A
TEURGIA
SEGUNDA PARTE
Introdução ao estudo da Kabala mística e prática,
e a operatividade de suas Tradições
e seus Símbolos, visando a Teurgia
Robert Ambelain
Robert Ambelain nasceu no dia 2 de setembro de 1907, na cidade
de Paris. No mundo profano, foi historiador, membro da Academia Nacional
de História e da Associação dos Escritores de Língua
Francesa.´ Foi iniciado nos Augustos Mistérios da Maçonaria
em 26 de março (o Dictionnaire des Franc-Maçons Français,
de Michel Gaudart de Soulages e de Hubert Lamant, não diz o ano da
iniciação, apenas o dia e o mês), na Loja La Jérusalem
des Vallés Égyptiennes, do Rito de Memphis-Misraïm. Em
24 de junho de 1941, Robert Ambelain foi elevado ao Grau de Companheiro
e, em seguida, exaltado ao de Mestre. Logo depois, com outros maçons
pertencentes à Resistência, funda a Loja Alexandria do Egito
e o Capítulo respectivo. Para que pudesse manter a Maçonaria
trabalhando durante a Ocupação, Robert Ambelain recebeu todos
os graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, até o 33º, todos
os graus do Rito Escocês Retificado, incluindo o de Cavaleiro Benfeitor
da Cidade Santa e o de Professo, todos os graus do Rito de Memphis-Misraïm
e todos os graus do Rito Sueco, incluindo o de Cavaleiro do Templo. Robert
Ambelain foi, também, Grão-Mestre ad vitam para a França
e Grão-Mestre substituto mundial do Rito de Memphis-Misraïm,
entre os anos de 1942 e 1944. Em 1962, foi alçado ao Grão-Mestrado
mundial do Rito de Memphis-Misraïm. Em 1985, foi promovido a Grão-Mestre
Mundial de Honra do Rito de Memphis-Misraïm. Foi agraciado, ainda,
com os títulos de Grão-Mestre de Honra do Grande Oriente Misto
do Brasil, Grão-Mestre de Honra do antigo Grande Oriente do Chile,
Presidente do Supremo Conselho dos Ritos Confederados para a França,
Grão-Mestre da França - do Rito Escocês Primitivo e
Companheiro ymagier do Tour de France - da Union Compagnonnique dês
Devoirs Unis, onde recebeu o nome de Parisien-la-Liberté.
APLICAÇÕES
A. - O Teurgo
Para dizer
a verdade, uma discriminação entre os dois sexos, no que diz
respeito a prática da teurgia, parece inquietante; e parece que nada
pode se opor a hipótese de uma mulher seguindo a ascese kabalística,
e aplicando esses ensinamentos. No entanto, devemos observar que o homem
sofre maior atração por essas ciências, em sua práticas
ativas, que a mulher, que no que lhe diz respeito, se entrega, aos exercícios
passivos. A mediunidade, com seus derivados [clariaudiência, clarividência]
é mais reservada as mulheres, e a evocação ou conjuração
o é ao homem.
A crença em uma inferioridade da alma feminina, com relação
a alma masculina, deriva do Simbolismo tradicional, chave e regra da própria
Teurgia. Em efeito, a Mulher representa analógicamente a Virgem Mãe,
ou seja a Natureza eterna, naturada como naturante. O Homem, exprime primeiro
o imagem do Logos, do Verbo Criador, emanador e fecundador dessa mesma Natureza.
Assim como a Virgem Mãe é igual ao Filho e ao Pai na Trindade
Divina, a Mulher é espiritualmente igual ao Homem. Mas, assim como
a Natureza permanece submissa ao Criador, assim também a Mulher é
corporalmente inferior ao homem.
Acrescentemos ainda que sua impureza mensal, que periga sempre, antes, de
sujar o solo dos Oratórios ou dos Ocultos [isso pela ausência
quase total de lingeries de baixo], e que dura vários dias no mês
, faz do corpo feminino um condensador de fluídos puramente mágicos,
fazendo por esse próprio ritmo, o elemento lunar da Dupla Humana.
A Mulher é em efeito e por seu próprio papel, análoga
a Noite, ao Silêncio, a Água, enquanto que o Homem é
o elemento solar da dita Dupla, análogo ao Dia, ao Verbo e ao Fogo.
E o ditado popular que diz que "triste é o galinheiro onde a
galinha canta e o galo se cala..." parece assinalar bem a importância
da palavra masculina, reservando à mulher o papel de suporte fecundo
mas passivo, do dito verbo criador.
B. - Conhecimentos necessários
Aquele que
quer se tornar um Teurgo deve possuir uma instrução geral
pelo menos equivalente a do bacharelato. Nada está claro nas obras
modernas como entre os antigos autores. Quer dizer que sólidas noções
de latim, grego e sobretudo hebraico são necessárias ! Acrescentemos
os rudimentos suficientes de filosofia clássica, de metafísica,
e mesmo de teologia, e teremos satisfeito as exigências da bagagem
comum. Mas isso não será tudo, pois o Teurgo antigo era ao
mesmo tempo um sábio, um sacerdote e um mago...
No domínio dos conhecimentos herméticos, será a mesma
coisa. Ele deverá ter lido os clássicos antigos [Agrippa,
Paracelso, Fludd, Kunrath, Boehme, etc...] ter sólidas noções
de Astrologia, tanto judiciária como kabalística, conhecer
as leis gerais, os princípios e vocabulários de Alquimia possuir
a fundo as leis e aplicações da Magia. Por fim, e sobretudo,
ser um kabalista prevenido. A Kabala é o próprio fundamento
da Teurgia. Não queremos dizer que outros exercícios espirituais,
repousando sobre usos diferentes ainda que tendendo para o mesmo objetivo,
mas derivando de filosofias estrangeiras à Europa, não saberiam
conduzir ao mesmo resultado. Mas nesta obra destinada a Europeus, tratamos
de Teurgia repousando de um lado sobre um fundo documentário e místico
judeo-cristão, e do outro, sobre um fundo mágico celto-místico.
Quer dizer que esse será o "clima" medieval e faustiano
que permanecerá como a tela de fundo sobre o qual vão desfilar
os exercícios espirituais que revelamos pela primeira vez. Fazendo
isso, não cometeremos nenhum perjúrio, pois não estamos
ligados a nenhum juramento. Pois estas coisas nos vieram pela própria
via teúrgica. Elas são o resultado de nossas meditações,
de nossas Operações, e somente essas últimas - e seu
Ritualismo - constituem um depósito tradicional. Por fim, lhe será
necessário ter rudimentos de hebraico, e para tal uma gramática
e um dicionário são necessários.
C. - Do Gênero de Vida
Celibatário
ou casado, pouco importa. O essencial, é, em um caso como outro,
não exagerar a importância da vida sexual.
Uma excitação permanente, penosa de suportar em um organismo
jovem, é uma bomba, que se carrega atrás de si. Por outro
lado, a repetição freqüente do ato sexual, dos "jogos"
voluptuosos muito exaustivos, e muito afeiçoados, são nocivos
ao equilíbrio psíquico assim como a elevação
espiritual e moral.
