Identidade
do Cristianismo antes e depois da Encarnação
Do Arqueometro de Saint-Yves
Constituição da Primeira Igreja. - Necessidade de um só Pastor. - Só a Religião do MeShI-aH Pode Dar a Paz. - Adão, Primeiro Chefe Eclesiástico Terrestre. - Pitágoras e a Filo-ShOPh-Ya. - Sabedoria e Filosofia. - ShOPh-Ya e Minerva. - Definição de ShOPh-Ya. - A Trindade: seus Dez Aspectos. - O Nome do Pai; sua Importância. - A Chave de Conhecimento Revelado por Daniel. - O SheMaM e o SheMa. - Manifestação de ShOPh-Ya pelo Verbo Divino. - Os ALHIM Patriarcais e Pitágoras. - Existem Duas Religiões; Duas Sabedorias? - Resposta Evangélica. - Pitágoras e São Pedro. - AMaTh e BRAShITh. - O Número 1440. - BRA e BaRat em Bharata-Varsha. - A Necessidade de Proclamar a Verdade. - Nosso Acordo com a Ordem Teológica. - Santo Agostinho. - Corcel e Cavalheiro na Língua Profética.
Foi seguindo o caminho que acabamos de percorrer, de ciência em ciência
e de verificação em verificação, que a Primeira
Universidade da Terra formou a primeira Igreja, dito de outra forma, o primeiro
Estado social terrestre, em correspondência com a celeste. Foi por etapas
e graus sucessivos da hierarquia dos fatos e das leis que o espírito
humano chegou ao espírito divino: substância; ao Verbo divino:
existência; e ao ser, à vida em si: essência de Deus.
Nós dissemos e acrescentamos que a Humanidade havia perdido sucessivamente,
pela sua própria falta, todo um conjunto de faculdades, das quais somente
sobrou uma: a consciência. Exceto esta, o homem hoje em dia está
surdo e cego ao que era praticado em experiência. Ser inteligível
e sensível, é evidente que Jesus lhe deu tudo isso; porém
o espírito pagão o fez perder tudo de novo.
Depois de sua organização primordial relatada por São
João, enquanto o homem foi fiel, o gênero humano era cristão
do Verbo Criador e Salvador, que havia prometido aos seus aliados descer à
Terra e encarnar-se nela, com todas as suas faculdades, de forma a reunir
novamente tudo quanto tivesse sido dividido pelos seus adversários.
É por este motivo que, de Ciclo em Ciclo, seus representantes, pontífices,
reis, patriarcas bíblicos, rashis dos Vedas, tis dos Kings, chamavam-se,
como menciona o dicionário hebreu: MeShlaH-Im, cristãos. Da
mesma forma, a partir do ano 590, os reis da França eram chamados assim;
mas nesse caso não são os verdadeiros sucessores dos patriarcas
MeShIaH-IM. Apenas nossos papas os sucederiam, se o Neopaganismo não
fizesse regredir a marcha normal da cristandade em direção ao
cumprimento da promessa, na direção de um Estado social e de
uma civilização universal, na qual todas as chaves de ouro estão
no Evangelho.
Um único pastor: a Humanidade nunca teve nos Ciclos antigos, e não
terá jamais nos tempos futuros, a possibilidade de uma unidade que
não fosse aquela, e é por isso que no nascimento de Jesus, os
anjos divididos em dois coros cantam os versos da seguinte estrofe: "Glória
a Deus nas Alturas. Paz na Terra aos homens de boa vontade!"
Realmente, sem a religião do MeShIaH, sem o seu duplo Estado universitário
e social, não existe, como veremos mais adiante, a possibilidade de
paz entre as nações, quando até reis, imperadores e monarcas,
no sentido moderno e pagão dessas palavras, com todos os seus súditos,
comeriam na mão de Julião, o Apóstata. Portanto, para
obter a paz de Deus na Terra, é necessário glorificar seu Verbo
até nos mais altos dos Céus: SheMa dos SheMaIM; pois a paz é
Ele mesmo na reflexão de seu Shema, e em seu organismo social vivo.
