Talvez o símbolo
maior do poder e da força seja a espada.
A espada, é a arma de vigilância por cujo meio o Iniciado tem
que defender-se de toda intrusão violenta do mundo profano nos trabalhos
da Nossa Ordem. Este instrumento é também para o Martinista,
uma faculdade, indicando seu discernimento, ou seja, a capacidade de penetrar
dentro das aparências e reconhecer a realidade, o coração
e a natureza mais íntima e profunda de todas as coisas. É
o pensamento iluminado e o Poder da Verdade, com o que se vence, se destroi
e se dissolve a ilusão em cada um de seus aspectos; é um instrumento
místico, ritual e poderoso.
A espada é o símbolo de todas as forças desconhecidas
que na vida sempre favorecem e auxiliam a quem permanece constantemente
fiel a seus ideais e obrigações apesar da situação
difícil e das condições em aparência contrárias
em que se encontre, enquanto que essas forças se convertem em outros
tantos flagelos, remorsos e castigos, para quem cede e se assusta renunciando
e faltando ao cumprimento de suas obrigações e ideais.
A vida torna-se sempre mais dura, difícil e insatisfatória
para os que renunciam a seus ideais e às suas mais elevadas aspirações;
aqueles que cedem à aparente contrariedade dos homens e das coisas
e se deixam desalentar por sua frieza e falta de cooperação.
Nunca e por nenhuma razão deve alguém renunciar à expressão
de seu próprio Ser mais elevado e à do Divino desejo que constitui
o anseio de seu coração. São estes para ele, além
de um privilégio, uma obrigação e um dever cujo perfeito
cumprimento lhe assegura a investidura de Obreiro do Templo. Se bem que
deve saber esperar com firmeza e confiança, sem que seu coração
ao que nele representa o reflexo do próprio Verbo Divino e sua mais
elevada visão da Realidade.
Encontramos nos versículos 21 e 24 do terceiro capítulo do
Gênesis, que o Eterno fez túnicas de pele para Adão
e sua mulher e os vestiu. E depois de ter expulsado o homem do Jardim do
Éden "para que trabalhasse a terra" colocou no Oriente
do mesmo Jardim do Éden uns querubins, que mostravam uma espada ,
"para custodiar o Caminho da Árvore da Vida" que é
obviamente uma alusão a Cabala um instrumento importante para todo
Martinista.
É evidente que as túnicas de pele, às quais aqui se
faz menção, simbolizam o corpo físico do homem, do
qual se reveste a consciência individualizada (Adão) e seu
reflexo pessoal (sua mulher) ao serem enviados do estado de beatitude edênica
(o mundo mental ou interior) sobre a terra (ou realidade objetiva) para
trabalhá-la, ou nela expressar suas qualidades divinas e experimentar
a diversidade.
Da mesma forma, a espada que se encontra com os querubins ou Mensageiros
do Divino no homem , ou interior da consciência, é um símbolo
manifesto do Poder Divino, "que é poder criador" latente
em todo ser humano, e que é privilégio do Magistério
a realizar, ou recuperar, manifestando assim das mais elevadas possibilidades
da vida, cujo Caminho abre e custodia.
A espada, assim como o malho, pré supõe habilidade e destreza,
se não material, certamente espiritual.