Carícias em demasia, ou exageração do ato sexual e
frequência, determinam tanto um como o outro obsessões absolutamente
contrárias a ascese do Teurgo
No domínio da nutrição, é a mesma coisa. O excesso
em tudo é um ponto fraco, e é absolutamente necessário
reservar períodos de continência absoluta, e de jejum [parcial
ou integral] nas épocas que precedem as grande Operações.
Não abusar da carne e dos temperos no regime comum. Suas propriedades
psíquicas são continuamente opostas a certos trabalhos.
O único domínio no qual nenhum limite poderia ser admitido,
é o da leitura e da meditação que daquela emana. Se
dará importância as obras tradicionais: Sepher Jesirah, Sepher-hah-Zohar,
e todos os clássico da Kabala: Kircher, Khnor von Rosenroth, Drach,
Loriah, etc... [ver essa bibliografia na obra de Papus "A Cabala"].
É necessário viver "em espírito", e isso
ao máximo.
INDEX BIBLIOGRÁFICO
DAS OBRAS CITADAS PARA
A CONSTITUIÇÃO DA ORATÓRIA DE TEURGIA
AGRIPPA. [H.C.].- A Filosofia Oculta ou a Magia.
AMBELAIN. [R.].- Tratado de Astrologia Esotérica, Tomo II; A Onomância,
- A Geomância Mágica,
- A Talismânia Prática.
BOSC. [E.].- Os Espelhos Mágicos.
GALLAIS. [A.].- Os Mistérios da Magia.
JOIRE. [Dr. P.].- Os Fenômenos Psíquicos e Supranormais.
KUNRATH. [H.].- O Anfiteatro da Eterna Sapiência.
LEVI. [Eliphas].- Dogma e Ritual de Alta Magia.
LE FORESTIER.[R.].- A Franco-Maçonaria Ocultista do século
XVIII e, a
Ordem dos Elus-Cohen .
MARQUES-RIVIERE. [J.].- Amuletos, Talismãs e Pentáculos.
MORA. [Pierre]. - As Verdadeiras Clavículas de Salomão.
PAPUS. [Dr.].- Tratado Elementar de Magia Prática.
PIOBB. [P.V.].- Formulário de Alta Magia.
PORTAL. [F.].- As Cores Simbólicas da Antiguidade a nossos Dias.
SABAZIUS. [R.P.].- Envultamento e Contra Envultamento.
C. - Os Objetos Rituais e o Oratório
Nota. - Citando as fontes bibliográficas, nos limitaremos em dar
simplesmente o nome do autor, e a página de sua obra, reenviamos
o leitor a lista ao da página anterior.
O melhor é evidentemente ter uma peça, especialmente ordenada para esse fim. Quando isso é absolutamente impossível, se montará pelo menos o Altar em um ângulo [Norte ou Levante] de uma peça onde nenhuma atividade grosseira se exerça. Um escritório, um salão [sala de visitas], um estúdio servirão. No pior dos casos um refeitório ou um quarto de dormir. Mas essa última aplicação é desaconselhável no caso do quarto de um casal. Se tratar-se do quarto de um celibatário ou de um solteiro, [quarto individual], evidentemente é conveniente.
A) O Lugar e sua Ordenação.
A peça
será atapetada de vermelho, de preferência de um vermelho púrpura
ou carmesim. Jamais um vermelho grená, sangue, ou vermelhão.
Será sempre um atapetamento novo no caso de uma realização
integral do Oratório teúrgico perfeito. Se deixará
somente os papéis unido ou imitando mármore. Os ornamentados
com motivos diversos, outros que os temas geométricos [gregos, arabescos,
etc...] devem ser rejeitados.
As pinturas dos lambris, portas, armações de madeira, serão
de uma nuância um pouca mais escura. O teto será pintado com
a cor branco gelatinosa, com uma nuância laranja pálida, cor
da aurora, açafroada, ou azul celeste. Se possível ele jamais
será deixado sem pintar.
Os vidros da [ou das] janela serão cobertos com um papel "vitral"
[vitrofania] de bela qualidade e cuja nuância geral será amarela,
laranja ou vermelho claro. Um verdadeiro vitral seria perfeito com a condição
de não ter nenhum motivo reproduzindo criaturas animadas [animais,
flores, pessoas]. Essa interdição, renovada da Lei mosaica,
deriva do fato que em um lugar onde reina uma vida oculta intensa, onde
os Símbolos, os Pantáculos, dinamizam sem cessar os conceitos
cerebrais emitidos pelo ou pelos presentes, as formas pensamentos tendem
a se objetivarem através das imagens e das efígies. Daí
o erro e o perigo dos ídolos, dos terafins, dos efods, interditos
no Antigo testamento.
Nas janelas haverão espessas cortinas da cor do tapete [púrpura
ou carmesim], de maneira a velar as janelas quando cai a noite e conservar
o calor no inverno, o que tem sua importância. O frio dificulta considerávelmente
a atividade espiritual. A porta será guarnecida de uma portinhola
da mesma cor. Como tecido, é aconselhável o veludo, pois é
um bom condutor magnético [assim como a cera, a gelatina, a clara
de ovo].
O solo, soalho de madeira, lajeado ou material composto, será recoberto
inteiramente por um estofo espesso, plano, vermelho, jacinto, azul marinho
ou na falta destas cores, qualquer outra nuância carregada.
O nome do Oratório, ou "ocultum", é empregado por
numerosos autores. O tipo de oratório ideal para o praticante de
Magia foi descrito em "Na Sombra das Catedrais", páginas
20, 21 e 22. O teto pintado de azul foi tirado da tradição
maçônica, que o quer assim para suas Lojas. A presença
de um vitral foi igualmente justificada em nossa obra "Na Sombras das
Catedrais", nas páginas 217 e 218. Finalmente, um "Ocultum"
foi representado [sob esse nome], na gravura da página 23 do livro
de Sabazius: "Envultamento". As nuâncias tradicionais prescritas
para a tapeçaria do dito Oratório são extraídas
do texto do Êxodo [jogo de tapeçaria do Tabernáculo,
do Santo dos Santos do Templo de Salomão, etc...]
B) O Mobiliário do Oratório.
O mobiliário
se comporá de um Altar, de uma Cadeira, de dois Armários,
de uma Mesa, de uma Estante, aos quais se poderá acrescer para certos
exercício: um "tapete para preces" especial, ou, uma cadeira
individual para orar [móvel sobre o qual se ajoelham para orar e
que tem a forma de uma cadeira baixa].
Esse último móvel é, para dizer a verdade pouco usado
entre os hermetistas. Mas para meditação onde frequentemente
se usa a forma adoratória, de longa duração, ele tem
sua vantagem. Além do que, a posição do Teurgo, ajoelhado,
logo de pé, sua contemplação no Oratório, são
geradores de um estado mental muito particular. Por ele, o subconsciente
nos conduz para certos estados que nenhuma atitude poderia suscitar.
a) O Altar. - Seja baú, de 80cm a 90cm de altura, seja mesa retangular,
de mais ou menos 130cm x 70cm . Se for preferido o baú se pode então
suprimir um dos dois armários. Ele servirá nesse caso para
guardar certos acessórios de uso corrente: perfumes, carvão
para incensário, óleo para a lâmpada, pergaminhos, resinas
etc...
A presença de um Altar no Oratório é destacada pelos
seguintes autores: Agrippa, livro IV, Pg. 35; Eliphas Levi, tomo I, Pg.