O Adão terrestre de Moisés foi o primeiro patriarca a fazer
passar o gênero humano da Antropologia para a Andrologia, do pó
individual a um mesmo espírito, a uma mesma alma, a um mesmo corpo
eclesiástico, que tinha um chefe semelhante àquele dos ALHIM
e de seu MIHLA, ao MeShIH celestial representados na Terra. E é o início
da unidade de todos os ensinamentos, a unidade das línguas estruturadas
sobre a palavra divina, a unidade social de um extremo a outro da Terra, com
a exclusão de toda a política, de toda a anarquia. Dissemos,
em outra parte, como essa tradição se confirma pela etimologia
sânscrita do nome AD-aM.
Pitágoras, herdeiro da tradição patriarcal, que fez passar
das línguas sagradas ao grego jônico o termo Philo-SoPh-Ya, amor
pela sabedoria de Deus. Entretanto, essa sabedoria da proto-síntese
do Verbo, ou dos vestígios que permaneceram espalhados nos cantos escuros
das Universidades ortodoxas da Europa, da África e da Ásia,
que consistiam na Filosofia humana que apontamos como o falso critério
por excelência. Objetivo, experimentalmente demonstrável, era
o terceiro grau do ensino patriarcal, que constituiu por si só o ápice
dos altos estudos: a sabedoria. Era o objeto supremo da Revelação.
É esta sabedoria original que empresta de cima, ao espírito
humano e à sua vã filosofia, um nimbusn de Paraíso perdido,
uma glória dos tempos antes da Queda, uma auréola de semideus
caído, fulminado e cego. Ela é a rainha do céu do pensamento,
a estrela do pastor das inteligências, o refúgio sagrado das
asas e dos impulsos, a musa dos verdadeiros poetas, a advogada dos verdadeiros
filósofos, inclusive dos extraviados. Porém, ela é também
a terrível acusadora que, em um abrir e fechar de olhos, eleva todos
os anjos, aponta todas as suas espadas, lança todas as suas flechas
contra os prevaricadores, os simoníacos, contra os maculadores, os
pensadores, os eruditos, os artistas que levam a escuridão nas almas,
que acumulam nuvens de inferno entre o espírito humano e o divino.
Ela tem em Jesus nove raios: nove, número do Leão solar, nove
maldições rugentes e trovoantes contra os escribas e o fariseus
da Igreja, do Estado e da universidade e. além disso, das ágoras,
dos fóruns, dos empóriuns, das ruas e dos riachos de todas as
babilônias e de todos os tempos. Neste ponto, pedimos ao leitor que
preste atenção ao Siboleth-Shiboleth.34
ShoPh-Ya, a Teogenia, não deve ser confundida com Minerva, a Cosmogônica:
a incidência divina com a reflexão não somente humana,
mas cósmica; nem com o "Ya" do Pai e do Filho, nem com o
"M" de Adão e de Adamah. Em outra parte desta obra, a propósito
da CaBa-LaH das XXII potências do Verbo e de sua proto-síntese,
revelamos esse mistério, mas voltaremos ainda uma vez sobre isso.
ShOPh-Ya é a união, Ya, do infinito psíquico SOPh, e
do absoluto espiritual; Ya mais uma vez é a união de IShO e
de IHOH, do Filho e do Pai, da palavra e do pensamento vivo.
Golos e Logos, do Verbo pelo que tudo existe: IPhO, e da adorável essência
gênica que o gerou: IHOH, está em quem somos e no Verbo. E esta
união é feita na Potência coexistente, a que preside a
função da letra "Ya", comum ao Pai e ao Filho. Em
resumo, é a união do Pai e do Filho com a substância igualmente
divina, que pelas suas virtudes luminosas a tudo subsiste: ROaH, Ha-OR.
Essa união é feita na Potência de conjunção
divina que preside à letra "O": IHOH; IPhO-IshO; RoaH. Esta
terceira união é Ya-O no IO-Ga ou o IO-Va evangélico,35
e as três - Essência, Existência e Substância - são
um só Deus e somente uma vida, representada por três pessoas
ou aspectos funcionais de Um Ser Único, que quer dizer Único,
Absoluto, Infinito e Universal.
