mais perfeita concordância com os Preceitos
herméticos sobre o
Princípio do Ritmo.
Assim, o estudante do Hermetismo não deve desprezar quaisquer destes
pontos de vista
científicos a respeito o Universo. Todos devem ser interrogados para
se concluir e
compreender o princípio oculto que "O TODO é Mente; o
Universo é Mental e criado
na Mente d'O TODO". Eles crêem que os outros seis dos Sete Princípios
se adaptarão a
esta doutrina científica e servirão para esclarecê?la.
Não há que admirar, ao
encontrarmos a influência do pensamento hermetista nos primitivos
filósofos da Grécia,
em cujas idéias fundamentais se baseiam em grande parte as teorias
da ciência moderna.
A aceitação do Primeiro Princípio hermético
(o de Mentalismo) é o único grande ponto
de diferença entre a ciência moderna e os estudantes hermetistas,
mas a Ciência se
dirige gradualmente para o lado dos hermetistas nas suas apalpadelas no
meio da
escuridão para encontrar um caminho de saída do Labirinto
em que vaga nas suas
pesquisas pela Realidade.
O fim desta lição é gravar na mente dos nossos estudantes
a verdade que, para todos os
intentos e propósitos, o Universo e suas leis, seus fenômenos,
são justamente REAIS,
que mesmo o Homem está incluído nelas, de modo que poderiam
estar sob a hipótese
de Materialismo ou Energismo. Sob qualquer hipótese o Universo no
seu aspecto
exterior é mutável e transítório; e por isso
sem substancialidade e realidade. Mas (notai
o outro pólo da verdade), sob qualquer das mesmas hipóteses,
somos compelidos a,
AGIR E VIVER COMO se as coisas transitórias fossem reais e substanciais.
Há sempre
esta diferença entre as diversas hipóteses, ; que sob os velhos
pontos de vista o Poder
Mental era ignorado como Força Natural, ao passo que sob o Mentalismo
ele se torna
uma grande Força Natural. Esta diferença revoluciona a Vida
daqueles que
compreendem este Princípio, as leis que dele resultam e as suas práticas.
22
O CAIBALION
De modo que todos os estudantes devem compreender as vantagens do mentalismo
e
aprender a conhecer, usar e aplicar as leis que dele resultam. Mas não
devem cair na
tentação que, como diz o Caibalion, domina os falsos sábios
e os deixa hipnotizados
pela aparente irrealidade das coisas, tendo como conseqüência
eles andarem para trás
como desvairados, vivendo num mundo de sonhos, ignorando o trabalho e a
vida do
homem, sendo o seu fim "quebrarem?se contra as rochas e se despedaçarem
pelos
elementos, por causa da sua loucura". Em primeiro lugar vem o exemplo
do sábio, que
a mesma autoridade estabelece do modo seguinte: "ele emprega a Lei
contra as Leis, o
superior contra o inferior e pela Arte da Alquimia transmuta o que é
desagradável no
que é agradável e deste modo triunfa." Seguindo a autoridade,
combatamos também a
falsa sabedoria (que é uma loucura), que ignora a verdade: "O
Domínio não consiste em
visões e sonhos anormais, em vida e imaginações fantásticas,
mas sim no emprego das
forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas
dos planos inferiores
pela vibração nos superiores." Lembrai?vos, sempre, estudantes,
que "a Transmutação
não é uma presunçosa denegação, mas sim
a arma ofensiva do Mestre". As citações
acima são do Caibalion e são dignas de serem conservadas na
memória do estudante.
Nós não vivemos num mundo de sonhos, mas sim num Universo
que, enquanto
relativo, é real tanto quanto as nossas vidas e ações
são interessadas. A nossa ocupação
no Universo não é negar a sua existência, mas sim viver,
empregando as Leis para nos
elevarmos do inferior ao superior, fazendo o melhor que podemos sob as circunstâncias
que aparecem cada dia, e vivendo, tanto quanto é possível,
para as nossas idéias
elevadas e os nossos ideais. O verdadeiro fim da Vida não é
conhecido pelo homem
neste plano; as maiores autoridades e a nossa própria intuição
dizem?nos que não
cometeríamos erro vivendo do modo melhor que pudermos, e segundo
a tendência
Universal no mesmo ponto, apesar das aparentes evidências em contrário.
Todos
estamos no Caminho, e a estrada conduz sempre para cima, deixando muitos
lugares
atrás.
Lede a mensagem do Caibalion, e segui o exemplo do sábio, fugindo
do erro do falso
sábio que perece por causa da sua loucura.
CAPÍTULO VII
O TODO EM TUDO
"Enquanto Tudo está n'O TODO, é também verdade
que O TODO está em Tudo.
Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento."
? O
CAIBALION ?
Quantas vezes a maioria das pessoas ouviram repetir a declaração
que a sua Divindade
(chamada por muitos nomes) era "Todo em Tudo,,, e quão Pouco
suspeitaram elas da
verdade oculta, encoberta por estas palavras tão descuidadamente
pronunciadas? A
expressão comumente usada é uma sobrevivência da antiga
máxima hermética acima
citada. Como diz o Caibalion: "Aquele que compreende realmente esta
verdade
alcançou o grande conhecimento." E, sendo assim, permiti?nos
examinar esta verdade,
cujo conhecimento tanto significa. Nesta exposição da verdade
? esta máxima
hermética ? está encoberta uma das maiores verdades filosóficas,
científicas e
religiosas.
23
O CAIBALION
Nós vos explicamos o Preceito hermético a respeito da Natureza
mental do Universo: a
verdade que "o Universo é Mental; ele está dentro da
Mente d'O TODO". Diz o
Caibalion na passagem citada acima: "Tudo está n'O TODO."
Mas note?se também a
declaração correlativa, que: "É também
verdade que O TODO está em TUDO." Esta
declaração aparentemente contraditória é reconciliável
pela Lei do Paradoxo. É, aliás,
uma exata declaração hermética das relações
que existem entre o TODO e o seu
Universo mental. Vimos que "Tudo está n'O TODO", vejamos
agora o outro aspecto do
assunto.
Os Ensinos herméticos são, com efeito, que o Todo está
iminente (permanece, está
inerente, habita) no seu Universo, e em cada partícula, unidade ou
combinação, dentro
do Universo. Esta expressão é geralmente ilustrada pelos Instrutores
com uma
referência ao Princípio de Correspondência. O Instrutor
ensina o discípulo a formar
uma Imagem mental de uma coisa, uma pessoa ou uma idéia, porque todas
as coisas
têm uma forma mental; dando como exemplo o ator dramático que
forma uma idéia dos
seus caracteres, ou um pintor ou escultor que forma uma imagem de um ideal
que ele
procura exprimir pela sua arte. Neste caso, o estudo ante deve compreender
que,
enquanto a imagem tem a sua existência e ser somente em sua própria
mente, ao mesmo
tempo ele, o estudante, autor, dramaturgo, pintor ou escultor, está
em certo sentido
imanente, e permanece, habita, na imagem mental. Em outras palavras, toda
a virtude,
vida, espírito e realidade da imagem mental é derivada da
mente ímanente do pensador.
Considerai isto por um momento e logo compreendereis a idéia.
Para tomarmos um exemplo moderno, diremos que Otelo, lago, Hamlet, Lear,
Ricardo
III, existiram somente na mente de Shakespeare, no tempo da sua concepção
ou criação.
E ainda, Shakespeare também existiu em cada um destes caracteres,
dando?lhes a sua
vitalidade, espírito e ação. Qual é o et espírito)>
dos caracteres que conhecemos como
Micawber, Oliver Twist, Uriah Heep; será Dickens, ou cada um destes
caracteres terá
um espírito pessoal, independente do seu criador? Têm a Vênus
de Medici, a Madona
Sixtina, o Apolo de Belvedere, espírito e realidade de si próprios,
ou representam eles o
poder espiritual e mental dos seus criadores? A Lei de Paradoxo demonstra
que as duas
proposições são verdadeiras, consideradas no seu próprio
ponto de vista. Micawber é
Micawber e é também Dickens. E, demais, enquanto que Micawber
pode ser dito
Dickens, o mesmo Dickens não é idêntico a Micawber.
O homem, como Micawber,
pode exclamar: "O Espírito do meu Criador está inerente
em mim e, apesar disso, eu
não sou ELE!" Quão diferente é esta da horrível
mela?@,erdade tão estrondosamente
anunciada por alguns dos falsos sábios, que enchem a atmosfera dos
seus gritos: "Eu
sou Deus!" Imaginai o pobre diabo de Micawber ou de Uriah Heep, gritando:
"Eu sou
DI'Ckens"; ou algum dos humildes bobos das peças de Shekespeare,
anunciando com
grandiloqüência: "Eu sou Sbakespeare!" O TODO está
até na minhoca, contudo, a
minhoca está longe de ser o TODO. E até, é de admirar
que, conquanto a minhoca só
exista como uma ooisa humilde, criada e tendo a sua existência na
Mente do TODO,
ele, O TODO, esteja imanente na minhoca e nas partículas que a formam.
Haverá talvez
um mistério maior que o de Tudo n'O TODO, e O TODO em Tudo?
O estudante perceberá no correr da obra que os exemplos dados acima
são
necessariamente imperfeitos e inadequados, porque representam a criação
de imagens
mentais na mente fínita, ao passo que o Universo é criação
da Mente Infinita e a
diferença entre os dois pólos as separa.
24
O CAIBALION
E assim é simplesmente uma questão de grau, porque em ambas
o mesmo Princípio está
em operação: o Princípio de Correspondência manifesta?se
nelas. "O que está em cima
é como o que está embaixo; e o que está embaixo é
como o que está em cima.,"
E, no grau em que o Homem realize a existência do Espírito
que está imanente no seu
ser, ele subirá na escada espiritual da vida. Eis o que significa
desenvolvimento
espiritual: o reconhecimento, a realização e manifestação
do Espírito dentro de nós.
Procurai não esquecer?vos desta última definição:
a do desenvolvimento. Ela contém a
Verdade da verdadeira Religião.
Existem muitos planos de Existência, muitos subplanos de Vida, muitos
graus de
existência no Universo. E tudo depende do avançamento dos entes
na escada, cuja ponta
mais inferior é a mais grosseira matéria, e a mais superior
sendo separada somente pela
mais pequena divisão do ESPÍRITO Do TODO. Nesta Escada da
Vida, tudo se move
em cima e embaixo. Todos estão no cam inho, Cujo fim é o TODO.
Todo o progresso é
uma volta à Morada própria. Tudo está em cima e embaixo,
apesar de todas as
aparências contraditórias. Tal é a mensagem do Iluminado.
Os Preceitos herméticos referentes ao processo da Criação
Mental do Universo são que,
no começo do Ciclo de Criação, O TODO, em seu aspecto
de Existência projeta a sua
Vontade sobre o seu aspecto de Estado, e o processo de criação
começa.
Dizem que o processo consiste no abaixamento da Vibração até
que é alcançado um
grau bem inferior de energia vibratória, no qual ponto é manifestada
a forma mais
grosseira possível da Matéria. Este processo é chamado
o estado de Involução, em que
o TODO está involuído, ou envolvido dentro da sua criação.
Este processo é
considerado pelos hermetistas como tendo correspondência com o processo
mental de
um artista, escritor ou inventor, que também, fica envolvido na sua
criação mental
como quase esquecendo a sua própria existência e que, por algum
tempo, quase vive na
sua criação. Se em vez de envolvido usarmos a palavra êxtase,
talvez possamos dar uma
pequena idéia do que queremos dizer.
Este estado Involutivo da Criação é muitas vezes chamado
a Efusão da Energia Divina,
como o estado Evolutivo é chamado Infusão. O pólo extremo
do processo de Criação é
considerado como sendo o mais afastado movido pelo TODO, enquanto que o
princípio
do estado Evolutivo é considerado como o princípio da volta
do pêndulo do Ritmo;
sendo expressa em todos os Ensinos herméticos uma idéia de
volta à ' casa.
Os Preceitos são que durante a Elusão, as vibrações
tor, nam?se cada vez mais
inferiores até que finalmente a restringência cessa, e as vibrações
de volta começam.
Mas há uma diferença: ao passo que na Elusão as forças
criadoras manifestam?se
compactamente e como um todo, no começo do estado Evolutivo ou de
Infusão, é
manifestada a Lei de Individualização, que é a tendência
a separar em Unidas de Força,
até que finalmente aquilo que se separou do TODO como energia não
individualizada
volte à sua fonte como Unidade de Vida altamente desenvolvida, tendo
subido de mais
a mais na escada por meio da Evolução Física, Mental
e Espiritual.
Os antigos hertnetistas usam a palavra Meditação, ao degcrever
o processo da criação
mental do Universo na Mente do TODO, a palavra contemplação
sendo também
freqüentemente empregada. Mas a idéia entendida parece ser a
do emprego da Atenção
25
O CAIBALION
Divina. Atenção é uma palavra derivada de um verbo
latino, que significa estender?se,
desdobrar?se, e também o ato de. Atenção é realmente
um desdobramento mental, uma
extensão da energia mental, de modo que a idéia interior é
facilmente compreendida
quando examinamos o significado real da Atenção,.
Os Ensinos herméticos a respeito do processo de Evolução
são os que o Toi)o, tendo
meditado no princípio da Criação, tendo estabelecido
então os fundamentos materiais
do Universo, tendo pensado na sua existência, gradualmente desperta
da sua Meditaação
e assim começa a manifestar o processo de Evolução,
nos planos material, mental e
espiritual, sucessivamente e em ordem. Então o movimento de ascensão
começa, e tudo
começa a mover?se para a mansão espiritual. A Matéria
torna?se menos grosseira; as
Unidades nascem à existência; as combinações
começam a formar?se; a Vida aparece e
manifesta?se em formas cada vez mais elevadas; e a Mente torna?se cada vez
mais
evidente, as vibrações sendo constantemente mais elevadas.
Em resumo, o promso total
da Evolução, em todas as suas fases, começa e procede
de acordo com as Leis
estabelecidas do processo de Infusão. Todas ocupam eons e eons do
tempo do Homem,
cada eon contendo muitos milhões de anos; porém, como nos
diz o Iluminado, a criação
inteira, incluindo a Involução e a Evolução
de um Universo, é para o TODO
simplesmente como um piscar de olhos. No fim dos inúmeros ciclos
de eons de tempo,
O TODO retira a sua Atenção, sua Contemplação
e Meditação do Universo, porque a
Grande Obra está acabada e Tudo está retirado no TODO de que
provém. Mas, 6
Mistério dos Mistérios!, o Espírito de cada alma não
é aniquilado, mas sim expandido
infinitamente, a Criatura e o Criador são confundidos. Tal é
a relação do Iluminado!
A precedente ilustração da meditação e do subseqüente
despertamento da meditação do
TODO é mais um esforço dos Instrutores para descrever o processo
Infinito por um
exemplo finito. E, ainda: O que está em cima é como o que
está embaixo, e o que está
embaixo é como o que está em cima. A diferença é
somente em grau. E assim COMO
O TODO desperta?se da meditação sobre o Universo, assim o
Homem (no tempo)
cessa de manifestar no Plano Material, e retira?se cada vez mais no Espírito
presente,
que é realmente O Ego Divino.
Há um assunto maior de que desejamos falar?vos nesta lição,
e que nos levaria
imediatamente a uma invasão do campo da especulação
?metafísica; contudo, o nosso
fim é simplesmente mostrar a futilidade de tais especulações.
Aludimos à questão que
inevitavelmente vem à mente de toclos os pensadores que se aventuraram
a investigar a
Verdade. A pergunta é: POR QuE criou o TODO os Universos? A pergunta
pode ser
feita de diferentes formas, mas a que vai acima é o essencial da
investigação.
Os homens esforçaram?se para responder a esta pergunta, mas ainda
não há resposta
digna de nome. Muitos imaginaram que o TODO tem muito a ganhar com isto,
mas isto
é absurdo; porque, que poderia ganhar O TODO que já não
possua? Outros deram a
resposta na idéia que o TODO quis que tudo amasse, e outros que ele
criou por prazer e
divertimento, ou porque estava só, ou para manifestar o seu poder:
todas respostas e
idéias pueris, qualidades do período infantil do pensamento.
