ADÃO

Pelo Amado irmão Frater Zelator ( S:::I:::) (S:::I:::I:::)


O que Adão havia perdido e que Cristo trouxe de volta foi a unidade com Deus. Por isso BOEHME diz que Ele está revelado em todo lugar. Se pudermos chegar a esse estado de unidade, sentiremos que realmente Ele está em tudo; e é aí que vivenciaremos nossa eternidade. Se estamos na unidade com Deus, consequentemente estaremos na essência corporal em que se situa a Sabedoria Divina, que BOEHME chama de Virgem de Deus. O que ele chama de virgindade é o estado de pureza que só existe no Paraíso. Como Jesus foi um ser especial, trouxe consigo, em toda plenitude, a essência da Virgindade Divina, o que não acontece com seres comuns. Como tinha que mostrar a sua humanidade, ele nasceu de uma virgem terrestre. Somente no Paraíso existe a virgem celeste. Por isso ele se refere à Maria como se esta não fosse exatamente uma virgem. Mas no momento do pacto, ou seja, quando da anunciação, a própria Sabedoria Divina a fez uma similar, pois seu corpo foi por Ela abençoado. Por isso BOEHME nos diz que o seu corpo morreu, ou seja, aquilo que parece como o recebimento do corpo glorioso ou corpo de glória.

BOEHME faz uma analogia entre o que aconteceu com Jesus e Maria e o que acontece com os seres comuns (Deus e Alma) quando estes iniciam o processo de transformação em um Novo Homem. Menciona em suas obras que este, estando em processo de encarnação, ainda não é perfeito. Da mesma forma que Maria não era virgem antes da anunciação (lembremos do conceito aqui de virgindade espiritual). Fala da virgem meio-morta (é o corpo físico que está se preparando para tornar-se glorioso). A semente está aprisionada neste terreno (Velho Adão), mas sempre preparada para desabrochar, no momento em que deixarmos entrar a Luz do Sol (Deus).

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