A Reencarnação

Frater Zelator S:::I::: S:::I:::I:::


Podemos citar algumas das Tradições que mostram a evolução da alma humana de corpo em corpo. Algumas Tradições nos ensinam os ciclos de 144 anos em média que separariam duas encarnações sucessivas. Os egípcios em 3.000 A .C.. já diziam que "antes de nascer, a criança viveu, e a morte nada termina" . Buda, um dos Grandes Iniciados da Grande Fraternidade Branca da Egrégora de nosso planeta, propagava essa idéia que perdura até hoje no budismo. Hoje em dia o Espiritismo é a religião ocidental que mantém viva a tradição da reencarnação. No cristianismo temos várias passagens que são atribuídas pelos místicos à reencarnação. Jesus disse que "na Casa de meu Pai existem muitas moradas". E os Evangelhos falam abertamente que João Batista é Elias reencarnado. Podemos ver aí a seqüência entre os Evangelistas dos ensinamentos egípcios, pois os quatro evangelistas são acompanhados dos quatro símbolos da Esfinge: o leão, o touro, a águia e a cabeça humana. Assim, não seria de estranhar que essa doutrina perdurasse pelo cristianismo primitivo até 543 D. C. com o Concílio de Constantinopla que a aboliu.

"A reencarnação é o retorno do Princípio Espiritual à matéria". Com esta frase Papus inicia uma obra importante sobre o tema . Lembramos que tal assunto é a resposta atávica em cada um de nós sobre o segredo maior da vida e que desde tempos imemoriais as Escolas de Mistérios nos ensinam: que a Alma humana nunca deixa de evoluir, apenas transmigra em vários corpos, evoluindo de encarnação em encarnação. Não confundir com Metempsicose, pois esta última afirma que a Alma humana pode voltar como animais, o que a doutrina reencarnacionista não admite por considerar a primeira uma forma de involução. Como no momento de nossas vidas em que mudamos de ano na escola à medida que crescemos, assim é a reencarnação. Nossa evolução na escola terrena é marcada pela passagem a um novo aprendizado a cada ano, sendo este mais elevado, de maior grau, pois o conhecimento é acumulativo. A comparação entre princípios espirituais e da ciência nos faz lembrar a máxima de Hermes retirada da Tábua de Esmeralda: "assim como é em cima o é embaixo".

A reencarnação pode ser vista de várias formas. Uma é a da Justiça Divina que perdoa àqueles que não "passaram de ano", ou seja, que por algum motivo tiveram que voltar a este plano e ter uma nova oportunidade de crescer e de encontrar o Caminho da Reintegração. Outra maneira de aqui estarmos, porém esta é uma situação bem mais rara, é a de cumprirmos uma determinada missão espiritual. Muitos podem estar de alguma forma envolvidos em trabalhos no plano da manifestação e, sem o saber, buscam interiormente e com grande saudosismo a proximidade com os planos espirituais. Há também a situação em que ambos os casos anteriores pode ocorrer ao mesmo tempo. Ou seja, a missão é uma necessidade da alma para evoluir e para cumprir um destino.

Muitos relatos de lembranças de outras vidas são deixados por pessoas que em situações dramáticas rompem a barreira do esquecimento à qual a alma está submetida quando encarna . Também existem muitos relatos de pessoas que voltaram da morte clínica e trouxeram consigo as lembranças de fatos, lugares, pessoas e situações que puderam ser comprovadas em seguida. Alguns dos casos mais interessantes da casuística das regressões a vidas passadas situa-se nas recordações de algumas pessoas sobre o cerco aos Cátaros no Castelo de Montségur na França por ocasião da Cruzada Albigense. Tais pessoas, todos os anos na mesma época (por volta do dia 16 de março, data em que ocorreu o fato) sentem terríveis aflições e marcas de queimaduras pelo corpo. Vale lembrar que todos os membros desta religião foram queimados pelos cristãos católicos após a queda da cidadela. A doutrina reencarnacionista está no coração daqueles que sentem em si a questão maior da justiça divina, como lei que leva ao equilíbrio do carma individual, familiar, coletivo e planetário.