Outros acreditaram descobrir o mistério afirmando que o TODO achou?se
impelido a
criar, pela razão da sua própria natureza interna, o seu instinto
criador, Esta idéia é mais
adiantada que as outras, mas o seu ponto fraco está na idéia
de que o TODO é impelido
por alguma coisa, quer interna, quer externa. Se a sua natureza interna,
ou instinto
criador, impele?o a fazer as coisas, então a natureza interna ou
o instinto criador seria o
26
O CAIBALION
Absoluto, em vez do TODO, e neste caso esta parte da proposição
está errada. E, ainda,
o TODO cria e manifesta, e parece ter muitas qualidades de satisfações
em fazê?lo. E é
difícil de escapar da conclusão que, em grau infinito, ele
poderia ter o que corresponde
no homem a uma natureza inata, ou um instinto criador, correspondente a
um infinito
I)esejo e Vontade. Não poderia agir sem Querer agir; e não
poderia Querer agir sem
Desejar agir; e não Desejaria agir sem Satisfação nisso.
E todas estas coisas
pertenceriam a uma Natureza Infinita, e podem ser consideradas como estando
de
acordo com a Lei de Correspondência. Mas, ainda, preferimos considerar
O TODO
como agindo inteiramente LIVRE de toda influência, tanto interna como
externa. Isto é
o problema que se apóia na raiz da dificuldade, e a dificuldade que
se apóia na raiz do
problema.
Falando estritamente, não se poderá dizer que haja uma Razão
para o TODO agir,
porque uma razão implica uma causa, e o TODO está acima da
Causa e do Efeito,
exceto quando ele quer tomar?se causa, tempo em que o Princípio é
posto em
movimento. Assim, dizeis, o assunto é Incompreensível, justamente
como o TODO é
incognoscível. Justamente como dizemos simplesmente que o TODO "É",
assim
também somos obrigados a dizer que O TODO AGE PORQUE AGE. Enfim,
O TODO
é toda Razão em si mesma, toda Lei em si mesma, toda Ação
em si mesma; e pode?se
dizer que, em verdade, o TODO é a sua própria Razão,
a sua própria Lei, a sua própria
Ação; ou que o TODO, a sua Razão, a sua Ação,
a sua Lei, são um, com todos estes
nomes sendo de uma só coisa. Na opinião dos que vos dão
estas lições, a resposta se
encerra no PRÓPRIO INTIMO DO TODO, junto com o seu Segredo de Existência.
A Lei de Correspondência, na nossa opinião, compreende somente
este aspecto do
TODO, que pode ser chamado o aspecto de ESTADO.
O lado oposto deste aspecto é o aspecto de EXISTÊNCIA, no qual
toda ' s as Leis
perdem?se na LEI, todos os Princípios imergem no PRINCÍPIO;
e o TODO, o
PRINCÍPIO, a EXISTÊNCIA, SãO IDÊNTICOS ENTRE SI
(uns aos outros). Por isso,
as especulações metafísicas sobre este ponto são
fúteis. Entramos aqui no assunto,
simplesmente para mostrar que conhecemos a pergunta e também o absurdo
das
respostas ordinárias das metafísicas e teologias.
Em conclusão, poderá ser de interesse aos estudantes dizer?lhes
que apesar de muitos
dos antigos e modernos Preceitos herméticos tenderem a aplicar o
Princípio de
Correspondência à questão, com o que resulta a conclusão
da Natureza Intima, mesmo
assim as lendas contam que Hermes, o Grande, sendo interrogado sobre esta
questão
pelos seus adiantados discípulos, respondeu?lhes FECHANDO OS SEUS
LÁBIOS
COM FIRMEZA e não dizendo uma palavra, indicando que NÃO HAVIA
RESPOSTA. Mas, então, ele podia ter entendido de aplicar o axioma
da sua filosofia,
que diz: "Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto
aos ouvidos do Entendimento",
significando que ainda os seus discípulos adiantados não possuíam
o Entendimento que
os habilitava ao Preceito. Seja como for, se Hermes possuía o Segredo,
ele deixou de o
comunicar, e embora o mundo tome muito interesse, OS LÁBIOS DE I?IERMES
ESTÃO FECHADOS a este respeito. E quando o Grande Hermes hesitou
em falar, qual
mortal poderá atrever?se a ensinar?
Porém, deveis lembrar que ainda que seja aquela a resposta deste
problema, se
porventura há uma resposta, permanece a verdade que: "Enquanto
Tudo está n'O
TODO, é também verdade que O TODO está em Tudo."
O Preceito é enfático. E
podemos acrescentar?lhe as palavras conclusivas de citação:"Aquele
que compreende
realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento."
27
O CAIBALION
CAPÍTULO VIII
OS PLANOS DE CORRESPONDÊNCIA
"O que está em cima é como o que está embaixo,
e o que está embaixo é como o que
está em cima."
O Segundo Grande Princípio hermético explica a verdade que
há uma harmonia, uma
correlação e correspondência entre os diferentes planos
de Manifestação, Vida e
Existência. Esta afirmação é uma verdade porque
tudo o que está incluído no Universo
emana da mesma fonte, e as mesmas leis, princípios e característicos
se aplicam a cada
unidade, ou combinação de unidades de atividade, assim como
cada uma manifesta seus
fenômenos no seu próprio plano.
Para um fim de conveniência do pensamento e do estudo, a Filosofia
hermética
considera que o Universo pode ser dividido em três grandes classes
de fenômenos,
conhecidas como os Três Grandes Planos denominados:
I. O Grande Plano Físico.
II. O Grande Plano Mental.
III. O Grande Plano Espiritual.
Estas divisões são mais ou menos artificiais e arbitrárias,
porque a verdade é que todas
as três divisões não são senão graus ascendentes
da grande escada da Vida, o ponto
mais baixo da qual é a Matéria não diferenciada, e
o ponto mais elevado o Espírito. E,
aliás, os diversos Planos penetram uns nos outros, assim esta não
sólida e exata divisão
pode ser colocada entre os mais elevados fenômenos do Plano Físico
e o mais inferior
do Plano Mental; ou entre os mais elevados do mental e os mais baixos do
Físico.
Enfim, os Três Grandes Planos podem ser considerados como três
grandes grupos de
graus de Manifestação vital. Apesar do fim deste pequeno livro
não nos permitir
entrarmos em extensa discussão ou explicação do objeto
destes diferentes planos,
contudo, pensamos ser bom dar aqui uma descrição geral dos
mesmos.
A princípio devemos considerar bem a pergunta tantas vezes feita
pelo neófito, que
deseja ser informado a respeito do significado da palavra "Plano",
termo
que tem sido muito usado e pouco explicado em muitas obras de ocultismo.
A pergunta
é geralmente expressa assim: "É um Plano um lugar tendo
dimensões, ou é
simplesmente uma condição ou estado?" Respondemos: "Não;
não é um lugar, nem uma
dimensão ordinária do espaço; é ainda mais que
um estado ou uma condição e, apesar
disso, o estado ou a condição é um grau de dimensão,
em escala sujeita à medida." Um
tanto paradoxal, não é verdade? Porém examinemos a
matéria. Uma "dimensão", vós o
sabeis, é "uma Medição em linha reta, em relação
à medida", etc. As dimensões
ordinárias do espaço são comprimento, largura e altura,
ou talvez comprimento, largura,
altura, espessura ou circunferência. Há uma outra dimensão
das coisas criadas, ou
medida em linha reta, conhecida pelos ocultistas, como também por
cientistas, apesar
destes últimos não a chamarem com o termo "dimensão";
e esta nova dimensão, que
futuramente será a mais investigada como Quarta Dimensão,
é a marca usada na
determinação dos graus ou Planos.
Esta Quarta Dimensão pode ser chamada a Dimensão da Vibração.
Este é um fato bem
conhecido para a moderna ciência, como para os hermetistas, que estabeleceram
a
verdade no seu Terceiro Princípio hermético, que "tudo
se move, tudo vibra, nada está
parado". Desde as manifestações mais elevadas até
às mais baixas, todas as coisas
28
O CAIBALION
vibram. Não somente elas vibram em diferentes coeficientes de movimento,
mas
também em díversas direções e de diferentes
maneiras. Os graus de coeficiente das
vibrações constituem os graus de medição na
Escala de Vibrações, ou em outras
palavras, os graus da Quarta Dimensão. E estes graus,formam o que
os ocultístas
chamam "Planos". O mais elevado grau de vibração
constitui o plano mais elevado e a
mais elevada manifestação da Vida que ocupa este plano. Assim,
apesar de um plano
não ser um lugar, nem ainda um estado ou uma condição,
ele possui as qualidades de
ambos. Desejaríamos dizer mais sobre o assunto da escala das Vibrações
nas nossas
próximas lições, em que consideraremos o Princípio
hermético de Vibração.
Deveis lembrar?vos agora que os Três Grandes Planos não são
as divisões atuais dos
fenômenos do Universo, mas simplesmente termos arbitrários
empregados pelos
hermetistas para facilitar o pensamento e o estudo dos vários graus
e formas da
atividade e da vida universal. O átomo de matéria, a unidade
de força, a mente do
homem e a existência do arcanjo são graus de uma escala, e
fundamentalmente a mesma
coisa, a diferença sendo simplesmente uma questão de grau
e coeficiente de vibração;
todas são criações do TODO, e só têm sua
existência na Infinita Mente do TODO.
Os hermetistas subdividem cada um destes Três Grandes Planos em Sete
Planos
menores, e cada um destes são também subdivididos em sete
sub planos, todas as
divisões sendo mais ou menos arbitrárias, penetrando umas
nas outras, e adotadas
somente para conveniência do estudo científico e para a idéia.
O Grande Plano Físico, com seus Sete Planos menores, é a divisão
dos fenômenos do
Universo que inclui todos os que são relativos às coisas,
forças e manifestações físicas
ou mentais. Inclui todas as formas do que chamamos Matéria e todas
as formas do que
chamamos Energia ou Força. Deveis saber, porém, que a Filosofia
hermética não
reconhece a Matéria como uma "coisa em si", ou como tendo
uma existência separada
constante na mente do ToDo.
Os Ensinamentos são que a Matéria é antes uma forma
da Energia; ela é a Energia num
coeficiente inferior de vibrações de certa espécie.
E de acordo com isto os hermetistas
classificam a Matéria como a extremidade inferior da Energia, e dão?lhe
três dos Sete
Planos Menores do Grande Plano Físico.
Estes Sete Menores Planos Físicos são os seguintes:
I . O Plano da Matéria (A)
II. O Plano da Matéria (B)
III. O Plano da Matéria (C)
IV. O Plano da Substância Etérea
V. O Plano da Energia (A)
'VI. O Plano da Energia (B)
VII. O Plano da Energia (C)
O Plano da Matéria (A) compreende as formas da Matéria em
suas formas de sólidos,
líquidos e gasosos como geralmente reconhecem os livros dos físicos.
O Plano da Matéria (B) compreende certas formas mais elevadas e mais
sutis da
Matéria, cuja existência a ciência moderna está
reconhecendo agora, os fenômenos da
Matéria Radiante, nas suas fases de radium, etc., que contém
a subdivisão inferior deste
Plano Menor. O Plano da Matéria (C) compreende as formas da matéria
mais sutil e
tênue, cuja existência não é suspeitada pelos
cientistas ordinários.
O Plano da Substância Etérea compreende o que a ciência
chama "O Éter", uma
substância de extrema tenuidade e elasticidade, que penetra todo o
Espaço do Universo,
29
O CAIBALION
e age como mediador para a transmissão de ondas de energia, como
a luz, o calor, a
eletricidade, etc. Esta substância Etérea forma um elo de relação
entre a Matéria (assim
chamada) e a Energia e participa da natureza de ambas. os Preceitos herméticos,
contudo, ensinam que este plano tem sete subdivisões (como têm
todos os Planos
Menores.), e que com efeito existem sete éteres, em vez de um só.
Imediatamente acima do Plano da Substância Etérea está
o Plano da Energia (A), que
compreende as formas ordinárias da Energia conhecida pela ciência,
sendo,
respectivamente, estes sete sub planos, o Calor, a Luz, o Magnetismo, a
Eletricidade e a
Atração incluindo a Gravitação, a Coesão,
a Afinidade Química, etc. e várias outras
formas de energia indicada pelas experiências científicas mas
ainda não classificadas. O
Plano da Energia (B) compreende sete sub planos de formas elevadas da energia
ainda
não descoberta pela ciência, mas que têm sido apelidadas
"As Forças Mais Sutis da
Natureza" e que são consideradas em ação nas manifestações
de certas formas de
fenômenos Mentais e pelas quais tais fenômenos são possíveis.
O Plano da Energia (C)
compreende sete sub planos de energia tão elevadamente organizados,
que eles contêm
muitos característicos da vida, mas que não é reconhecido
pela mente dos homens no
Plano ordinário de desenvolvimento, sendo útil só ao
uso dos entes do Plano Espiritual;
tal energia nem é sonhada pelo homem ordinário, e pode ser
considerada quase como a
força divina. Os entes que a empregam são como deuses comparados
com os mais
elevados tipos humanos conhecidos por nós,
O Grande Plano Mental compreende as formas de pensamentos viventes conhecidas
por
nós na vida ordinária, bem como certas outras formas só
bem conhecidas dos ocultistas.
A classificação dos Sete Menores Planos Mentais é mais
ou menos satisfatória e
arbitrária (se não for acompanhada por esmeradas explicações
que estão fora do fim
desta obra particular; contudo vamos mencioná?los. Eles são
os seguintes:
l . O Plano da Mente Mineral
li. O Plano da Mente Elemental (A)
iii.O Plano da Mente Vegetal
IV.O Plano da Mente Elemental (B)
V. O Plano da Mente Animal
Vi. O Plano da Mente Elemental (C)
Vil. O Plano da Mente Hominal.
O Plano da Mente Mineral compreende os estados ou as condições
das unidades,
entidades, ou grupos e combinações das mesmas, que animam
as formas conhecidas por
nós como minerais, químicas, etc. Estas entidades não
podem ser confundidas com as
moléculas, os átomos e os corpúsculos, que são
simplesmente os corpos ou as formas
materiais destas entidades, assim como o corpo de um homem é a sua
forma material e
não ele mesmo. Estas entidades podem ser chamadas espíritos
em certo sentido, e seres
viventes de um grau inferior de desenvolvimento, vida e mente, exatamente
um Pouco
maior que as unidades da energia vivente que compreendem as mais elevadas
subdivisões do mais elevado Plano Físico. A mente média
não quer geralmente atribuir
a possessão da mente, espírito ou vida ao reino Mineral, mas
todos os ocultistas
reconhecem a existência dela e a ciência moderna move?se rapidamente
para o ponto
de vista do Hermetismo, a respeito deste assunto. As moléculas, os
átomos C OS
corpúsculos têm seus amores e ódios, suas semelhanças
e dessemelhanças, atrações e
repulsões, afinidades e desafinidades, etc., e muitas das mais intrépidas
mentes de
ciência moderna expressaram a opinião que o desejo e a vontade,
as eitoções e
sentimentos, dos átomos simplesmente diferem em grau dos que os homens
têm.
30
O CAIBALION
Não temos espaço para argumentar sobre este assunto. Todos
os ocultistas conhecem
isto, e outros se referiram às diversas obras científicas
mais recentes para corroboração
exterior. Estas são as sete subdivisões usuais deste plano.
O Plano da Mente Elemental (A) compreende o estado ou a condição,
e grau de
desenvolvimento mental e vital de uma classe de entidade desconhecidas ao
homem
médio, mas reconhecidas pelos ocultistas. Elas são invisíveis
aos sentidos ordinários do
homem, mas não obstante existem e têm a sua parte do Drama
do Universo. O seu grau
de inteligência está entre o das entidades minerais e químicas,
de um lado, e das
entidades do reino vegetal do outro. Também neste plano há
sete subdivisões.
