Johannes Von
Heidelberg (Jean Trittheme) nasceu em 02 de Fevereiro de 1462, na aldeia
de Tritthenheim, faleceu em 27 de Dezembro de 1516, em Wurzburg, Alemanha.
Embora órfão de pai e bastante pobre, estudou e, com 12 anos,
teve uma visão durante a qual lhe foi revelado que os seus desejos
mais secretos seriam realizados.
Estudou em Trèves e depois em Heidelberg, fundando entre os 18 e
19 anos, uma associação denominada Sociedade Literária
Renana, de caráter humanista. A base deste grupo era formada por
três amigos: Jean de Dalberg, pessoa considerada no mundo universitário
e político da época, que passou a usar o nome de Jean Camerarius,
Rodophe Huesmann, conhecido por Agrícola e Jean de Heidelberg, que
a partir dessa época passou a intitular-se Trittheme, a mais simples
explicação da derivação deste nome seria o nome
da sua aldeia natal, Tritthenheim.
A Sociedade Literária Renana se preocupava muito com a filosofia
pitagórica e a mística dos números, talvez se possam
atribuir a Trittheme um sentido mais cabalístico ligado ao número
três: três amigos, dos quais ele era o terceiro, que procuravam
fazer a síntese das três culturas: cristã, grega e hebraica.
Posteriormente, a Sociedade Renana passou a designar-se por: Confraria Céltica,
e que parece reforçar o seu aspecto esotérico. Nessa altura
contava entre seus membros, grandes professores, como: Jacques Wimpfeling,
um dos grandes eruditos da Renascença, tendo dedicado praticamente
toda a sua vida ao estudo dos textos gregos, tinha como pseudônimo
o nome "Olearius", outro foi Conrad Meissel, um hermetista de
grande valor, tinha o pseudônimo de "Celtes Protucius (o primeiro
dos Celtas) e sobretudo, Paul Ricci, um judeu convertido que difundiu entre
seus amigos os ensinamentos da Cabala.
Porém, no início de 1482, Trittheme opta, graças ao
"acaso", por outra via que o levará ao segundo período
de sua existência e o transformará no célebre padre
do mosteiro de Spanheim. O jovem sente um desejo repentino de visitar a
mãe e o irmão em Trittenheim, Jean de Dalberg encoraja-o a
empreender a viagem, mas predis-lhe que ele encontrará durante ela
a chave de uma nova vida.
Em 25 de Janeiro de 1482, Trittheme interrompe sua viagem para descansar
no caminho, no mosteiro beneditino de Saint Martin, em Spanheim, recupera
as forças e parte de novo, mas o inverno, e a neve caindo abundantemente,
obrigaram-no a voltar ao mosteiro; não imaginava que ficaria lá
durante 23 anos.
No dia 2 de Fevereiro de 1482, ao completar 20 anos, inspirado pela graça
divina, Trittheme conhece a iluminação, a sua fé imensa
consegue convencer os que o rodeavam.
A 21 de Março era noviço, a 21 de Novembro, profeta, no ano
seguinte, a 21 de Julho de 1483, o monge Trittheme é eleito abade
do mosteiro, sendo confirmado pelo bispo; supõe-se que seu êxito
e também a aprovação do bispo não são
devidos somente às qualidades do jovem profeta, mas também
pelo possível apoio de Jean de Dalberg, assim aos 21 anos encontra-se
à frente de uma casa de Deus, tendo então descoberto o seu
caminho.
No mosteiro, Trittheme não só revelou-se como um grande crente,
mas também como um condutor de homens, logo que assume o posto de
chefia, empreende uma limpeza da qual a casa necessitava, mandou consertar
os prédios avariados, reconstrói, traça planos; o mosteiro
recebe um sopro de vida, graças a ele.
