ARNALDUS DE VILLA NOVA
ARNALDO DE VILLANOVA
Pelo Amado Irmão Sephariel - Hermanubis USA

Cronologicamente, foi o primeiro médico hermetista, alqui-mista e teólogo, nas-cido em Provença, provavelmente em 1240, iniciou seus estudos na Faculdade de Arte em Provença.

Estudou medicina na Faculdade de Montpelier, concluiu seus estudos na Sor-bone após ter recebido o grau de mestre em Paris.

Viajou pela Espanha e Itália, ficou famoso por operar diante de testemunhas uma transmutação em Roma em 1286.

A partir de 1289 foi professor de medicina na Faculdade de Montpelier que através de seus cursos tornou-se a mais célebre Uni-versidade ocidental. Supõe-se que teve aulas com Alberto, o grande o que é pouco provável se forem consideradas as datas, mas é possível que tenha conhecido o frade britânico Roger Bacon. Seus tratados apresentam muitos pontos em comum e teria sido através de Bacon que ele teria travado conhecimento com Al-berto, o grande.

Arnaldo de Vilanova exerceu a medicina em toda a Europa, era bastante procu-rado, as suas maneiras não ortodoxas de proceder e a sua liberdade de expressão ocasionavam-lhe freqüentemente, dificulda-des com as autoridades religiosas locais. Acusavam-no de nego-ciar ha-bitualmente com o diabo pelo fato de empregar misturas bizarras, pela utilização de amuletos, pelo uso de práticas mágicas e hipnóticas. Ele respondia a isso dizendo que o ascen-dente ou ascendência do mé-dico sobre o doente era coisa primordial, é um dos principais fato-res de cura e que não devia deixar de usar nenhum meio que o tornasse ir-resistível.

Ele admitia a existência de quatro humores mas considerava um quinto princí-pio: o espírito animal, mediador entre a alma e o corpo, tendo origem no coração, que produ-zia fenômenos vitais, ima-gens mentais e as pulsações instintivas. Este espírito animal, difun-dindo-se no ser humano, como a luz solar no espaço, podia ser alte-rado por agentes naturais ou pelas emoções, paixões e que também cada homem nascia com um temperamento particu-lar, constituindo pelas suas exigências, um tipo de doença crônica que apenas o regime e a higiene poderiam compensar. Ele dava grande importância a terapia preventiva da saúde, na sua obra: "De Regime Sanitatis", continha um tratado único na Idade Média sobre os benefí-cios da hidroterapia.

Ele introduziu na medicina tratados teológicos e as-trológicos, no seu "Tratado Visionum", afirmava que era necessário interpretar os sonhos do doente, obter seu horóscopo que isso era im-portante para o diagnóstico e prognóstico da doença.

Levava em consideração na sua terapêutica as fases da lua, elas indicavam a contra indicação dos remédios e também as influên-cias sobre os humores, durante sete dias uma fase tinha influência sobre o sangue, em outra, sobre a bílis e assim sobre os demais humo-res.

Arnaldo de Vilanova distinguiu-se por possuir um brilho de linguagem que era motivo de receio até pelo tribunal da Santa Inqui-sição, ele declarou publicamente que o mérito da caridade era supe-rior ao da oração e que as bulas do Papa não passavam de obras huma-nas, nunca infalíveis e que a sua infalibilidade era quase tão segura como a dos seus próprios dia-gnósticos.
Em 1289 foi iniciado na Alquimia por Raimond Lulle e algum tempo depois encontraram-se em Nápoles onde operaram juntos.

Em 1289 foi detido por ter escrito uma obra na qual predi-zia a vinda do anti-cristo para 1335 e o fim do mundo para 1464, foi posto em liberdade pela intervenção de ami-gos, dai refugiou-se na Itália em Palermo, lá, tornou-se médico do rei Frederico da Sicília.

Em 1309 os teólogos de Paris condenaram 15 de suas obras mas o Papa Cle-mente V suspendeu a sua condenação, foi chamado para atendê-lo pois Clemente V sofria de litíase. Arnaldo de Vilanova não pode atendê-lo pois morreu subitamente durante a viagem, já próximo a Gênova no dia 6 de setembro de 1311 ou 1313.

Sua morte não acalmou o tribunal da Santa Inquisição pois após 4 anos de sua morte, suas obras foram novamente condenadas, 13 de seus livros foram destruídos em ato de fé. A partir daí ele foi catalogado como feiticeiro, a quem se atribuía a cura de um leproso fa-zendo-o beber vinho de ouro alquímico e também a criação de um ho-mem artificial num frasco de vidro.

A publicação de sua obra: "Opera Omnia" em 1504 que reunia 65 tratados, mostrou o grande humanista que foi Arnaldo de Vilanova, ele inventou o verdadeiro método de destilação de vinho e utilizou pela primeira vez os vinhos aromatizados como fortificante, mais tarde os monges tornaram-se especialistas.

Ele estabeleceu a forma científica de interrogar o doente, era extremamente prudente nas suas medicações, adaptava-as de acordo com a idade e sexo do paciente. Admi-nistrava certos medicamentos pela absorção cutânea, utilizou narcóticos no combate às dores.

Arnaldo de Vilanova foi um físico tentando descobrir os se-gredos da natureza, do ponto de vista alquímico passa por um adepto que esteve de posse da Pedra Filosofal, o estudo do seu "Grand Ro-saire" permite supô-lo. Tem-se apenas a sua própria afirmação de que foi bem sucedido no magistério e de que transmutou o chumbo em ouro.