O Plano da Mente Vegetal, em suas sete subdivisões, compreende os
estados ou as
condições das entidades contidas nos reinos do Mundo Vegetal,
os fenômenos vitais e
mentais que as pessoas de inteligência média justamente bem
compreendem, tendo sido
publícadas na última década muitas obras novas e interessantes
sobre a "Mente e a Vida
nas Plantas". As Plantas têm vida, mente e espírito, tão
bem como os animais, o homem
e o super?homem.
O Plano da Mente Elemental (B), nas suas sete subdivisões, compreende
os estados e as
condições de uma forma mais elevada das entidades elementais
ou invisíveis, tendo a
sua parte na obra geral do Universo, cuja mente e vida forma uma parte da
e.?,cada
entre o Plano da Mente Vegetal e o Plano da Mente Animal, as entidades participando
da natureza de ambos.
O Plano da Mente Animal, nas suas sete subdivisões, compreende os
estados e as
condições de entidades, entes ou espíritos que animam
as formas animais da vida,
familiares a nós todos. Não é necessário entrar
em detalhes a respeito deste reino ou
plano de vida, porque o mundo animal nos é tão familiar como
o nosso próprio.
O Plano da Mente Elemental (C), nas suas sete subdivisões, compreende
as entidades
ou entes invisíveis, como são todas as formas elementais,
que participam da natureza da
vida animal e da humana em certo grau e certas combinações.
As formas mais elevadas
são meio?humanas em inteligência.
O Plano da Mente Humana, nas suas sete subdivisões, compreende as
manifestações da
vida e da mentalidade que são comuns ao Homem, nos seus vários
graus e divisões.
Nesta relação sabemos que o homem médio atual ocupa
a quarta subdivisão do Plano da
Mente Humana, e somente o mais inteligente cruzou as fronteiras da Quinta
Subdivisão.
A raça gastou milhões de anos para alcançar esta posição,
e serão necessários muitos
mais anos para que ela passe a sexta e a sétima subdivisões
e vá além delas. Mas,
lembraí?vos que existiram raças antes de nós que passaram
por esses degraus e nos
planos mais elevados. A nossa própria raça é a quinta
(com restos da quarta) que pôs os
pés no Caminho. Contudo, há alguns espíritos avançados
da nossa própria raça que
ultrapassaram as massas, e que passaram a sexta e a sétima subdivisões,
e muito poucos
entes estão acima deles. O homem da Sexta Subdivisão será
o "Super?Homem"; e o da
Sétima "O Homem de Cima".
Na nossa consideração dos Sete Planos Mentais Menores, nós
nos referimos aos Três
Planos Elementáis em sentido geral. Não queremos entrar em
detalhes sobre este
assunto, porque esta obra limita?se a tratar da filosofia e dos preceitos
em geral. Mas
podemos dizer?vos mais, com o fim de dar?vos uma pequena idéia mais
clara das
relações destes planos aos mais fami res deles: os Planos
Elementais têm a mesma
relação com os planos do Mentalidade e da Vida Mineral, Vegetal,
Animal e Hominal,
como as claves pretas do piano têm para com as claves brancas. As
claves brancas são
suficientes para produzir a música, mas há certas escalas
' melodias e harmonias em que
31
O CAIBALION
as claves pretas têm a sua parte, e em que a sua presença é
necessária. São necessários
também como elos de uitião da condição do espírito;
são entidades?estados, entre os
outros diversos planos, certas formas de desenvolvimento podendo ser atingidas
nele;
este último resultado dando ao leitor que pode ter entre as linhas
uma nova luz sobre o
processo de Evolução, e uma nova chave da porta secreta dos
lábios da vida entre um
reino e o outro. Os grandes reinos dos Elementais são muito reconhecidos
por todos os
ocultistas, e os escritos esotéricos estão cheios de menção
deles. Os leitores de "Zanoni"
de Bulwer Lytton e outras obras semelhantes poderão reconhecer as
entidades que
habitam estes planos de vida.
Passando do Grande Plano Mental ao Grande Plano Espiritual, que poderemos
dizer?
Como poderemos explicar estes estados mais elevados do Ente, da Vida e da
Mente, às
mentes ainda inábeis para compreender e entender as mais elevadas
subdivisões do
Plano da Mente Hominal?
A tarefa é impossível. Poderemos falar só nos termos
mais gerais. Como pode a Luz ser
descrita a um homem nascido cego? Como explicar o açúcar a
um homem que nunca
comeu coisa doce, ou a harmonia a um que nasceu surdo?
Tudo o que podemos dizer é que os Sete planos Menores do Grande Plano
Espiritual
(cada Plano Menor tendo suas sete subdivisões) compreende os Entes
que possuem a
Vida, a mente e a Forma acima da do Homem atual como a deste último
é acima do
verme terrestre, do mineral ou ainda de certas formas da Energia ou Matéria.
A Vida
destes Entes é tão transcendental para nós, que ainda
não podemos pensar nos detalhes
dos mesmos; as suas Mentes são tão transcendentes que para
eles nos parecemos pensar
um pouquinho, e os nossos processos mentais lhes parecem simplesmente como
um
processo material; a Matéria de que as suas formas são compostas
são dos Planos mais
elevados da Matéria, contudo, muitos disseram que eles estão
presos na Pura Energia.
Que se poderá dizer de tais Entes?
Nos Sete Planos Menores do Grande Plano Espiritual existem Entes que poderemos
chamar Anjos, Arcanjos, Semideuses. No Plano Menor mais baixo vivem estas
grandes
almas que chamamos Mestres e Adeptos. Acima deles fica a Grande Hierarquia
das
Hostes Angélicas, inconcebíveis ao homem; e acima destas ficam
os que podem ser
chamados sem irreverência Os Deuses, tão elevados na escada
da existência estão eles,
pois que a sua existência, inteligência e poder são semelhantes
aos atríbuídos pelas
raças de homens às suas concepções da Divindade.
Estes Entes estão ainda além dos
mais elevados vôos da imaginação humana, e o epíteto
Divino é o único que lhes é
aplicável. Muitos destes Entes como também as Hostes Angélicas
tomam muito
interesse nos negócios do Universo e têm uma parte importante
neles. Estas Invisíveis
Divindades e Anjos Protetores estendem a sua influência livre e ~osamente
no processo
da Evolução e do Progresso Cósmico. A sua ocasional
intervenção e assistência nos
negócios humanos criou as muitas lendas, crenças, religiões
e tradições da raça passada
e presente. Eles muitas vezes impuseram ao mundo os seus conhecimentos e
poderes
conforme a Lei do TODO.
Mas, ainda mesmo os mais elevados destes Entes adiantados ,existem simplesmente
como criações da Mente do TODO, e são sujeitos aos
Processos Cósmicos e às Leis
Universais. Eles são ainda Mortais. Podemos chamá?los deuses
comparados concsco,
mas ainda são os Irmãos mais Velhos da Raça, as almas
mais avançadas que
ultrapassam os seus irmãos, e que renunciaram ao êxtase da
Absorção pelo TODO, com
o fim de ajudar a,raça na sua jornada para subir o Caminho. Mas eles
pertencem ao
32
O CAIBALION
Universo e estão sujeitos às suas condições
(são mortais) e o seu plano está abaixo do
plano do Espírito Absoluto.
Somente os mais avançados hermetistas são aptos para compreender
os mais ocultos
Preceitos a respeito dos estados de existência e dos poderes manifestados
nos Planos
Espirituais. Os fenômenos são tão superiores aos dos
Planos Mentais que uma confusão
de idéias resultaria certamente se atentássemos em descrevê?los.
Somente aqueles cujas
mentes foram muito adestradas nas linhas da Filosofia hermética por
muitos anos
certamente que estes transportam consigo de outras encarnações
o conhecimento
adquirido previamente ? podem compreender justamente o que é significado
pelo
Ensinamento sobre este Plano Espiritual. E muitos destes Preceitos Secretos
são
considerados pelos hermetistas como sendo sagrados, importantes e perigosos
para a
disseminação ao público em geral. Os estudantes inteligentes
podem reconhecer que
significamos com isto a idéia que a significação da
palavra Espírito, como é empregada
pelos hermetistas, é semelhante à de Poder Vivente, Força
Anitriada, Essência Oculta,
Essência da Vida, etc., que não deve ser confundido com o termo
usual e comumente
empregado em relação com os termos, isto é, religioso,
eclesiástico espiritual, etéreo,
santo, etc. Aos ocultistas a palavra Espírito se emprega ro sentido
d"O Princípio
Animado", entendendo com isto a idéia de Poder, Energia Vivente,
Força Mística, etc.
E os ocultistas sabem que o que é conhecido por eles como Poder Espiritual
pode ser
empregado para o mau como para o bom fim (em concordância com o Princípio
de
Polaridade), fato que foi reconhecido pela maioria das religiões
nas suas concepções
de? Satã, Belzebu, o Diabo, Lúcifer, Anjos caídos,
etc. E assim os conhecimentos a
respeito destes Planos foram conservados no Santo dos Santos, na Câmara
Secreta do
Templo de todas as Fraternidades Esotéricas e Ordens Ocultas.
Mas podemos dizer aqui que aquele que atingiu os poderes espirituais superiores
e
empregou?os mal tem um terrível destino para si na história,
e a vibração do pêndulo
do Ritmo inevitavelmente lança?lo?á no extremo mais baixo
da existência Material, de
cujo ponto ele tem de fazer a sua caminhada de prisão espiritual,
pelas muitas voltas do
Caminho, mas sempre com a tortura de ter sempre oonsigo urna ligeira memória
das
alturas de que caiu por causa das suas más ações. A
lenda da Queda dos Anjos tem uma
base nos fatos atuais como sabem todos Os ocultistas avançados. Os
esforços para
poderes egoístas no Plano Espiritual inevitavelmente traz como resultado
no espírito
egoísta a perda da sua balança espiritual e a queda do mesmo
modo que foi elevado
previamente. Mas, ainda para tal alma, é dada a oportunidade da volta,
e ela toma o
caminho de volta, pagando a terrível penalidade de acordo com a Ui
invariável.
Em conclusão vamos agora lembrar?vos que relativamente (de acordo
com ele) ao
Princípio de Correspondência, que contém a verdade:
O que está em cima é como o que
está embaixo, e o que está embaixo é como o que está
em cima, todos os Sete Princípios
Herméticos estão em muitas operações em todos
os diversos planos Físicos, Mental e
Espiritual. O Princípio da Substância Mental aplica?se a todos
os planos, porque tudo
nasceu na Mente do TODO. O Princípio de Correspondência se
manifesta em tudo,
porque há uma correspondência, harmonia e correlação
entre os diversos planos. O
Princípio de Vibração se manifesta em todos os planos?,
com efeito, a verdadeira
diferença que faz os planos resulta da Vibração, como
explicamos. O Princípio de
Polaridade manifesta?se em todos os planos, porque os extremos dos Pólos
são
aparentemente opostos e contra,ditórios. O Princípio de Ritmo
manifestasse em todos os
Planos, o movimento dos fenômenos tendo o seu fluxo e refluxo, a sua
alta e baixa. O
33
O CAIBALION
Princípio de Causa e Efeito se manifesta em todos os Planos, cada
Efeito tendo a sua
Causa e cada Causa tendo o seu Efeito. O Princípio de Gênero
manifesta?se em todos
os Planos, sendo a Energia Criadora sempre manifestada e operando ela pela
linha dos
Aspectos Masculinos e Femininos.
O que está em cima é como o que está embaixo, e o que
está embaixo é como o que está
em cima.
Este axioma hermético de centenas de anos compreende um dos grandes
Princípios dos
Fenômenos Universais. Como procedemos com as nossas considerações
dos Princípios
permanentes, vamos ter ainda mais claramente a verdade da natureza universal
deste
grande Princípio de Correspondência.
CAPÍTULO IX
A VIBRAÇÃO
"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra." CAIBALION
O Terceiro Grande Princípio hermético ? o Princípio
de Vibração ? compreende a
verdade que o Movimento é manífestado em tudo no Universo,
que nada está parado,
que tudo se move, vibra e circula. Este princípio hermético
foi reconhecído por muitos
dos maiores filósofos gregos que o introduziam em seus sistemas.
Mas, depois, por
muitos séculos, foram perdidos pelos pensadores que estavam fora
das fileiras
herméticas. Mas no 9." século a ciência física
descobriu novamente a verdade e as
descobertas científicas do século XX acrescentaram as provas
de exatidão e verdade da
secular doutrina hermética.
Os Ensinamentos herméticos são que não somente tudo
está em movimento e vibração
constante; mas também que as diferenças entre as diversas
manifestações do poder
universal são devidas inteiramente à variação
da escala e do modo das vibrações. Não
só isto, mas também que O TODO em si Mesmo manifesta uma constante
vibração de
um grau tão infinito de intensidade e movimento rápido que
praticamente pode ser
considerado como estando parado. Os instrutores dirigem a atenção
do estudante para o
fato de que, ainda no plano físico, um objeto que se move rapidamente
(como uma roda
girante) parece estar parado. Os Ensinamentos são que com efeito
o Espírito está num
lado do Pólo de Vibração, e o outro Pólo é
certa forma extremamente grosseira da
Matéria. Entre estes dois pólos estão milhões
de milhões de escalas e modos de
vibração.
A Ciência Moderna provou que o que chamamos Matéria e Energia
é simplesmente
modo de movimento vibratório, e muitos dos mais adiantados cientistas
estão?se
movenào rapidamente para os ocultistas que sustentam que os fenômenos
da Mente são
modos semelhantes de vibração e movimento. Permiti?nos examinar
o que disse a
ciência sobre ?a questão das vibrações na matéria
e na energia.
Em último lugar, a ciência ensina que toda a matéria
manifesta, em alguns graus, as
vibrações procedentes da temperatura ou calor. Seja um objeto
quente ou frio ? ambos
sendo simplesmente graus da mesma coisa ? ele manifesta certas vibrações
quentes, e
neste sentido está em movimento e vibração. Logo todas
as partículas da Matéria estão
em movimento circular, desde os corpúsculos até os sóis.
Os planetas giram ao redor
dos sóis, e muitos deles giram sobre seus eixos. Os sóis movem?se
ao redor dos grandes
pontos centrais, e crê que estes se movem ao redor de maiores, e assim
por diante, até o
infinito. As moléculas de que as espécies particulares da
Matéria são compostas se
acham num estado de constante vibração e movimento umas ao
redor das outras. As
34
O CAIBALION
moléculas são compostas de Átomos, que, semelhantemente,
se acham em estado de
constante movimento e vibração.
Os átomos são compostos de Corpúsculos, muitas vezes
chamados elétrons, íons, etc.
que também estão em estado de movimento rápido, girando
um ao redor do outro, e que
manifestam um estado e um modo verdadeiramente rápido de vibração.
E vemos assim
que todas as formas da Matéria manifestam a Vibração,
de acordo com o Princípio
hermético de Vibração.
E assim é com as diversas formas da Energia. A Ciência ensina
que a Luz, o Calor, o
Magnetismo e a Eletricidade são simplesmente formas de movimento
vibratórío
provavelmente emanadas do Éter. A Ciência até agora
não procurou explicar a natureza
dos fenômenos conhecidos como Coesão, que é o principio
da Atração Molecular, nem
a Afinidade Química, que é o princípio da Atração
Atômica, nem a Gravitação (o maior
mistério destes três), que é o princípio da atração
pela qual uma partícula ou massa de
Matéria é atraída por outra partícula. Estas
três formas da Energia não são ainda
compreendidas pela ciência, contudo, os escritores inclinarn?se para
a opinião que estas
três são manifestações da mesma forma da energia
vibratória, fato que os hermetistas
descobriram e disseram nos tempos passados.