Uma longa investigação nos Livros Sagrados conhecidos por toda
a Terra nos levou a concluir que este Mistério era absolutamente conhecido
pelos patriarcas ortodoxos e, em conseqüência, pelos dissidentes,
sob um dos dez aspectos seguintes, ou sob vários desses aspectos, ou
por todos ao mesmo tempo.
I. Pai Filho
Espírito Santo Um Deus Único II. Essência Existência
Substância Um Ser Único III. Sujeito Verbo Objeto Uma Compreensão
Única IV. Pensamento Palavra Cumprimento Uma só Vontade V. Suporte
Princípio Finalidade Uma só Direção VI. Apoio
Potência Radiação Uma só Energia VII. Absoluto
Relação Infinito Um só Movimento VIII. Unidade Correspondência
Universalidade Uma só Eternidade IX. Centro Diâmetro Circunferência
Um só céu, ou Ciclo X. Universo Invisível Humanidade
Anfíbia Universo Visível Uma só Revelação
O Pai é IHOH, Deus, Vida. Esse nome é lido em caracteres vattan,
traçados com pedras preciosas sobre o frontão de ouro dos bratmahs
do Nepal, antigos Soberanos pontífices Universais, os quais Moisés
denomina como ancestrais antediluvianos, com o nome de Népalim ou Nefilim;
e, neste Nome do Pai, como o comprovaremos em outra parte, esta expressa a
sua essência, que é a vida; sua existência, que é
o Verbo vivente; sua substância, que é o Fogo Criador vivente
e vivificante. É por essa razão que Moisés, citando os
Vedas e o primeiro Zoroastro, diz: "Nosso Deus é um fogo devorador".
E esta palavra é repetida no Evangelho.
Esse Fogo espiritual é, realmente, tão terrível para
os malvados como doce para os bons, e quando a sua cólera se acumula
contra os primeiros em defesa dos segundos, desencadeia até o fogo
central dos astros. Que não pretenda, ó, nenhuma Babilônia
moderna mergulhar instantaneamente nas brasas das entranhas da Terra, embaixo
dos trovões do Céu.
Enquanto a ShOPh-Ya reúne os dois nomes do Filho; sua chave do conhecimento
é aquela que Daniel indicou secretamente a Esdras, com o nome "Nicod
bilo ShOPh". Esdras reteve somente mais que sua abstração
SOPh, que foi adotada por todos os Cabalistas judeus.
Estas três palavras, "Nicod bilo ShOPh", assim grafadas, significam
realmente: "o Ponto no Infinito". Porém, Nicod significa
também a letra I ou o Ya divino. Não obstante, este véu
seria impenetrável e sua interpretação metafísica
não faria mais que tornar o véu mais espesso, sem o Arqueômetro,
no qual as letras se posicionam por si mesmas e não seguem a vontade
do homem, de forma objetiva e não subjetiva.
Então, as que fazem vibrar o primeiro triângulo, aquele da Trindade
divina e de seu ângulo com o Norte que define o Círculo do Infinito,
são precisamente as letras: Sh, O, Ph, Ya, as três pertencentes
ao Nome do Verbo: IphO, e ao Nome de Jesus: IShO. Aqui não temos mais
a abstração, mas um fato que traz em si mesmo sua lei, e o Nicod
bilo ShOPh de Daniel deriva, então, de ShOPh-Ya, do qual procede Sofia,
pela união do Ya com o SheMaM.
O SheMaM realmente define o ângulo do solstício Norte (Capricórnio;
Saturno) do Verbo Criador e Encarnado, a natividade na Terra e nos Céus
e seu número é: Sh = 300 + Ph = 80, sua somatória é
igual a 380. Este número, 380, eqüivale também a 300 =
Sh, 40 + 40 = M + M, e portanto à SheMaM. É por essa razão
que Daniel chamava essas duas letras de SheMaM, o Sinal Supremo, o Rei da
Glória, em hebraico do Meshiah e de SheMa. E esta glória é
a divina teogônia das letras sagradas, das Arcangelicais Potências
da Palavra.
Falando do SheMa cujo número é 340, tem também por equivalente
SPhR, SePheR, Círculo e Livro; em sânscrito céu em Svar-GA,
em eslavo antigo e dialeto russo: Svar-OG.
