Esquema
Da Época "Constitutio"
Arcanos
Maiores do Tarô - GOMebes
Assim a encarnação do Messias deve incentivar as Almas, despertá-las do seu sono dentro da matéria e chamá-las ao esforço evolutivo. As almas encarnadas, sendo entidades de três planos, possuem predominância mágica sobre Daath decaído que, no mundo físico, pode manifestar-se apenas mediante os empréstimos mediúnicos. As Almas, aspirando reintegrar-se à Sephira Hohmah, progressivamente sutilizam, não apenas seus invólucros, mas também toda a Sephira Malkut em que trabalham.
E, seguindo a elevação da Esposa (Malkut), o Esposo - Daath decaída - eleva-se também. Deste modo, as Almas trabalham, a fim de realizar o ideal, o assim chamado "RESTITUTIO", ou restabelecimento completo do estado primordial do sistema sephirótico da Segunda Família. Passemos agora à história da QUEDA DA HUMANIDADE. Esta queda não se fez instantaneamente.
O adensamento dos invólucros da Humanidade processou-se gradativamen-te, sendo acompanhado pelo esquecimento progressivo da perfeição passada e pela lenta adaptação ao novo estado deplorável. Naturalmente, este esquecimento e adaptação não se apresentava de modo igualmente fácil a todas as individualidades, ou seja, a todas as células do Adão Protoplasta. Para nós, agora, importa o que pode ser esquecido e o que deve ser lembrado da grandeza passada. Imaginemos o período em que a humanidade decaída perdeu visivelmente a capacidade de receber o influxo do "Iod" da Primeira Família, mas conservou ainda a receptividade aos reflexos transcendentais de caráter menos elevado.
Naquela época, a memória do passado - a religião - expressava-se pelo culto e veneração abstrata do "Primeiro He" da Primeira Família, isto é, o culto do Grande Princípio da Vida Una. Naturalmente, os adeptos dessa religião ocupavam um plano incomparavelmente mais elevado do que os dos partidários das diversas filosofias práticas, modernas, como, por exemplo, a luta pela vida, etc. No entanto, mesmo já na religião da Vida Una, havia algum ofuscamento da Luz, em comparação com a religião do Amor Transcendental que iluminava o Protoplasta, antes de sua queda.
Não nos ocuparemos aqui do continente onde viviam os relativamente felizes adeptos da religião da Vida Una, nem faremos suposições de caráter cronológico quanto à época correspondente. Para nós, isso não é o essencial. No entanto, é necessário fazer um ligeiro esboço dos Mandamentos que constituíam o código ético-natural dos seguidores dessa religião. Eles respeitavam a Vida em todas as suas manifestações. Para eles, a mesma Vida fluía com sua força poderosa tanto através do mineral, de uma graminha, do menor exemplar do reino animal, como através do ser humano. Não tinham ainda perdido a compreensão do poder evolutivo da Vida e, portanto, muitíssimo a amavam e apreciavam, considerando como bem tudo que colaborava com o fluxo da Vida, e como mal, tudo que o contrariasse.
A Tradição transmite-nos os Mandamentos daquela época
como sendo os seguintes: 1. Confessar o princípio metafísico
da Vida Una. 2. Não fracionar essa Vida metafisicamente, ou seja,
não multiplicá-la em princípios mentais. 3. Não
fracioná-la astralmente, isto é, não aplicar o mistério
do ciclo dinâmico na direção divergente da direção
hierárquica usual. 4. Não obscurecê-la no plano físico
pelo esquecimento da Origem, por Emanação, de toda Vida. 5.
Respeitar os que lhe deram a Vida (inclusive os pais no plano físico).
6. Transmitir a Vida, conscientemente e com sabedoria. 7. Não atentar
contra uma vida individual no plano físico. 8. Não atentar
contra uma propriedade ligada a uma vida individual, no plano físico.
9 e 10. Não atentar, no plano astral, contra o que está ligado
com alguma Vida individual, nem passivamente (9) pela mentira, nem ativamente
(10) pela cobiça. Passemos agora ao segundo período da queda
humana e à segunda religião. Embora a humanidade daquela época
já tivesse perdido o culto da Vida Transcendental, não havia
ainda se afastado da concepção do Logos, o Grande Arquiteto
do Universo. Neste estágio da queda não mais existia a intuição
da Unicidade da Vida, mas permanecia a fé na única Fonte de
todos os ideais. Como todos os ideais provinham do Logos, não podia
haver qualquer oposição entre eles. Num momento difícil
ou num momento de tomar uma decisão importante, um seguidor da Religião
do Logos implorava sua ajuda, na forma de um ideal que pudesse salvá-lo.
