História da F.U.D.O.S.I.
Federação Universal de Ordens e Sociedades Iniciáticas


Em Junho de 1908, sob a inspiração do Grão Mestre Gerard Encausse (Papus), com o auxilio do Grão Mestre Victor Blanchard, se organizou em París, um Congresso Espiritualista com o fim de reunir num foro comum, os representantes de distintas Tradições Iniciáticas (FUDOSI).

Papus era então Grão Mestre da Ordem Martinista, e tinha altos cargos em muitas outras organizações Iniciáticas de tradições Rosacruzes, Martinistas, Maçônicas, Iluministas, etc. Este Congresso Espiritualista contou com Paul Veux como Secretario, e ao Monsieur Chacornac como Tesoureiro.

O Congresso se levou a cabo durante as semanas de 7 à 19 de Junho de 1908 no "Palácio das Sociedades Sabias", no nº 8 da rua Danton. Distintas publicações esotéricas, tais como "O Véu de Isis", o "Periódico do Magnetismo", e "A Iniciação" se dedicaram a chamar a atenção sobre a idéia primordial deste Congresso, que era o de reunir pela primeira vez as Ordens Iniciáticas que, mesmo diferindo em suas técnicas, coincidiam na elevação da alma do ser humano.

Este Congresso reuniu a Ordem Martinista, a Ordem Cabalística da Rosa Cruz, o Rito Maçônico de Misraim e outras fraternidades, constituindo um Secretariado na cidade de París. Lamentavelmente, este Secretariado não pode funcionar por muito tempo, devido a Primeira Guerra Mundial de 1914. Pior ainda, o motor e líder do Secretariado, o Grande Mestre Papus, falecia em 1916 devido a tuberculoses que o atacou no campo de batalha.


APÓS A PRIMERA GUERRA MUNDIAL

Logo depois da morte de Papus, o Grande Mestre Victor Blanchard tentou manter aquilo que havia sido começado. Para isso ele se colocou em contato com Emille Dantinne (Sar Hieronymus), que era o Imperador da Ordem Rosacruz da Europa, e lhe propos o estabelecimento de uma associação mundial de todas as organizações de caracter espiritual e iniciático. Desta maneira, largas negociações se realizaram entre os anos 1930 e 1934 entre os dignitários de diversas Ordens e Fraternidades, entre outras, com o responsável da Ordem Rosacruz da América do Norte, o Dr Harvey Spencer Lewis (Sar Alden), quem sugeriu no transcurso de uma viajem a Europa, a criação de um corpo organizativo que defenderia as sociedades místicas reconhecidas como autênticas.

Em 11 de janeiro de 1933, o Grande Mestre Jean Mallinger, aconselhado pelo Grande Mestre Francois Wittemans, escreveu ao Imperador H. Spencer Lewis da AMORC: "Nos sentimos muito honrados de poder afiliar-nos à eminente Ordem Rosacruz, da qual você é o chefe e o Guia...Nos sentiremos muito honrados de poder colaborar com as atividades da AMORC.

Sob a liderança de Sar Hieronymus se organizou um Congresso na cidade de Bruxelas, Bélgica, durante a semana de 8 a 17 de Agosto de 1934. As catorze ordens e sociedades representadas foram as seguintes:

1) Ordem Da Rosa+Cruz Universal
2) Ordem Da Rosa+Cruz Universitaria
3) Ordem Pytagórica
4) Ordem Martinista E Synárquica
5) Ordem Rosacruz A.M.O.R.C.
6) Ordem Martinista Tradicional
7) Igreja Gnóstica Universal
8) Sociedade De Estudios e Investigações Templarias
9) Ordem Kabalística Da Rosa+Cruz
10) Ordem De Estudos Martinistas
11) União Synárquica Da Polonia
12) Ordem Da Milicia Crucífera Evangélica
13) Sociedade Alquímica De França
14) Ordem Da Lys e Da Águia

Depois de 1934, outras convenções confidenciais se levaram a cabo. Em 13 de agosto de 1939 a FUDOSI se reuniu para tratar o tema da FUDOSFI, organização similar e antagônica liderada por Swinburne Clymer, diretor da Fraternitas Rosae Crucis. A Segunda Guerra Mundial que começou em Setembro de 1939 impediu que estas ordens e fraternidades colaborassem ativamente, assim pagando o preço de extremas dificuldades e perseguições do regime Nazista.


APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Em 1946 se realizou um grande conclave outra vez em Bruxelas, com a presença de inúmeras Ordens Iniciáticas. Se transmitiram sublimes mensagens de paz e luminosa esperança pela reconstrução do mundo que emergia da espantosa guerra. Durante este conclave se tratou da necessidade de dirigir em todos os países as Ordens Martinistas e reempossar o muito ilustre Grão Mestre Agustin Chaboseau, falecido em 2 de janeiro de 1946.

Em 14 de agosto de 1951 os Imperadores Graõs Mestres da FUDOSI se reuniram pela última vez. Ficaram plenamente satisfeitos, reconhecendo que a meta da Federação se havia alcançado. Se preparou uma proclamação que foi firmada pelos dignitários executivos da FUDOSI e se anunciou oficialmente a dissolução da citada organização.

O NOME DA FEDERAÇÃO

O nome adotado pelos congressistas foi, em língua francesa, o de "Federation Universelle Des Ordres Et Societés Iniciatiques", e em latim de :"Federatio Universalis Dirigen Ordines Societatesque Initiationis", cujas siglas deram lugar à popular FUDOSI.

A abertura e o fechamento de cada sessão do congresso implicava em que todos os oficiais, legados ou representantes, levassem suas regalias, pompas ou insígnias de sua função e que tiveram lugar diferentes saudações e formas de proceder ritualisticas, participando de toda uma serie de iniciações. A maior parte dos oradores e de todos os dirigentes da convenção eram homens que desempenhavam altas e importantes posições em seus diferentes países, já foram em instituições de educação, tribunais de justiça e professores, homens e mulheres.

Este grande conclave internacional foi uma ocasião de excepcional contato entre alguns dos representantes visíveis da Grande Irmandade Branca, por intermédio de seus mais altos oficiais, Imperadores, Hierofantes, Grãos Mestres e membros dos Conselhos Supremos. Entre os oradores da reunião estava Fr. Wittemans, membro do Senado belga, e autor de una importante obra sobre a tradição Rosacruz, denominada "Nova e Autêntica Historia dos Rosacruzes".

SIMBOLOGIA DO EMBLEMA DA FUDOSI

O símbolo da FUDOSI foi desenhado pelo Imperador Spencer Lewis da AMORC e aprovado pelos restantes congressistas. Representa o ovo místico, que no Egito guardava em seu seio todos os mistérios. Leva em seu centro os dois imãs bipolares representando os dois hemisférios unidos em uma mesma fraternidade espiritual. O emblema agrupa em seu centro um triângulo e um quadrado inacabados, já que todas as iniciações tradicionais, longe de combaterem-se, se complementam admiravelmente para dar ao neófito uma luz única. No meio, a cruz representa a corrente cristã da iniciação, como o quadrado simboliza a iniciação helênica, e o triângulo a Iniciação Martinista.


NOSTALGIA DA FUDOSI

A FUDOSI não existe mais; sem embargo, seu espírito imortal assim segue iluminando porque ela representa um momento fugaz na historia do Esoterismo (1934 a 1951), durante o qual a Grande Loja Branca do Cósmico teve sua contraparte no mundo material, representada pelos mais altos dignitários.

Por quê atrai imediatamente a atenção dos estudantes a menção da FUDOSI? Que misterioso influxo produz esta palavra no coração dos Iniciados? É que ela mostra a Irmandade que existiu uma vez sobre a terra entre distintas fraternidades, e os Iniciados, anelam nostalgicamente essa idade de Ouro de congressos esotéricos e conventículos espirituais que mostraram brevemente que: OMNIA AB UNO