A ESPADA RITUALISTICA
Pelo Amado irmão Monte Cristo SI



Antes de mais nada é necessário reconhecer que a espada é um símbolo militar e são de sua característica a virtude, a bravura, e o poder. Entretanto o poder tem um duplo sentido: o destruidor (embora essa destruição possa aplicar-se contra a injustiça, a maleficência e a ignorância) e o construtor, ( pois pode estabelecer e manter a paz e a justiça).

Todos esses símbolos convêm literalmente à espada, quando ela é o emblema do rei e do guerreiro, quando porém associada à balança, ela se relaciona mais especialmente à justiça: separando o bem do mal, o inocente do culpado , a ação da passividade.

Símbolo guerreiro, a espada é também o símbolo da guerra santa, não a guerra religiosa ou econômica e sim uma guerra interior, e esta pode ser igualmente a significação da espada trazida pelo Retificador ( Jesus Cristo) pois sob seu duplo aspecto destruidor e criador, a espada é um símbolo do verbo, da palavra e da ação.

A espada é também o fogo e o relâmpago: a lâmina brilha quando banhada pela luz, ela é, diziam os Cristãos medievais, um fragmento da Cruz de Luz. A espada é, portanto, o próprio fogo, pois simbolicamente os anjos que expulsaram Adão do Paraíso tinham espadas de fogo. Em alquimia, a espada dos filósofos é o fogo do cadinho.

Embora com uma utilização meramente simbólica, ritual ou decorativa, a espada ainda tem um significado que exprime a violência, a agressão ou o poder militar, para os Homens que ainda hoje tem a visão de justificar a violência como um meio, deveriam examinar a si mesmos para ver como poderiam conciliar sua fé com o juízo do Reconciliador (Jesus Cristo) sobre a violência pois nota-se que o convite de Jesus de procurar espadas contidas no Livro Sagrado é evidentemente metafórico, uma advertência a preparar-se para a boa luta.

Para os Martinistas a espada, é a arma de vigilância por cujo meio o Iniciado tem que defender-se de toda intrusão violenta do mundo profano nos trabalhos da fraternidade. Este instrumento é também para o obreiro, uma faculdade, indicando seu discernimento, ou seja, a capacidade de penetrar dentro das aparências e reconhecer a realidade, o coração e a natureza mais íntima e profunda de todas as coisas. É o pensamento iluminado e o Poder da Verdade, com o que se vence, se destroi e se dissolve a ilusão em cada um de seus aspectos; é um instrumento místico, ritual e poderoso.

A espada é o símbolo de todas as forças desconhecidas que na vida sempre favorecem e auxiliam a quem permanece constantemente fiel a seus ideais e obrigações apesar da situação difícil e das condições em aparência contrárias em que se encontre, enquanto que essas forças se convertem em outros tantos flagelos, remorsos e castigos, para quem cede e se assusta renunciando e faltando ao cumprimento de suas obrigações e ideais.

A imposição da espada ritualística revela ao Iniciador, um modelo de virtude que ele tem e sempre terá perante seu iniciado, o faz lembrar que ele terá sobre si a responsabilidade espiritual por tudo o que seu discípulo vier a fazer e a realizar, este é um compromisso muito sério. A utilização da espada deve ser realizada com mãos hábeis e não somente com mãos poderosas, deve ter suficiente força e a necessária delicadeza para utiliza-la não como arma mas como instrumento.

Nos Templos, Septens e reuniões Martinistas a espada tanto pode ser embainhada pelo Mestre, como pelo Guarda do Castelo, ou Sentinela ou ainda Guardião, seja como for, é um instrumento importante e assim como o malho, pré supõe habilidade e destreza como já afirmamos, e se não material, certamente espiritual.


HOME