No estágio seguinte da queda, apaga-se dos corações
humanos a imagem do Logos, mas mantém-se ainda a imagem do "Segundo
He" (o Valete) da Primeira Família, ou seja, os próprios
ideais. Não há mais ninguém a Quem implorar, mas existindo
os ideais, a salvação pode ainda ser tentada.
Essa religião do Segundo He passa, imperceptivelmente, de Transcendental
a Transcendente. A compreensão interna, até lá sussurrada
pela intuição, petrifica-se gradativamente num rígido
esquema de teses metafísicas transcendentes. A fé no "Segundo
He" da Primeira Família, desce lentamente ao nível da
religião do Macroprosopo da Segunda Família, ou para ser mais
exato, ao Ponto Superior acima do seu Iod. E depois? Depois surge uma religião
transcendente do Pai da Segunda Família. Esta religião limita-se
à memória da Sephira Hohmah, isto é, à memória
da permanência nela de todas as Almas, na qualidade de células
do único ser - o Adão Protoplasta. Nessa religião manifesta-se
claramente a compreensão do princípio da Fraternidade Humana,
tendo, no entanto, desaparecido a compreensão da Fraternidade do
Homem com as entidades do fluxo involutivo - os Anjos. Neste nível,
Keter é esquecida, e é esquecido também que Hohmah
e Binah são suas duas manifestações que deveriam realizar,
numa colaboração fraterna, o trabalho do ciclo de Vida da
Segunda Família. Quando, no nível seguinte, mesmo a compreensão da Fraternidade Humana fica esquecida, então a situação torna-se perigosa. Começa a reinar o egoísmo, o que leva à anarquia e até à predominância das forças das trevas, à luta contra a forma normal dos processos dinâmicos evolutivos e mesmo até ao fracionamento da própria personalidade humana numa "legião" de paixões, fortemente análoga à "legião dos diabos" do astral inferior. Toda a Humanidade, em todas as suas raças e nacionalidades, passou, passa e passará por todos os enumerados tipos de religião e, infelizmente, mesmo pela última fase descrita, a do fracionamento anárquico das personalidades. Naturalmente, outrora, na época em que ainda não havia sido perdida nem deturpada a religião primordial da Vida única - religião não complicada mas profundamente sábia -, a tarefa da Reintegração apresentava-se mais claramente e era mais fácil de realizar-se. Contudo, quaisquer que fossem as circunstâncias e tentações a afastarem gradualmente a maioria dos homens da sua religião, sempre apareciam seres humanos que se esforçavam para trazer a humanidade de volta à antiga sabedoria. Com muita razão, eles chamavam a si mesmos "Iniciados" e os que se tinham afastado do culto da Vida Una - "Profanos". Os primeiros, de fato, tinham preservado, um certo contato com o puro reflexo do "Primeiro He", enquanto que os segundos haviam-no obscurecido e deturpado, ou em outras palavras, o profanaram. Os primeiros não eram santos; eles também decaíram na sua qualidade de células do Protoplasta, mas, todavia, permaneceram próximos à Luz e à Santidade. As tentativas dos Iniciados para fazer voltar os homens ao caminho da Verdade, expressava-se em esquemas mais ou menos complicados, dependendo do grau de declínio do ambiente e, mais tarde, também das condições de vida das nacionalidades que constituíam este ambiente. Estas tentativas podem ser chamadas por um nome comum: "FUNDAÇÃO DAS RELIGIÕES" Freqüentemente, os Instrutores que instituíam as religiões, lidavam com um ambiente onde a maioria das pessoas estava em vias de perder até mesmo a concepção da Fraternidade Humana, isto é, perder a memória da Sephira Hohmah. Portanto, os Instrutores deviam:
1. Lembrar aos homens a Fraternidade das Almas.
2. Restabelecer a compreensão do grande fluxo involutivo-evolutivo,
ou seja, da Escada de Jacob, na qual, pelo lado esquerdo descem os Anjos
(Binah), pelo direito sobem as Almas (Hohmah) e em cima, em seu trono, permanece
sempre o Radiante Macroprosopo (Sephira Keter).
3. Ensinar a reverência para com seus Instrutores, cujo papel apresenta
uma analogia com o "Segundo He" da Primeira Família, o
qual, misteriosamente e por emanação, transmite o Influxo
Superior à Segunda Família.
4. Levar os homens a perder sua pretensão orgulhosa de querer transformar
o Universo, segundo sua comodidade pessoal e convencê-los da necessidade
do contrário, isto é, da transformação hermética
de sua própria personalidade, modelando-a à semelhança
- mesmo que bem remota - da imagem andrógino-harmônica do Logos.