Realiza também uma obra no campo espiritual, luta contra a inércia,
contra a atonia mental provocada pela ausência de diretivas. A ordem
dos Beneditinos fora reformada em 1425 por Jean de Minden, abade de Burafele,
mas em Spanheim continuava à moda antiga. Daí em diante, pela
direção enérgica e esforçada, Trittheme é
reconhecido e encorajado pelos seus superiores, obtém doações
que lhe permitem novos empreendimentos, que ajudam a resolver problemas
pendentes, pagou dívidas, recuperou bens que estavam perdidos ou
empenhados; enfim pôs os assuntos temporais em ordem.
Ao mesmo tempo, com o objetivo de conseguir fontes de receita e mais ainda,
para tirar os monges da ociosidade e orientar seus pensamentos para a pesquisa
e reflexão, decidiu aumentar a biblioteca do mosteiro que era bastante
pobre: 48 manuscritos e alguns livros impressos, estes últimos não
tinham interesse.
Por julgar que as produções em papel simples não poderiam
durar "mais de duzentos anos", ele obrigou os monges a recopiarem
admiráveis manuscritos para pergaminho, utilizando tintas polícromas,
foram feitas obras-primas; a biblioteca passa a conter 2000 manuscritos,
desloca-se pessoas de todos os países germânicos para as consultar,
Spanheim torna-se numa cidade do livro.
O próprio Trittheme se dedica à escrita: Dois Livros de Sermões
e Exortações em 1486, um Elogio dos Irmãos da Ordem
dos Carmos em 1492, uma obra sobre os Escritores Eclesiásticos em
1494, outras ainda sobre teologia, sobre Santa Ana, sobre os milagres da
Virgem e outras que serão citadas.
Trittheme investigou manuscritos herméticos, adquiriu experiência
em magia, cabala, alquimia, estudou o significado oculto das palavras; muitos
dos seus trabalhos são em linguagem simbólica, entendida unicamente
pelos iniciados, foi o primeiro autor importante sobre criptografia.
Spanheim ficou famosa, o abade tinha contato direto ou por escrito com numerosos
sábios ou teólogos da época; foi mestre de Agrippa,
amigo de Paracelso, posteriormente outros inspiraram-se em suas obras.
Em 1498, Arnould Bostius, frade da Ordem dos Carmos, queria saber dos seus
projetos, e em que estudos se ocupava e curiosamente Trittheme resolveu
responder por escrito, em carta extremamente pormenorizada, em 1499, e que
por acidente iria tornar-se pública, quando chegou ao seu superior,
o prior do mosteiro de Grand, que não acreditou no que lia.
Esta carta, Trittheme a transcreveu na sua Poligrafia, ele mesmo conta o
que se passa em seguida: outros monges leram a carta, alguns recopiaram-na,
ao fim de pouco tempo ela era tornada pública não só
na Alemanha como na França e Itália. Algumas pessoas pensaram
tratar-se de mentiras, outros de fantasia destinada a obter um êxito
fácil, alguns consideraram a carta, obra do diabo.
Trittheme sentiu-se profundamente atingido, o caso assumia proporções
inquietantes que colocavam em risco a sua carreira. Até os monges
de Spanheim começavam a murmurar contra ele, apesar de tudo a eleição
de Trittheme para abade aos 21 anos não devia ter agradado a toda
gente, haveria quem se sentisse frustrado nas suas ambições
e agora havia oportunidade para vingança.
A carta de Trittheme explicava em que consistia a obra em que trabalhava,
cujo título era: "Esteganografia" e tratava de uma invenção
importante. Dizia ela: "Tenho em mãos e possuo uma grande obra,
admirável, a qual, uma vez terminada, conhecida e publicada (o que
espero venha a suceder), será considerada por todos, mais do que
admirável e uma autêntica maravilha. Intitulei-a: Esteganografia...
e dividi-a em 4 livros, o mais pequeno deles terá mais de 100 capítulos.
Posso garantir-vos que esta obra, onde falo de grande número de segredos
e mistérios pouco conhecidos, a todos parecerá, mesmo aos
ignorantes, conter coisas sobre-humanas, espantosas e incríveis,
uma vez que ninguém escreveu ou falou sobre elas antes de mim.