Assim é demonstrada experimentalmente, com a ajuda do Arqueômetro,
a diferença entre a Qabbalah metafísica dos judeus e a CaBa-LaH
matésica dos patriarcas, de Moisés, dos profetas e dos apóstolos,
isto é, do Cristianismo eterno. Mais ainda, o Nicod bilo ShOPh, de
Daniel, é demonstrado por este instrumento de precisão, que
dá, ao mesmo tempo que a palavra ShOPh Ya, o Arcano Divino que a manifesta,
não só como essência em Ya, mas como existência
em Ph e Sh, e ao final em O, como substância dos seres viventes.
O que se manifesta, então, é o Verbo de Deus: I-PhO; o Filho
de Deus: I-ShO, porque em sânscrito este último termo significa
também I-SOu.
No Shema arqueométrico, com o qual Moisés tinha encerrado e
selado com Deus, incluindo seus párias negros e semitas, toda a vida
esotérica de seus ALHIM egípcio e patriarcais seria projetada
pelo Verbo Criativo, no sentido do seu retorno como Verbo Encarnado.
Pitágoras não estava dentro dessa corrente terrível e
ao mesmo tempo doce do Espírito e do Fogo divino; seus sentidos íntimos
não estavam abertos, mas seus sentidos internos estavam fortemente
guiados pela Tradição Órfica em direção
ao Verbo Criador, ao Princípio da Palavra perdida e contra a reconquista
da finalidade. Seu grau de vida é menor, e, entretanto, podem ser qualificadas
sua direção e sua influência como soberbas conforme as
Leis da antiga sabedoria.
Será que eu errei? Será que eles possuíam dois conhecimentos,
o patriarcal e o cristão? Existiriam duas religiões, duas sínteses
da verdade objetiva? Se fosse assim, ambas oponentes, seriam por esse motivo
erradas; encaixariam-se na categoria dos sistemas humanos que geram e arrastam
o vento da decadência; desmoronariam-se do alto do trono da objetividade
do verdadeiro.
Os santos oráculos do Barith Ha-Kadosha vão confirmar. Pilatos:
"Então, você é rei?"; Jesus responde: "Você
diz isso, eu sou rei. Eu nasci, eu vim para este mundo para prestar testemunho
da verdade" (São João, Ev. XVIII, 37).
Por ser rei, deve dar a Luz e a verdade, diziam os antigos sacerdotes do Verbo:
"São a raça escolhida, a ordem dos sacerdotes-reis, a nação
santa, o povo conquistado e conquistador, a fim de que publiquem as sublimidades
Daquele que os tem chamado desde as trevas para a Sua admirável Luz"
(São Pedro, Ep. I, v. 9).
Pitágoras teve grande alegria quando, do fundo do Limbo, escutou o
Éter transmitir-lhe a palavra do Rei dos Reis, e depois de seus Apóstolos,
opondo-se, assim, a legitimidade do verdadeiro à legalidade do falso.
Não adianta o ranger dos dentes dos Apóstatas do Verbo no mais
fundo dos infernos, quando as trombetas angelicais do primeiro Juízo
os fazem cair de costas, entoando para eles essas mesmas palavras.
Certamente, estamos longe do Renovador de Orfeu; de Jesus Cristo, o Incomparável,
mas com São Pedro, o humilde pescador da Galiléia, divinamente
transfigurado pelo Senhor em verdadeiro pontífice e verdadeiro rei.
O espírito de Pitágoras está sob o reflexo lunar, o do
Apóstolo está sob a irradiação solar. Um é
interno, humano, superior, individualizado para a vida imortal por sua razão
e por sua consciência; o outro acaba não sendo nem externo, nem
interno, pois já está reabsorvido no íntimo, reintegrado
à própria vida na Terra, não só da imortalidade
individual, mas da eternidade divina. Esse Dwi-Ja de Jesus se doa por inteiro
- Razão, Consciência, Existência - para receber essa vida
suprema. Está no Espírito Santo, no redemoinho divino e vivo
da Ascensão do Filho, por meio das hierarquias angelicais de onde havia
descido, da direita do Pai, que havia deixado, para conceder-nos a existência
e a substância celestial, até seu trono de rei da glória,
que havia abandonado para ser por nós ignorado, caluniado, insultado,
machucado com golpes de varas, coroado com espinhos e pregado em uma cruz.