5. Procurar purificar os caracteres, em nome do "Primeiro He"
da Primeira Família, ou seja, tentando levar os homens a compreender
e aplicar as diretrizes da Vida Una, acima enumeradas.
6. Trabalhar para que a humanidade, purificada pela Verdadeira Religião,
possa de novo tornar-se capaz de receber o Influxo do "Iod", de
sutilizar seus invólucros e, havendo elevado a Sephira Malkut e seu
Esposo (o Microproso-po), recriar para si mesma a Unicidade Coletiva, isto
é, o Adão Protoplasta, dentro da Sephira Hohmah. Isso constituiria
a plena Reintegração da Humanidade. Para que estas metas pudessem
ser alcançadas, os Iniciados realizavam o Arcano da Força,
juntando-se em correntes, dirigidas pelos princípios Egregóricos.
Os núcleos mentais dessas Egrégoras são e sempre foram formados pelo aspecto total, ou apenas uma parte, dos princípios da única Religião Primordial. A parte astral da Egrégora nasce quando os princípios mentais, mencionados, envolvem-se com uma forma. O corpo físico da Egrégora corresponde à manifestação do culto no plano físico. Naturalmente, o "corpo físico" da Egrégora depende estritamente do seu astrosoma e do ambiente em que a religião é fundada e no qual se nutre. A mesma Egrégora, manifestando-se em diferentes países, pode dar nascimento a cultos diferentes. Baseando-se nestes dados, deduziremos que a fundação de uma religião pode ser comparada à formação de um turbilhão coletivo. A atividade deste turbilhão dependerá da dinâmica de seus ciclos Iod-He-Vau-He. Desses ciclos, o mais importante para nós é o primeiro, aquele que se inicia no Ponto acima do Iod. Contudo, não deve ser esquecido que a religião, por assim dizer, "encarna" com a finalidade de encontrar, para si mesma, adeptos; por causa disso, ela deve possuir, além dos elementos do ciclo dinâmico Iod-He-Vau-He, algum tipo de "ímã" (Shin), capaz de lhe granjear seguidores ou, em outras palavras, facilitar-lhe a penetração e divulgação no plano físico. Este "ímã", além de atrair à Egrégora os que com ela estiverem em sintonia, deve também servir de "vínculo" para reter aqueles que, pentagramaticamente, estariam tentados a romper o elo já estabelecido e se afastar da Egrégora. Assim, o primeiro ciclo de um turbilhão religioso pode ser expresso pela fórmula "Ponto-Iod-He-ShinVau-He" e definido como materialização do aspecto total ou parcial do ensinamento provindo da Única Fonte da Verdade, a fim de espiritualizar um determinado ambiente. O simbolismo dos termos do primeiro ciclo de um turbilhão religioso pode ser explicado pelo seguinte esquema, que poderia ser também chamado de "plano" de uma religião:
1. O "Ponto acima
do Iod" corresponde às finalidades da criação
de uma Egregora. Estas, obrigatoriamente, devem ser desinteressadas, no
sentido mais lato dessa palavra.
2. O "Iod" corresponde ao conteúdo metafísico, que
é um reflexo geral ou particular da Filosofia Una.
3. O "Primeiro He" é constituído pelo estado e as
condições do meio no qual a religião é fundada.
4. O "Shin" é o aspecto da Egrégora capaz de lhe
atrair e conservar adeptos.
5. O "Vau" e o próprio culto - o filho do ambiente - fecundado
pelo princípio da Unicidade Esotérica.
6. O "Segundo He" representa o elo final do primeiro ciclo, elo
que une os elementos precedentes em uma família e determina a influência
desta família, isto é, a influência da totalidade da
corrente sobre o mundo externo. Este elo pode ser chamado de "política"
de uma religião.
Perguntemo-nos agora
quais os elementos necessários para formar uma corrente egregórica
viva. Estes elementos são:
1. "Ponto acima do Iod", ou seja, a existência de um esquema
de idéias e formas egregóricas.
2. "Iod" - a pessoa do Instrutor, possuindo um poder místico
e astral.
3. "Primeiro He" - um ambiente preparado.
4. "Shin" - a possessão, pela corrente, de um certo contingente
de fatos concretos ou clichês astrais atraentes que possam assegurar-lhe
o proselitismo e constituir uma garantia contra um cisma ou afastamento
de seus seguidores.
5. "Vau" - um conjunto de discípulos de valor ao redor
do Instrutor.
6. "Segundo He" - uma comunidade de bons crentes. Não entraremos
nos pormenores a respeito do nascimento astral da Egrégora.