267; Alphonse Gallais, Pgs. 98, 99; P. Piobb, Pg. 231, Papus, Pg. 296; R.
Ambelain "Catedral" Pg. 67. Ele é de madeira e frequentemente
serve de baú para guardar acessórios.
b) Cadeira individual para Orar. - Ela serve, já o dissemos, para
longas orações de forma semi meditatória, semi adoratória.
Ela será de um modelo clássico, nela fixaremos uma almofada
de cor vermelha, com o auxílio de quatro cordões se ligando
aos dois montantes e aos dois pés. Isso com a finalidade de se estar
cômodo. Uma posição prolongada, dolorosa aos joelhos
que a suportam, é contrária à uma perfeita abstração
intelectual. Mas um tapete quadrado é bem preferível do ponto
de vista tradicional.
c) Cadeira. - Confortável, tipo das cadeiras poltronas, estofada,
e junto a cadeira individual para orar.
d) Armários. - Se viu que, um deles, pode ser substituído
pelo baú do Altar. Caso contrário, se escolherá o que
tenha prateleiras interiores, para guardar os mesmos acessórios que
seriam destinados ao baú [pergaminhos, resinas, carvões, etc].
A presença de um ou vários armários em um Oratório
de Magia é assinalada por: Pierre Mora, Pg. 13 e 14 ; Papus, Pg.
297; Alphonse Gallais, Pg. 98. Sei destino é o habitual.
O segundo sem prateleiras internas, servirá como "guarda-roupas".
Em seu interior será fixado um triângulo, com alguns cabides.
Ele é destinado a abrigar as Vestimentas rituais, de um lado, e as
"profanas" do outro. Para separar essas duas categorias, uma ritualmente
consagrada, a outra profana [e impregnada de "lembranças"
e imagens continuamente impuras e grosseiras], se dividirá o armário
em duas partes, por uma divisão interior, vertical, de madeira.
e) Mesa. - É destinada para diversos trabalhos. Nela se faz a trituração
das resinas aromáticas, suas misturas dosadas, a fabricação
de tintas e "cálamos" talismânicos, a cópia
dos textos rituais, a leitura, os trabalhos de estudo, etc... Mesas de "correspondências"
analógicas poderão ser fixadas na parede, abaixo dessa mesa,
quadros extraídos da "Virga Áurea", ou do "Calendário
Mágico", de Duchanteau.
f) Estante. - A estante é uma escrivaninha alta, em madeira, destinada
a sustentar o Ritual do Teurgo, chamado ainda de "Sacramentário".
A pessoa mesma poderá fazê-la, tomando como modelo as escrivaninhas
de partituras musicais, destinadas aos maestros de orquestra. Pode ser de
madeira ou metal, é indiferente. Mas é preferível a
madeira apesar de tudo, pois é necessário evitar grossas massa
metálicas, em certos trabalhos, que se ligam mais a Magia prática
que a Teurgia, trabalhos inevitáveis em certas fases do treinamento
teúrgico.
Uma estante ou escrivaninha, destinada a sustentar o Sacramentário,
figura entre as gravuras antigas representando um Oratório mágico.
Simplesmente citemos Kunrath, na lâmina II de seu "Anfiteatro"
e Alphonse Gallais, Pg. 49 [gravura], de seu livro.
g) Biblioteca. - Uma excelente medida consiste em instalar a biblioteca
hermética no Oratório. Se suprime assim as idas e vindas cansativas,
e mesmo para simples leitura, o Oratório é um excelente ambiente.
Nota. - Todos esses móveis serão de nuâncias escuras. Se for utilizados móveis em madeira branca, anteriormente os cobriremos de castanho escuro, e a seguir os encausticaremos regularmente.
C) Os Acessórios comuns
Eis os acessórios indispensáveis.
1° Um morteiro
e seu pilão, destinados a reduzir em um pó fino as resinas
aromáticas, geralmente vendidas em lágrimas. Se deve comprar
as resinas neste estado em vez de á pulverizadas, nas quais se arrisca
encontrar um pouco de tudo. Se pode pulverizar as lágrimas resinosas
as esmigalhando anteriormente entre duas placas de zinco ou de cobre, em
uma prensa. Se obtém assim uma pasta de pó compacta, que a
seguir é rapidamente reduzida a pó no morteiro.
2° Uma colher de prata para efetuar as misturas dessas resinas juntando
assim as "partes" impostas pelas fórmulas de composição.
3° Duas dúzias de vasos de vidro, de meio litro, para conservar
as resinas puras, as misturas definitivas, os produtos acessórios
[carvão de álamo pulverizado, sal de nitro, etc...]. Uma etiqueta
será colocada sobre o vidro, tendo em letras grandes o nome do conteúdo.
Não escrever com letras pequenas, pois geralmente é difícil
de ler uma escrita pequena, com a claridade reduzida no Oratório
no momento das Operações.
4° Pergaminho. Uma certa quantidade de pergaminho será reservada,
as folhas estarão bem lisas. Se usará o verdadeiro pergaminho
e não uma imitação qualquer [papel sulforizado]. O
verdadeiro pergaminho é de pele de cordeiro, carneiro, cabra ou de
terneiro. Ele serve para traçar os Pantáculos comuns. São
encontrados facilmente entre os pergaminheiros. Para não perder tempo,
se cortará as partes ainda rugosas e se retalhará ligeiramente
os lados.
O emprego de pergaminhos virgens não é novo. Pedro Mora, Pg.
18; Papus, Pgs. 312 e 315; R. Ambelain ["Catedrais"], Pgs. 22
e 276, se estendendo longamente a esse respeito, assim como Alphonse Gallais,
Pg. 100, e Agrippa, livro IV, Pg. 31.
5° Penas. Afim de se associar simbolicamente a Natureza, a sua ação,
o Teurgo não utiliza penas de aço ou de ferro. Utilizará
penas de pato, de pomba, de rola, de águia, animais solares [jamais
penas de aves noturnas, corvos, pássaros, etc...]. Continuamente
se encontram essas penas de pato no comércio, todas as trabalhadas,
nas papelarias de porte médio. Podem ser substituídas por
um pincel fino.
Utilizará também um esquadro de 45° e outro de 60°,
um transferidor, um compasso, vários lápis, uma régua
plana, destinados ao traçado de esquemas preliminares.
Pierre Mora, Pg. 21, indica a pena de corvo para talismãs. O uso
antigo da pena de pato é conhecido! Papus cita, Pg. 315, de seu livro:
"Exorcismos das penas... tu molharás aí a ponta das plumagens...".
Esses objetos serão colocados na gaveta da Mesa comum, e uma pasta,
uma pequena prancha para desenho, completarão esse conjunto, com
um tinteiro, um porta pena, uma borracha, etc...
6° Tintas. Em Teurgia operativa, podemos nos servir, sem nenhum inconveniente,
de tintas do comércio. Somente a cor é simbólica, e
os ingredientes que entram em sua composição só tem
importância no domínio da Magia pura. Quatro tintas serão
suficientes: negra [da China], Azul [ultramar], vermelho [carmim ou papoula],
e verde [de um belo verde jade].
