Cabala ou Kaballa

Luiz Antonio de Matos


Cabala, Kaballa ou Kabbalah, deriva de Kabbel. Significa a aceitação ou herança que pode ser religiosa, filosófica, social e, que é recebida pelos que são iniciados. E também o tratado filosófico-religioso hebraico, que em seu contexto visa decifrar o sentido secreto e completo da Bíblia, com uma teoria e símbolos de números e letras. A Cabala é a ciência do nome de Deus, a tradição oculta ou esotérica dos hebreus.
Existem 2 tipos de Cabala:

Cabala Teórica: estuda o mistério da divindade, a criação espiritual e a renovação do mundo em 7 dias, o Tarot, os talismãs etc.

Cabala Prática: Só pode ser transmitida oralmente, de coração para coração, só podendo ser assimilada através de envolvimento individual, seguro e profundo. Para a Cabala a letra é uma potência.

O agrupamento de letras forma um nome, dando origem a um centro poderoso de energia. Deus é representado pela letra Yod que é a décima letra do alfabeto hebraico , então (Yod=10). Se juntarmos ao 10 as grandezas 15, 21 e 26 que pela numerologia são os valores dos grupos de letras da palavra Jehovah, temos como resultado 72. Os Judeus Ortodoxos não pronunciavam o nome de Deus, e os cabalistas desdobraram a palavra Jehovah através dos 3 versículos misteriosos do capítulo 14 do Exodus e acrescentaram os nomes divinos IAH, EL, AEL e IEL com esses desdobramentos e terminações deram nome aos 72 Anjos.

Cada um deles tem influência sobre 5 dias do nosso calendário, sendo que com esse número sobram 5 dias (31/maio, 12/agosto, 24/outubro, 5/janeiro e 19/março), então estas datas foram designadas para os Gênios da Humanidade.

O que é Cabalá?

A palavra Cabalá deriva de lecabel e significa tanto "receber" como "aquilo que é recebido".

Vivemos num mundo de pluralidades: do eu e do outro, do que é meu e o que é seu - um mundo de ilusões. Não é preciso argumentar muito: definitivamente este modelo não vem dando certo. O estudo da Cabalá, hoje, tem como base a Torá, outorgada a Moshé (Moisés) no alto do monte Sinai em 2448 do calendário judaico, mas Avraham (Abraão), Yitschak (Issac) e Yaacov (Jacó), assim como Yossef (José) e seus filhos (entre tantos outros), tiveram acesso às verdades por trás do que chamamos mundo robótico muito antes disso. O próprio Moshé, antes de retornar ao Egito para libertar seus irmãos hebreus, foi capaz de identificar o Eterno numa sarça ardente no meio do deserto - e nada mais comum do que um arbusto em chamas no deserto...

Cabalá é entendimento. Entendimento do que verdadeiramente acontece além da percepção de nossos sentidos, além da lógica e das estatísticas. Entender, para a Cabalá, não é um processo meramente intelectual, mas algo que combina razão com emoção, a aceitação de algo como parte inseparável de nós mesmos.

E o que precisamos entender?

O que esperamos receber através da Cabalá? Luz Espiritual.

Tudo o que existe é Luz Espiritual: saúde, dinheiro, afeto... Sabe aquele emprego estável e permanentemente desafiador? Aquele carro do ano? Aquela viagem que você sempre pensa em fazer? Quando procuramos por estas e outras realizações estamos buscando, de fato, ser supridos por Luz Espiritual. E o inverso é igualmente verdadeiro: todos os processos de falência (pobreza, desemprego, doenças, perdas e insatisfações diversas) se dão pela ausência ou diminuta presença desta mesma Luz. Chegamos então a um ponto importante: o Mundo Infinito irradia igual quantidade de Luz Espiritual para toda a humanidade.

O que faz então algumas pessoas serem bem sucedidas e outras não? A nossa capacidade de receber esta Luz. O entendimento dos ensinamentos mais profundos da Torá através da Cabalá, tem por objetivo o refinamento do que chamamos de receptor, o Malchut de nossa Árvore da Vida. Mas não se trata apenas de melhorar de vida. A prática da Cabalá consiste em se tornar melhor, melhor a cada novo dia - um processo contínuo de crescimento. E não é só isso: o cabalista é um canal de receber para compartilhar. Ele se torna melhor para fazer do mundo um lugar melhor. O ser humano é o único capaz de elevar todos reinos, de promover o Tikum Olam, a "correção dos mundos" mineral, vegetal, animal e espiritual. Estar comprometido com a Cabalá não é uma brincadeira, um hobby, mas um desafio.

Um desafio repleto de recompensas, é verdade, mas, ainda assim, um grande desafio.