As condições
necessárias para a "vida" de uma Egrégora, as causas
de sua "doença" ou "morte" já foram mencionadas
em linhas gerais. Agora diremos apenas algumas palavras quanto à
necessidade de introduzir, na corrente egregórica, além da
energia das entidades pentagramáticas de tipo evolutivo (seres humanos
vivos e desencarnados) também a energia dos elementais (Espíritos
Diretores e mesmo Anjos), pois não se deve esquecer que a Egrégora
usa primeiramente a corrente involutiva para transmitir o ensinamento à
Terra; somente mais tarde ajuda a evolução de seus adeptos.
Na linguagem popular diz-se que uma corrente mágica é formada
de homens vivos, homens mortos e elementais de diversos tipos. A respeito
de como deve ser a personalidade do Instrutor-Realizador, podemos encontrar
informações suficientes estudando a história das religiões
e de seus fundadores. Quanto ao ambiente, fica este preparado, na maior
parte das vezes, pelos infortúnios éticos (mais raramente,
materiais) experimentados e que despertaram nele a compreensão da
necessidade do aperfeiçoamento. As nações atravessam
épocas em que sua própria degradação e maldade
se lhes tornam insuportáveis, e começam então a ansiar
por uma renovação e por um Instrutor. O elemento Shin de uma
corrente consiste mais freqüentemente em profecias que se realizaram
ou nos assim chamados "milagres" do Instrutor ou de seus discípulos.
Às vezes, num meio de nível elevado, esses elementos são
substituídos pela forma em que é ensinada a Filosofia da Religião
Una, e mesmo, às vezes, pelo próprio conteúdo dessa
filosofia. Estes casos raros exigem um meio de alto nível ético
e cultural e, geralmente, asseguram à Egrégora um longo período
de vida. Os discípulos são de duas categorias: 1. Discípulos
Principais, que poderiam ser chamados "Apóstolos da Doutrina"
e, em sua totalidade, deveriam representar os 4 tipos herméticos:
o da Águia ou pensadores audaciosos; o do Leão ou naturezas
ardentes; o do Homem ou mentes claras, lógicas e previdentes; o do
Touro ou trabalhadores perseverantes. 2. Discípulos Secundários
que, em seu conjunto, deveriam possuir:
a) O elemento ativo (Iod) que, neste caso, é a dedicação,
até o extremo, à metafísica da Corrente.
b) O elemento passivo (He) manifestando-se como intuição e
extrema sensibilidade, quase histérica.
c) O elemento andrógino (Vau), ou seja: - a capacidade de transmitir
aos seus semelhantes a simpatia e o interesse para com o ensinamento; a
habilidade de infundi-lo e espalhá-lo por métodos pessoais
indo até o exagero.
d) O elemento servidor (Segundo He), introduzindo a disciplina e seguindo
os preceitos éticos da doutrina, até a aspiração
do auto-sacrifício total. Passemos ao conjunto dos Crentes.
Deveria ser assegurada
a possibilidade de observá-los, avaliando sua psique e suas qualidades,
para poder, entre eles, escolher como discípulos os que se destacam
do nível geral e possam, ativamente, servir a Egrégora. É
muito prejudicial, à Corrente, impedir a aproximação
ao seu Centro Iniciático, às Células cuja dedicação
e energia se manifestem consciente e intensamente. Isso é tão
nefasto para a Corrente como seria, no plano físico, dificultar artificialmente
a alimentação dos órgãos essenciais do corpo
pelo fluxo sangüíneo sadio. Concluindo, falaremos dos perigos
que ameaçam uma corrente religiosa, já formada ou em fase
de formação. No plano mental, a religião é prejudicada
pelo acréscimo da escolástica à sua teologia. Isso
representaria a involução de seu aspecto ideológico.
No plano astral, ela pode sofrer seriamente pela adição ao
seu ritual das formas puramente estéticas. A corrida atrás
da beleza dos símbolos é feita às custas de sua pureza.
Seria a involução da religião no plano da forma. No
plano físico, a religião é prejudicada pelas manifestações
emocionais, sancionadas por seu próprio código. Diversos cultos
que estimulavam tais manifestações durante suas reuniões
religiosas, não tiveram vida longa. Revisemos, na ordem cronológica,
algumas correntes espirituais [*] , ocupando-nos principalmente de sua etiologia.
[*] Omitimos a análise de algumas correntes religiosas da antigüidade,
isto é, das de Krishna, de Fo-Hi, de Hermes, de Zoroastro, de Orfeus,
de Moisés e de Buda, sendo que hoje em dia existem livros tratando
de cada uma dessas religiões.