Descrição e estudo do Arqueômetro
Os Amigos de Saint-Yves


A morte surpreendeu o marquês de Saint-Yves d'Alveydre de modo inesperado. Seu considerável trabalho estava em plena via de execução, porém ainda não estava terminado; algumas partes estavam totalmente escritas, prontas para serem impressas, porém outras, pelo contrário, estavam somente esboçadas.


Uma multidão de documentos e uma quantidade razoável de clichês fotográficos e tipográficos deveriam ser colocadas em ordem. Era possível permitir a perda de tantos anos de trabalhos e pesquisas, parando a execução e impedindo de vir à luz o trabalho do Mestre, apesar de todas as dificuldades que poderiam surgir?


Esse foi o problema que se apresentou à família do marquês de Saint-Yves, e ainda nos falta dizer como foi resolvido esse problema, que, em nossa opinião, foi solucionado de forma tão esclarecedora como justa.


A condessa Keller e o conde Alexandre Keller, herdeiros do marquês de Saint- Yves, encarregaram um amigo e discípulo do marquês, o doutor Gerard Encausse (Papus), de tomar as providências necessárias para a publicação do Arqueômetro.


O doutor Encausse estava impedido de iniciar um trabalho de tamanha envergadura.

Então, apelou para todos os que Saint-Yves havia permitido que estudassem alguns pontos de seu trabalho. À continuação, foi criada legalmente a sociedade "Os amigos de Saint -Yves", como sociedade civil de publicações e conferências, por um dos amigos mais queridos do marquês, Monsieur Duvignau de Lanneau, e esta sociedade estabeleceu o grupo dos colaboradores que se encarregariam de aprimorar, organizar e editar o trabalho do Mestre.


Monsieur Lebreton, o dedicado secretário de Saint-Yves, fez uma classificação preliminar dos documentos e se colocou como um sensível elo entre o Mestre morto e seus discípulos vivos.


Monsieur Jemain, que havia sido um eficiente colaborador do Mestre quando este estava vivo, especialmente em toda a sua adaptação musical, quis encarregar-se de tudo o que concernia àquela adaptação.


Monsieur Gougy, arquiteto diplomado, que estava trabalhando para o Governo e que tinha trabalhado com o Professor em algumas adaptações para a arquitetura, deu-nos um resumo brilhante dos seus trabalhos e colocou à nossa disposição todos os clichês necessários.


O doutor A. Chauvet, de Nantes (SaIr), que havia trabalhado particularmente com o Mestre, foi de uma ajuda considerável na publicação deste trabalho. Dedicou numerosos meses do seu trabalho para organizar e colocar em ordem a obra Verdadeira Sabedoria; deve-se a ele ainda a organização da obra Hermelêutica Sâscrita e grande quantidade de documentos igualmente importantes.


Monsieur Batilliat, um escritor de grande talento, era na parte literária o colaborador preferido do marquês de Saint-Yves e todos os amigos do Mestre lhe dedicavam um profundo reconhecimento.


Ao lado desse grupo, composto de uma falange da qual cada indivíduo queria passar despercebido, tornar-se anônimo, para integrar-se e fazer parte do grupo geral "dos amigos de Saint -Yves", outros amigos pessoais do marquês conservaram dele uma elevada idéia e preservaram piedosamente o culto de sua memória. Mencionaremos entre os mais íntimos o conde Léonce de Larmandie, depois Sédir, a seguir F. Ch. Barlet, que foi um dos primeiros e calorosos defensores do Mestre e que escreveu sobre ele um notável opúsculo, contendo, no entanto, alguns erros relativos ao Arqueômetro, provenientes da falta de documentos positivos.


Como todos os Mestres, o marquês de Saint- ves teve discípulos, primeiro, admiradores e que, logo depois, o insultaram ou traíram. A melhor coisa que podemos fazer é não mencionar seus nomes, certos de que o Mestre os esqueceria e perdoaria. Sua obra permanece e ela, por si só, é o bastante para colocar os invejosos no seu devido lugar.


Os amigos de Saint- ves se esforçaram para trazer à luz não só o Arqueômetro como também algumas adaptações feitas anteriormente. Assinalaremos principalmente a Théogonie des Patriarches (Teogonia dos patriarcas), adaptação das chaves arqueométricas para uma nova tradução dos primeiros capítulos da Gênese e do primeiro capítulo do Evangelho de São João. Essa edição de grande luxo foi depositada na casa editora Dorbon-Ainé, Boulevard Haussmann 19, Paris.


Os amigos de Saint- Yves reeditaram também os Mysteres du Progrès (Mistérios do Progresso) com os três capítulos sobre o nascimento, os sexos e o amor, e a morte; a Mission de L'Inde (Missão da Índia), obra que trata sobre a Índia, seus mistérios e o Màhatma, revelações prodigiosas e totalmente desconhecidas na Europa.


Por último, tem estabelecido uma tabela alfabética da Mission des Juifs (Missão dos Judeus), que se havia tomado indispensável.


Tudo isso, os amigos de Saint-Yves o fizeram sem procurar qualquer interesse material, em memória primeiro do ilustre Mestre desaparecido, e em agradecimento à continuação para seus herdeiros, que dedicaram todos os seus esforços para ajudar os discípulos a trazer à luz o Arqueômetro e suas múltiplas adaptações.

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