A evolução das formas físicas no Astral
Papus


 

Aqui precisamos falar de um problema extremamente importante. Os sábios observaram que o conjunto dos seres vivos na terra, formavam uma espécie de hierarquia bem caracterizada: os corpos de certos seres vivos são muito pouco diferentes dos corpos dos seres que lhe são inferiores ou imediatamente superiores. É esta a ideia que presidiu à questão da evolução dos seres animados tão cara aos Darwinistas. Ora, é impossível observar a existência desta evolução, na terra, nas condições gerais; realmente há na terra transformações de órgãos, adaptações ao meio, porém não verdadeiras evoluções de um corpo de cão a um corpo de macaco, ou de um corpo de macaco a um corpo de homem.

A razão disso é simples: é que a evolução se faz, não durante a encarnação física, mas sim durante o estado astral que segue imediatamente a morte física. É neste momento que o corpo astral evoluciona, se transforma e se torna corpo astral do ser imediatamente superior. Este corpo astral fabrica, por sua vez, os órgãos físicos, e eis de que modo um ser físico de ordem imediatamente superior vem à terra para encarnar, num plano mais elevado da espiral, as formas do antigo ser imediatamente inferior. Realmente, todos os corpos físicos da natureza evolucionam a fim de constituir o corpo físico do ser humano; mas esta evolução se faz no plano astral.

Portanto, após o descanso astral, mais ou menos prolongado, conforme o ser que deve reencarnarse, quando o momento desta reencarnação chega, o corpo astral futuro difere do corpo astral precedente, conforme a conduta na vida anterior do espírito encarnado; é esta a origem da beleza ou da fealdade do futuro corpo físico, da força ou da fraqueza dos órgãos futuros, do poder de elevação das forças astrais, do signo do zodíaco pelo qual virão estas forças que rodeiam o espírito, e de todas as leis secretas da reencarnação espiritual das quais vamos falar no capítulo seguinte.


Os contos populares indicaram estas influências astrais sob a forma das boas e das más fadas que vêm ao redor do berço de cada ser humano que desce a terra. No momento da concepção, a força de atração dos futuros pais será tanto maior quanto as forças astrais de que dispõem pela sua saúde física, moral ou espiritual, forem mais intensas. Ê assim que pais, protegidos pelo céu, irão unir suas forças às do sol para encarnar espíritos rodeados de corpos astrais muito evoluídos; ao passo que os bêbados, os folgazões, os burgueses sem ideal e sem amor, irão somente pescar na atmosfera invisível inferior da terra espíritos de suicidas ou de antigos amadores de coisas materiais, que terão corpos físicos fracos, disformes, aleijados ou sempre doentes.


A concepção é, pois, um ato extremamente sério do ponto de vista das forças astrais, e não é de estranhar que as leis civis e religiosas tenham-na rodeado de tantas precauções, estabelecendo toda uma serie de regulamentos relativos ao casamento e suas consequências sociais.

Os povos que abandonam a luz da religião, sejam quais forem os critérios desta religião, se rodeiam de uma série de forças astrais negativas de que terão de sofrer em todas as formas sociais. Voltaremos sobre este ponto quando falemos da reencarnação dos princípios espirituais. Não podemos dizer tudo o que haveria a dizer sobre a evolução da forma astral, que devia ser acompanhada de um tratado completo de astrologia mística.




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