Porém, não existe talvez uma relação espiritual
entre os últimos fiéis do Verbo Criador e os adoradores do Encarnado?
Será que não existe um pouco da coroa de espinhos sobre a fronte
de mártir de Pitágoras, assim como também na do seu Mestre
Orfeu.
Se fosse de outra forma, existiriam dois Verbos divinos, o que eqüivale
dizer, nenhum.
Então existe somente um Rei dos Reis, com o Selo real de sua verdade,
segundo nos diz São João com os ALHIM de Moisés, e eles
mesmos estão por trás da Protogênese ariana dos Vedas.
Já comentamos suficientemente sobre o que era esse Selo do Deus Vivo,
que foi transmitido aos ouvidos de Moisés e aos seus colegas egípcios
e patriarcas, que o profeta israelita Daniel, Grão-Mestre da Universidade
dos magos caldeus, havia consignado a Esdras, esta Chave do Selo, este AMaTh
da Matha ou Mateus patriarcal. Porém, a palavra a que se refere São
João vai ainda mais longe do que isso; ela sempre une a religião
e a ciência. Segundo escreve São João no primeiro versículo
do seu Evangelho: "BRA-ShITh é a Ha-dá-BRa, o dom verbal,
a Palavra e DaBRa é o ATh dos ALHIM". Portanto, teremos que explicar
em outra parte o que são os ALHIM, mas já podemos compreender
por que o Verbo Encarnado disse: "Eu sou o A e o Th",r o raio e
a circunferência, a alma divina do Universo divino AthMa.
O termo AthMa, na linguagem angelical primordial, aquela das Correspondências
da Palavra do Verbo, é ao mesmo tempo um número: 1440. Este
mesmo número, na sonometria moderna, representa a hierarquia verbal
do modo central cromatico de "mi", e na linguagem angelical é
a Harpa Solar arcangelical de nosso sistema zodiacal. Multiplicado por 100,
é o número hierárquico no modo enearmônico da sabedoria
divina. É a Harpa do seu Arcanjo: Herm-es-Thoïth, Rafaêl-Trismegisto;
porém, aposto no Mundo de Glória cujo Sol vivo é o Lumen
de lumine, do Credo de Santo Atanásio e da Gênese de Moisés:
HA-OR. E, de forma a não cometer nenhum engano, São João
(Apocalipse VII, 4, 9, 10 e XIV, 1, 2, 3, 6) o faz tocar em 144 mil Harpas
e ser cantado por 144 mil eleitos. O padrão áureo do Arqueômetro
dá a sua verificação sonométrica, bem como no
próprio Arqueômetro estão todas as suas correspondências
sagradas.
Deixando agora o Selo régio do Rei da Glória, retornemos a um
ponto que já abordamos anteriormente, que diz respeito à existência
de dois Verbos Divinos.
Podemos verificar historicamente em documentos brahmânicos, que a proto-síntese
de São João é a de IShVa-Ra, alterada foneticamente em
ISOua-Ra. E esta é a síntese universal, ou primordial. A seguinte,
abreviada da primeira, é étnica tanto no antigo Império
Indiano como em suas colônias. Recebe o nome de BRA e de Bha-Ra-T; a
palavra é representada de forma pontífice e real. É por
essa razão que a Índia dessa época antediluviana era
chamada de Bharata-Varsha, o continente do Verbo Criador.
Para não deixar margem a dúvidas de que Jesus - IShO, IShVa,
OShI = 316 - tinha sido reconhecido como o Verbo Criador desde a Antigüidade,
podemos consultar os Vedas. Esses documentos foram escritos na linguagem vattan,
reescritos e abreviados pelo Vyasa, de Krishna, 3.200 anos antes da encarnação
de Jesus; eles chamam o Verbo de ShVa-DHA, que eqüivale ao número
316 em vattan. Em linguagem védica e em sânscrito, pronuncia-se
SWA-DHa. Essa palavra é formada por dois Datous, que significam "que
possui um dom em si mesmo". É o Datou-Sho do primeiro Zoroastro,
o Doador de Si mesmo.