7° Brasas. O melhor será ter carvões especiais destinados
aos incensários de Igrejas, e que se encontram nos comerciantes especializados
em acessórios e objetos litúrgicos. Eles acendem facilmente
na chama de uma tocha. Se custarem para queimar, será suficiente
os passar momentâneamente por um forno quente, para os secar, sem
os acender.
O uso de brasas, aglomerados especiais de que se serve a Igreja Católica,
foi assinalado desde 1937 na Pg. 217 de nossa obra "Tratado de Astrologia
Esotérica, 2° vol. : A Onomância".
8° Perfumes. O simbolismo atribui um perfume a cada um dos sete planetas
primitivos. Levando em conta isso, se encontrará facilmente as múltiplas
correspondências do Setenário, unindo as resinas e perfumes
ao Macrocosmo.
Eis essas atribuições:
- incenso............................................Sol]
- mirra................................................Lua
- galbanum..........................................Marte e Terra
- benjoin de Sião.................................Júpiter
- benjoin de Sumatra...........................Mercúrio
- sândalo.............................................Vênus
- estoraque..........................................Saturno
Comumente, se utilizam somente misturas conforme fórmulas bem definidas, e extremamente antigas. Eis algumas escolhidas entre as mais usuais.
Incenso dos
Rosa-Cruz: incenso de Olíbano puro:..................250 partes
mirra:................................... ............200 partes
benjoin de Sião:................................125 partes
estoraque:...........................................60 partes
cascarilha:.. ........................................30 partes
açúcar em pó. .....................................50
partes
carvão de madeira pulverizado:.........100 partes
sal de nitro:.. .......................................75 partes
Incenso de
Igreja : incenso de Olíbano puro:...........................450 partes
benjoin de Sião:.........................................250 partes
estoraque:..................................................120 partes
sal de nitro:................................................150 partes
açúcar em pó:.............................................100
partes
cascarilha:.....................................................60 partes
Incenso dos
Magos: incenso de Olíbano puro:.....................240 partes
mirra:...................................................240 partes
benjoin da Sumatra:.............................120 partes
Incenso de
Jerusalém: sândalo:..............................................350
partes
incenso de Olíbano:............................250 partes
mirra:..................................................200 partes
benjoin de Sião:...................................125 partes
estoraque:..............................................60 partes
açúcar em pó:........................................50
partes
sal de nitro:........................................... 30 partes
carvão de madeira pulverizada:............100 partes
O emprego de
resinas aromáticas, incenso, mirra galbanum, é antigo como
o mundo, já o Antigo Testamento fala dele. Ver as correspondências
planetárias, dadas por nós na "Na Sombra das Catedrais".
Quanto as três outras fórmulas dadas por nós: "Incenso
dos Rosa-Cruz", "Incenso dos Magos" e "Incenso de Jerusalém",
retificadas por nós em suas proporções, elas são
de nossa propriedade. Fomos os primeiros em divulgá-las, e por isso
interdizemos o emprego comercial desses três nomes.
Sempre será interessante acrescer as ditas composições,
carvão de madeira pulverizado e sal de nitro nas proporções
respectivas de 1/8 e 1/10. Esses ingredientes facilitam a combustão,
e evitam que as resinas se tornem "gomas" e de apagarem o fogo.
Se encontram em todas as drogarias e farmácias, etc...
Se ensaiará, em pequenas quantidades, essas diversas misturas e se
verá quais são os efeitos particulares sobre o psiquismo do
Operador. Em efeito são elas que servirão a este de veículo,
de carro condutor, para se elevar e alcançar estados de consciência,
interditos habitualmente ao profano. O que for julgado mais "místico"
será usado para as meditações de adoração;
o julgado mais "intelectual", para as meditações
e especulações puramente doutrinais. O mais grave, mais pesado,
mais misterioso, para as evocações. Etc..
9° O óleo de Unção. Será necessário
para as cerimônias consagratórias dos Objetos ritualísticos,
das Vestimentas litúrgicas, e para os diversos "sacramentos
da Ordem" que poderá transmitir o Teurgo à seus discípulos.
Eis o que dá as antiquíssimas "Clavículas de Salomão"
e que nós mesmos utilizamos:
- Mirra.....................................................100
partes
- Canela fina pulverizada..........................200 partes
- Raiz de Galanga das Índias......................50 partes
- Óleo de Oliva puro................................200 partes
Se obterá
assim uma pasta untuosa que será guardada em um recipiente de vidro
sem pescoço apertado. Se tampará herméticamente. Após
seis meses, se porá essa pasta em um linho fino e se prensará
docemente, de maneira a espremer o Óleo, que se recolherá
assim perfumado em um pequeno frasco. Esse último deverá ter
uma fechadura dita "a esmeril".
Eis aquele dos pontífices de Israel, que serviram no Templo de Jerusalém,
a ordenação dos grandes sacerdotes, e como nos ensina o Êxodo
[XXX, 23, 24, 25]:
- Mirra dissolvida
no álcool...................................500 ciclos
- Cinamomo [canela] pulverizado..........................250 ciclos
- Cana aromática....................................................250
ciclos
- Cássia..................................................................500
ciclos
- Azeite de Oliva.................................................. .um
"Hin".
A fórmula
aqui publicada é aquela dada no manuscrito do século 18, da
Biblioteca do Arsenal, proveniente do fundo Paulmy d'Argenson, e intitulado:
"A Sagrada Magia de Abramelin o Mago". O emprego do azeite de
unção é assinalado por Agrippa em seu IV livro, Pg.
35.
D) Os Objetos Litúrgicos.
Se chama Objetos
litúrgicos àqueles destinados a "figurar" permanentemente
ou em certas fases das Operações, sobre a pedra do Altar propriamente
dito. Liturgia é uma palavra derivada do grego lithos: pedra, e ergon:
obra; a liturgia é o trabalho sobre a "pedra" ou talhação
da "pedra" simbólica...
Esses Objetos são para a Teurgia que nos ocupa:
- a Toalha
do Altar,
- a Pedra do Altar,
- os Flamejantes, compreendendo os Candelabros, os Círios, os Cherubs.
- a Lâmpada Veladora,
- o Incensário e sua Naveta,
- a Esfera de Cristal,
- o Grande Pentáculo metálico,
- o Lucífero, ou círio de ação,
- os Pentáculos,
- a Vara de Amendoeira.
1) A Toalha do Altar. - de fazenda branca, com uma aba larga, bordada, igualmente branca. Será coberta com uma toalha, vermelha carmesim, cobrindo toda a superfície superior do Altar, toalha que será bordada com um cordão de ouro. Para cerimônias que seguirem o ritmo da "Hebdômada" planetária, se poderá adotar uma toalha superior da cor do dia em que se operará:
Domingo:....................Sol....................
Amarelo Laranja.
Segunda:.....................Lua....................Azul Pálido.
Terça:..........................Marte................Vermelho vivo.
Quarta:........................Mercúrio...........Amarelo ou Gris
prata.
Quinta:........................Júpiter................Púrpura
ou Violeta.
Sexta:..........................Vênus................Verde jade.
Sábado:.......................Saturno..............Índigo,
Azul marinho, Castanho claro.
O emprego de toalhas para os altares mágicos é testificado por Agrippa, livro IV, Pg. 35, por Papus, Pg. 297, e outros autores.