O primeiro livro mostra mais de 100 maneiras de escrever secretamente e
sem provocar qualquer suspeita aquilo que se desejar, em qualquer língua,
sem que se consiga adivinhar o conteúdo, e isto sem o recurso a metástases
ou a transposições de letras e também sem qualquer
receio ou dúvida de que o segredo possa ser conhecido por alguém
estranho àquele a quem cabalisticamente eu tenha ensinado esta ciência
ou a alguém a quem o meu binário o tenha, também cabalisticamente,
transmitido; uma vez que todas as palavras e termos empregados são
simples e familiares, mesmo assim, ninguém, por mais experimentado
que seja, poderá descobrir por si só o sagrado, o que a todos
parecerá uma coisa admirável e que os ignorantes considerarão
uma impossibilidade.
No segundo livro tratarei de coisas ainda mais maravilhosas relacionadas
com certos meios, graças aos quais consigo, de uma forma segura,
impor a minha vontade a quem captar o sentido da minha ciência, e
isto sem que me possam acusar de ter usado quaisquer sinais, figuras ou
caracteres, e se me servir de um mensageiro escolhido ao acaso, não
há súplica ou ameaça, promessa ou violência,
que possa obriga-lo a revelar o meu segredo, pois ele o desconhecê-lo-á,
eis porque ninguém por mais hábil que seja, conseguirá
descobrir esse segredo. E realizo facilmente todas essas coisas, quando
me aprouver, sem a ajuda de ninguém, nem de mensageiros, mesmo com
um prisioneiro encarcerado num lugar remoto, vigiado por guardas atentos.
Sou capaz de provar o que afirmo, não me sirvo de espíritos
nem de magia, apenas de um processo simples e natural.
O terceiro livro permite a todos os homens ignorantes que apenas conhecem
a sua língua materna, entender em duas horas a língua latina
e escrever de forma elegante, de tal maneira que os que o lerem compreenderão
o seu discurso e só poderão dirigir-lhe louvores.
No quarto livro posso provar que a minha ciência é compreensível
a todos os que eu ensinar e servir-me dela em qualquer momento do dia, por
muito longe de mim que esteja o meu cabalístico (aquele que no seu
segredo, recebe a mensagem).
Falo ainda de um grande número de segredos que não posso revelar
agora. Ora eu não duvido que muitas pessoas que leram mas não
compreenderam o que escrevi, consideram estas coisas admiráveis mas
impossíveis, tal como sucedeu com certos sábios diante dos
quais fiz algumas experiências fáceis e que não se deixaram
convencer por elas.
Para resumir, afirmo em consciência e perante Deus, que tudo sabe
e vê, que as coisas admiráveis que menciono e descrevo são
incomparavelmente mais importantes e profundas do que posso dizer e do que
vós sois capazes de compreender.
Todas estas coisas são naturais, isentas de artimanhas, de idéias
supersticiosas, de artes mágicas, isto é, de invocação
de espíritos, afirmo-o nesta carta a fim de que se a mostrares ou
a deres a ler aos vossos amigos, nenhum deles pense que eu sou mago, como
sucedeu com Alberto o Grande, que, apesar de grande filósofo e profundo
investigador dos segredos da Natureza, foi no entanto considerado mago porque
os seus conhecimentos, adquiridos graças a um trabalho assíduo,
a grandes estudos e aplicação, ultrapassavam a inteligência
dos seus contemporâneos.
Trittheme, em sua carta, tem consciência de que as suas descobertas
serão atribuídas à magia.
Outra infelicidade espreitava Trittheme, ao que parece, ele nunca renunciou
de provar a sua boa-fé, nessa época, em 1504, um visitante
francês: Charles de Bouelles, um viajante erudito, como havia muitos
no século XVI, parou no mosteiro para ver Trittheme, com quem a muito
se correspondia.
Trittheme escreve "Charles de Bouelles veio pedir-me o favor de o receber
como hóspede antes do seu regresso à França, na ocasião,
mostrei-lhe minha obra sobre a Esteganografia, que ainda não estava
terminada, e ele admirou-a, louvou-a até, embora não tivesse
compreendido o seu significado, pois não possuía nem a inteligência
nem a chave e não era merecedor de ouvir nem de receber o nosso ensinamento"
l: Poligrafia: Epístola a Maximiliano.