Não existem, pois, dois Verbos Divinos, bem como não existem
duas Religiões desse Verbo, nem dois conhecimentos dessa religião,
nem duas sabedorias de Deus.
O Evangelho de São João nos disse em vão, há mais
de vinte séculos, que é preciso reafirmar a verdade dessa forma,
o AM ATh do AThMa, e reaplicar definitivamente o Selo do Deus Vivo no topo
dos estudos superiores, sem considerar os escribas e os fariseus modernos,
que entronizaram a agnosia e mais tarde a anarquia, e finalmente o anti-Deus
e o anti-Cristo.
Verificamos que estamos completamente de acordo com a Ordem Teológica
Universal, aquela do Verbo e de seus Inspirados de todos os tempos e de todos
os templos.
Vejamos agora se estamos na mesma harmonia com a Ordem Teológica pós-apostólica,
aquela da Igreja que ensina, quer dizer, Igreja Episcopal, composta de papas,
patriarcas, primados, metropolitas, arcebispos e bispos de todos os cultos
unidos ou não a Roma. Incluo aqui o Episcopado Anglicano laico, sendo
completamente fiel ao meu culto, planejo as minhas obras sobre o terreno puramente
laico dos Estudos Superiores, para paz de Jesus sobre todos os cultos da Terra,
a começar diretamente pela religião cristã.
Santo Agostinho nos responde em relação ao Cristianismo e à
Cristandade pós-apostólica. Se o escolhemos, é porque
ele chegou ao Senhor pela sua Igreja, depois de haver esgotado, como Pitágoras,
até o fel, a taça de todas as iniciações conhecidas
de seu tempo.
"Li todos os seus livros e eu encontrei neles todas essas grandes verdades:
que o Verbo estava em Deus e que o Verbo era Deus; que aquele era Deus desde
o Princípio; que todas as coisas foram feitas pelo Verbo; que de tudo
que tenha sido feito, não há nada que Ele não tenha feito;
que nEle está a vida; que essa vida é a luz dos homens, porém
que as Trevas não têm compreendido isso; que ainda que a alma
do homem renda testemunho à Luz, ela não é a Luz, mas
o Verbo de Deus; que o Verbo de Deus é o próprio Deus e a verdadeira
Luz com que são esclarecidos todos os homens que vêm ao mundo;
que Ele estava no mundo, e que o mundo foi feito por Ele, e que o mundo não
o soube reconhecer de nenhuma forma. Pois bem; embora esta doutrina não
estivesse nesses termos nos livros, ela está presente nesse sentido
e é confirmada por toda sorte de provas. Mas o que eu não encontrei
aí de forma nenhuma é que este Verbo veio para sua própria
morada (a da palavra e da sua CaBa-LaH), que os seus não quiseram recebê-lo,
e que deu àqueles que o receberam, acreditaram nEle, e que invocaram
seu santo nome, o poder de tornarem-se filhos de Deus.
"Eu achei nos livros que o Filho nasceu na semelhança do Pai,
e que ele não usurpa nada quando disse ser semelhante a Deus, desde
que, por sua natureza, é da mesma substância que Deus, e essa
doutrina está expressada em seus livros de muitas formas diferentes.
Mas o que não se encontra naqueles livros é que esse filho de
Deus tenha sido aniquilado, tomando a forma de um servidor; que se tenha tomado
semelhante aos homens; que tenha aparecido externamente como um homem comum
do povo; que se tenha humilhado e tornado obediente até a sua morte
na cruz; e que, em recompensa, Deus o tenha ressuscitado dentre os mortos;
que lhe tenha dado um nome que está acima de qualquer outro nome, de
tal sorte que, ante o nome de Jesus, todo joelho se flexionará tanto
no céu como na Terra e nos Infernos, e que toda língua publique
que o Senhor Jesus Cristo está na glória de seu Pai."
"Bem, encontra-se nesses livros que Vosso Filho único está
antes de todos os tempos, acima de todos os tempos, que é eterno, imutável
como Vós, e que é de sua plenitude que nossas almas recebem
o que pode torná-las felizes; que é participando dessa sabedoria
eterna que habita em si mesma; que elas se renovam e que se tornam sábias.