O Éter Universal, que é postulado pela ciência sem que
a sua natureza seja
compreendida claramente, é considerado pelos hermetistas corno sendo
uma
manifestação elevada daquilo que é erroneamente chamado
matéria, isto é, a Matéria a
um grau elevado de vibração, é chamada por eles "A
Substância Etérea". Os hermetistas
ensinam que esta Substância Etérea é de extrema tenuidade
e elasticidade, e penetra o
espaço universal, servindo como meio de transmissão das ondas
da energia vibratória,
corno o calor, a luz, a eletricidade, o magnetismo, etc. Os Ensinamentos
são que a
Substância Etérea é um elo de união entre as
formas da energia vibratória conhecida
como . Matéria, de um lado, e a Energia ou Força, de outro
lado; e também que ela
manifesta um
grau de vibração, em escala e modo inteiramente particular.
Os cientistas ofereceram o exemplo de uma roda, pião ou para mostrar
os efeitos das
cilindro movendo?se rapidamente escalas aumentativas da vibração.
O exemplo supõe
uma roda, pião ou cilindro, girando numa pequena escala de ligeireza.
Suponhamos que
o objeto se move lentamente. Ele pode ser visto facilmente, mas nenhum som
do seu
movimento penetra no ouvido. A ligeireza é aumentada gradualmente.
Em poucos
momentos o seu movimento toma?se tão rápido que um surdo ruído
ou uma nota baixa
pode ser ouvida. Então como a escala é aumentada a nota sobe
mais na escala 'musical.
O movimento sendo ainda mais aumentado, a última nota superior é
melhor ouvida.
Aí', uma depois da outra, todas as notas da escala musical aparecem,
subindo cada vez
mais conforme é aumentado o movimento. Finalmente, quando o movimento
passou
uma certa escala, a nota final perceptível aos ouvidos humanos é
alcançada, um som
agudo soa morrendo ao longe, e segue?se o silêncio. Nenhum som do
objeto girante é
ouvido, o grau de movimento sendo tão elevado que o ouvido humano
não pode
registrar as vibrações.
Então começa a percepção dos graus ascendentes
do calor e depois de algum tempo o
olho percebe um vislumbre do objeto que se torna uma escuridão de
cor avermelhada.
Como o grau aumenta, o vermelho fica mais claro. Como a ligeireza ainda
é aumentada,
o vermelho passa ao alaranjado. O alaranjado passa ao amarelo. Depois seguem?se,
35
O CAIBALION
sucessivamente as representações do verde, azul, anil, e finalmente
violeta, conforme
for aumentando a grau de ligeireza. Então a cor violeta desaparece,
e todas as cores
desaparecem, a vista humana não sendo capaz de registrá?las.
Mas existem raios
invisíveis que emanam do objeto girante, os raios usados na fotografia,
e outros raios
sutis da luz. Então começam a manifestar?se os raios peculiares
conhecidos como os
Raios X, etc., conforme se transforma a constituição do objeto.
A Eletricidade e o
Magnetismo são emitidos quando for atingido o grau apropriado de
vibração.
Quando o objeto atinge um certo grau de vibração as suas moléculas
se desintegram e
giram por si mesmas nos elementos originais ou átomos.
Os átomos por sua vez, seguindo o Princípio de Vibração,
são separados nos pequenos
corpúsculos de que são formados. E finalmente, mesmo os corpúsculos
desaparecem e
pode?se dizer que o objeto é composto da Substância Etérea.
A Ciência não continua
para diante o exemplo, mas os hermetístas ensinam que, se as vibrações
fossem
aumentando continuamente, o objeto subiria pelos estados sucessivos de manifestação
e
poderia manifestar os diversos graus mentais na direção do
Espírito; então ele poderia
reentrar finalmente no TODO, que é o Espírito Absoluto. O
objeto, contudo, teria
deixado de ser um objeto desde que tivesse subido ao degrau da Substância
Etérea, mas
apesar disso a ilustração é correta porque mostra o
efeito do grau e modo de vibração
aumentada constantemente. Deve ser lembrado na ilustração
acima que nos graus em
que o objeto expele vibrações de luz, calor, etc., ele não
está atualmente resolvido
nestas formas da energia (que são muito elevadas na escala), mas
simplesmente alcança
um grau de vibração em que estas formas de energia são
livradas, em certo grau, das
influências restritivas das suas moléculas, seus átomos
e corpúsculos, como pode ser o
caso. Estas formas de energia, apesar (e muito mais ele . vadas na escala
do que a
matéria, estão aprisionadas e limitadas nas combinações
materiais, pela.razão que as
energias manifestam e empregam as formas materiais, mas estão restringidas
e limitadas
nas suas criações destas formas, de modo que estas são,
para um modo de entender, as
mais verdadeiras de todas as criações, ficando a força
criadora envolvida na sua criação.
Mas os Ensinamentos herméticos vão muito além dos da
ciência moderna. Eles ensinam
que, toda a manifestação do pensamento, emoção,
raciocínio, vontade, desejo, qualquer
condíção ou estado, são acompanhados por vibrações,
uma porção, das quais é expelida
e tende a afetar a mente de outras pessoas por indução.
Este é o princípio que produz os fenômenos de telepatia,
influência mental e outras
formas da ação e do Poder do mente com que se está
acostumando rapidamente, por
causa da completa disseminação dos conhecimentos Ocultos pelas
diversas escolas,
cultos e instrutores na época atual.
Todos os pensamentos, todas as emoções ou estados mentais
têm o seu grau e modo de
vibração. E por um esforço da vontade da pessoa, ou
de outras pessoas, estes estados
mentais podem ser reproduzidos, do mesmo modo que o tom musical pode ser
reproduzido por meio da vibração de um instrumento em certo
grau e assim como a cor
pode ser reproduzida da mesma forma. Pelo conhecimento do Princípio
de Vibração,
aplicado aos Fenômenos Mentais, pode?se polarizar a sua mente no grau
que quiser,
adquirindo assim um perfeito domínio sobre os seus estados mentais,
as disposições,
etc. Do mesmo modo pode afetar as mentes dos outros, produzindo nelas os
estados
desejados. Por fim, ele pode produzir no Plano Mental o que a ciência
produz no Plano
Físico, principalmente, Vibrações à Vontade.
Este poder pode ser adquirido somente
pela instrução própria, pelos exercícios, práticas,
etc., da ciência da Transmutação
Mental, um dos ramos da Arte hermética.
36
O CAIBALION
Uma pequena reflexão sobre o que dissemos mostrará ao estudante
que o Princípio de
Vibração compreende os admiráveis fenômenos do
poder manifestado pelos Mestres e
Adeptos, que aparentemente são capazes de destruir as Leis da Natureza
mas que em
realidade simplesmente usam uma lei contra outra, um princípio contra
outro; e que
obtêm os seus resultados mudando as vibrações dos objetos
materiais ou formas de
energia, e então realizam o que é comumente chamado milagre.
Diz um dos velhos escritores herméticos: "Aquele que compreende
o Princípio de
Vibração alcançou o cetro do Poder."
CAPÍTULO X
A POLARIDADE
"Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par
de opostos; o semelhante e o
dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos
em natureza, mas diferentes
em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias?verdades;
todos os
paradoxos podem ser reconciliados." ? O CAIBALION ?
O Quarto Grande Princípio hermético ? o Princípio de
Polaridade ? contém a verdade
que todas as coisas manifestadas têm dois lados, dois aspectos, dois
pólos opostos, com
muitos graus de diferença entre os dois extremos. Os velhos paradoxos,
que ainda
deixaram perplexa a mente dos homens, são explicados pelo conhecimento
deste
Princípio.
O homem também reconheceu muitas coisas? semelhantes a este Princípio
e tentou
exprimi?lo por estas máximas e aforismos: Tudo existe e não
existe ao mesmo tempo,
todas as verdades são meias?verdades, todas as verdades são
meio?falsas, há dois lados
em tudo, todo verso tem o seu reverso, etc.
Os Ensinos herméticos são, com efeito, que a diferença
entre as coisas que se parecem
diametralmente opostas é simplesmente questão de graus. Eles
ensinam que os pares de
opostos podem ser reconciliados, e que a reconciliação universal
dos opostos é efetuada
pelo conhecimento deste Princípio de Polaridade. Os instrutores dizem
que os exemplos
deste Princípio podem ser dados a qualquer pessoa, e por meio de
uma examinação da
natureza real das coisas. Eles conhecem porque afirmam que o Espírito
e a Matéria são
simplesmente dois pólos da mesma coisa, sendo os planos intermediários
simplesmente
graus de vibração@ Eles afirmam que o ToDo e o Muito são
a mesma coisa, a
diferença sendo simplesmente questão de grau de manifestação
mental. Assim a LEi e
as Leis são os dois pólos de uma só coisa. Do mesmo
modo o PRINcípio e os
Princípios, a Mente Infinita e a mente finita.
Então passando ao Plano Físico, eles explicam o Princípio
dizendo que o Calor e o Frio
são idênticos em natureza, as diferenças sendo simplesmente
questão de graus. O
termômetro marca diversos graus de temperatura, chamando?se o pólo
mais baixo frio,
e o mais elevado calor. Entre estes dois pólos estão muitos
graus de calor ou frio,
chamai?os qualquer dos dois que não cometereis erro algum. O mais
elevado dos dois
graus é sempre o mais quente, enquanto que o mais baixo é
sempre o trais frio. Não há
demarcação absoluta; tudo é questão de grau.
Não há lugar no termômetro em que cessa
o calor e começa o frio. Isto é questão de vibrações
mais elevadas ou menos elevadas.
Mesmo os termos alto e baixo (inferiores e superiores), que 'somos obrigados
a usar,
37
O CAIBALION
são unicamente pólos da mesma coisa; os termos são
relativos. Assim como o Oriente e
o Ocidente; viajai ao redor do mundo e na direção do Oriente,
e chegareis a um ponto
que é chamado Ocidente, ao vosso ponto de partida, e voltareis deste
ponto oriental.
Viajai para o Norte e parecer?vos?á viajar no Sul, ou vice?versa.
A Luz e a Obscuridade são pólos da mesma coisa, com muitos
graus entre elas. A
escala musical é a mesma coisa: vibrando o ponto "C" movei?o
para cima até que
encontrais outro ponto "C", e assim por diante, a diferença
entre as duas extremidades
da corda sendo a mesma, com muitos graus entre os dois extremos. A escala
das cores é
a mesma: pois que as mais elevadas e as mais baixas vibrações
são simplesmente
diferenças entre o violeta superior e o vermelho inferior. O Grande
e o Pequeno são
relativos. Assim também o Ruído e o Silêncio, o Duro
e o Flexível. Tais são o Agudo e
o Liso. O Positivo e o Negativo são dois pólos da mesma coisa,
com muitos graus entre
eles.
O Bem e o Mal não são absolutos; chamamos uma extremidade
da escala Bem e a outra
Mal. Uma coisa é menos boa, que a coisa mais elevada na escala, mas
esta coisa
?menos boa, por sua vez, é mais boa (melhor) que a coisa imediatamente
inferior a ela;
e assim por diante, o mais ou o menos sendo regulado pela posição
na escala.
E assim é no Plano Mental. O Amor e o ódio são geralmente
considerados como sendo
coisas diametralmente opostas entre si, inteiramente diferentes, irreconciliáveis.
Mas
aplicamos o Princípio de Polaridade, e supomos que não há
coisa de Amor Absoluto ou
de ódio Absoluto, como distintos um do outro. Ambos são simplesmente
termos
aplicados aos dois pólos da mesma coisa. Começando num ponto
da escala encontramos
mais amor ou menos ódio, conforme subirmos a escala; e mais ódio
e menos amor,
conforme descermos: sendo verdade que não há matéria
de cujo ponto, superior ou
inferior, possamos admirar. Há graus de Amor e de Ódio, e
há um ponto médio em que
o semelhante e o dessemelhante tornam?se tão insignificantes que
é difícil fazer
distinção entre eles. A Coragem e o Medo seguem a mesma regra.
Os pares de opostos
existem em toda parte. Onde encontrardes uma coisa encontrareis o seu oposto:
os dois
pólos.
E é este fato que habilita o hermetista a, transmutar um estado mental,
em outro,
conforme as linhas da Polarização. As coisas pertencentes
a diferentes classes não
podem ser transmutodas em uma outra, mas as coisas da mesma classe podem
ser
transmutadas, isto é, podem ter a sua polaridade mudada. Assim o
Amor pode ser Oeste
ou Leste, Vermelho ou Violeta, mas pode tornar?se e imediatamente se torna
em ódio,
e do mesmo modo, o ódio pode ser transformado em Amor, pela mudança
da
polaridade. A Coragem pode ser mudada em Medo e vice?versa. As coisas duras
podem ficar moles. As coisas agudas podem ficar lisas. As coisas frias podem
ficar
quentes. E assim por diante, a transmutação sendo sempre entre
coisas da mesma
natureza, porém de graus diferentes. Tomemos o caso de um homem medroso.
Elevando as suas vibrações mentais na linha do Medo e da Coragem,
pode chegar a
possuir maior grau (e Coragem e Intrepidez. E de igual modo um homem preguiçoso
pode mudar?se em um indivíduo ativo, enérgico, simplesmente
pela polarização na
direção da qualidade desejada.
O estudante que está familiarizado com os processos pelos quais as
diversas escolas de
Ciência mental, etc., produzem modificações nos estados
mentais dos que empregam os
seus ensinos, poderá não compreender o princípio que
opera estas mudanças. Contudo,
38
O CAIBALION
quando o Princípio de Polaridade é compreendido, ele vê
que as mudanças mentais são
ocasionadas por uma mudança de polaridade, uma descida na mesma escala:
o assunto é
facilmente compreendido. A mudança não é da natureza
de uma transrnutação de uma
coisa em outra coisa inteiramente diferente, mas é simplesmente uma
mudança de grau
nas mesmas coisas, uma diferença muito importante. Por exemplo, tomando
uma
analogia do Plano Físico, é impossível mudar o Calor
em Agudeza, Ruído, Altura, etc.,
mas o Calor pode ser transmutado em Frio, simplesmente pela diminuição
dás
'vibrações. Da mesma forma o ódio e o Amor são
mutuamente transmutáveis; assim
também o Medo e a Coragem. Mas o Medo não pode ser mudado
em Amor, nem a
Coragem em Mo. Os estados mentais pertencem a inúmeras classes, cada
classe deles
tem dois pólos opostos, entre os quais a transmutação
é possível.
O estudante reconhecerá facilmente que nos estados mentais, bem como
nos fenômenos
do Plano Físico, os dois pólos podem ser classificados como
Positivo e Negativo,
respectivamente. Assim o Amor é Positivo para o ódio, a Coragem
para o Medo, a
Atividade para a Indolência, etc. E também pode?se dizer ainda
que aos que não estão
familiarizados com o Princípio de Vibração, o pólo
Positivo parece ser de um grau mais
elevado que o pólo Negativo, e dominá?lo imediatamente. A
tendência da Natureza é
na direção da atividade dominante do pólo Positivo.
Para acrescentar mais alguma coisa à mudança dos pólos
dos próprios estados mentais
de cada um pela operação da arte de, Polarização,
os fenômenos da Influência mental,
nas suas diversas fases, nos mostram que este princípio pode estender?se
até ao
fenômeno da influência de uma mente sobre outra, de que muito
se tem escrito nos
últimos anos. Quando se compreende que a Indução mental
é possível, isto é, que estes
estados mentais são produzidos pela indução de outros,
então se pode ver
imediatamente como um certo grau de vibração, ou a polarização
de um certo estado
mental, pode ser comunicado a outra pessoa, e assim se muda a sua polaridade
nesta
classe de estados mentais. É conforme este princípio que os
resultados de muitos
tratamentos mentais são obtidos. Por exemplo, uma pessoa é
azul, melancólica e cheia
de medo. Um cientista mental adestrando pela sua própria vontade
a sua mente à
desejada vibração, obtém a desejada polarização
no seu próprio caso, então produz um
estado mental semelhante no outro por indução, o resultado
sendo que as vibrações são
elevadas e a pessoa polarizada no lado Positivo da escala em vez do lado
Negativo,
transmutadas em e o seu Medo e outras emoções negativas são
, Coragem e nos estados
mentais positivos similares. Um pequeno estudo mostrar?vos?á que
estas mudanças
mentais são quase todas de conformidade com a linha de Polarização,
a mudança sendo
de grau e não de espécie.