Trittheme não se enganara no juízo que fizera, tinha talvez
um pressentimento que infelizmente concretizou-se, Charles de Bouelles não
compreendeu sua obra, pouco depois escreveu a Germain de Ganay, bispo de
Cahors e depois de Orléans, nos seguintes termos: "Folheei a
obra de Trittheme, considero-o não só um mágico como
também um ignorante completo em matéria de filosofia. Li bastante
por alto a sua Estenografia, limitando-me ao começo de alguns capítulos,
mas só a custo consegui estar duas horas com o livro entre as mãos,
pondo-o de lado por causa das inúmeras conjurações
bárbaras que contém e dos nomes desusados que ele chama aos
espíritos, não sei se deva dizer diabos, e que começaram
a fazer-me medo".
Na seqüência da sua carta, ele afirma claramente que Trittheme
tinha um acordo feito e contraído com os maus espíritos.
Depois do prior de And, esta segunda peritagem, baseada em apenas fragmentos,
de Charles de Bouelles, que classificava a obra de estranha e inexplicável,
com misturas de diabolismo, desta vez, Trittheme estava perdido, a partir
daí, até o fim de sua vida protesta e jura inocência
sem que obtenha crédito, a Esteganografia nunca será publicada
na íntegra. Escrevia Trittheme: "Afirmo peremptoriamente, que
digo a verdade e que nunca tive comércio com os demônios e
outras entidades malfazejas, uma vez que nunca pratiquei as artes mágicas,
nem a dos necromantes, antes pelo contrário, aquilo que escrevi ou
que me propus escrever era puro, são, natural e sem contradição
com a fé do cristo, que a Esteganografia espere a sua hora mergulhada
nas trevas, embora nada tenha a ver com as alegações mentirosas
de De Bouelles, que costuma fazer juízos acerca de coisas que não
conhece e sujar o nome de Homens justos e bons.
Além de tudo, a revolta dos monges no mosteiro assumira aspectos
dramáticos, e em 1505 Trittheme demitiu-se de suas funções,
mas graças às altas proteções de que gozava,
foi eleito no ano seguinte, a 3 de Outubro de 1506, prior do mosteiro de
Saint-Jacques de Wurzburg. O lugar era invejável, mas Trittheme perdera
sua bela biblioteca e a casa onde trabalhava durante tantos anos com amor
e dedicação. Isso causou-lhe um profundo desgosto em seus
últimos anos, podemos dizer que esse terceiro período da sua
vida foi quase que inteiramente dedicado a apagar o efeito produzido pela
sua famosa carta à Bostius.
Nos seus inúmeros protestos há um tom de sinceridade que impressiona,
nem em intenções esse homem seria capaz de trair a sua fé
pelo prazer de escrever um livro, que ele fosse adversário das ciências
secretas, como afirmava, é menos certo; datam da época em
que Trittheme sentiu necessidade de proclamar a sua perfeita ortodoxia.
Ele levou as suas pesquisas para além da simples e clássica
teologia.
Em uma carta de 15 de Maio de 1503, escreveu "Nada fiz de muito extraordinário
e, no entanto, espalhou-se o boato de que eu sou mágico. Li a maior
parte dos livros dos mágicos, não para os imitar, mas com
o objetivo de, um dia, refutar as suas superstições maldosas".
Ele era contra os astrólogos e alquimistas da época, porque
ele acreditava numa astrologia cabalística a qual considerava legítima,
tanto que escreveu o tratado das "Sete Causas Segundas", que era
a construção de um sistema da história do mundo por
ciclos.
Este tratado foi traduzido ao francês, 1897 com o nome: "Traité
das causas secondes". Também chegou a profetizar, anunciando
acontecimentos que ocorreriam na época que ele designa por "décimo
nono período", pouco depois de sua morte, originando o estabelecimento
de uma nova religião (o protestantismo de Lutero).