2 ) A Pedra
do Altar. - Se buscará uma placa de mármore branco de 65cm
de lado e uma espessura de 20mm. Se pode fazer gravar aí, de um lado
o Pentagrama, do outro o Hexagrama, depois dourar esses traçados.
Se adotará um desses lados ou o outro, conforme a polaridade ritual
[ver as correspondências dessa figuras].
O emprego de uma pedra sobre o altar mágico é assinalado por
Eliphas Levi, tomo I, Pg. 267 e 268, e por nossa obra: "Na Sombra das
Catedrais", Pg. 257.
3) os Flamejantes.
a) Candelabros. Geralmente dois são suficientes para iniciar. Mas
logo, se constatará que para simbolizar certas Forças, certos,
Atributos, são necessários quatro, mesmo cinco. Se poderá
adquirir todos desde o início. Encontramos uns muito belos nos antiquários.
b) Velas. O melhor será procurar os círios chamados em "cera
litúrgica" [estearina com 40% de cera de abelha], e que são
destinados a guarnecer os dois castiçais, necessáriamente
colocados de um lado e do outro do Crucifixo, sobre o altar católico,
simbolizando os dois grandes Arcanjos, Miguel e Gabriel, os dois Luminares
Sol e Lua, ou conforme outros simbolistas, as duas outras pessoas da trindade:
Pai e Espírito Santo.
c) Os Cherubs. - Destinados a representar os "Animais Santos"
ou Haioth-hah-Kadosh de Ezequiel, se pode adotar Esfinges, ou duas figuras,
uma masculinas e a outra feminina. Se encontrará esses porta livros,
ou essas canetas de cobre, que servirão perfeitamente. No caso dos
porta livros, é preferível que sejam de madeira antes que
de gesso ou em material aglomerado.
d) Candelabro de Sete braços. - Em geral ele não é
necessário, mas poderá aparecer em certas cerimônias,
que falaremos mais tarde.
O emprego dos castiçais e velas é testificado por: Agrippa,
livro IV, Pg. 35 e 38; Pierre Mora, Pg. 149; Papus, Pg. 306; e por R. Ambelain,
no "Tratado de Astrologia Esotérica", [A Onomância]
Pg. 217, e na "A Geomância Mágica", Pg. 37.
4) A Lâmpada
Veladora. - Veladora de santuário, de capela, ou de coro de igreja,
com pé de cobre dourado, ou em prata dourada, com vidro vermelho
rubí pintado na massa. Uma lâmpada de mesquita não seria
o ideal, pois o vidro é de uma bela nuância verde filigranada
de ouro, e isso modifica considerávelmente o ambiente de nosso Oratório.
A orientação mística seria muito diferente. Essa lâmpada
tem sua utilidade como símbolo do Fogo [Schin], sobre o Altar propriamente
dito. Seu lado prático reside no fato que ela é pouco luminosa,
permitindo assim revelar facilmente as aparições, e sobretudo
que ela emana logo que acesa, uma intensa atmosfera mística e religiosas.
Se escolherá uma veladora para azeite bem entendido, com o vidro
desabrochando em forma de cálice floral, ou de útero, mas
aí se queimarão mechas em cera ou estearina, de uma duração
de oito horas mais ou menos. Pois o óleo, além do que se engraxará
todo o vidro da lâmpada, por capilaridade, corre-se o risco de derramar
sobre o Altar e o solo, fazendo assim irreparáveis danos.
O emprego de uma lâmpada especial, tipo lâmpada de santuário,
é aconselhado e descrito no manuscrito citado antes: "A Sagrada
Magia de Abramelin o Mago"[Biblioteca do Arsenal], e por Eliphas Levi:
Tomo II, Pg. 132 e 133, e Pg. 102 [gravura], Alphonse Gallais dá
na Pg. 32 uma lâmina que mostra uma lâmpada desse gênero.
5) O Incensário
e sua Naveta. - Incensário de Igreja, ou na falta deste um incensário
oriental, ambos de cobre, dourado ou não. No último caso,
se suprimirá da cobertura o crescente lunar. Mas é preferível,
o incensário de igreja, com suas correntes, pois facilita os incensamentos
rituais no espaço, ao redor do Teurgo. Com um incensário comum,
arriscamos queimar os dedos no final de pouco tempo.
O incensário será acompanhado de uma Naveta, pequeno recipiente
em forma de barco ou de lâmpada antiga, igualmente de cobre, dourado
ou não, e destinado a receber o Incenso. Ela também é,
colocada sobre o Altar, ao lado do incensário. Geralmente uma pequena
colher a ela está ligada por uma pequena corrente.
Kunrath, em sua lâmina 11 do seu "Anfiteatro da Eterna Sapiência",
mostra um incensário figurando entre os objetos do Laboratório
Mágico: Agrippa em seu livro IV, Pg. 36, o menciona entre os objetos
rituais do mago; Piobb, Pg.240 o cita igualmente. O fato de acrescermos
uma naveta não é extraordinário em si, sendo dado que
o incensário sempre é vendido com ela. O incensário,
por suas correntes, permite fumigações circulares, que a queima
de perfume comum não permite.
6) A Esfera
de Cristal. - Bola de cristal, maciça bem entendido. Essa bolas chamam-se
ainda "Espelhos hindus". São destinadas comumente as operações
de vidência [cristalomância]. É necessário que
ela tenha um diâmetro de 10cm a 15cm, e de formato bem esférico.
Não usaremos o suporte de madeira que a acompanha, o substituindo
por um copo de cobre, no qual se embutirá bem a base da esfera, afim
de que essa não oscile. Um incensório em forma de copa, tipo
oriental serviria bem, mas seria necessário adotar uma base cônica
ou em forma de tronco de cone, pois um incensário com três
pés arriscaria oscilar facilmente. Sob a bola, na copa, se porá
um pouco de água, de maneira que ele se banhe. Aí será
depositado também um pequeno Pantáculo de metal ou pergaminho,
logo veremos qual. A água poderá ser substituída por
areia de rio muito fina.
Essas bolas, servindo ao mesmo tempo de espelho mágico e de condensador,
são vendidas nas livrarias ocultistas a mais de trinta anos, tanto
na França como no estrangeiro. Fabricadas pela casa Carl Zeiss, em
Iena, as melhores foram, antes da guerra, para os templos da Ásia.
Essas bolas são sempre vendidas com um suporte em madeira negra,
ligeiramente entalhada, afim de que se possa umectar a base da bola. Elas
são citadas no livro de Bosc: "Os Espelhos Mágicos"
[Paris 1912], e pelo Dr. Paul Joire, em sua obra "Os Fenômenos
Psíquicos" [Paris 1909]. O fato de juntar a ela um Pantáculo
em pergaminho, sob a bola, assim como diz nossa "Talismânia Prática",
é inédito.
7) Os grandes
Pentáculos Metálicos - O dito Pentáculo é uma
realidade dupla. Um Hexagrama [Selo de Salomão] e um Pentagrama [estrela
de David], um de chumbo, o outro de cobre [regularmente deveriam ser respectivamente
de prata e de ouro], contidos em uma circunferência de 20cm a 30cm
de diâmetro, e que serão utilizados simultâneamente.