Porém, que este Filho único tenha sido morto no tempo, pelos
ímpios, que não o tenha perdoado, e que o tenha entregue para
a morte por todos nós, é o que não se encontra neles
de modo algum."
Que impulso! E que rumo ao verdadeiro! E com que precisão corcel e
cavalheiro chegam ao termo: a unidade do Verbo por meio de todos os ensinamentos,
todos os cultos, todos os desmembramentos da religião eterna. Religio
vera, ele diz em outra parte, a síntese verdadeira, o Amath do Athma,
e o Athma do Amath e de sua Matha.
Disse corcel e cavalheiro; esses dois termos usados na língua profética
merecem uma menção que não é estranha ao tema.
Sempre entre os profetas e, às vezes, entre os poetas, os sentidos
íntimos percebem vivas suas correspondências, as relações
da reflexão humana à incidência divina do verdadeiro,
e vice-versa: correspondências mortas, relações de geleiras
e de avalanches no pensamento dos metafísicos que os acreditam puramente
subjetivos, como sua reflexão sem incidência vital.
A mais direta dessas relações, desses "caminhos caminhantes",
como Rabelais diz, desses Sefiroth no sentido matésico do termo, aparecem
em certos casos às almas mais divinamente "biologizadas",
aos profetas, como cavalos celestiais de diferente cores. Poderia ser dito
que um desses corcéis leva Santo Agostinho.
Nenhum pintor jamais viu, nenhum poderá pintar a perfeita beleza de
todos estes tipos, primeiros modelos não apenas dos indivíduos
fisiológicos visíveis mas também da sua espécie
invisível.
Em sua Séfira correspondente, os profetas os vêem, entendem-nos,
montam-nos ou os contemplam montados por uma das 22 potências da palavra,
ou para um dos anjos de sua arcangélica divina e cosmológica.
Estas teofanias objetivas se sucedem sem continuidade no Apocalipse de São
João.
É Santo Agostinho um Profeta? Não sai apenas da gentileza greco-latina
mesmo que ela gere legiões de Santos. Em qualquer caso, é um
metafísico descongelado diretamente pelo sol do Evangelho que aproximou
desde seu berço oriental. Essa luz tem despertado nele a alma vivente;
fez dele um Bardo, um Vates, um Aede, um Cavi sagrado, diriam os védicos.
Ainda não tem a visão divina direta, a íntima; não
fala qual seria a inspiração teológica, como São
João, como São Paulo, como São Pedro; expressa-se como
teólogo, porém, de forma tão poderosa, que não
pode ser comparado a ninguém até os nossos dias.
Realmente, ninguém até agora tem pensado ou sentido assim (não
somente com essa clareza mas também com esse calor) a Luz e o Fogo,
a universalidade e a unidade solar do verbo, a autonomia de sua religião
de onde tudo saiu, e para onde tudo deverá retornar.
Vemos subjetivamente, racionalmente, mas com a força surpreendente
da influência evangélica, esta gênese e esta síntese
eternas dos dois mundos, invisível e visível, que, de ambos
os lados, levam a mesma marca, porém invertida, o mesmo Selo do mesmo
Senhor. E a Sabedoria de Deus, a que se inclina em direção a
esta sublime inteligência e que se dobra na sua frente. Esplêndido
ofuscamento de Luz vivente, auréola resplandecente que desvela todo
o Ciclo do pensamento e ilumina ao mesmo tempo seu espelho: o espírito
humano.
Verbo Criador por uma parte, Verbo Encarnado e Crucificado, da outra, tal
é, na música das inteligências, o acorde de segunda que
ajusta e que modula muitas vezes repetidas o anjo da Teologia cristã,
o grande e santo filho de Santa Mônica. Mas, nessa fuga sagrada que
ascende de tom em tom, se não de modo em modo, sofre demais as Leis
da Harmonia eterna, para não resolver suas segundas e sétimas,
suas oposições em amplexões sabáticas de raios,
em setenários sinfônicos da universalidade alcançada radiantemente.
Consultar o Arqueômetro, seu Padrão, sua Aritmologia e sua Música
.