O conhecimento da existência deste grande Princípio hermético
habilitará o estudante a
compreender melhor os seus próprios estados mentais e o das outras
pessoas. Ele verá
que estes estados são todos questão de graus, e vendo assim,
ele poderá elevar ou a?
baixar a vibração à vontade, mudar os seus pólos
mentais, em vez de ser o seu servo e
escravo. E por este conhecimento poderá auxiliar inteligentemente
os seus semelhantes,
e pelo método apropriado mudar a ?polaridade quando desejar.
Aconselhamos todos os estudantes a famliarizarem?se com este Princípio
de
Polaridade, porque uma exata compreensão dó mesmo esclarecerá
muitos assuntos
difíceis.
CAPÍTULO XI
O RITMO
39
O CAIBALION
"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e
desce; tudo se manifesta
por oscilações compensadas; a medida do movimento à
direita é a medida do
movimento à esquerda; a ritmo é a compensação."
O CAIBALION
O Quinto Grande Princípio Hermético ? o Princípio de
Ritmo ? encerra a verdade que
em tudo se manifesta um movimento proporcional, um movimento de um lugar
para
outro, um fluxo e refluxo, um movimento para diante e para trás,
um movimento
semelhante ao do pêndulo, uma maré baixa e uma maré
alta entre os dois Pólos que se
manifestam nos planos físico, mental e espiritual. O Princípio
de Ritmo está em relação
com o Principio de Polaridade descrito rio capítulo precedente. O
Ritmo se manifesta
entre os dois Pólos estabelecidos pelo Princípio de Polaridade.
Isto não significa,
porém, que o pêndulo do Ritmo vibra nos pólos extremos,
porque isto raramente
acontece; com efeito, na maioria dos casos, é muito difícil
estabelecer o extremo polar
Oposto. Mas a vibração vai primeiro para o lado de um Pólo
e depois para o do outro.
Há sempre uma ação e uma reação, uma
marcha e uma retirada, uma alta e uma baixa,
manifestadas em todos os tons e, fenômenos do Universo. Os sóis,
os mundos, os
homens, os animais, as plantas, os minerais, as forças, a energia,
a mente a matéria e
mesmo o Espírito manifestam este Princípio. O Princípio
se manifesta na criação e
destruição dos,mundos, na elevação e queda das
nações, na vida histórica de todas as
coisas, e finalmente nos estados mentais do Homem.
Começando com as manifestações do Espírito ou
do TODO, pode?se dizer que existem
a Elusão e a Infusão; a "Expiração e a
Inspiração de Brahm", como diz a expressão dos
Brâmanes. Os Universos são criados; eles chegam ao ponto mais
baixo de
materialidade, e logo começam a sua vibração para cima.
Os sóis nascem à existência, e
sendo atingida a sua maior força, o processo de retrocesso começa,
e depois de eons de
tempo eles se tornam inertes massas de matéria, esperando um outro
impulso que
novamente ponha as suas energias interiores na atividade e começa
um novo ciclo de
vida solar. E assim é com todos os mundos; nasceram, viveram e morreram:
é só
renascer. E,assitn é com todas as coisas de figura e forma; elas
vibram da ação para a
reação, do nascimento para a morte, da atividade para a inatividade
voltam para trás.
Assim é com todas as coisas viventes; nasceram, cresceram, morreram,
e depois
tomaram a nascer. Assim é com todos os grandes movimentos, as filosofias,
os credos,
os costumes, os governos, as nações e todas as outras coisas:
nascer, crescer,
amadurecer, decair, morrer e depois renascer. A vibração do
pêndulo está sempre em
evidência.
A noite segue o dia, e o dia segue a noite. O pêndulo vibra do Outono
ao Inverno, e
depois volta para trás. Os corpúsculos, os átomos,
as moléculas e todas as massas de
matéria vibram ao redor do círculo da sua natureza. Não
há coisa alguma de absoluta
inércia ou cessação de movimento, e todo movimento
?participa do Ritmo. O princípio
é de aplicação universal. Pode ser aplicado a qualquer
questão ou fenômeno de qualquer
dos diversos planos de vida. Pode ser aplicado a todas as fases da atividade
humana.
Sempre existe a vibração rítmica de um pólo
a outro. O Pêndulo Universal sempre está
em movimento. As marés da Vida sobem e descem de acordo com a Lei.
O Princípio de Ritmo acha?se bem entendido pela ciência moderna,
e é considerado
como uma lei universal aplicada às coisas materiais. Mas os hermetistas
levam o
princípio muito além, e sabem que as suas manifestações
e influências se estendem às
atividades mentais do Homem, e que isto se explica pela contínua
sucessão de
condições, estados, emoções e outras incômodas
e embaraçosas mudanças que
40
O CAIBALION
observamos em nós mesmos. Mas os hermetístas, estudando as
operações deste
Princípio, aprenderam a escapar da sua atividade pela Transmutação.
Os Mestres hermetistas há muito tempo descobriram que, conquanto
o Princípio de
Ritmo seja invariável, e sempre esteja em evidência nos fenômenos
mentais, ainda
existem dois planos de sua manifestação tanto quanto os fenômenos
mentais estão
incluídos. Descobriram que existem dois planos gerais de Consciência,
o Inferior e o
Superior, o conhecimento deste fato habilita?os a subir ao plano superior
e assim
escapar da vibração do pêndulo rítmico que se
manifesta no plano inferior. Em outras
palavras, a vibração do pêndulo se realiza no Plano
Inconsciente, e a Consciência não é
afetada. A isto eles chamam a Lei de Neutralização. As suas
operações consistem na
elevação do Ego acima das vibrações do Plano
Inconsciente da atividade mental, de
modo que a vibração negativa do pêndulo não é
manifestada na consciência, e por esta
razão eles não são afetados, É semelhante à
elevação acima de uma coisa, deixando?a
passar debaixo de vós. Os Mestres hermetistas, ou os estudantes adiantados,
polarizando?se no pólo desejado, e por um processo semelhante à
recusa de participar
da vibração que desce, ou, se preferis, à negação
da sua influência sobre eles, sustêm?se
firmes na sua posição polarizada, e deixam o pêndulo
mental vibrar para trás no plano
inconsciente. Todas as pessoas que atingiram todos os graus do domínio
próprio
realizam isto mais ou menos inconscientemente, e recusando deixar as suas
condições e
os seus estados mentais negativos dominá?las, aplicam a Lei de Neutralização.
O Mestre, contudo, leva?os a um grau muito elevado de progresso, e pelo
uso da sua
Vontade atinge um grau de Equilíbrio e Firmeza mental quase impossível
de ser crido
pelos que deixam mover?se à direita e à esquerda pelo pêndulo
mental das condições e
emoções.
A importância disto pode ser apreciada por qualquer pensador que compreende
que a
maioria das pessoas são criaturas de condições, emoções
e sensações, e que só
manifestam um domínio próprio muito insignificante. Se quiserdes
deter?vos e
examinar um momento, vereis como muitos movimentos de Ritmo vos afetaram
em
vossa vida, como um período de Entusiasmo foi invariavelmente seguido
por uma
sensação e condição de Depressão. Do
mesmo modo, as vossas condições e períodos de
Coragem foram seguidos por iguais condições de Medo. E assim
sempre aconteceu com
a maioria das pessoas: tempos de sensação sempre apareceram
e desapareceram com
elas, mas elas não suspeitaram a causa ou razão do fenômeno
mental. A compreensão
das operações deste Princípio dará à
pessoa a chave para o Domínio destes movimentos
rítmicos de emoções, e habilitá?la?á
a conhecer melhor a si mesma e a evitar de ser
levada por estes fluxos e refluxos. A Vontade é superior à
manifestação consciente
deste Princípio, todavia o próprio Princípio não
pode ser destruído. Podemos escapar
dos seus efeitos, porém, apesar disso, o Princípio está
em operação. O pêndulo sempre
se move, porém, nós podemos escapar de sermos levados por
ele.
Há outras espécies de operações deste Princípio
de Ritmo ,ck? que queremos falar
agora. Acha?se na sua ação aquilo que é conhecido como
a Lei de Compensação. Uma
das definições ou significações da palavra Compensação
é contrabalançar, que é o
sentido em que os hermetistas empregam o termo. É a esta Lei de Compensação
a que
se refere o Caibalion, quando diz:
"A medida do movimento à direita é a medida do movimento
à esquerda; o ritmo é a
compensação."
A Lei de Compensação é que o movimento numa direção
determi na o movimento na
direção oposta, ou para o pólo oposto; um balança
ou contrabalança o outro. No Plano
41
O CAIBALION
Físico vemos ?muitos exemplos desta Lei. O pêndulo do relógio
move?se em certa
distância à direita, e depois numa igual distância à
esquerda. As estações balançam?se
umas às outras da mesma forma. As marés seguem a mesma Lei.
E a mesma Lei é
manifestada em todos os fenômenos de Ritmo. O pêndulo com brevidade
move?se
numa direção, e com a mesma brevidade na outra; um movimento
extenso à direita
representa invariavelmente um movimento extenso à esquerda. Um objeto
atirado para
cima a uma certa altura tem uma igual distância para atravessar na
volta. A força com
que um projétil é arremessado uma milha para cima é
reproduzida quando o projétil
volta à terra. Esta Lei é constante no Plano Físico,
como vos mostrará uma referência às
autorídades?modelos.
Porém, os hermetistas levam isto muito mais longe. Eles ensinam que
os estados
mentais de um homem estão sujeitos à mesma Lei. O homem que
goza sutilmente está
sujeito a sofrimentos sutis; ao passo que aquele que sente poucas penas
só é capaz de
sentir pouco gozo. O porco sofre porém muito pouco mentalmente, e
também goza
muito pouco: é compensado. E do outro lado, temos outros animais
que gozam
sutilmente, mas cujo organismo nervoso e temperamento lhes faz sofrer esquisitos
graus
de penas. E assim é com o Homem. Existem temperamentos que permitem
um grau
muito inferior de gozo, e igualmente um grau inferior de sofrimento?) enquanto
que há
outros que permitem um gozo mais intenso, mas também um sofrimento
mais intenso.
A verdade é que a capacidade para o sofrimento ou gozo é contrabalançada
em cada
indivíduo. A Lei de Compensação está aí
em constante operação.
Contudo, os Hermetistas ainda vão mais além neste assunto.
Eles ensinam que antes que
alguém possa gozar um certo grau de prazer, deverá ter movido,
proporcionalmente
para o outro pólo da sensação. Dizem, contudo, que
o Negativo é procedente do
Positivo, nesta questão, quer dizer que experimentando um certo grau
de prazer não se
segue que se deverá pagar por isto com um grau correspondente de
sofrimento; pelo
contrário, o prazer é o movimento rítmico, concordando
com a Lei de Compensação,
para um grau de sofrimento precedentemente experimentado na vida presente,
ou numa
encamação precedente. Isto traz nova luz sobre o Problema
do sofrimento.
Os Hermetistas consideram a cadeia das vidas como contínua, e como
formando parte
de uma vida do indivíduo, demodo que, por, conseguinte, o movimento
rítmico por esta
forma é compreendido enquanto que não teria significação
sem que fosse admitida a
verdade da reencarnação.
Porém, os hermetistas pregam que o Mestre ou o estudante adiantado
está habilitado'
em grau elevado, a escapar o movimen,to para o Sofrimento, pelo processo
de
Neutralização antes mencionado. Elevando?se ao plano superior
do Ego, muitas das
experiências que acontecem aos que vivem no plano inferior são
evitadas e escapadas.
A lei da Compensação toma uma parte importante nas vidas dos
homens e das
mulheres. É sabido que geralmente uma pessoa paga o preço
de ttdo o que possui ou
carece. Se tem alguma coisa, carece de outra: a balança é
equilibrada. Ninguém pode
guardar o seu dinheiro e ter a migalha de pão ao mesmo tempo. Todas
as coisas têm os
seus lados prazenteiro e desprazenteiro. As coisas que se ganham são
sempre pagas
pelas coisas que se perdem. O rico possui muito do que falta ao pobre, ao
mesmo tempo
que o pobre também possui coisas que estão fora do alcance
dos ricos. O milionário
poderá ter inclinação para muitos festins, e a opulência
com que sustentar todas as
delícias e luxúrias da mesa, mas carece do apetite para gozar
dela; ele inveja o apetite e
a digestão do trabalhador, que carece da opulência e das inclinações
do milionário, e
42
O CAIBALION
que tem mais prazer com o seu simples alimento do que o milionário
poderia ter, se o
seu apetite não fosse mau, nem a sua digestão arruinada, porque
as necessidades, os
hábitos e as inclinações diferem. E assim é
através da vida. A Lei de Compensação está
sempre em ação, esforçando?se para balançar
e contrabalançar, e sempre vindo a
tempo, sendo necessário diversas vidas para o movi mento de volta
do Pêndulo do
Ritmo.
CAPÍTULO XII
A CAUSALIDADE
"Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas
acontecem de
acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não
reconhecida;
existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei."
? O CAIBALION ?
O Sexto Grande Princípio hermético ? o Princípio de
Causa e Efeito ? contém a
verdade que a Lei domina o Universo, nada acontece por Acaso, que este é
simplesmente um termo para indicar a causa existente, porém não
reconhecida ou
percebida; 'que os fenômenos são contínuos, sem interrupção
ou exceção.
O Princípio de Causa e Efeito está oculto em todas as idéias
científicas antigas e
modernas, e foi anunciado pelos Instrutores Herméticos nos primitivos
dias. Quando se
levantaram muitas e variadas disputas entre as diversas escolas de pensamento,
estas
disputas foram principalmente sobre os detalhes das operações
do Princípio, e ainda às
mais das vezes sobre a significação de certas palavras. O
Princípio obscuro de Causa e
Efeito foi aceito como exato praticamente por todos os pensadores de nomeada
do
mundo inteiro. Pensar de outro modo seria subtrair os fenômenos do
universo do
domínio da Lei e da Ordem, e proscrevê?lo ao domínio
de uma causa imaginária que os
homens chamaram o Acaso.
Uma ?pequena consideração mostrará a todos que em realidade
não existe coisa alguma
de puro. Acaso. Webster define a palavra Acaso do modo seguinte: "Um
suposto agente
ou r,,íodo de atividade diferente da força, lei ou propósito;
a operação de atividade de
tal agente; o suposto eleito deste agente; um acontecimento fortuito, uma
causalidade,
etc." Porém, um pequeno exame ' mostrar?vos?á que não
existe um agente como
Acaso, no sentido de uma coisa fora da lei, uma coisa fora de Causa e Efeito.
Como
poderia ser uma coisa que agisse no universo fenomenal, independente das
leis, da
ordem e da continuidade deste último? Tal coisa seria inteiramente
independente do
movimento ordenado do universo, e portanto superior a este. Não podemos
imaginar
nada fora do TODO que esteja fora da Lei, e isto somente porque o ToDo é
a própria
LEI. Não há lugar no universo para uma coisa fora e independente
da Lei. A existência
de tal Coisa tomaria sem efeito todas as Leis Naturais, e mergulharia o
universo em
uma desordem e ilegalidade caótica.
Um exame cuidadoso mostrará que aquilo que chamamos Acaso é
simplesmente um
modo de exprimir as causas obscuras; as causas que não podemos compreender.
A
palavra Acaso derivada de uma palavra que significa cair (como a caída
dos dados) 1
dando a idéia de que a caída dos dados (e de muitos jogos
de azar) é simplesmente um
acontecimento que não tem relação com qualquer causa.
E é este o sentido em que
geralmente é empregado o termo. Mas quando o assunto é examinado
secretamente,
vè?se que não há nenhum acaso na caída dos,
dados.i Todos os dias 'cal uma morte,
que desagrada a um certo número de pessoas; ela obedece a uma lei
do infalível como a
que governa a revolução dos planetas ao redor do sol. Atrás
da vinda da morte estão as
causas, ou cadeias de causas, movendo?se além do lugar que a mente
pode alcançar. A
43
O CAIBALION
posição da morte no box, a redução da energia
muscular expendida nos golpes, a
condição da mesa, etc., etc., todas são causas, cujo
efeito pode ser visto. Mas atrás
destas causas observadas existem cadeias de causas de procedência
não observada, todas
as quais têm uma influência sobre o número da morte predominante.