Um deles é vertical, e preso a parede acima do Altar, entre as duas
velas colocadas um pouco a frente, o segundo está, diante da Lâmpada
e entre essas duas Velas, um pouco atrás do Incensário e da
Esfera de Cristal [no centro do triângulo formado pela Lâmpada
- Incensário - Esfera]. Nenhum deles deve ter um círculo ao
redor, ao contrário, as pontas das estrelas devem brilhar livremente.
O Hexagrama significa "Rigor" [Salomão significa prisão,
punição, em hebraico], o segundo "Misericórdia"
[em hebraico, David significa o Amor]. Para o primeiro há dois sentidos:
Salém ou Salom: Paz, Equilíbrio, Beatitude, ou ainda Shlom:
Rigor, Punição, Prisão. Foi desse selo que se serviu
Salomão para aprisionar os gênios, nos diz sua lenda... O Pentagrama
é , indiscutivelmente a estrela da luz, do amor, pois que é
símbolo de Vênus, de Anael, e em correspondência com
o patamar sephirótico equivalente. O Hexagrama é a Fé,
Inteligência. O Pentagrama é o Conhecimento, a Esperança
e a Caridade. O Hexagrama é a imagem do Pai, o Pentagrama a do Filho.
O fato de fazer figurar acima do Altar um Pentáculo, e no dito Altar,
outro, o fato de não utilizar lá a não ser o Pentagrama
[estrela de cinco pontas] e o Hexagrama [estrela de seis pontas] não
é novo. Eliphas Levi, tomo I, Pg. 268 , e tomo II, Pg. 96; Agrippa,
livro IV, Pg. 35, o ensinam.
8) O "Lucíferum",
ou Círio de Ação. - Se chama lucíferum um círio
especial, análogo àquele que levam os penitentes e os fiéis
nas procissões ou cerimônias religiosas. Se escolherá
um círio alto de mais ou menos um metro, e de diâmetro na base
de 40mm até 15mm na outra extremidade. Será forrado com um
brocado de veludo vermelho, com franja de ouro [o veludo, a cera, a gelatina,
o carvão de madeira, são corpos que condensam perfeitamente
a "luz astral"]. Esse brocado será fixado na altura de
um terço mais ou menos da base. Como o círio é cônico,
o brocado poderia resvalar, ele será fixado por duas cordas de seda.
A substituição da Baqueta de amendoeira ou da aveleira dos
magos de antes, por um círio de cera, é conhecido. Le Forestier,
em seu livro sobre "Os Elus Coehn", Pg. 85, cita os textos do
século XVIII, tirado das cartas de Martinez de Pasqually a seus discípulos,
que mostram estes utilizando a vela de cera em lugar de baqueta de ação.
Sobre a cera, imediatamente antes de sua consagração, se gravará
na base, debaixo do brocado, com o auxílio de uma agulha de prata
ou de cobre [melhor seria de ouro], os "Nomes Divinos" abaixo,
cada um deles acupando um dos quatro setores da seção:
"Bachour"
[Claridade].
"Niah" [Deus de Luz].
"Ziah" [Deus Brilhante e Luminoso].
"Diah" [Portas da Luz].
No alto, bem
próximo da extremidade do Círio, antes da saída de
mecha, se gravar o quinto Nome Divino hebraico:
"Aeyahouah".
Acróstico
da frase em hebraico significando "Deus disse que a Luz seja..."[Gên.I,3].
O Lucíferum é a Baqueta mágica do Teurgo, ele substitui
a vara de amendoeira, de aveleira, de que falam os rituais mágicos
comuns. Fora de seu uso e de seu lugar na mão direita do Teurgo,
ele ficará fixo sobre um castiçal, ao pé do Altar.
9) A Espada.
- Espada de lâmina reta, pontuda e com fio duplo [seção
em losango], o punho de corno branco, negro ou amarelo, o pomo e a cruzeta
em cobre, dourado ou não. Aguarda deverá ser sempre em forma
de cruz. Uma espada maçônica antiga serviria muito bem, visto
os símbolos que ela contém, significando a construção
de um templo ideal, tanto terrestre como celeste. Ela terá o comprimento
de 80cm a 90cm. Sobre a lâmina se fará gravar a seguinte inscrição
em hebreu:
"Agla"
acróstico kabalístico da célebre divisa [tirada do
Êxodo]:
"Atha Gibor Leolam Adonai", ou seja, "o Senhor Rei é
Grande na Eternidade".
Na outra face, se fará igualmente gravar a palavra:
"Makaba"
acróstico dessa outra divisa kabalística :
"Mi Komoikou boëlim Adonai", ou seja "Quem é
semelhante a ti entre os forte, ó Eterno?" [Êxodo, XV,
11].
O emprego de uma espada especial em Magia, é conhecido. Agrippa,
livro IV, Pg. 43; Eliphas Levi, tomo I Pg. 268, e tomo II Pgs. 131 - 132,
falam a respeito. Esse último autor a reproduz em um dos desenhos
que ornamentam o tomo II. Alphonse Gallais, Pg. 32, mostra o mago armado
da Espada cerimonial das conjurações. Em nosso livro "Na
Sombra das Catedrais" falamos a esse respeito.
10) Pantáculos
peitorais e dorsais. - Nas operações de exorcismo de conjurações
antidemoníacas, quando se estiver em contato diretos com as Forças
saídas dos Quliphoth, será conveniente levar dois pantáculos,
um sobre o plexo solar, outro nas costas, na mesma altura. Eles serão
constituídos por duas placas de chumbo de mais ou menos 20cm de diâmetro,
com a espessura mínima de 1cm [peso total: 6kg mais ou menos], tendo
gravadas as figuras do Hexagrama e do Pentagrama. O primeiro será
peitoral [peito], o segundo dorsal, conforme os períodos da Operação.
A essas figuras se poderá acrescentar, inscrições kabalísticas
tiradas da Escritura . Eles serão levados com o auxílio de
duas correias passando pelos ombros, e fixados sobre o torso por dois cordões
de veludo vermelho unindo a ambos.
O uso necessário do Pentagrama e do Hexagrama, como Pantáculos
protetores, do próprio Operador, é testificado por Eliphas
Levi, tomo II, Pgs. 66 e 96. Citamos os Pantáculos peitorais e dorsais
de chumbo, em "Catedrais", Pgs. 60, 61, 64,65,66,67.
O próprio Operador os pode fundir com o auxílio de um saco
de funileiro [na falta de um antigo fogareiro de funileiro]. Se prepara
antecipadamente um molde de gesso, em um prato ou um recipiente de metal.
Quando o chumbo estiver líquido, o coamos docemente no molde; se
retira com o auxílio de uma forquilha ou de uma colher de ferro as
escórias que flutuam na superfície, e depois se deixa esfriar.
Quando estiver bem seco se retira do molde. Cuidar bem para que nenhuma
umidade permaneça no gesso. Isso poderia desencadear o borbulhamento
de metal em fusão.
Se traça o desenho sobre a placa de chumbo com o auxílio de
uma ponta metálica ou de um lápis de cor. Se recorta o desenho,
entalhando a placa sobre uma espessura de pelo menos 3mm com o auxílio
de um buril [com 10mm ou 12mm de comprimento]. Em seguida se ataca o metal
com uma serra metálica. No pior dos casos, uma "hégoïne"
de madeira é suficiente.
Se pule as partes brutas com uma lima, depois com um esmeril. Se pule as
duas faces, pois uma delas tem geralmente numerosas "falhas" [ocos],
conseqüentes do esfriar do chumbo.
