O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Por Saint Martin o Filos.: Desc.:


No que se refere ao espírito, devemos, da mesma forma, tomar nosso alimento diário: se o homem fosse sábio, nunca se alimentaria materialmente sem primeiro avivar em si esta ânsia divina. Assim, estaria livre da fatal conseqüência, tão freqüente e comum a nós, em nossas trevas, que é a de obstruir esta ânsia divina, através do alimento, que deveria ser somente um renovador de forças corporais, para que sejamos capazes de buscar a ânsia divina mais ardentemente, e mantê-la melhor quando seu poder vir a nos alimentar tão efetivamente que a fome corporal se torna, por sua vez, menos oprimente.


Há duas condições para este regime. Uma se aplica ao uso de nossas finalidades e tarefas espiritualizadas, que deveria ser nossa dieta diária, sem restrições a períodos, horas ou tipos de alimentos, pois nossos próprios trabalhos irão determinar estes fatores. A outra se aplica ao trabalho ativo, quando considera conveniente nos por a seu serviço; esta então, serve ao mesmo tempo para a nossa orientação e nosso sustento.


O que eu disse sobre a primeira condição deste regime, vale para todos os outros atos da vida temporal: não devemos nos dedicar a nada sem antes ter despertado em nós a ânsia divina; isto porque, como esta ânsia divina tem que obter para nós a verdadeira substância de vida, não deveríamos ter nenhum objetivo, nenhuma atração, nenhum pensamento, senão o de nunca permitir que esta fonte das maravilhas divinas nos deixe, mas ao contrário, deveríamos nos dedicar incessantemente a revivê-la, para que possa ter a doce satisfação de nos saciar com a substância de Vida.

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