Se uma morte dura uma grande quantidade de tempo, isto procederá
de que os números
manifestados serão quase iguais) isto é, haverá um
número igual de uma mancha, duas
manchas, etc., que são predominantes. Lançai uma moeda ao
ar, e ela cairá sobre
quaisquer cabeças ou rabos, mas fazei um bom número de arremessos
e as cabeças e
rabos cairão logo. Esta é a operação da lei
proporcional. Mas apesar da proporção e dos
simples arremessos estarem debaixo da Lei de Causa e Efeito, se fôssemos
capazes de
examinar nas precedentes causas, seria claramente observado que era simplesmente
impossível para a morte vir de outro modo, nas mesmas circunstâncias
e no mesmo
tempo. Dadas as mesmas causas, os mesmos resultados advírão.
Sempre há uma causa e um porquê para todos os acontecimentos.
Nada acontece sem
uma causa, ou uma cadeia de causas. Muita confusão houve nas mentes
de pessoas que
consideraram este Princípio, porque não eram capazes de explicar
como uma coisa
poderia causar outra coisa, isto é, ser a criadora da segunda coisa.
Com efeito, como
matéria, nenhuma coisa pode causar ou criar outra coisa. A Causa
e o Efeito são
distribuídos simplesmente como eventualidades. Uma eventualidade
é aquilo que
acontece ou advém, como um resultado ou uma conseqüêncía
de diversos eventos
procedentes. Nenhum evento cria outro evento, mas é simplesmente
um elo precedente
na grande cadeia ordenada de eventos procedentes da energia criativa do
TODO.
Há.uma continuidade entre todos os acontecimentos precedentes, conseqüentes
e
subseqüentes. Há uma relação entre tudo o que
veio antes, e tudo o que vem agora.
Uma pedra é deslocada de um lugar montanhoso e quebra o teto de uma
cabana lá
embaixo no vale. A princípio consideramos isto como um acontecimento
casual, mas
quando examinamos o assunto encontramos uma grande cadeia de causas. Em
primeiro
lugar está a chuva que amoleceu a terra que suportava a pedra e que
a deixou cair; em
segundo lugar atrás desta está a influência do sol,
de outras chuvas, etc., que
gradualmente desintegraram o pedaço de rocha de um pedaço
maior, estão as causas
que motivaram a formação da montanha e o seu levantamento
pelas convulsões da
natureza, e assim até o infinito.
Então poderíamos procurar as causas atrás da causa
da chuva, etc. Poderíamos
considerar a existência do teto. Enfim, logo nos envolveríamos
em uma rede de
acontecimentos, causas e efeitos, de cujas malhas intrincadas não
nos poderíamos
desembaraçar.
Do mesmo modo que um homem tem dois pais, quatro avós, oito bisavós,
dezesseis
trisavós, e assim por diante até que em quarenta gerações
calcula?se o número dos avós
remontarem a muitos milhares. Assim é com o número de causas
que se ocultam sob o
mais trivial acontecimento ou fenômeno, tal como a passagem de uma
delgada fuligem
pelos vossos olhos. Não é coisa agradável descrever
o pedaço de fuligem desde o
período primitivo da história do mundo desde quando ele formava
uma parte de um
tronco maciço de árvore, que foi primeiramente transformado
em carvão e depois até
que passou agora pelos vossos olhos no seu caminho para outras aventuras.
E uma
grande cadeia de acontecimentos, causas e efeitos, trouxe?o à sua
condição presente, e a
última é simplesmente uma cadeia dos acontecimentos que poderão
produzir outros
eventos centenas de anos depois deste momento. Uma série de acontecimentos
procedentes do delgado pedaço de fuligem foi a escrita destas linhas
que fez o
44
O CAIBALION
tipógrafo?mestre reformar certa palavra, o revisor fazer a mesma
coisa, e que produzirá
certos pensamentos na vossa mente, e de outros, que por sua vez afetarão
outras e assim
por diante conforme a habilidade do homem para raciocinar: e tudo isto da
passagem de
um delgado pedaço de fuligem, o que mostra a relatividade e associação
das coisas, e o
fato anterior que "não há coisa grande, não, bá
coisa pequena, na mente que causa
tudo".
Detende?vos a pensar um momento. Se certo moço não tivesse
encontrado uma certa
moça, no obscuro período da Idade da Pedra, vós, que
agora estais lendo estas linhas,
não existiríeis agora. E, talvez, se o mesmo casal não
se encontrasse, nós que
escrevemos estas linhas, não existiríamos também agora.
E o verdadeiro ato de
escrever, da nossa parte, e o ato de ler, da vossa, poderá não
só afetar as respectivas
vidas nossas e vossas, mas também poderá ter uma influência
direta ou indireta sobre
muitas outras pessoas que agora vivem e que viverão nas idades futuras.
Toda idéia que
pensamos, todo ato que fazemos, tem o seu resultado direto ou indireto que
se adapta à
grande cadeia de Causa e Efeito.
Não queremos entrar em consideração sobre o Livre?Arbítrio
ou o determinismo, nesta
obra, por várias razões. Entre as diversas razões,
a principal é que nenhum lado da
controvérsia é inteiramente verdadeiro; com efeito, ambos
os lados são parcialmente
verdadeiros, de acordo com os Preceitos herméticos. O Princípio
de Polaridade mostra
que ambos são Meias?Verdades: pólos opostos da Verdade. Os
Preceitos são que o
homem pode ser Livre e ao mesmo tempo limitado pela Necessidade, dependendo
isto
da significação dos termos e elevação da Verdade
cuja significação é examinada. Os
escritores antigos expressam este assunto, assim: "A criação
que está mais distante do
Centro é a mais limitada; quanto mais próximo chega do Centro,
tanto mais Livre é."
A maioria das pessoas são mais ou menos escravas da hereditariedade,
dos que as
rodeiam, etc., e manifestam muito pouca Liberdade. São guiadas pelas
opiniões, os
costumes e as idéias dc, mundo exterior, e também pelas suas
emoções, sensações e
condições, etc. Não manifestam domínio algum,
digno de nome. Indignamente
repudiam esta asserção, dizendo: ,pois eu certamente sou livre
para agir e fazer como
me apraz; faço justamente o que quero fazer", mas deviam explicar
melhor o quero e o
como me, apraz. Que os faz querer fazer uma coisa de preferência a
outra; que lhes faz
aprazer fazer isto e não aquilo? Não existe por que para a
seu prazer e desejo? O Mestre
pode mudar estes prazeres e vontades em Outros no lado Oposto do Pólo
mental. Ele é
capaz de Querer por querer, sem querer por causa das condições,
emoções meio, sem
tendência ou desejo. , sensações ou sugestões
do A maioria das pessoas são arrastadas
como a pedra que cai, obediente ao meio, às influências exteriores
e às condições e
desejos internos, não falando dos desejos e das vontades de outros
mais fortes que elas,
da hereditariedade, da sugestão, que as levam sem resistência
da sua parte, sem
exercício da Vontade. Movidas, como os peões no jogo de xadrez
da vida, elas tomam
parte neste e são abandonadas depois que o, jogo terminou. Mas os
Mestres,
conhecendo a regra do jogo, elevam?se acima do plano da vida material, e
colocando?
se em relação com as mais elevadas forças da sua natureza
dominam as suas próprias
condições, os caracteres, as qualidades e a polaridade, assim
como o meio em que
vivem, e deste modo tornam?se Motores em vez de Peões: Causas em
vez de Efeitos.
Os Mestres não escapam da Causalidade dos planos mais elevados, mas
concordam com
as leis superiores, e assim dominam as circunstâncias no plano inferior.
Eles formam
parte consciente da Lei, sem serem simples instrumentos. Enquanto servem
nos
Planos Superiores, governam no Plano Material.
45
O CAIBALION
Porém, tanto nos superiores como nos inferiores, a Lei está
sempre em ação. Não há c
oisa do Acaso. As deusas cegas foram abolidas pela Razão. Agora podemos
ver com
olhos esclarecidos pelo conhecimento que tudo é governado pela Lei
Universal ? o
infinito número de leis é simplesmente uma manifestação
da única Grande Lei ? a LEI
que é O TODO. É verdade, contudo, que nem mesmo um pardal
fica descuidado à
Mente do TODO, assim como os cabelos da nossa cabeça são contados,
como disseram
as escrituras. Nada há fora da Lei; nada do que acontece é
contrário a ela. Contudo, não
cometais o erro de supor que, por causa disso, o Homem é simplesmente
um cego
autômato. Os Preceitos Herméticos ensinam que o Homem pode
usar a Lei contra as
leis, e que a vontade superior prevalece contra a inferior, até que
por fim procure
refúgio na própria LEI, e olhe com desprezo as leis inferiores.
Sois capaz de
compreender a mais íntima significação disto?
CAPÍTULO XIII
O GÊNERO
"O Gênero está em tudo; tudo tem os seus Princípios
Masculino e Feminino; o Gênero
se manifesta em todos os planos." ? O CAIBALION
O Sétimo Grande Princípio hermético ? o Princípio
de Gênero ? contém a verdade que
há Gênero manifestado em tudo, que os Princípios Masculino
e Feminino estão sempre
presentes e em ação em todas as fases dos fenômenos
e todos os planos da vida. Neste
ponto achamos bom chamar a vossa atenção para o fato que o
Gênero, no seu sentido
Hermético, e o Sexo no uso ordinariamente aceitado do termo, não
são a mesma coisa.
A palavra Gênero é derivada da raiz latina que significa gerar,
procriar, produzir. Uma
consideração momentânea mostrar?vos?á que a palavra
tem um significado mais
extenso e mais geral que o termo Sexo, o último referindo?se às
distinções físicas entre
as coisas viventes machos e fêmeas. O sexo é simplesmente uma
manifestação do
Gênero em certo plano ( o Grande Plano Físico: o plano da vida
orgânica. Desejamos
fixar esta distinção nas vossas mentes, porque certos escritores,
que adquiriram uma
simples noção da Filosofia hermética, pretenderam identificar
este sétimo Princípio
hermético com as disparatadas, fantásticas e muitas vezes
repreensíveis teorias e ensinos
a respeito do Sexo.
O ofício do Gênero é somente de criar, produzir, gerar,
,etc., e as suas manifestações
são visíveis em todos os planos de fenômenos. É
um tanto difícil dar provas disto nas
linhas científicas, pela razão que a ciência ainda não
reconheceu este Princípio como de
aplicação universal. Mas ainda assim várias provas
têm provindo de fontes científicas.
Em primeiro lugar, encontramos uma distinta manifestação do
Princípio de Gênero
entre os corpúsculos, íons ou elétrons, que constituem
a base da Matéria como a ciência
conhece por último, e que formando combinações formam
o Átomo, que até há pouco
tempo era considerado como final e indivisível.
A última palavra da ciência é que o átomo é
composto de uma multidão de corpúsculos,
elétrons ou íons (sendo aplicados vários nomes por
autoridades diferentes), que giram
uns ao redor dos outros e vibram num elevado grau de intensidade. Mas as
explicações
que seguem mostram que a formação do átomo é
realmente devida ao agrupamento de
corpúsculos negativos ao redor de um positivo; parecendo que os corpúsculos
positivos
exercem certa influência sobre os corpúsculos negativos, fazendo
estes formarem certas
combinações e assim cria ou gera um átomo. Isto está
em relação com os mais antigos
46
O CAIBALION
Preceitos herméticos que sempre identificaram o principio masculino
de Gênero com o
pólo Positivo, ao Feminino com o pólo Negativo da Eletricidade.
Agora uma palavra a respeito desta identificação. A mente
do público formou uma idéia
inteiramente errônea a respeito das qualidades do chamado pólo
Negativo da Matéria
magnetizada ou eletrizada. Os termos Positivo e Negativo são em verdade
erroneamente
aplicados a este fenômeno pela ciência. A palavra Positivo significa
tudo o que é real e
forte, comparado com a Negativa irrealidade e fraqueza. Nada é ulterior
aos fatos reais
dos fenômenos elétricos. O chamado pólo Negativo da
bateria é realmente o pólo no
qual e pelo qual se manifesta a geração ou produção
de novas formas de energia. Nada
há Negativo ao redor dele. As maiores autoridades científicas
agora usam a palavra
Catódico " em lugar de Negativo. Do pólo Catódico
procedem a imensidade de elétrons
ou corpúsculos; do mesmo pólo saem estes maravilhosos raios
que revolucionaram as
concepções científicas nos últimos dez anos.
O pólo catódico é a mãe de todos os
fenômenos estranhos, que tornaram inúteis os velhos livros,
e que fizeram muitas
teorias admitidas serem proscritas do programa da especulação
científica. O pólo
catódico ou negativo é o Princípio materno dos fenômenos
elétricos, e das formas mais
sutis da matéria, já é conhecido pela ciência.
Assim vedes que temos razão quando
recusamos usar o termo Negativo nas nossas considerações sobre
o assunto, e insistindo
na substituição da palavra Feminino pelo antigo termo. Os
fatos da condição nos levam
a isto, sem mesmo tomarmos em consideração os Preceitos herméticos.
E assim
usaremos a palavra Feminino em lugar de Negativo falando deste pólo
de atividade.
Os últimos ensinos científicos são que os corpúsculos
criadores ou elétrons são
Femininos (a ciência diz que eles são compostos de eletricidade
negativa, e nós dizemos
que são compostos de energia Feminina). Um corpúsculo feminino
abandona um
corpúsculo Masculino e toma uma, nova direção. Ele
ativamente procura uma união
com um corpúsculo Masculino, sendo incitado a isso pelo impulso natural
de criar
novas formas de. Matéria ou Energia. Um escritor costuma até
empregar a frase "ele a
um dado tempo procura, de sua própria volição, uma
união", etc.
Este destacamento e esta união formam a base da maior parte das atividades
do mundo
químico. Quando o corpúsculo Feminino une?se com um corpúsculo
Masculino,
começa um certo processo. As partículas Femininas vibram rapidamente
sob as
influências da Energia masculina, e giram ao redor da última.
O resultado é o
nascimento de um novo átomo. Este novo átomo é realmente
composto da união dos
elétrons ou corpúsculos Masculinos e Femininos, mas quando
a união é formada, o
átomo torna?se uma coisa separada, tendo certas propriedades, mas
não manifestando
muito a propriedade da eletricidade independente. O processo de destacamento
ou
separação dos elétrons Femininos é chamado ionização.
Estes elétrons ou corpúsculos
são os mais ativos trabalhadores no campo da Natureza. Provenientes
das suas uniões
ou combinações, se manifestam os diversos fenômenos
da luz, do calor, da eletricidade,
do magnetismo, da atração, repulsão, afinidade química
e o inverso, e outros fenômenos
semelhantes. E tudo isto procede do. ação do Princípio
de Gênero no plano da Energia.
A parte do princípio Masculino parece ser a de dirigir uma certa
energia inerente pua o
princípio Feminino e assim pôr em atividade o processo criativo.
Mas o princípio
Feminino é sempre o único que faz a ativa obra criadora, e
isto é assim em todos os
planos. E ainda, cada princípio é incapaz da energia operativa
sem o outro. Em muitas
formas da vida, os dois princípios estão combinados em um
só organismo. Por esta
47
O CAIBALION
razão, tudo no mundo orgânico manifesta ambos os gêneros:
há sempre o Masculino na
forma Feminina, e o Feminino na forma Masculina.
Os Ensinos herméticos contêm muita coisa a respeito da ação
dos dois princípios de
Gênero na produção e manifestação das
diversas formas de energia, etc., mas não
julgamos conveniente entrar em detalhes a respeito dos mesmos neste ponto,
porque
não podemos sustentá?los com provas científicas, pela
razão que a ciência ainda não
progrediu o necessário para isso. Mas o exemplo que vos demos dos
fenômenos dos
elétrons ou corpúsculos vos mostram que a ciência está
no caminho reto, e poderia
também dar?vos uma idéia geral dos princípios ocultos.