De nossa parte, damos a preferência aos Pantáculos sem círculos.
As pontas das estrelas ficam então mais expostas, brilhando assim
mais livremente, o que é essencial. O círculo modifica o brilho
do Pantáculo.
E) Vestimentas
Rituais.
O conjunto é formado por vestimentas de baixo e vestimentas simbólicas.
As primeiras tem por objetivo evitar ao Operador ter de conservar intimamente
roupas poluídas pelo uso ou o contato dos órgãos corporais.
As segundas tem por objetivo fazer do Teurgo um verdadeiro microcosmo, onde
os símbolos e os paradigmas, exprimidos por bordados, estabelecem
pontos de contato com os Atributos superiores do Macrocosmo. Em seguida
os veremos.
a) Vestimentas de baixo. - O Operador se contentará com uma camisa
em tela de linho, e uma cueca do mesmo tecido. A camisa será de manga
longa, fechada nos punhos, e uma gola que se fechará por um entalhe
em fita ou cordão. A cueca será curta, no máximo até
os joelhos. Será apertada na cintura por um entalhe, ou melhor ainda,
por uma presilha com botões, ou uma fita elástica.
b) Vestimentas Simbólicas. - Serão compostas de um robe e
de um Manto, de uma Mitra ou de uma Tiara e de Sandálias.
O Robe será uma longa túnica caindo até o chão,
a poucos dedos do solo. As mangas serão fechadas nos punhos, como
as da camisa afim de evitar de derrubar alguma coisa sobre o Altar. A gola
será fechada na nuca ou sobre o peito a escolher, por três
ou cinco botões forrados de mesma fazenda. Será apertado na
cintura por uma cinta constituída por uma tira de tecido ou por um
grosso cordão, da cor um pouco mais escura do que o Robe.
Podemos ter um só robe para começar. Ela será então
branco. Se for possível, se terá então três,
destinados as seguintes operações:
a) Robe púrpura ou carmesim: Cerimonias de Evocação,
Invocação das Potências do Alto.
b) Robe branco : Operações de Terapêutica oculta; magnetismo
etc...
c) Robe negro : Exorcismos, conjurações das Forças
Maléficas e Meditações ou Exercícios espirituais.
Esses robes serão de linho ou seda, na falta, de cetim.
Vestimentas de baixo são citadas por Alphonse Gallais, na Pg. 120,
e também por diversos autores antigos.
Vestimentas Simbólicas.
Os robes são citados como um costume indispensável em magia
cerimonial por Piobb, Pg. 2341; Eliphas Levi, Pg. 268, do tomo I; Agrippa,
livro IV, Pgs. 35 e 36; e por nós, em "Catedrais", Pg.
21.
Deixamos claro que é necessário um ou três. A necessidade
do ternário, em Magia prática, é demonstrado e desenvolvido
por Eliphas Levi em seu tomo II, Pg. 64.
As nuâncias desses três robes são tiradas das prescrições
do Antigo Testamento, da roupa da Grande Sacerdote de Israel. A razão
e o significado dessas cores são dados pelo barão de Portal
em seu livro "Das Cores Simbólicas", [Paris 1837], Pg.
142.
O uso das sandálias é dado por Le Forestier, Pg. 78 de seu
livro sobre os "Elus Coehn", e por Pierre Mora, Pg. 21 da mesma
obra.
O fato de usar uma tiara frontal é testificado pelos seguintes autores:
Agrippa, livro IV, Pgs. 36 - 38; Eliphas Levi tomo I, Pg. 268; por Piobb,
Pg. 231; por nós em "Catedrais", Pg. 22 e 67; na "Geomância
Mágica", Pg. 39; e a mitra aparece na gravura da Pg. 49 do livro
de Alphonse Gallais, representando um mago que vai operar.
Nos pés, o Teurgo terá Sandálias, sem salto, de couro,
tela, espartaria, etc... Se prescreverá a borracha, muito isolante,
e que gera uma umidade contraria a boa circulação fluídica.
Essas Sandálias serão em número de três pares,
associadas aos Robes, se possível. Será melhor evitar o couro,
que continuamente necessita de pregos para o solado.
Como cobertura, se operará com a cabeça nua ou coberta. Isso
depende das circunstâncias.
No caso do parágrafo "a", se operará com a cabeça
nua. No caso do parágrafo "b" e "c", com uma
tira frontal, ou uma mitra, ou uma tiara, da mesma cor do Robe. Se fará
estas cortando a ossatura nessa tela dura, rígida e áspera,
que serve para armar as peças muito leves, na costura. Em seguida
se recobrirá esse esqueleto com a fazenda idêntica Àquela
do Robe.
Sobre o meio da base dessa cobertura, de maneira que isso se encontre no
meio da fronte, se fará bordar um Triângulo de Ouro, com o
vértice para o alto, com a palavra hebraica:
"KAES"
significando
[pela contração das iniciais em uma só palavra]: "Kadosch
Adonai Elohim Sabaoth", ou seja "Santo é o Senhor, Deus
dos Exércitos do Céu" [1].
Igualmente se pode, nas Operações "b" e "c",
utilizar Luvas, de estofo ou de pele fina, brancas. A luva esquerda levará
bordada em prata a palavra hebraica:
"GEBURAH"
significando
"Rigor, Justiça". A luva direita levará bordada
em ouro a palavra hebraica:
CHOESED"
significando
"Misericórdia, Clemência". Se preferir-se, pode-se
substituir essas divisas kabalísticas pelo Alfa e o Ômega.
Se se quer realizar o simbolismo ao máximo, se fará bordar
o Robe e as Sandálias.
A sandália direita levará bordada em ouro a palavra hebraica
:
JAKIN"
significando "Duração, Fundamento". A sandália
esquerda levará, bordada em prata, a palavra hebraica:
"BOOZ"
significando
"Força, Potência". Essas inscrições
serão bordadas em uma coroa de flor de lis [o lotos do Egito, que
ornamentava os templos antigos].
Sobre os robes, se poderá levar, nos lugares anatômicos correspondentes,
as Letras hebraicas designando as partes do corpo humano, os "Caminhos"
kabalísticos e os Nomes Divinos, em relação analógica.
Ver quadro de correspondências das XXII Letras e Caminhos. Então,
revestindo esse Robe, o Operante será realmente o simbólico
"reflexo" do Homem Arquetípico, do Adam Kadmon kabalístico,
pois que cada uma das regiões de seu corpo de carne serão
religadas por um paradigma, a uma das "regiões espirituais"
correspondentes no Grande Homem Metafísico.
O Robe púrpura ou carmesim terá seus caracteres bordados em
prata com a escrita dita "Celeste". O branco, bordados em ouro,
com a escrita dita "Malachim". O jacinto, com a escrita dita "da
Passagem do Rio" e em prata [ver fig. 8].
Cada uma dessas categorias de caracteres corresponde a um dos três planos do Homem Arquétipo; e a um dos três Mundos da Emanação:
Alfabetos
Simbólicos No Homem No Arquétipo
Alfabeto "Celeste" Neshamah Briah
Alfabeto "Malachim" Ruach Jesirah
Alfabeto do "Rio" Nephesh Briah
Nos robes, se poderá acrescer um Manto, tipo casula. Poderá ser usado quando se temer ter frio. [É útil ter o máximo de liberdade mental, e um embaraço qualquer é muito nocivo aos bons resultados das Operações. São Tomás declara que um mínimo de conforto é necessário para praticar bem o ascetismo].
