A
UNIÃO SECRETA DE TODAS AS LEIS DIVINAS
Louis Claude de Saint Martin - O Filósofo Desconhecido
O povo judeu era demasiadamente bruto para penetrar esta simples e profunda verdade. Onerado, sobretudo, por todas as iniqüidades cometidas ao negligenciar as leis e recomendações de Moisés e pelo derramamento do sangue dos profetas, o povo judeu viu que a lei da graça, cujo o tempo havia chegado para toda a humanidade, recaiu sobre este como reprovação, já que falhou no seu papel de representante desta lei; ao invés de eliminarem seus crimes através da fé na nova vítima, que veio para oferecer-se a si próprio, eles o colocaram ainda mais longe ao libertarem sua mente; não o conduziram àquela sublime idéia de um sacrifício submisso e voluntário, encontrado no conhecimento do abismo ao qual nosso sangue nos retém e na viva esperança de nossa libertação absoluta quando este sacrifício é feito sob os olhos da Luz e no verdadeiro movimento de nossa natureza eterna.
Assim, uma outra vítima foi requisitada, alguém que reunisse em si as propriedades das vítimas precedentes e que ensinasse o Homem, através do preceito e exemplos, o verdadeiro sacrifício que ele ainda tinha que fazer para cumprir completamente o espírito da lei.
Esta vítima deveria ensinar ao Homem que, para alcançar o objetivo essencial do sacrifício, não é suficiente que ele morra como carneiros e touros, sem a participação do espírito de que estavam privados; ensinar que, ainda não é suficiente que morra corporalmente, como os profetas, mortos injustamente pelas paixões do povo para o qual pregavam a verdade, pois acreditavam que pudessem escapar deste erro, assim como Elyah, sem falharem em sua missão.
Era preciso ensinar ao Homem que era necessário, por sua própria vontade, conscientemente e em perfeita serenidade, entrar em sacrifício de seu ser físico e animal, assim como o único que poderia separá-lo do abismo no qual está confinado pelo seu sangue, que, para o Homem é o órgão e ministro do pecado; em resumo, é preciso ensinar ao Homem a encontrar a morte como um triunfo, que o eleva da posição de escravo e criminoso e lhe dá posse de sua própria herança.