Diversos dos principais investigadores científicos declararam a sua
opinião que na
formação dos cristais foi descoberta alguma coisa que corresponde
à atividade sexual,
que é uma outra bagatela mostrando a direção em que
sopram os ventos científicos. E
cada ano traz outros fatos para corroborar a exatidão do Princípio
hermético de Gênero.
Seria estabelecido que o Gênero está em ação
e manifestação constante no campo da
matéria inorgânica e no campo da Energia ou Força. A
eletricidade é agora geralmente
considerada como alguma coisa em que todas as outras formas de energias
parecem
dissolver. A Teoria Elétrica do Universo é a última
doutrina científica, e ela está
crescendo rapidamente em popularidade e aceitação geral. E
assim segue?se que se
pudermos descobrir nos fenômenos da eletricidade ? levados ao seu
princípio e fonte de
manifestações ? uma clara e infalível evidência
da presença do Gênero e suas
atividades, estamos justificados vos fazendo crer que a ciência enfim
deu provas da
existência em todos os fenômenos universais deste grande Princípio
hermético: o
Princípio de Gênero.
Não é necessário gastar o nosso tempo com o muito conhecido
fenômeno da atração e
repulsão dos átomos, afinidade química, os amares e
ódios das partículas atômicas, as
atrações ou coesões entre as moléculas da matéria.
Estes fatos são muito bem
conhecidos para necessitar extensos comentários' nossos. Mas considerasses
alguma vez
que todas estas coisas são,manifestações do Princípio
de Gênero? Não vedes que estes
fenômenos andam ao Par com os dos corpúsculos ou elétrons?
E ainda mais que isto,
não vedes a racionalidade dos Ensinos herméticos que afirmam
que a verdadeira Lei da
Gravitação ? esta estranha atração pela qual
todas as partículas e corpos de matéria no
universo tendem para outras simplesmente outra manifestação
do Princípio de Gênero,
que opera na direção de atração da energia Masculina
para a Feminina, e vice?versa?
Não poderemos dar?vos provas científicas disto agora; mas
vamos examinar os
fenômenos à luz dos Ensinos herméticos sobre o assunto,
e veremos se não tereis uma
mais útil hipótese que as oferecidas pela ciência física.
Submetei todos os fenômenos
físicos ao texto, e vereis sempre em evidência o Princípio
de Gênero.
Permiti?nos agora passarmos à consideração da ação
do Princípio no Plano Mental.
Muitas idéias interessantes têm nele a sua examinação.
CAPÍTULO XIV
O GÊNERO MENTAL
Os estudantes de psicologia que seguiram o modo moderno de pensar a respeito
dos
fenômenos mentais ficaram surpreendidos pela persistência da
dupla idéia mental que
se tem manifestado tão fortemente durante os dez anos passados do
último meio século,
e que deu origem a um grande número de teorias plausíveis
a respeito da natureza e
48
O CAIBALION
constituição destas duas mentes. Recentemente Thompson J.
Hudson atingiu grande
popularidade em 1893, avançando a sua bem conhecida teoria das "mentes
objetiva e
subjetiva", que ele afirmou existir, em cada indivíduo. Outros
escritores atraíram
também a atenção pelas teorias sobre as "mentes
consciente e subconsciente", mentes
voluntária e involuntária", "mentes ativa e passiva",
etc., etc. As teorias dos diversos
escritores diferem entre si, mas permanece o princípio oculto da
dualidade da mente.
O estudante de Filosofia hermética tem provocação de
riso quando lê e ouve qualquer
coisa destas novas teorias a respeito da dualidade da mente, cada escola
aderindo
tenazmente à sua própria teoria favorita e clamando ter descoberto
a verdade. O
estudante volta para trás as páginas da história oculta
e, nos primeiros elementos dos
preceitos ocultos, encontra referências à antiga doutrina hermética
do Princípio de
Gênero no Plano Mental: a manifestação do Gênero
Mental. E examinando mais ele
conclui que a antiga filosofia tinha conhecimento dos fenômenos da
mente dual e deu
conta disto pela teoria do Gênero Mental, Esta idéia de Gênero
Mental pode ser
explicada em poucas palavras aos estudantes que estão familiarizados
com as modernas
teorias há pouco aludidos. O Princípio Masculino da Mente
corresponde à chamada
Mente Objetiva, Mente Consciente, Mente Voluntária, Mente Ativa,
etc. E o Princípio
Feminino da Mente corresponde à chamada Mente Subjetiva, Mente Subconsciente,
Mente Involuntária, Mente Passiva, etc. Certamente que os Preceitos
herméticos não
concordam com as diversas teorias modernas sobre a natureza das duas fases
da mente,
nem admitem muitos fatos considerados como sendo respectivamente dos dois
aspectos,
porque muitas teorias e afirmações são alambicadas
e incapazes de resistir ao toque da
experiência e da demonstração. Apontamos as fases de
concordância simplesmente para
o fim de ajudar o estudante a assimilar os seus conhecimentos já
adquiridos com os
Preceitos da Filosofia hermética.
Os estudantes de Hudson encontrarão no princípio do seu segundo
capítulo da Lei dos
Pensamentos Psíquicos", a proposição que: "A
mística algaravia dos filósofos
herméticos desenvolve a mesma idéia", isto é,
a dualidade da mente.
Se o Dr. Hudson empregasse o tempo em decifrar um pouco da "mística
algaravia da
Filosofia Hermética", ele teria obtido grande esclarecimento
sobre a função da "mente
dual"; porém, naquele tempo, as suas obras mais interessantes
ainda não tinham sido
escritas. Vamos agora considerar os Preceitos herméticos sobre o
Gênero Mental.
Os Instrutores Herméticos dão as suas instruções
a respeito deste assunto fazendo os
seus estudantes examinarem a relação da sua consciência
a respeito do seu Ego. Os
estudantes aprendem a pôr a sua atenção no Ego que habita
em cada um de nós. Cada
estudante aprende a ver que sua consciência lhe dá uma primeira
relação da existência
do seu Ego: à relação é "O Eu sou".
A princípio isto parece ser a última palavra da
consciência, mas um exame um, pouco mais profundo descobre que este
"Eu sou" pode
ser separado ou dividido em duas partes distintas, dois aspectos, os quais,
apesar de
agirem em uníssono e em conjunto, podem ser separados na consciência.
Apesar de a princípio parecer existir um só Ego, um exame
mais cuidadoso e mais
profundo mostra que existe um Ego e um Eu. Estes gêmeos mentais diferem
em
característicos e natureza, e um exame das suas naturezas e dos fenômenos
que
procedem da mesma dará muita luz sobre muitos problemas da influência
mental.
Permiti?nos começar com uma consideração sobre o Eu,
que é usualmente tomado pelo
Ego pelo estudante, até que ele investigue nos acessos da consciência.
Um homem
49
O CAIBALION
pensa do seu Ego (no seu aspecto de Eu) como sendo composto de certos estados,
modos, hábitos, característicos, etc., tudo o que faz sobressair
a sua personalidade, ou a
Seidade conhecida a si e aos outros.
Conhece que estas emoções e sensações mudam,
nascem e morrem, estão sujeitas aos
Princípios de Ritmo e de Polaridade, que as levam de um extremo ao
outro. Pensam
também que o Eu é formado de certos conhecimentos reunidos
nas suas mentes e
formando então uma parte deles mesmos. Tal é o Eu de um homem.
Porém, falamos muito apressadamente. O Eu de muitos homens pode ser
considerado
como consistindo da sua consciência corpórea e dos seus apetites
físicos, etc. A sua consciência sendo presa à sua natureza
corpórea, eles praticamente
vivem nela. Muitos homens ainda consideram o seu vestuário como parte
do seu Eu e
atualmente parecem considerá?lo como uma parte de si mesmos. Um escritor
disse
humoristicamente que os "homens se compõem de três partes:
o espírito, o corpo e a
roupa".
Estas pessoas ou roupas conscientes perderiam a sua personalidade se fossem
despidas
da sua roupa, por selvagens, na ocasião de um naufrágio. Porém,
mesmo muitos dos
que estão presas à idéia do vestuário pessoal
afirmam fortemente que a consciência do
seu corpo é o seu Eu. Eles não podem ter a idéia de
uma Seidade independente do
corpo. A sua mente pareceIhes ser praticamente uma coisa pertencente ao
seu corpo: o
que é sempre o contrário.
Mas, conforme o homem sobe na escala de consciência, ele se torna
capaz de distinguir
o seu Eu da sua idéia do corpo e de pensar que este é uma
coisa pertencente à sua parte
mental. Mas, só então poderá identificar inteiramente
o Eu com os estados mentais, as
emoções, etc., que ele sente existir dentro de si.
É capaz de considerar estes estados internos como idênticos
a ele mesmo, em vez deles
serem simplesmente coisas produzidas por uma parte da sua mentalidade e
existindo
dentro dele: sendo suas, estando nele, mas não sendo ele mesmo. Compreende
que pode
mudar estes estados mentais de emoções por um esforço
da vontade e que pode do
mesmo modo produzir uma emoção ou um estado de uma natureza
exatamente oposta,
e, contudo, existe o mesmo Eu. E assim até que seja capaz de pôr
de parte estes vários
estados mentais, as emoções, os hábitos, as qualidades,
os característicos e outras
faculdades mentais: é capaz de pô?las no não?eu, coleção
de curiosidade e embaraços,
como uma posse de valor. Isto requer muita concentração mental
e poderes de análise
mental da parte do estudante. Porém, mesmo assim a tarefa é
possível para os
estudantes avançados, e mesmo os não muito adiantados podem
ver, na imaginação,
como pode ser realizado o processo.
Depois que o processo de pôr. de parte foi executado o estudante pôr?se?á
em posse
consciente de uma Seidade que pode ser considerado nos seus dois aspectos
de Eu e
Ego. O Eu será considerado como sendo uma coisa mental em que os
pensamentos, as
idéias, as emoções, as sensações, e outras
condições são produzidas. Pode ser
considerado como a matriz como o disseram os antigos, capaz de fazer a geração
Manifesta?se à consciência como um Ego Feminino com latentes
de criação e geração
das progênies mentais de todas as espécies e reinos. Sente?se
que as suas forças de
energia criativa são enormes. Contudo, parece ser consciente que
ele recebe muitas
formar, de energias' do seu Ego companheiro, ou de outro Ego, quando é
capaz de dar
50
O CAIBALION
existência às criações mentais. Esta consciência
traz consigo a realização de uma
enorme capacidade para a operação . mental e a habilidade
criativa.
Porém, o estudante descobre logo que isto não é tudo
o que percebe dentro da sua
consciência interior. Percebe que existe uma Coisa mental que é
capaz de querer que o
Ego Feminino acione na direção de certa linha criativa, e
que também é capaz de
sustentar e provar a criação mental. Esta parte deles mesmos,
dizem ser chamada Ego.
É capaz de ficar na sua consciência à vontade. Não
tem uma consciência de habilitações
para gerar e criar ativamente, no sentido do processo que acompanha as operações
mentais, mas sim no sen timento e consciência de uma facilidade para
projetar uma
energia do Ego Masculino ao Ego Feminino ? um processo de desejo que a criação
mental comece e continue. Compreende também que o Ego Masculino é
capaz de
sustentar e abrigar as opera~ da criação mental do Ego Feminino.
Na mente de cada
pessoa existe estes dois aspectos.
O Eu representa o Princípio Masculino de Gênero e o Eu representa
o Feminino. O Ego
representa o aspecto de Existência; o Eu o aspecto de Estado. Deveis
saber que o
Principio de Correspondência opera neste plano do mesmo modo que o
faz no grande
plano em que é feita a criação dos Universos. Ambos
são semelhantes, porém muito
diferentes em grau. "O que está em cima é como o que
está em baixo, e o que está em
baixo é como a que está em cima".
Estes aspectos da mente ? os Princípios Masculino e Feminino ? o
Ego e o Eu ?
considerados em relação com' os conhecimentos dos fenômenos
mentais ou físicos, dão
a chave,mestra destas pouco conhecidas regiões da operação
e manifestação mental. O
Princípio de Gênero Mental manifesta a verdade que se oculta
debaixo do campo total
dos fenômenos de influência mental, etc.
A tendência do Princípio Feminino é sempre em receber
impressões, ao passo que a
tendência do Princípio Masculino é sempre em dá?Ias
ou exprimi?Ias. O Princípio
Feminino tem um campo de operação mais variado que o Princípio
Masculino. O
Princípio Feminino dirige a obra da geração de novos
pensamentos, conceitos, idéias,
incluindo a obra da imaginação. O Princípio Masculino
contenta?se com a obra da
Vontade, nas suas várias fases. E assim, sem o auxílio ativo
da vontade do Princípio
Masculino, o Princípio Feminino pode contentar?se com a geração
de imagens mentais
que são o resultado de impressões recebidas de fora, em vez
de produzir criações
mentais originais.
As pessoas que prestam urna contínua atenção a um assunto
empregam ativamente
ambos os Princípios Mentais: o Feminino na obra da ativa geração
mental, e a Vontade
Masculina na estimulação e fortificação da porção
criativa da mente. A maioria das
pessoas empregam realmente o Princípio Masculino mas pouco, e contentam?se
com
viver de acordo com os pensamentos e as idéias insinuadas no Eu pelo
Ego das outras
mentes. Porém, o nosso propósito não é demorarmo?nos
na consideração desta fase do
assunto, que pode ser estudada num bom livro de psicologia, com a chave
que nós vos
demos sobre o Gênero Mental.
O estudante dos Fenômenos Psíquicos está ciente dos
admiráveis fenômenos
classificados sob o título de Telepatia, Transmissão de Pensamento,
Influência Mental,
Sugestão, Hipnotismo, etc. Muitos procuraram para uma explicação
destas várias fases
de fenômenos as teorias dos diversos instrutores da mente dupla. Em
certa medida estão
certos, porque há claramente uma manifestação de duas
fases distintas da atividade
mental. Porém, se esses estudantes considerarem estas mentes duplas
à luz dos Preceitos
51
O CAIBALION
herméticos a respeito das Vibrações e do Gênero
Mental, compreenderão que têm na
mão a chave com que tanto esforço procuravam.
Nos fenômenos de Telepatia vê?se como a Energia Vibratória
do Princípio Masculino é
projetada para o Princípio Feminino de outra pessoa e este toma o
pensamento?semente
e o desenvolve até a madureza. Pela mesma forma operam a Sugestão
e o Hipnotismo.
O Princípio Masculino da pessoa dando as sugestões dirige
uma exalação da Energia
Vibratória ou Força?Vontade para o Princípio Feminino
da outra pessoa, e esta última
aceítando?a, recebe?a em si mesma e age e pensa de conformidade com
ela. Uma idéia
assim recolhida na mente de uma pessoa, cresce e se desenvolve, e com o
tempo é
considerada como a melhor produção mental do indivíduo,
porquanto, em realidade, é
como o ovo do cuco colocado no ninho do pardal, quando este destrói
a produção
direta, e se põe no ninho. O método normal é para os
Princípios Masculino e Feminino
na mente de uma pessoa coordenar e agir harmoniosamente em conjunção
com a de
outra.
Mas, infelizmente, o Princípio Masculino nas pessoas médias
é muito lento em agir ? o
estendimento da Força?Vontade é muito vagaroso ? e a conseqüência
é que tais pessoas
são quase inteiramente dirigidas pelas mentes e os desejos das outras
pessoas, às quais
ela permite que façam as suas idéias e os seus desejos. Quão
poucas ações ou
pensamentos originais são realizados pelas pessoas médias?
Não são a maioria das
pessoas simples sombras e ecos de outras que têm vontades ou mentes
mais fortes que
elas? Isto acontece porque a pessoa média vive mais na consciência
do seu Eu do que na
do Ego.
Está polarizada no seu Princípio Feminino da Mente, e o Princípio
Masculino, em que
se acha a Vontade, é obrigado a ficar inativo e sem emprego.