F) O Sacramentário, ou "Ritual".
É o
formulário no qual o Teurgo transcreverá suas Orações,
Consagrações, Exorcismos, etc... Se adotará para tal
uma encadernação rígida, se abrindo bem facilmente,
de maneira que em tal posição as folhas não se dobrem
por si, e que estas estejam juntas por dois pinos metálicos as perfurando.
Se poderá utilizar papel de bela qualidade, forte, ou pergaminho
vegetal, ou também velino verdadeiro. Esse último permite
colorir o Ritual obtendo assim um magnífico Sacramentário.
Por esse processo de encadernação móvel, as folhas
se abrem e permanecem assim, sem causar dificuldades. Elas devem ser perfuradas
no afastamento e no diâmetro dos dois pinos metálicos. Se utilizar-se
velino ou papel não perfurado, se marcará com entalhes sobre
todas as folhas os pontos onde se vai perfurar, e se os perfurará
com um pequeno vazador e um martelo leve.
Se acrescentará alguns marca páginas de cores diversas, largas
fitas com um selo de chumbo leve na extremidade, que permitirá marcar
as folhas de maneira permanente, e as vezes os versículos. Três
serão suficientes: um negro, um branco e um vermelho.
O Sacramentário estará permanentemente fechado, sobre a Estante.
A necessidade de um Livro, verdadeiro Ritual, contendo as Orações,
fórmulas de Consagrações, etc... , é testificada
por Agrippa, tomo IV, Pgs. 31 a 34; Eliphas Levi, tomo II, Pg. 168; Alphonse
Gallais, Pg. 121. O próprio termo aparece no pequeno "Dicionário
Larousse" com esse mesmo significado de "Ritual".
G) Cálice e Patena.
Para Os Operadores
de posse do Sacerdócio esotérico, dito "sacerdócio
de Melkissedek", tendo o "poder" de oferecer o Pão
e o Vinho, os acessórios litúrgicos serão completados
por um cálice e uma Patena. O primeiro é uma Copa, de cristal,
de prata, de prata dourada, ou de ouro. O segundo é um pequeno prato
redondo, do mesmo metal que o Cálice. Os diversos modelos empregados
pelas Igrejas cristãs convém perfeitamente.
Lembremos, que a filiação dos "Sacerdotes segundo A Ordem
de Melkissedek", não é mais que a filiação
apostólica.
Os "Tapetes Filosóficos"
Afim de não sujar os estofos aveludados de lã do Oratório com giz ou carvão de madeira, será bom pintar os Círculos das Operações sobre peças de tela fina, de um diâmetro de mais ou menos 2m x 2m. Para que fiquem bem estendidas serão presas com o auxílio de pontas finas. Se medirá cuidadosamente o centro estendendo dois cordéis sobre as diagonais. Se pregará uma ponta fina no dito centro, e se traçara os Círculos com o auxílio de um cordel, na ponta do qual estará uma argola prendendo um lápis. Em seguida se "repassará" cuidadosamente os traços do lápis com tinta da China. Se deixará secar. Então se pintará em vermelho os Nomes de Deus, dos Anjos, dos Patriarcas, etc...
A Baqueta,
- A Baqueta será feita de madeira de amendoeira, de uma peça
só e reta, do comprimento de um braço mais ou menos. O próprio
Operador a cortará, na primavera, quando o sol estiver levantando,
num domingo, voltado para o Oriente. A Lua deverá ser crescente indo
para cheia. Se a Espica da Virgem, Fomalhaut, se levantam ou culminam será
melhor ainda.
É possível que o ramo de amendoeira, que Eliphas Levi associa
à Clavícula de Salomão [o Hexagrama, em Pantáculo]
nas Operações de teurgia, que cita a "Sagrada Magia de
Abramelin o Mago", o Ritual de Avignon ["Iluminados" de Dom
Pernetty], na realidade não seja mais que um erro, decorrente da
uma má tradução das Escrituras. Em efeito, em Cerimônias
idênticas, Martinez de Pascallis, e o ritual dos Elus Coehn prescrevem
Espada ou Baqueta, impondo o emprego de um Círio de cera.
Pois bem, no livro de Jeremias [I, II], os tradutores diversamente traduziram
esse versículo, hesitando em traduzir shaked [amendoeira] ou shakad
[lamparina]. Somente os pontos massoréticos permitiriam distinguir
a nuância. As vezes se lê:
"A palavra do eterno me foi dirigida nesses termos: "Que vês
tu, Jeremias? Eu respondi : "Senhor, eu vejo um ramo de amendoeira.
A voz tronou a dizer : Tu vistes bem, porque eu velarei para executar minhas
palavras".
Outras vezes se traduziu:
"... Eu respondi: Senhor, eu vejo um ramo de amendoeira. A voz tornou
a dizer : tu vistes bem. Pois eu sou uma Vara que vela para a execução
de minhas palavras..."
Pois bem, a vara que vela é incontestávelmente um Círio.
Ao redor do altar cristão, os Círios simbolizam os Anjos da
Corte Celeste, e os dois círios que devem ser de cera da abelha [nos
termos do Canon], de um lado e de outro do crucifixo vertical, são
os dois grandes arcanjos. E o Livro de Enoch chama os Anjos de "Veladores
do Céu"
Lenain, em sua "Ciência Misteriosa", nos diz isto a respeito
da Baqueta do Teurgo:
"Os cabalistas escreviam o nome Agla sobre a baqueta misteriosa que
servem nas experiências cabalísticas, e eis como é feito
: é necessário cortar um ramo brotado no mesmo ano, de aveleira
virgem, quer dizer, que é necessário que jamais a árvore
tenha sido cortada, que nenhum ramo jamais tenha sido cortado ou quebrado,
o que é facilmente encontrado em um arbusto de brotação
do ano, o ramo é cortado entre onze e doze horas da noite, sob a
influência favoráveis a experiência que quer fazer; é
necessário ter uma faca nova, sem uso, e pronunciar certas palavras,
com o rosto voltado para o Oriente; em seguida, é necessário
abençoá-lo, e escrever sobre o lado da ponta mais grossa o
nome AGLA, sobre o meio a palavra ON, e sobre o lado da ponta mais fina
o nome TETRAGRAMMATON; esses três nomes devem ser acompanhados cada
um de uma cruz e de seu caráter misterioso; e quando eles estão
para proceder as evocações, eles golpeiam o ar em cruz com
essa baqueta, para as quatro partes do mundo começando pelo Oriente,
depois o Meio Dia [Sul], após o Ocidente, e para o Norte, pronunciando
a cada vez o seguinte: "Eu............, te conjuro Anjo ................
de me obedecer imediatamente; pelo Deus Vivo, pelo Verdadeiro Deus, pelo
Deus Santo, e eles golpeiam o ar a cada vez, formando a cruz.
Como cada um conhece a analogia da figura circular com a unidade que é
o símbolo perfeito de Deus, é por essa razão que é
necessário se encerrar nesse caráter misterioso e no meio
de um triângulo, cada vez que se procede as evocações".
CONTINUA