Ele pretendia substituir a magia negra, a goécia, por uma magia natural,
com base na verdadeira Cabala, numa alquimia espiritual, numa ciência
simultaneamente secreta e cristã, tudo orientado para o conhecimento
absoluto. Ele deixou um texto alquímico intitulado: "A Pedra
Filosofal", em uma carta de 25 de Novembro de 1506, faz um elogio à
alta magia, a magia divina. Conhecia vários aspectos da Cabala, não
daquela que foi posteriormente adulterada e desviada do seu objetivo, mas
da ciência autêntica dos rabinos empenhados em descobrir os
segredos de Deus e da Criação.
Algumas de suas obras: Antipalus Maleficorum, 1508, obra contra a magia
negra, publicada como: "O Adversário dos Malefícios",
publicada em Ingoltadt, em 1555.
Tratados Históricos e Teológicos - Poligrafia, entre 1505
a 1508 e publicada dois anos após sua morte, em 1518.
Liber olto Questionum-1508
Steganografia nen con Claviculae Salomonis, publicado em Lyon, em 1551 e
Frankfurt em 1606.
Curiosidades Reais, em 1511, eram respostas às perguntas do Imperador
sobre assuntos religiosos.
Com anos depois de sua morte surge uma obra intitulada Esteganografia, Frankfurt,
1608, que provavelmente não é original.
O manuscrito original, diz-se que foi queimado pelo conde Frederico II,
filho de Mestre Eleitor Philippe, que o encontrou na biblioteca do pai e
julgou prudente destruí-lo, receando pela salvação
da sua alma...
Inúmeras cópias da "Esteganografia" circularam após
a morte de Trittheme, todas diferentes entre si, a maldição
continuava a persegui-la, a versão impressa em três livros,
em 1606, e que nada contém de diabólico, foi posta no Index
pela Congregação do Santo Ofício, essa condenação
absolutamente incompreensível manteve-se até à edição
de 1930.
Nunca saberemos em que consistia esse meio de enviar uma mensagem "a
mais de cem léguas de distância" e "para o lugar
mais profundo que se possa imaginar", Trittheme não nos deixou
indicações suficientes para a interpretação
de sua obra, ele utilizou, como em outros textos, um pouco de astrologia,
um pouco de alquimia, um pouco de Cabala, enfim, ciências orientadas
para o Bem e que ele considerava incluírem-se perfeitamente na doutrina
cristã. Também não há dúvidas de que
Trittheme estudou a criptografia para servir-se dela, para enviar ele próprio
uma mensagem.
Seus Trabalhos mágicos tratavam de ocultar os mistérios, a
sua obra: "Verterum sophorum sigiela et imagines magiose", é
uma história de magia toda em pantáculos; quanto a sua doutrina,
ele a exprimiu por um pantáculo, segundo o uso dos verdadeiros Adeptos,
este pantáculo, raro acha-se apenas em alguns exemplares manuscritos
do tratado das Causas Segundas.
Segundo Eliphas Levi, Trittheme foi o maior mago dogmático, da Idade
Média, na sua "Esteganografia" e em sua "Poligrafia",
ele dá a chave de todas as escrituras ocultas e explica em termos
velados, a ciência real dos encantamentos e das evocações;
em magia foi o mestre dos mestres e também o mais sábio dos
Adeptos.
Trittheme passou os últimos dez anos de sua vida em Wurzburg, até
a sua pedra tumular, cuja inscrição se deve ao vigário-geral
George Flachius, foi realizada cinqüenta anos após sua morte,
ela diz o seguinte: "O abade Trittheme, glória da terra germânica,
que aqui jaz, mereceu este monumento. Os admiráveis escritos saídos
da sua pena mostram como foi admirado pelas suas obras e pela sua virtude,
como também o prova a consideração que sempre lhe testemunhou
o imperador Maximiliano. Em vez de mágico, é autor de uma
obra contra a magia (uma obra pouco conhecida:" O adversário
dos Malefícios ", publicada em 1555, muito tempo depois de sua
morte). A sua fama não morre e ele vive na bem-aventurança
espiritual do reino dos Céus".
Obs.: Trittheme foi mestre de Agrippa e Paracelso.