O homem e a mulher fortes do mundo manifestam invariavelmente o Princípio
Masculino da Vontade, e a sua força materialmente depende deste fato.
Em vez de viver
das impressões dadas às suas mentes pelos outros, dominam
a sua própria mente pela
sua Vontade, obtendo a espécie desejada de imagens mentais, e ainda
mais dominam do
mesmo modo as mentes dos outros. Vede as pessoas fortes, como implantam
os seus
pensamentos?sementes nas mentes das massas do povo, fazendo assim este pensar
de
acordo com os desejos e as vontades destes indivíduos fortes. Isto
é porque as massas
do povo são como que criaturas?carneiros, não dando origem
a uma idéia própria e não
empregando as suas próprias forças de atividade mental.
A manifestação do Gênero Mental pode ser observada ao
redor de nós todos os dias da
vida. As pessoas magnéticas são as que podem empregar o Princípio
Masculino com o
fim de imprimir as suas idéias nos outros. O ator que faz o povo
chorar ou rir como
quer, o faz empregando este princípio. E assim é sucessivamente
o orador, o político, o
pregador, o escritor ou qualquer pessoa que tenha a atenção
do público. A influência
particular exercida por algumas pessoas sobre outras é devida à
manifestação do Gênero
Mental, na direção da linha vibratória acima indicada.
Neste princípio acha?se oculto o
segredo do magnetismo pessoal, da influência pessoal, da fascinação,
etc., assim como
os fenômenos geralmente agrupados sob o nome de Hipnotismo.
O estudante que familiarizou?se com os fenômenos geralmente chamados
psíquicos,
poderá descobrir a importante parte tomada nos ditos fenômenos
por esta força que a
ciência denominou Sugestão, termo pelo qual se quer significar
o processo ou método
pelo qual uma idéia é transmitida à mente de outro,
fazendo a segunda mente agir de
acordo com ela. Uma exata compreensão da Sugestão é
necessária para se compreender
com inteligência os variados fenômenos psíquicos que
a Sugestão encobre.
52
O CAIBALION
Porém, o conhecimento da Vibração e do Gênero
Mental é ainda mais necessário para o
estudante da Sugestão. Porque todo o princípio da Sugestão
depende do princípio de
Gênero Mental e de Vibração.
É costume dos escritores e instrutores da Sugestão explicar
que é a mente objetiva ou
voluntária que faz a impressão mental, ou sugestão
na mente subjetiva ou involuntária.
Porém, não descrevem o processo ou não nos dão
uma analogia na natureza pela qual
possamos compreender melhor a idéia. Mas, se quiserdes raciocinar
sobre o assunto à
luz dos Preceitos Herméticos, sereis capaz de ver que o fortalecimento
do Princípio
Feminino pela Energia Vibratória do Princípio Masculino está
em concordância com as
leis universais da natureza, e que o universo natural oferece inúmeras
analogias pelas
quais o princípio pode ser compreendido. Com efeito, os Preceitos
Herméticos mostram
que a verdadeira criação do Universo segue a mesma lei, e
que em todas as
manifestações criativas, nos planos espiritual, mental e psíquico,
está sempre em
operação o princípio de Gênero: manifestação
dos Princípios Masculino e Feminino. "O
que está em cima é como o que está em baixo, e o que
está em baixo é como o que está
em cima."
E mais ainda, quando se compreende o princípio de Gênero Mental,
os variados
fenômenos de psicologia tornam?se imediatamente adaptáveis
a uma classificação e
estudo inteligente, em vez de serem muito obscuros. O princípio se
realiza na prática,
porque é baseado nas imutáveis leis universais da vida.
Não entraremos em extensa discussão ou descrição
dos variados fenômenos da
influência mental ou atividade psíquica. Existem muitos livros
bons, escritos e
publicados sobre este assunto nos últimos anos. Os principais fatos
dados nesses vários
livros são corretos, apesar dos escritores intentarem explicar os
fenômenos por diversas
teorias que lhes são favoritas. O estudante pode instruir a si próprio
nestas matérias, e
empregando a teoria do Gênero Mental será capaz de pôr
em ordem no caos das teorias
e doutrinas contrárias, e poderá tomar?se
mestre no assunto se for inclinado à ele. O fim desta obra não
é dar uma extensa relação
dos fenômenos psíquicos, mas sim dar ao estudante uma chave?mestra
com a qual
possa abrir as diversas portas que conduzem às partes do Templo do
Conhecimento que
ele quiser explorar. julgamos que nesta considero.ção dos
preceitos do Caibalion,
encontrar?se?á uma explicação que servirá para
esclarecer muitas dificuldades
embaraçosas: ela será uma chave que abrirá muitas portas.
Qualquer que seja o costume de fazer detalhes a respeito das muitas formas
de
fenômenos psíquicos e da ciência mental, colocamos providencialmente
na mão do
estudante as idéias pelas quais ele pode instruir?se muito a respeito
de cada fase do
assunto que o interessar. Com o auxílio do Caibalion pode?se fazer
uma livraria oculta,
a velha Luz do Egito iluminando as páginas e os assuntos obscuros.
Este é o fim deste
livro.
Não queremos expor uma nova filosofia, mas sim fornecer o bosquejo
de um grande
preceito do mundo antigo, que poderá esclarecer as doutrinas de outros,
que servirá de
Grande Reconciliador das diferentes teorias e doutrinas opostas.
53
O CAIBALION
CAPÍTULO XV
AXIOMAS HERMÉTICOS
"A posse do Conhecimento sem ser acompanhada de uma manifestação
ou expressão
em Ação é como o amontoamento de metais preciosos,
uma coisa vã e tola. O
Conhecimento é, como a riqueza., destinado ao Uso. Lei do Uso é
Universal, e aquele
que viola esta lei sofre por causa do seu conflito com as forças
naturais." ? O
CAIBALION ?
Os Preceitos herméticos, conquanto sempre tenham sido bem guardados
na mente dos
seus afortunados possuidores, pelas razões que já dissemos,
nunca foram destinados a
ser simplesmente acumulados e ocultados. A Lei do Uso está contida
nos preceitos,
como podeis ver pela referência à citação acima
do
Caibalion, que a estabelece energicamente. O Conhecimento sem o Uso e a
Expressão é
uma coisa vã, que não traz bem algum ao seu possuidor ou à
sua raça. Guardai?vos da
avareza mental e expressar em Ação aquilo que aprendesses.
Estudai os Axiomas e
Aforismos, mas praticai?os também.
Damos a seguir alguns dos mais importantes Axiomas herméticos do
Caibalion, com
alguns comentários juntos a cada um deles. Fazei?os vós mesmos,
praticai?os e usai?
os, porque eles não são realmente vossos enquanto não
os tiverdes Usado.
.'Para mudar a vossa disposição ou vosso estado mental, mudai
a vossa vibração." ? O
CAIBALION
Todos podem mudar as suas vibrações mentais por um esforço
da Vontade na direção
determinada, fixando a Atenção sobre um estado mais desejável.
A Vontade dirige a
Atenção, e a Atenção muda a Vibração.
Cultivai a Arte da Atenção, por meio da
Vontade, e aprendereis o segredo do Domínio das Disposições
e dos Estados mentais.
"Para destruir uma desagradável ordem de vibração
mental, ponde em movimento o
Pripicípio de Polaridade e concentrai?vos sobre o Pólo Oposto
ao que desejais suprimir.
Destruí o desagradável mudando a sua polaridade." ? O
CAIBALION
Esta é uma das mais importantes das fórmulas herméticas.
É baseada em verdadeiros
princípios científicos. Nós vos dissemos que um estado
mental e o seu oposto eram
simplesmente os dois pólos de uma só coisa, e que a polaridade
pode ser invertida pela
Transmutação Mental. Este princípio é conhecido
pelos psicólogos modernos, que o
aplicam para a destruição de hábitos desagradáveis,
mandando os seus discípulos
concentrarem sobre a qualidade oposta. Se fordes possuídos pelo medo,
não percais
tempo tratando de destruir esse medo, mas cultivai imediatamente a qualidade
da
Coragem, e o Medo desaparecerá. Muitos escritores exprimiram esta
idéia muito
claramente empregando o exemplo do quarto escuro. Não deveis tirar
a Escuridão, mas
simplesmente abrindo as janelas e entrando a Luz, a Escuridão desaparece.
Para destruir
uma qualidade Negativa, concentrai?vos sobre o Pólo Positivo dessa
mesma qualidade,
e as vibrações se mudarão gradualmente do Negativo
ao Positivo, até que finalmente
fiqueis polarizado no 010 Positivo em vez de no Negativo. O inverso é
também
verdade, como muitos criaram as suas mágoas, quando puseram?se a
vibrar
constantemente no pólo Negativo das coisas, Pela mudança da
vossa polaridade podeis
dominar os vossos defeitos, mudar os vossos estados mentais, refazer as
vossas
disposições, e formar o caráter. Muitos dos Domínios
Mentais dos hermetistas
avançados são devidos a esta aplicação da Polaridade,
que é um dos mais importantes
54
O CAIBALION
aspectos da Transmutação Mental. Lembrai?vos do Axioma Hermético
(citado
previamente), que diz:
"A Mente (tão bem como os metais e elementos) pode ser transmutada
de estado em
estado, de grau em grau, de condição em condição,
de pólo em pólo, de vibração em
vibração." ? O CAIBALION ?
O domínio da Polarização é o domínio
dos princípios fundamentais da Transmutação
Mental ou Alquimia Mental, porque, a não ser que adquira a arte de
mudar a sua
própria polaridade, ninguém poderá influir sobre os
que o rodeiam. A compreensão
perfeita deste princípio tornará a pessoa apta a mudar a sua
própria Polaridade, bem
como a dos outros, se ela quiser empregar o tempo no estudo e na prática
necessária
para possuir a arte. O princípio é verdadeiro, mas os resultados
obtidos dependem da
paciência e da prática persistente do estudante.
O Ritmo pode ser neutralizado pela aplicação da Arte de Polarização."
? O
CAIBALION ?
Como explicamos nos capítulos antecedentes, os hermetistas ensinam
que o Princípio
de Ritmo se manifesta no Plano Mental tanto como no Plano Físico,
e que a contínua
sucessão de disposições, sensações, emoções
e outros estados mentais, é devida ao
movimento à direita e à esquerda, por assim dizer, do pêndulo
mental que nos leva de
um extremo de sensação a outro extremo. Os hermetistas ensinam
também que a Lei de
Neutralização habilita a pessoa a dominar, em grande parte,
a ação do Ritmo no
conhecimento interior ou consciência. Como explicamos, há um
Plano Superior de
Consciência, do mesmo modo que um Plano Inferior ordinário,
e o Mestre elevando?se
mentalmente ao Plano Superior faz um movimento do chamado pêndulo
mental
manifestar?se no Plano Inferior, e ele, estando. no Plano Superior, escapa
conscientemente do movimento inferior. Isto efetua?se pela polarização
na Seidade
Superior, e depois transportando as vibrações mentais do Ego
acima das do plano
ordinário de consciência. Isto é semelhante ao elevamento
acima de uma coisa,
deixando?a passar por baixo de vós. O hermetista avançado
polariza?se no Pólo
Positivo do seu Ente: o pólo "Eu sou", ao contrário
do pólo da personalidade, e pela
recusa e negação da ação do Ritmo, eleva o seu
próprio plano de consciência, e
permanentemente firme na Manifestação do seu Ente, deixa o
pêndulo mover?se no
Plano Inferior sem mudar a sua Polaridade. Isto é realizado por todas
as pessoas que
atingiram todos os graus do domínio próprio, quer compreendam
a lei quer não. Tais
pessoas simplesmente recusam deixar?se mover pelo pêndulo das condições
ou
emoções, e, afirmando constantemente a sua superioridade,
permanecem polarizadas no
polo Positivo. O Mestre, por conseguinte, atinge um grau muito grande de
progresso,
porque compreende a lei que está dominando por uma lei superior,
e pelo emprego da
sua Vontade alcança um equilíbrio e estabilidade Mental quase
impossível de ser
acreditado pelos que se deixam mover à direita e à esquerda
pelo pêndulo mental das
condições e emoções.
Contudo, lembrai?vos sempre que não podeis destruir realmente o Princípio
de Ritmo,
porque ele é indestrutível, Podeis simplesmente vencer uma
lei contrabalançando?a
com outra, e assim manter?vos em equilíbrio. As leis do balanço
e contrabalanço estão
em ação tanto nos planos mentais como nos físicos,
e a compreensão destas leis habilita
o homem a parecer destruir as leis, quando ele simplesmente exerce um contrabalanço.
55
O CAIBALION
"Nada escapa do Princípio de Causa e Efeito, mas existem vários
Planos de
Causalidade, e pode?se empregar as leis do plano superior para vencer as
leis do
inferior." ? O CAIBALION Pela compreensão das práticas
da Polarização, os
hermetistas elevam?se a um plano superior de Causalidade e assim contrabalançam
as
leis dos planos inferiores de Causalidade. Tornando?se aptos a dominar as
suas
condições e emoções e a neutralizar o Ritmo,
como já explicamos, eles podem escapar
de uma grande parte das operações de Causa e Efeito do plano
ordinário.
As massas populares são impulsionadas, obedientes aos seus guias,
às vontades e
desejos dos outros mais fortes que elas, aos efeitos das tendências
hereditárias, às
sugestões dos que as rodeiam, e a outras coisas exteriores, que tendem
a move?Ias no
tabuleiro de xadrez da vida como simples peões. Elevando?se sobre
estas causas
influentes, os hermetistas avançados alcançam um plano elevado
de ação mental, e
dominando as suas condições, seus impulsos e suas sensações,
criam para si novos
caracteres, qualidades e poderes, pelos quais dominam os que ordinariamente
o
rodeiam, e assim tomam?se praticamente jogadores em vez de simples peões.
Tais
pessoas ajudam inteligentemente a jogar a partida da vida, sem serem movidas
no seu
caminho e caminhando com mais força e vontade. Empregam o Princípio
de Causa e
Efeito, sem serem empregados por este. Sem dúvida que ainda as mais
elevadas estão
sujeitas ao Princípio como ele se manifesta nos planos superiores,
mas nos planos
inferiores da atividade são Senhores em vez de Escravos. Diz o Caibalion:
"Os Sábios servem no plano superior, mas governam no inferior.
Obedecem às leis que
vêm de cima deles, mas no seu próprio plano e nos inferiores
a eles, governam e dão
ordens. E assim fazendo formam uma parte do Princípio, sem se oporem
a este. O sábio
concorda com a Lei, e compreendendo o seu movimento, ele o opera em vez
de ser
cego escravo. Do mesmo modo que o hábil nadador volta o seu caminho
e jaz este
caminho, conforme a sua vontade, sem ser como a barca que é levada
para cá e para lá:
assim é o sábio em comparação do homem ordinário;
e, contudo, o nadador e a barca, o
sábio e o ignorante, estão sujeitos à Lei. Aquele que
compreende isto está, bem no
caminho do Domínio." ? O CAIBALION ?
Em conclusão, permiti?nos chamar a vossa atenção para
o Axioma Hermético:
"A verdadeira Transmutação Hermética é
uma Arte Mental." ? O CAIBALION ?
No axioma acima, os hermetistas ensinam que a grande obra de influenciar
a sua
própria roda é realizada pelo Poder Mental. O Universo sendo
totalmente mental, é
claro que só poderá ser governado pela Mentalidade. E nesta
verdade acha?se contida
uma explicação dos diversos poderes mentais que estão
tomando muita atenção e estudo
nestes primeiros anos do Vigésimo Século. Debaixo e atrás
do véu das doutrinas dos
diversos cultos e escolas, acha?se ainda constantemente o princípio
da Substância
Mental do Universo. Se o Universo é Mental na sua natureza substancial,
segue?se que
a Transmutação Mental pode mudar as condições
e os fenômenos do Universo. Se o
Universo é Mental, a Mente será o poder mais elevado que produz
os seus fenômenos.
Se se compreender isto, tudo o que é chamado milagres e prodígios
será considerado
pelo que realmente é.
"O TODO é MENTE; o Universo é Mental." O CAIBALION