A UNIDADE

Frater Zelator SI SII


Pela Iniciação ao Primeiro Grau Martinista, fomos aceitos como Associados no trabalho a que nos dedicamos. Por conseguir compreender perfeitamente os ensinamentos que recebemos, somos agora um Novo Ser Humano. Tendo efetuado a sublime Iniciação a este Grau, elevamo-nos ao plano dos Filósofos da Unidade e nos tornamos capazes de sentir a unidade subjacente a todos os cultos, religiões, ciências e filosofias. Aceitamos a unidade espiritual da humanidade e nos devotamos não só à nossa evolução individual, mas, também à elevação da coletividade, do corpo da humanidade. Isso nos faz tornar verdadeiros Iniciados Martinistas, pois palmilhamos os tortuosos caminhos da montanha armados de coragem e fé, e encontramos a entrada do templo aberta. É justo, portanto, que sejamos esclarecidos quanto aos grandiosos objetivos do futuro e os passos que nos levarão gradualmente à sua consecução.


Como nos tornamos Filósofos da Unidade, podemos comungar com os Sacerdotes de todos os Cultos e com os seguidores de todas as Filosofias. Devemos ter sempre em mente o fértil símbolo das Luminárias, que nos ensina a maneira como a Diversidade é sempre trazida de volta à Unidade. Assim como todos os cultos se fundem na unidade da religião, assim também todas as filosofias se harmonizam na unidade da ciência.
Analogamente, os seres humanos representam células de humanidade e nada mais. A humanidade é um Ser real, dotado de consciência própria e de leis especificas de vitalidade e morte, que atuam sobre cada uma das células do corpo da humanidade, assim como cada célula desse corpo atua sobre ele. Desta forma, o corpo humano é composto de muitas células, cada qual com sua autonomia e individualidade. Não obstante, a personalidade humana constitui um todo unitário, independentemente de suas partes componentes. O conhecimento da unidade do ser humano nos dá a verdadeira chave para a fraternidade, pois mostra que o indivíduo não pode ser elevado sem a elevação paralela da coletividade, do corpo da humanidade. A Queda do Homem pode parecer uma triste realidade, mas sua elevação é a meta a que todo verdadeiro Iniciado deve aspirar. Somente leis morais podem levar ao objetivo desejado e aí adquirimos interiormente a pureza ideal cuja benéfica radiação há de exercer influência sobre todos os que se aproximem de nós.


Mas lembremo-nos que a moralidade não é entendida aqui segundo o seu significado profano ou mundano. Ela é o Caminho do Meio, que descerra os olhos do espírito, leva à serenidade e à iluminação e nos capacita a auxiliar nosso irmão humano da senda da Reintegração. Pois a elevação da coletividade (o corpo da humanidade), pela devoção e se necessário pelo sacrifício da individualidade intelectual, é o objetivo visado por toda Iniciação e o ensinamento fundamental de todas os movimentos esotéricos.


Como Martinistas, somos devotados ao bem-estar e ao progresso da humanidade e estamos dispostos a fazer sacrifícios pessoais por este ideal. Em outras palavras, propomo-nos a nos dedicar a uma vida de serviço, na medida de nossa capacidade. Somos idealistas, embora nos apeguemos ao bom senso e à paciência e não esqueçemos nossas responsabilidades normais como cidadãos adultos e membros de nossa amada família. Não só concordamos intelectualmente com esses ideais, mas dedicamo-nos também à difícil tarefa de difundi-los na família, na comunidade, no estado, no país e no mundo. Em nosso relacionamento profissional, procuramos manifestar tolerância, justiça, eqüidade e inquebrantável boa vontade. Em espírito, somos cidadãos do mundo, antecipando ativamente o dia em que as células da humanidade destroçada pelas guerras se unirão novamente numa comunidade cada vez maior de povos e nações. A inspiração para isto deve ser espiritual, idealista e altruísta, e os ensinamentos do Martinismo haverão de acelerar nossa preparação.

 

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